scholarly journals Briófitas da Reserva Particular do Patrimônio Natural da Serra do Caraça, Estado de Minas Gerais, Brasil

Hoehnea ◽  
2018 ◽  
Vol 45 (3) ◽  
pp. 484-508 ◽  
Author(s):  
Dimas Marchi do Carmo ◽  
Jéssica Soares de Lima ◽  
Marcela Inácio da Silva ◽  
Leandro de Almeida Amélio ◽  
Denilson Fernandes Peralta

RESUMO A Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) da Serra do Caraça está localizada no complexo orográfico da Cadeia do Espinhaço e caracteriza-se como uma área de transição entre dois importantes domínios fitogeográficos brasileiros, a Mata Atlântica e o Cerrado. Essa Reserva é composta por diferentes tipos de formações vegetais e apresenta, predominantemente, os campos rupestres. Na Reserva Particular do Patrimônio Natural da Serra do Caraça foram encontradas 439 espécies de briófitas (238 musgos, 199 hepáticas e dois antóceros), 74 (17%) espécies endêmicas brasileiras e 80 (18%) novos registros para o Estado de Minas Gerais. A família de hepáticas Lejeuneaceae foi a mais rica, com 75 espécies, enquanto Sphagnaceae apresentou maior riqueza para os musgos, com 29 espécies. A maioria das espécies encontradas apresenta uma distribuição moderada para o país e são neotropicais.

Rodriguésia ◽  
2017 ◽  
Vol 68 (1) ◽  
pp. 143-157 ◽  
Author(s):  
Michelle Christine de Almeida Mota ◽  
José Floriano Barêa Pastore ◽  
Roberto Marques Neto ◽  
Raymond Mervyn Harley ◽  
Fátima Regina Salimena

Resumo A Serra Negra está inserida na área do Complexo da Serra da Mantiqueira, no domínio da Mata Atlântica, com altitudes entre 800 e 1.650 m, com vegetação em mosaico representada, entre outros, por campos rupestres em afloramentos quartzíticos e floresta nebulares. A família Lamiaceae (Labiatae) está representada na Serra Negra por 10 gêneros e 17 espécies: Aegiphila integrifolia, Cantinoa carpinifolia, C. macrotera, C. muricata, Eriope macrostachya, Hoehnea scutellarioides, Hyptidendron asperrimum, Hyptis lanceolata, H. monticola, H. radicans, Mesosphaerum sidifolium, M. suaveolens, Rhabdocaulon coccineum, Salvia arenaria, S. viscida, Vitex polygama e V. sellowiana. São aqui apresentadas chave de identificação para todos os táxons, descrições para as espécies, ilustrações, distribuição geográfica e comentários taxonômicos.


Rodriguésia ◽  
2001 ◽  
Vol 52 (81) ◽  
pp. 65-105 ◽  
Author(s):  
Inês da Silva Santos ◽  
Ariane Luna Peixoto

RESUMO A família Monimiaceae engloba 30 gêneros e cerca de 400 espécies de árvores ou arbustos distribuídos pelas regiões tropicais e subtropicais, especialmente do Hemisfério Sul. Está representada no Brasil por seis gêneros e cerca de 95 espécies, sendo os gêneros mais ricos em espécies Mollinedia e Siparuna. Macropeplus, gênero endêmico do Brasil, ocorre em áreas florestadas nos campos rupestres, cerrados e mata atlântica, acima de 1.000 m de altitude, nos estados da Bahia, Minas Gerais, Goiás, Distrito Federal, Rio de Janeiro e São Paulo. Desde a sua criação, no final do século passado, e até o presente estudo era considerado monoespecífico e compreendendo oito variedades. O presente estudo reconhece quatro táxons, que foram elevados à categoria de espécie: Macropeplus dentatus (Perkins) I.Santos & Peixoto, M. friburgensis (Perkins) I.Santos & Peixoto, M. ligustrinus (Tul.) Perkins e M. schwackeanus (Perkins) I.Santos & Peixoto. As espécies são distintas predominantemente com base na margem e consistência das folhas bem como na coloração que adquirem quando secas, tanto em campo quanto em laboratório; utilizou-se também, como caracteres diferenciais, comprimento do pedúnculo, do pedicelo, dos lobos florais e o número de estames. M. ligustrinus é a espécie de maior área de distribuição, ocorrendo na Bahia, Minas Gerais, Goiás e Distrito Federal; M. friburgensis é exclusiva da Serra do Mar, no Rio de Janeiro, ocorrendo nos municípios de Nova Friburgo e Teresópolis; M. schwackeanus é endêmica de Minas Gerais, ocorrendo na Serra de Ouro Preto e Serra do Caparaó; M. dentatus ocorre na Serra do Mar e na Serra da Mantiqueira, no Rio Janeiro e São Paulo. Durante o presente estudo foram localizadas nove populações no campo: cinco de M. ligustrinus, uma de M. friburgensis e três de M. dentatus. Não se pode localizar ainda nenhuma população de M. scwackeanus no campo.


