scholarly journals Fenologia reprodutiva e vegetativa de arbustos endêmicos de campo rupestre na Serra do Cipó, Sudeste do Brasil

Rodriguésia ◽  
2013 ◽  
Vol 64 (4) ◽  
pp. 817-828 ◽  
Author(s):  
Renata M. Belo ◽  
Daniel Negreiros ◽  
G. Wilson Fernandes ◽  
Fernando A.O. Silveira ◽  
Bernardo D. Ranieri ◽  
...  

Os Campos rupestres têm destaque no cenário mundial da conservação por sua enorme riqueza em espécies e alta taxa de endemismo. É considerado um ecossistema ameaçado devido à intensa e progressiva descaracterização que vêm sofrendo pela ação antrópica. O objetivo deste estudo foi descrever os padrões fenológicos reprodutivos e vegetativos em seis espécies arbustivas endêmicas dos campos rupestres da Cadeia do Espinhaço, simpátricas na Serra do Cipó, Minas Gerais, e testar a relação entre suas fenofases e a estacionalidade climática. Esperamos que as espécies tenham suas fenofases fortemente relacionadas às variações entre as estações seca e úmida. As observações fenológicas foram conduzidas mensalmente nas fenofases reprodutivas (flor, fruto e dispersão) e vegetativas (queda de folhas e brotamento). De acordo com a combinação dos padrões fenológicos reprodutivos, vegetativos e sazonalidade, foi possivel distinguir quatro estratégias fenológicas para as seis espécies avaliadas. Dessa forma, o presente estudo mostrou uma grande diversidade de padrões fenológicos, mesmo considerando o pequeno número de espécies amostradas. Por outro lado, em todas as espécies as fenofases reprodutivas apresentaram um padrão significativamente sazonal, com alta concentração de espécies reproduzindo em uma dada estação do ano, sugerindo uma importância destacada da sazonalidade do clima na definição dos padrões fenológicos em campos rupestres.

Rodriguésia ◽  
2019 ◽  
Vol 70 ◽  
Author(s):  
Laís Couto Zeferino ◽  
Rubens Teixeira de Queiroz ◽  
Juliana Gastaldello Rando ◽  
Matheus Martins T. Cota ◽  
Isabella Fernandes Fantini ◽  
...  

Resumo O gênero Chamaecrista possui distribuição pantropical e está bem representado na flora brasileira, principalmente em campos rupestres e matas ciliares. No Brasil são encontradas 256 espécies, sendo que 149 delas aparecem somente em Minas Gerais, o que corresponde mais da metade da diversidade do gênero no país. A área selecionada para o estudo, o Parque Estadual do Rio Preto (PERP), pertence à Cadeia do Espinhaço. A vegetação é composta principalmente por fitofisionomias de Cerrado e Campo rupestre existindo também áreas de matas ciliares e de galerias. O estudo em questão teve como objetivo realizar o levantamento florístico e um estudo taxonômico de Chamaecrista no PERP, abrangendo chave de identificação das espécies e descrições taxonômicas das mesmas. As coletas foram realizadas dentro de um período de dois anos, por meio de caminhadas assistemáticas. O material coletado foi identificado e depositado na coleção do Herbário OUPR. Foram coletados e descritos 19 táxons que compreendem às seções Absus, Chamaecrista e Xerocalyx.


Hoehnea ◽  
2009 ◽  
Vol 36 (3) ◽  
pp. 455-458
Author(s):  
Leonardo M. Versieux ◽  
Maria das Graças Lapa Wanderley

Vriesea piscatrix, uma nova espécie relacionada à Vriesea guttata G. Lodd. é descrita e ilustrada. O novo táxon é, até o momento, endêmico da Serra do Cipó, ocorrendo em matas nebulares distribuídas em meio ao campo rupestre.


Rodriguésia ◽  
2010 ◽  
Vol 61 (1) ◽  
pp. 83-94 ◽  
Author(s):  
Maria das Graças Lapa Wanderley

Resumo São descritas e ilustradas cinco novas espécies de Xyris (Xyridaceae): X. anamariae Wand. & Kral, X. fredericoi Wand., X. kralii Wand., X. nanuzae Wand. e X. piranii Wand., endêmicas da Serra do Cipó, na Cadeia do Espinhaço de Minas Gerais. Xyris fredericoi, conhecida popularmente como "abacaxi-dourado", é uma das espécies com maior potencial ornamental da família, sendo proposta a inclusão da mesma na lista das espécies ameaçadas da flora brasileira.


