scholarly journals A trombose venosa profunda pós-COVID-19 e seu manejo farmacológico

2022 ◽  
Vol 11 (1) ◽  
pp. e12311124991
Author(s):  
Clara Maria Muguet ◽  
Karoline Guimarães ◽  
Lilian Bastos ◽  
Marcela Baroni ◽  
Marcela Curty ◽  
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A infecção causada pelo coronavírus SARS-CoV-2 apresenta casos clínicos que variam de assintomáticos para graves. Mesmo nos casos mais brandos, podem ser observadas sequelas relacionadas a um estado hipercoagulável associado à COVID-19, com a prevalência aumentada de Tromboembolismo Venoso (TEV). A ocorrência de TEV é maior principalmente em pacientes internados em unidades de terapia intensiva e requer terapia de anticoagulação, no entanto, a trombogênse pós-COVID também pode ocorrer numa fase mais tardia, na ausência de carga viral. Os mecanismos pró-trombóticos relacionados ao SARS-CoV-2 apresentam divergências no que se refere ao uso de medicamentos antiplaquetários e anticoagulantes em pacientes com suspeita ou confirmação de COVID-19. A farmacologia e a aplicabilidade clínica dos fármacos anticoagulantes como as heparinas e os anticoagulantes orais, serão descritas neste estudo. Este estudo é um estudo exploratório com o objetivo de abordar as questões relacionadas ao tratamento farmacológico e os mecanismos de ação dos fármacos até então recomendados para o tratamento e profilaxia dos eventos trombóticos em pacientes acometidos pela COVID-19.

Author(s):  
Juliano Kernitskei ◽  
Kátia Cilene Godinho Bertoncello ◽  
Stefhanie Conceição de Jesus

Objetivo: Avaliar a prevalência dos fatores de risco e medidas de prevenção para trombose venosa profunda de pacientes cirúrgicos em Unidade de Terapia Intensiva. Métodos: Estudo transversal, conduzido em 2019, com utilização da escala de Caprini para classificação de cada paciente quanto ao risco para trombose venosa profunda, e análise das intervenções adotadas. Resultados: Foram avaliados 68 pacientes. Os fatores de risco mais prevalentes foram procedimento cirúrgico de grande porte (96%) e restrição ao leito (90%). O risco para tromboembolismo venoso foi alto (62/91%), moderado (5/7%) e baixo (1/2%). A mobilização de membros foi aplicada a todos os pacientes, deambulação precoce foi realizada em 62%, e 56% foram submetidos à profilaxia medicamentosa. Conclusão: A alta prevalência dos fatores de risco para trombose venosa profunda em pacientes cirúrgicos e a baixa aplicabilidade de medidas preventivas demonstram a importância da implementação de programas de educação continuada e medidas de monitoramento desses eventos.


2006 ◽  
Vol 5 (2) ◽  
pp. 131-138 ◽  
Author(s):  
Rafael de Melo Franco ◽  
Victor Simezo ◽  
Rafael Rodrigo Bortoleti ◽  
Elias Lobo Braga ◽  
Ana Rita Abrão ◽  
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OBJETIVO: Verificar se a profilaxia da trombose venosa profunda está sendo utilizada de maneira correta e rotineira em um hospital de ensino. MÉTODOS E CASUÍSTICA: Foi realizado um estudo transversal de pacientes internados em sete setores (enfermarias) do Conjunto Hospitalar de Sorocaba (Hospital de Ensino), no período de agosto de 2004 a agosto de 2005. Para estratificação do risco de trombose venosa profunda de cada paciente, foram pesquisados fatores clínicos e cirúrgicos, segundo o protocolo preconizado pela Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular. No período estudado, foram analisados 216 prontuários, dos quais 30 eram da cirurgia abdominal, 30 da cirurgia vascular, 30 da urologia, 31 da clínica médica, 31 da unidade de terapia intensiva, 31 da ortopedia e 33 da ginecologia/obstetrícia. RESULTADOS: Do total de pacientes, foi efetuada profilaxia para trombose venosa profunda em 57 (26%), sendo que, em 51 (89%), a execução foi de maneira correta e, em 6 (11%), não-preconizada. O método profilático mais utilizado foi o medicamentoso; 49 de 57 pacientes fizeram uso de heparina de baixo peso molecular. Também foi verificada a utilização de meias elásticas em cinco pacientes e deambulação precoce em sete. Já a compressão pneumática intermitente não foi utilizada em nenhum deles. CONCLUSÃO: De acordo com os resultados e com base no protocolo, concluiu-se que, no período da pesquisa, a profilaxia para trombose venosa profunda, no Conjunto Hospitalar de Sorocaba, foi executada rotineiramente e de forma adequada em apenas 23,6% (51 do total de 216 pacientes).