2016 ◽  
Vol 5 (2) ◽  
pp. 60
Author(s):  
Vagner Luciano de Andrade ◽  
Charles De Oliveira Fonseca

O presente artigo destaca a importância de áreas naturais do Parque Estadual Serra do Rola Moça, borda Oeste do Quadrilátero Ferrífero - MG, enfatizando a interpretação como mecanismo imprescindível para "saber olhar" a paisagem e entorno, através da contemplação e análise. Acessível a partir do bairro Jardim Canadá, o Parque Estadual, foi criado originariamente em 27 de setembro de 1994, com 3.900 hectares e abrangendo parte de quatro municípios. A região do Quadrilátero Ferrífero - QF localizada no sul da cadeia do Espinhaço, área de paisagens de transição entre importantes biomas, encontra-se no divisor de águas entre as bacias do Rio Doce e São Francisco, evidenciando um potencial ecológico, geológico e hídrico indescritível. No QF, a formação da mata atlântica, denominada floresta estacional semidecidual predomina a leste e sul, principalmente em áreas de drenagem e vales, oferecendo a população da RMBH consideráveis mananciais de abastecimento público. Já no oeste e norte, a ocorrência é de cerrado strictu sensu, campo-cerrado, cerradão e os campos rupestres das áreas de "canga". Estes ambientes específicos, da canga (itabiritos) encontrados no Brasil apenas na Serra dos Carajás, Pará e no QF, se caracterizam pela insustentabilidade da atividade de mineração. As "cangas" ou "ilhas de ferro" são formações ferríferas bandadas formadas por placas alternadas de sílica e ferro, comuns em cristas e encostas. A "canga" é uma rocha ferruginosa com cerca de 30 a 50 metros de profundidade que se sobrepõe ao minério-de-ferro e por isso compõe como um dos ecossistemas mais peculiares e ameaçados. A Serra do Rola Moça apresenta diversidades de paisagens geológicas apropriadas turisticamente inaugurando novas possibilidades e perspectivas.


2009 ◽  
Vol 9 (1) ◽  
pp. 147-155 ◽  
Author(s):  
Jaime Bertoluci ◽  
Marco Antonio Schettino Canelas ◽  
Carla Camilo Eisemberg ◽  
Cesar Felipe de Souza Palmuti ◽  
Giovanna Gondim Montingelli

Fornecemos aqui uma lista de espécies de anfíbios e répteis da Estação de Pesquisa e Desenvolvimento Ambiental de Peti, uma reserva de Mata Atlântica localizada nas montanhas da Cadeia do Espinhaço, estado de Minas Gerais, sudeste do Brasil. Essa lista originou-se de um inventário conduzido durante 78 dias de trabalhos de campo, 13 anos após a realização de um primeiro levantamento. Entre abril de 2002 e outubro de 2004, aplicamos o método de procura visual durante caminhadas nas trilhas da floresta, em diversos corpos d'água e nos sítios reprodutivos dos anuros. Foram registradas 48 espécies, incluídas nas ordens Anura (29), Gymnophiona (1), Chelonia (1), Crocodylia (1) e Squamata (16 espécies: uma anfisbena, cinco lagartos e 11 serpentes). Treze espécies não haviam sido registradas no inventário anterior, e 14 espécies registradas anteriormente não foram detectadas em nosso inventário. São discutidas possíveis explicações para as diferenças observadas. Embora nenhuma espécie esteja incluída nas listas de espécies ameaçadas do Estado de Minas Gerais e do Brasil, a reserva deve ser considerada importante para a manutenção das populações da herpetofauna local.


