scholarly journals Cosmopoéticas da descolonização e do comum: inversão do olhar, retorno às origens e formas de relação com a terra nos cinemas africanos

Author(s):  
Marcelo R. S. Ribeiro
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Com base na hipótese de que a emergência histórica dos cinemas africanos e sua contemporaneidade são indissociáveis de uma reivindicação do direito de olhar, de narrar e de imaginar o mundo, este artigo busca estabelecer um quadro conceitual para uma história das formas de imaginação do comum nos cinemas africanos. Nessa história ainda a escrever, que pertence ao programa de pesquisa mais amplo de criação de um atlas de cosmopoéticas, é preciso reconhecer o sentido inaugural do gesto de inversão do olhar colonial, no contexto da emergência dos cinemas africanos entre as décadas de 1950 e 1960, e do retorno inventivo às origens, que torna possível a participação do cinema nos processos históricos que caracterizam a condição pós-colonial, nas décadas seguintes (consolidação de Estados nacionais, aspirações pan-africanistas, Négritude, internacionalismo revolucionário, cosmopolíticas do capital e dos direitos humanos, afropolitismo etc.). Dessa forma, é possível reconhecer a tarefa estética e política da descolonização como horizonte cosmopoético inaugural dos cinemas africanos, entre a inversão do olhar colonial e o retorno inventivo às origens, nos filmes Afrique sur Seine (Mamadou Sarr, Paulin Vieyra, 1955), Soleil Ô (Med Hondo, 1967) e Touki Bouki (Djibril Diop Mambéty, 1973). Em filmes mais recentes, como La vie sur terre (Abderrahmane Sissako, 1998), Terra sonâmbula (Teresa Prata, 2007) e Pumzi (Wanuri Kahiu, 2009), torna-se evidente uma tendência de deslocamento da cosmopoética da descolonização à cosmopoética do comum, associada ao tema da relação com a terra, em sua polissemia: terra pátria, terra natal, desterro, exílio, terra devastada.

2003 ◽  
Vol 46 (2) ◽  
pp. 154 ◽  
Author(s):  
Sheila Petty ◽  
Sada Niang
Keyword(s):  

2020 ◽  
pp. 211-242
Author(s):  
William V. Costanzo

The rich oral traditions of storytelling in Black Africa have evolved into cinematic forms, adapting social satire and political humor to the realities of modern life. After a brief history of the region and its early encounters with the medium of motion pictures, this chapter introduces concepts like négritude, the griot storyteller, pan-Africanism, and Afropolitanism to explain how African beliefs and sub-Saharan cinema differ from others in the world and how African filmmakers like Ousmane Sembène and Djibril Diop Mambéty, Jean-Pierre Bekolo and Adama Drabo, Henri Duparc and Benoît Lamy, Flores Gomes and Fanta Régina Nacro have fashioned a cinema that reflects the way Africans see themselves and their place in the world.


2004 ◽  
Vol 170 (2) ◽  
pp. 109 ◽  
Author(s):  
Amadou Elimane Kane
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