Author(s):  
Eduesley Santana Santos ◽  
Luciana Soares Costa Santos ◽  
Eldma De Jesus Fonseca Pereira ◽  
Ingrid Isabel Matunaga ◽  
Juliana De Lima Lopes ◽  
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O tromboembolismo venoso (TEV) em seu espectro patoló- gico inclui trombose venosa profunda, trombose associada ao uso de cateteres venosos e o tromboembolismo pulmonar (TEP), a forma mais grave. Pode ser assintomático e apresentar alto índice de mortalidade. Objetivo: avaliar a incidência de tromboembolismo venoso nos pacientes clínicos internados em um hospital especializado em Cardiopneumologia. Trata-se de um estudo transversal e retrospectivo, em que foram avaliadas informações dos pacientes a partir de um banco de dados existente derivadas de um coorte, realizado em um hospital escola especializado em Cardiopneumologia, de alta complexidade, na cidade de São Paulo, com pacientes adultos, internados em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) e Unidades de Internação (UI). Foram selecionados 120 pacientes, divididos em dois grupos: pacientes que não desenvolveram tromboembolismo venoso (grupo não TEV) e pacientes que desenvolveram tromboembolismo venoso (grupo TEV). A incidência de TEV foi de 5,8%; a maioria, em ambos os grupos, apresentava algum fator de risco para tromboembolismo venoso (94,2% no grupo não TEV e 100% no grupo TEV), entretanto, o fator de risco de maior significância foi atribuído aos pacientes que necessitavam de terapia renal substitutiva (TRS) (p=0,027). Não houve diferença entre os grupos com relação ao tipo de unidade onde os pacientes foram avaliados, na UI (60 vs. 71,4%), na UTI clínica (17,5 vs. 14,3%), na UCO (15,8 vs. 14,3%) e UTI cirúrgica (1,7 vs. 0) p=0,964. A mortalidade foi 4,1% contra 33,3%, respectivamente nos grupos sem TEV e com TEV (p=1,000). A mortalidade foi pequena nos dois grupos estudados, no período de internação. O estudo conclui que os pacientes submetidos à cirurgia cardiopulmonar apresentaram baixa incidência de TEV provavelmente devido ao emprego indireto da tromboprofilaxia, farmacológica e/ ou mecânica, todavia há necessidade de novos estudos para avaliar os critérios e métodos diagnósticos, bem como a profilaxia utilizada. Descritores: Tromboembolia venosa, Incidência, Pacientes internados, Hospitalização, Fatores de Risco.


2021 ◽  
Vol 95 (34) ◽  
Author(s):  
Tahissa Frota Cavalcante ◽  
Cristefânia Meirú de Lima ◽  
José Erivelton de Souza Maciel Ferreira ◽  
Osmar Rodrigues Paixão Neto ◽  
Rafaella Pessoa Moreira ◽  
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Objetivo: apresentar o conhecimento produzido sobre eventos trombóticos e sua relação com a infecção pela SARS-CoV-2. Método: estudo do tipo revisão integrativa da literatura, realizado nos meses de maio e junho de 2020, em quatro bases de dados/bibliotecas virtuais/portais e buscadores acadêmicos, com as seguintes palavras-chave: coronavírus, SARS and thrombus (Pubmed, Cochrane and Science Direct) e Vírus da SARS and Transtornos da Coagulação Sanguínea (Biblioteca Virtual da Saúde). Após a busca, foram encontrados 263 estudos e com o emprego dos critérios de inclusão e exclusão restaram 59 trabalhos. Resultados: os trabalhos mostraram que as chances de ocorrência de eventos trombóticos aumentam em pessoas mais idosas e com comorbidades. Além disso, os eventos trombóticos mais prevalentes nos pacientes acometidos pela doença foram trombose pulmonar microvascular, tromboembolismo venoso de membros inferiores, síndrome coronariana aguda e acidente vascular cerebral. A avaliação e acompanhamento de pacientes, principalmente os internados em Unidade de Terapia Intensiva, no tocante ao seu estado inflamatório e os seus marcadores de hipercoagulabilidade são importantes para a detecção precoce e tomada de decisão para a administração de terapias anticoagulantes. A enfermagem é primordial para o acompanhamento e monitoramento desses pacientes. Considerações finais: embora a incidência dos eventos trombóticos em pessoas com COVID-19 em âmbito mundial já esteja melhor descrita na literatura, ainda é necessário que se produzam mais estudos clínicos e epidemiológicos para melhor explicar essa relação; é importante ainda para que se possa determinar se de fato essa doença pode ser classificada como pertencente ao grupo de doenças vasculares.