Rodriguésia ◽  
2007 ◽  
Vol 58 (4) ◽  
pp. 775-786 ◽  
Author(s):  
Ana Mourão ◽  
João Renato Stehmann

RESUMO A Mina do Brucutu é uma área de mineração da Companhia Vale do Rio Doce, situada no Quadrilátero Ferrífero. A vegetação predominante é o campo rupestre sobre canga couraçada, um encrave no bioma Mata Atlântica. Foram realizadas coletas em dois sítios amostrais durante o período de um ano. Foram listadas 117 espécies de angiospermas, distribuídas em 88 gêneros, pertencentes a 39 famílias. As famílias com maior riqueza específica foram Asteraceae (15), Fabaceae (9) e Poaceae (9). Os gêneros mais importantes, em número de espécies, foram Solanum e Panicum. Três espécies encontram-se citadas na Lista Vermelha das Espécies Ameaçadas de Extinção da Flora de Minas Gerais, Guatteria villosissima, Lychnophora pinaster e Cinnamomum quadrangulum. Os resultados obtidos foram comparados com os de outros levantamentos realizados em campos rupestres, utilizando-se o índice de similaridade de Jaccard. A similaridade florística foi baixa na comparação com outras formações de campo rupestre (variando de 1 a 7%). Embora os estudos florísticos sobre campos rupestres sobre canga sejam escassos e utilizem esforços amostrais diferentes, os resultados obtidos evidenciam a grande heterogeneidade dessas formações e mostram a importância do campo rupestre do Brucutu para a conservação da diversidade biológica no Quadrilátero Ferrífero, uma região com poucas áreas protegidas.


Rodriguésia ◽  
2017 ◽  
Vol 68 (4) ◽  
pp. 1411-1429
Author(s):  
João Afonso Martins do Carmo ◽  
André Olmos Simões

Resumo Este estudo teve como objetivos realizar o levantamento florístico da família no município de Camanducaia, Serra da Mantiqueira, extremo sul de Minas Gerais, onde extensos remanescentes de Mata Atlântica são encontrados, e elaborar uma Chave Interativa de Entradas Múltiplas (CIEM) para a identificação das espécies. O levantamento florístico foi realizado através de viagens de coleta e análise dos seguintes herbários: BHCB, ESA, HRCB, IAC, ICN, MBM, SP e UEC. Rubiaceae está representada em Camanducaia por 35 espécies, duas subespécies e duas variedades, classificadas em 17 gêneros. Borreria, Manettia e Psychotria foram os gêneros mais diversos (cinco espécies cada). Nove espécies, uma subespécie e uma variedade são endêmicas da Mata Atlântica. Duas espécies (Galianthe vaginata e Psychotria beyrichiana) são endêmicas da Serra da Mantiqueira e Serra do Mar. Psychotria beyrichiana é registrada pela primeira vez em Minas Gerais. Através da utilização da CIEM aqui proposta, a maioria dos táxons puderam ser identificados utilizando-se somente caracteres vegetativos.


2011 ◽  
Vol 11 (3) ◽  
pp. 275-286 ◽  
Author(s):  
Marco Antônio Manhães ◽  
Alan Loures-Ribeiro

A Zona da Mata Mineira está localizada no sudeste do estado de Minas Gerais, nos domínios da Mata Atlântica, e é uma região altamente fragmentada, com muitas manchas pequenas e isoladas, cuja avifauna é pouco estudada. O objetivo deste trabalho foi inventariar a avifauna da Reserva Biológica Municipal Poço D'Anta (277 ha), uma área de floresta do município de Juiz de Fora, sudeste de Minas Gerais, através da caracterização de alguns aspectos ecológicos e o status de conservação. O levantamento foi realizado entre os períodos de março a setembro de 2007, e março de 2008 a maio de 2009, utilizando a lista de Mackinnon, capturas com redes-de-neblina e observações ocasionais. Foram identificadas 156 espécies, das quais 44 (28%) são endêmicas da Mata Atlântica e seis (3,8%) estão sob algum grau de ameaça. Dentre as espécies ameaçadas, cinco são dependentes de floresta (Dysithamnus stictothorax, Drymophila ochropyga, Sporophila frontalis, Sporophila falcirostris, Cyanoloxia moesta). Em geral a comunidade é caracterizada por aves com sensibilidade média ou baixa a perturbações ambientais. Contudo foram identificadas oito (5,1%) espécies com elevada sensibilidade (Pulsatrix koeniswaldiana, Conopophaga melanops, Sclerurus scansor, Xiphorhynchus fuscus, Lepidocolaptes squamatus, Campylorhamphus falcularius, Anabazenops fuscus e Habia rubica). Além disso, algumas espécies já consideradas extintas em vários outros fragmentos do sudeste do estado estiveram presentes na área. Houve predomínio de espécies insetívoras (39,4%; n = 61) e onívoras (31,6%; n = 49). Como área legalmente protegida e pela sua extensão, considerando as características regionais, a Reserva Biológica Municipal Poço D'Anta tem um papel importante em abrigar populações de aves que vem enfrentando persistentes efeitos antropogênicos na região. A avifauna local está sujeita a impactos tais como atropelamentos, invasões de espécies exóticas e a caça, embora já existam propostas de medidas mitigadoras no plano de manejo da área. Ressalta-se o caráter de urgência em relação à implantação destas medidas a fim de minimizar os impactos sofridos pela avifauna.


