Um experimento com sons saturninos através do Design Editorial

Em 1977, a Nasa lançou as sondas Voyager 1 e 2 em direção aos quatro planetas gasosos do nosso Sistema Solar com a missão de estudar os confins do Universo. Junto aos motores, processadores, antenas e máquinas fotográficas, elas ainda transportam o Disco de Ouro, contendo informações sobre o planeta Terra, caso alguém cruze seu caminho e tenha interesse em ouvir umas das sinfonias de Bath ou cantos de pássaros. Durante a viagem, elas captam ondas eletromagnéticas espaciais sobre os corpos celestes e enviam aos cientistas para serem estudados. Por vezes alguns desses dados são transformados em áudios para que também possamos escutar os sons do Universo. Ao fazer essa transição tornando os dados inteligíveis, os cientistas não apenas estão criando música, mas também possibilitando estudos que possam aprofundar os conhecimentos sobre os planetas. Sendo assim, ao transformar dados de um meio ao outro tornando capaz sua apreensão, os cientistas estariam “materializando” essas informações. Diante disso, este artigo apresenta um recorte do trabalho de conclusão de curso [Título omitido para revisão cega] do bacharelado em Design Gráfico da Universidade Federal de Pelotas. O projeto propõe desenvolver um livro experimental intitulado Voyager Sounds que possui como composição os áudios criados pela Nasa a partir de dados obtidos pelas sondas Voyager 1 e Voyager 2 em 1977 do planeta Saturno. Com o auxílio da tecnologia, utilizando a técnica de databending, os áudios foram recodificados e transformados em linguagem visual, explorando as diversas áreas de percepção de sentidos e estabelecendo relações de remediação entre os meios visual e sonoro.