Author(s):  
Fernanda Loureiro de Andrade Orsi ◽  
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João Carlos Campos Guerra ◽  
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O estado de hipercoagulabilidade da Covid-19, chamado de coagulopatia associada à Covid-19 (CAC), é um distúrbio da coagulação distinto da coagulação intravascular disseminada. Na Covid-19 observa-se a ativação da coagulação via resposta imunológica (imunotrombose) combinada com outros mecanismos pró-trombóticos, como estímulo ou lesão endotelial, ativação plaquetária, aumento da geração de trombina sem aumento do consumo de fatores de coagulação, hipofibrinólise resultante da ativação de mecanismos inibitórios e, em alguns casos, produção de anticorpos antifosfolípides. O conjunto de alte-rações fisiopatológicas da CAC é responsável pelo risco trombótico observado na Covid-19 e está associado à maior mortalidade da doença. Evidências clínicas sugerem que o risco de tromboembolismo venoso em pacientes com Covid-19 é alto, aparentemente maior do que o de outros pacientes clínicos. A proporção estimada de pacientes hospitalizados com Covid-19 que terão TEV varia de 23% a 31%, sendo maior entre pacientes críticos hospita-lizados em unidades de terapia intensiva (UTI). A profilaxia antitrombótica intra-hospitalar é indicada para todos os pacientes hospitalizados por Covid-19; com exceção dos que têm alguma contraindicação para esse tratamento ou os que já fazem uso de terapia anticoa-gulante. O fármaco de escolha para a profilaxia é heparina de baixo peso molecular, em doses profiláticas ajustadas para o peso e função renal do paciente. Doses terapêuticas de heparina de baixo peso molecular são indicadas, preferencialmente, nos casos em que há confirmação de eventos trombóticos. Após a alta hospitalar, pacientes de alto risco devem ser avaliados quanto à manutenção da profilaxia por tempo estendido.


2020 ◽  
Vol 19 ◽  
Author(s):  
Ana Thereza Cavalcanti Rocha ◽  
Thiago Brito Pinheiro ◽  
Paulo Roberto Sampaio Peixoto de Souza ◽  
Marcos Arêas Marques

Resumo Contexto Implementar um programa para profilaxia de tromboembolismo venoso (TEV) em hospitais é uma recomendação de diretrizes internacionais e da Agency for Healthcare Research and Quality para segurança dos pacientes. O Programa TEV Safety Zone (TEVSZ) é um modelo que sugere avaliação sistemática do risco de TEV incorporada às rotinas do hospital com participação institucional e multidisciplinar continuada. Objetivos Levantar dados de implementação de iniciativas para profilaxia em hospitais brasileiros que iniciaram o Programa TEVSZ. Métodos Envio de questionário por correio eletrônico aos responsáveis pelos programas TEVSZ em hospitais visitados até julho de 2016. Resultados Dos 132 convites enviados, foram obtidas 68 respostas, sendo 50 (73,5%) completas. Em 61,5% dos hospitais participantes havia entre 100 e 250 leitos, e 65,4% tinham mais de 20 leitos de terapia intensiva; 61,5% referiam ter acreditação hospitalar, 86,3% tinham comissão de profilaxia de TEV e 58% tinham prontuários eletrônicos. As avaliações de risco de TEV pela diretriz brasileira, escores de Pádua ou Caprini eram feitas no prontuário eletrônico em 56,9% e como passo obrigatório em 45,1% dos casos. Em apenas 25% dos hospitais, a reavaliação do risco de TEV era solicitada antes da alta, e foram citadas várias barreiras no processo de implementação do TEVSZ. Conclusões O estudo mostra um panorama da implementação do TEVSZ em hospitais brasileiros. As avaliações sistemáticas de risco ainda não ocorrem na maioria dos pacientes. O reconhecimento de diversas barreiras no processo pode levar a novas estratégias para a adequação da profilaxia e segurança dos pacientes hospitalizados.