Rodriguésia ◽  
2012 ◽  
Vol 63 (4) ◽  
pp. 857-881 ◽  
Author(s):  
Mariana de Oliveira Bünger ◽  
Viviane Renata Scalon ◽  
Marcos Sobral ◽  
João Renato Stehmann

Apresentamos neste trabalho o estudo taxonômico das Myrtaceae ocorrentes no Parque Estadual do Itacolomi (PEIT), uma Unidade de Conservação localizada no estado de Minas Gerais, no sul da Cadeia do Espinhaço. A vegetação da área é formada por florestas montanas tropicais e campos rupestres. Para o tratamento taxonômico foram elaboradas descrições, comentários, chaves de identificação e ilustrações. Foram realizadas coletas de setembro 2009 a dezembro de 2010 e foram revisados os herbários BHCB, OUPR, RB e VIC. A família está representada no PEIT por 11 gêneros e 44 espécies: Blepharocalyx (1 sp.), Calyptranthes (1 sp.), Campomanesia (4 spp.), Eugenia (4 spp.), Marlierea (3 spp.), Myrceugenia (2 spp.), Myrcia (20 spp.), Myrciaria (1 sp.), Plinia (1 sp.), Psidium (3 spp.) e Siphoneugena (4 spp.).


Hoehnea ◽  
2018 ◽  
Vol 45 (3) ◽  
pp. 484-508 ◽  
Author(s):  
Dimas Marchi do Carmo ◽  
Jéssica Soares de Lima ◽  
Marcela Inácio da Silva ◽  
Leandro de Almeida Amélio ◽  
Denilson Fernandes Peralta

RESUMO A Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) da Serra do Caraça está localizada no complexo orográfico da Cadeia do Espinhaço e caracteriza-se como uma área de transição entre dois importantes domínios fitogeográficos brasileiros, a Mata Atlântica e o Cerrado. Essa Reserva é composta por diferentes tipos de formações vegetais e apresenta, predominantemente, os campos rupestres. Na Reserva Particular do Patrimônio Natural da Serra do Caraça foram encontradas 439 espécies de briófitas (238 musgos, 199 hepáticas e dois antóceros), 74 (17%) espécies endêmicas brasileiras e 80 (18%) novos registros para o Estado de Minas Gerais. A família de hepáticas Lejeuneaceae foi a mais rica, com 75 espécies, enquanto Sphagnaceae apresentou maior riqueza para os musgos, com 29 espécies. A maioria das espécies encontradas apresenta uma distribuição moderada para o país e são neotropicais.


2005 ◽  
Vol 19 (1) ◽  
pp. 149-154 ◽  
Author(s):  
Maria Elizabeth Pereira Abreu ◽  
Queila Souza Garcia

As espécies do gênero Xyris são típicas de solos brejosos ou úmidos, sendo bastante freqüentes nos campos rupestres de Minas Gerais. O objetivo deste estudo foi investigar o comportamento germinativo de sementes de X. cipoensis Smith & Downs, X. longiscapa A. Nilsson, X. platystachia A. Nilsson e X. trachyphylla Mart. sob diferentes condições de luz e temperatura. Os experimentos de germinação foram realizados em câmaras de germinação nas temperaturas constantes de 15, 20, 25, 30, 35 e 40ºC, sob luz e escuro contínuos, e nas alternâncias de 25-15, 30-15, 30-20, 35-15, 35-20 e 35-25ºC, onde as temperaturas mais altas referem-se ao período de luz, sob fotoperíodo de 12 horas. As quatro espécies de Xyris apresentam sementes pequenas e sensíveis à luz, com resposta nula de germinação no escuro. As sementes de X. cipoensis germinaram em faixa mais estreita de temperatura (20 a 30ºC), apresentando alta porcentagem de germinação na temperatura constante de 20ºC. A faixa de 15 a 30ºC foi favorável à germinação das sementes de X. longiscapa, X. platystachia e X. trachyphylla, apresentando baixo percentual de germinação a 15ºC. As temperaturas alternantes não favoreceram a germinação em relação às temperaturas constantes.