Author(s):  
Roberto Malheiros

RESUMO: Neste trabalho são revelados alguns acontecimentos de ordem evolutiva, que prestaram um importante papel na formação e delineamento do quadro atual da fauna e da flora dos cerrados, partindo do intercâmbio faunístico ocorrido entre as Américas do Sul e do Norte. Está demonstrada a configuração atual do cerrado dentro das paisagens brasileiras e a influência dos paleoclimas e paleoambientes no avanço e recuo da flora e da fauna dessa região. O bioma cerrado é um espaço territorial marcadamente planáltico em sua área “core”, e reconhecido como um dos mais ricos do mundo em biodiversidade, constituído por diversos ecossistemas, distribuído principalmente pelo planalto central brasileiro, abrangendo os Estados de Goiás, Tocantins, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Distrito Federal, Mato Grosso, sul do Piauí, e Maranhão, oeste da Bahia, parte de São Paulo e Rondônia. Há outras áreas de cerrado, chamadas periféricas ou ecótonos, que são transições com os biomas Amazônicos, Mata Atlântica e Caatinga. A região também é marcada pelo aspecto hidrográfico, pois armazena água doce em importantes aquíferos e é responsável pela perenização de grande parte das bacias brasileiras. O entendimento sobre os aspectos ambientais do cerrado exige uma análise integrada entre os elementos da fauna, flora e o espaço geográfico, como eles se relacionam com os demais componentes da natureza, principalmente os aspectos climáticos, que estabelecem uma sazonalidade na região. Acredita-se que, a grande biodiversidade do cerrado, está vinculada a diversidade de ambientes. Esta correlação permite nos vislumbrar o ambiente na sua totalidade, o que facilita o estabelecimento adequado de políticas ambientais para o bioma do cerrado. Com o passar dos anos e por influência do clima, a vida na região encontrou formas de adaptação que garantiram a sobrevivência de diversas espécies, entre elas o homem. Este convívio entre os elementos da natureza e fatores climáticos contribuíram para o endemismo florístico, mas também para composição do quadro faunístico regional e brasileiro.


Rodriguésia ◽  
2019 ◽  
Vol 70 ◽  
Author(s):  
Laís Couto Zeferino ◽  
Rubens Teixeira de Queiroz ◽  
Juliana Gastaldello Rando ◽  
Matheus Martins T. Cota ◽  
Isabella Fernandes Fantini ◽  
...  

Resumo O gênero Chamaecrista possui distribuição pantropical e está bem representado na flora brasileira, principalmente em campos rupestres e matas ciliares. No Brasil são encontradas 256 espécies, sendo que 149 delas aparecem somente em Minas Gerais, o que corresponde mais da metade da diversidade do gênero no país. A área selecionada para o estudo, o Parque Estadual do Rio Preto (PERP), pertence à Cadeia do Espinhaço. A vegetação é composta principalmente por fitofisionomias de Cerrado e Campo rupestre existindo também áreas de matas ciliares e de galerias. O estudo em questão teve como objetivo realizar o levantamento florístico e um estudo taxonômico de Chamaecrista no PERP, abrangendo chave de identificação das espécies e descrições taxonômicas das mesmas. As coletas foram realizadas dentro de um período de dois anos, por meio de caminhadas assistemáticas. O material coletado foi identificado e depositado na coleção do Herbário OUPR. Foram coletados e descritos 19 táxons que compreendem às seções Absus, Chamaecrista e Xerocalyx.


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