2019 ◽  
Vol 90 (28) ◽  
Author(s):  
Guilherme Malaquias da Silva ◽  
Verusca Soares de Souza ◽  
Daniele Lopes ◽  
João Lucas Campos de Oliveira ◽  
Luciana Magnani Fernandes ◽  
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Objetivo: identificar a adesão a práticas de prevenção de Pneumonia Associada à Ventilação Mecânica (PAV) em Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Método: estudo transversal, descritivo, de abordagem quantitativa. Foi realizado em UTI de hospital universitário público do Paraná. A adesão às práticas de prevenção da PAV foi extraída de prontuários e observação direta dos pacientes, por meio de lista de verificação dicotômica embasada nas principais ações preventivas recomendadas pela literatura. Aos dados tabulados, procedeu-se análise estatística descritiva. Resultados: As práticas mais aderidas para a prevenção de PAV foram: manutenção da cabeceira elevada 30-45º (n=79; 100%) e controle da pressão de cuff (72; 91,1%). Houve 32 (40,5%) prontuários sem registros de higiene oral realizada. Entre as práticas não aderidas, destaca-se a não interrupção (n=64; 81%) da sedação. Ademais, cuidados de profilaxia de tromboembolismo venoso e úlcera péptica não foram realizados. Conclusão: a adesão às práticas de prevenção da PAV tem ênfase em ações de teor rotineiro.


2018 ◽  
Vol 1 (1) ◽  
pp. 138-161
Author(s):  
Fernando Amorim Cunha ◽  
Acácia Felícia de Sousa Oliveira
Keyword(s):  

2019 ◽  
Vol 18 (1) ◽  
pp. 12
Author(s):  
Manuella Fernanda De Souza ◽  
Jéssica Caxias Bento ◽  
Clarice Santana Milagres

A morte encefálica (ME) representa a ausência de funcionamento cerebral, no qual há inexistência de atividade elétrica na região do encéfalo e o paciente somente consegue sobreviver devido a meios artificiais, permanecendo com a função cardiorrespiratória intacta temporariamente. O enfermeiro tem importante papel na identificação, notificação e captação de órgãos de pacientes com este diagnóstico, atuando na comunicação com a família para que eles possam decidir sobre aceitar ou recusar a doação de órgãos. Objetivo: Verificar a percepção dos enfermeiros intensivistas diante da morte encefálica e da doação de órgãos. Métodos: Pesquisa qualitativa convergente assistencial, realizada em um hospital público no interior do Estado de São Paulo. Foram selecionados enfermeiros intensivistas que atuam neste setor de Unidade de Terapia Intensiva adulto. Para a pesquisa, foi realizada uma entrevista com questões norteadoras discursivas, e, posteriormente, utilizou-se a análise de conteúdo de Bardin. Nesta proposta, a categorização foi utilizada e empregada a representatividade. Resultados: Da análise das transcrições das entrevistas obtidas emergiram três categorias temáticas: percepção dos enfermeiros para lidar com a morte; preparo do enfermeiro intensivista sobre a morte e seus critérios de definição; e processo de trabalho do enfermeiro na efetividade do processo de doação de órgãos para transplante. Conclusão: O presente estudo proporcionou a percepção do enfermeiro intensivista diante da morte encefálica e da doação de órgãos. O processo de trabalho deste profissional consta, entre diversas atividades, realizar uma assistência de qualidade ao indivíduo em ME, reconhecer os sinais e sintomas da ME, realizar os cuidados ao corpo e, por fim abordar os familiares de forma empática e humana, assim como orientá-los, sobre a doação de órgãos. Diante desta última ação, o êxito de um futuro transplante pode ser possível.Palavras-chave: morte encefálica, transplantes, unidades de terapia intensiva.  


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