1995 ◽  
Vol 9 (2) ◽  
pp. 195-211 ◽  
Author(s):  
Vera Lúcia Scatena ◽  
Clélio Lázaro de Melo Rocha

L. crassifolia (Eriocaulaceae) é uma planta perene, que cresce nos solos pedregosos e arenosos dos campos rupestres da Serra do Cipó - MG - Cadeia do Espinhaço. Essa planta está exposta a períodos secos e chuvosos, ventos constantes, alta luminosidade e mudanças bruscas de temperatura, características climáticas peculiares dos campos rupestres. Sua caracterização anatômica tem aplicação taxonômica para o grupo e suas estruturas são adaptadas aos fatores ambientais. A raiz apresenta parênquima cortical formado por dois tipos de células, que formam o aerênquima lisígeno, facilitando sua sobrevivência nos solos alagados durante a estação chuvosa. A endoderme é formada for uma única camada de células de paredes espessas. As estrias de Caspary são detectadas somente nos estágios precoces do desenvolvimento da raiz. Chama-se a atenção para a ocorrência de câmaras subestomáticas especiais nas folhas, que podem estar relacionadas com a melhor eficiência das trocas gasosas e constitui uma característica importante para as Eriocaulaceae.


Rodriguésia ◽  
2010 ◽  
Vol 61 (3) ◽  
pp. 467-490 ◽  
Author(s):  
Elidio Armando Exposto Guarçoni ◽  
Cláudio Coelho de Paula ◽  
Andrea Ferreira da Costa

Resumo O Parque Estadual da Serra do Rola-Moça localiza-se na porção centro-sul da Cadeia do Espinhaço, na região denominada Quadrilátero Ferrífero, nos municípios de Belo Horizonte, Brumadinho, Ibirité e Nova Lima. Apresenta como vegetação os Campos Rupestres ferruginosos e quartizíticos, Floresta Estacional Semidecidual e Cerrado. O presente trabalho teve como finalidade estudar a florística da família Bromeliaceae no Parque Estadual da Serra do Rola-Moça. Foram identificadas 25 espécies pertencentes a 11 gêneros, sendo Dyckia o gênero mais representativo em espécies. Eduandrea selloana, Cryptanthus schwackeanus, Dyckia consimilis, D. densiflora, D. macedoi, D. simulans, D. schwackeana, D. trichostachya, Vriesea longistaminea e V. minarum encontram-se citadas na Listas das Espécies da Flora e da Fauna Ameaçadas de Extinção do Estado de Minas Gerais. Neste trabalho optamos por revalidar Dyckia oligantha.


Check List ◽  
2009 ◽  
Vol 5 (1) ◽  
pp. 035 ◽  
Author(s):  
Ruy José Válka Alves ◽  
Jiří Kolbek

The campos rupestres form a mosaic of rocky savannas concentrated mainly along the Espinhaço chain, on the Brazilian shield. Though the Serra de São José lies over 100 km to the south of the Espinhaço chain, the campo rupestre flora of this small range harbors several endemic plant taxa. The provided checklist is the result of two decades of floristic research complemented with data from herbaria and literature. The flora is compared with the results of several other pertinent surveys. A total of 1,144 vascular plant species, representing 50.3 species/km2, were documented to date in the São José range, representing a species-richness per unit area over five times greater than other known campo rupestre floras. The most species-rich families were the Asteraceae (126 species), Orchidaceae (106), Melastomataceae (63), Leguminosae (60), Cyperaceae (45), Poaceae (41), Rubiaceae (37), Myrtaceae (28), Bromeliaceae (27), Eriocaulaceae (23), Lamiaceae (23), and Malpighiaceae (22).


Rodriguésia ◽  
2018 ◽  
Vol 69 (4) ◽  
pp. 1789-1797
Author(s):  
Ana Carolina Rodrigues da Cruz ◽  
André Felippe Nunes-Freitas ◽  
Fabiane Nepomuceno Costa

Resumo O presente trabalho visa contribuir para o conhecimento da família Ericaceae na porção central da Cadeia do Espinhaço em Minas Gerais, apresentando dados sobre riqueza, distribuição geográfica e estado de conservação das espécies. A área de estudo inclui as serras ao norte da Serra do Cipó, a Serra do Cabral e o Planalto de Diamantina, regiões que ainda não possuem dados publicados para a família. O levantamento de espécies foi realizado a partir de consultas às coleções de herbários, à literatura e em trabalho de campo. Foram levantadas 27 espécies de Ericaceae. A flora da área de estudo é mais similar à da Serra do Cipó, embora cada região apresente endemismos. Das espécies registradas duas encontram-se na Lista Oficial das Espécies da Flora Brasileira Ameaçadas de Extinção: Gaylussacia oleifolia Dunal e Gaylussacia setosa Kin.-Gouv. Os resultados destacam a elevada riqueza e endemismos da família na área de estudo e a urgente necessidade da realização de pesquisas adicionais a fim de gerar os subsídios para a elaboração de estratégias de conservação mais abrangentes e que protejam efetivamente a biodiversidade do Espinhaço.


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