Perfil de diversidade florística e padrão espacial de espécies arbóreas em florestas com ocorrência de bambu na Amazônia

No Acre encontra-se a maior reserva de bambu nativo do mundo, todavia esses ambientes ainda são poucos estudados. Logo, conhecer sua florística e estrutura é fator chave para o manejo e conservação desses ecossistemas. Assim, objetivou-se neste trabalho avaliar se o bambu afeta a diversidade e a estrutura espacial de espécies florestais nativas. Para obtenção dos dados realizou-se um inventário em áreas de Floresta Aberta com Palmeira e Bambu (FAPB) e Floresta Aberta com Palmeira (FAP), localizadas no Acre. Dos dados oriundos do inventário realizou-se a análise de cluster a fim de verificar a similaridade entre as áreas. Para comparar a diversidade florística foram avaliados o perfil de diversidade e o índice de Shannon. Já a estrutura espacial das espécies foi verificada pelo índice de Morisita. Os resultados apontaram maior diversidade florística para PAPB (H’ = 3,83 e J = 0,87) em relação a FAP (H’ = 3,55 e J = 0,78), com diferença significativa ao nível de 5% de significância. A similaridade entre as áreas FAPB e FAP foi considerada baixa, apenas 28% das espécies são comuns as duas áreas. E quanto a estrutura espacial, as espécies apresentaram padrão de distribuição semelhante (agregado) tanto na FAPB quanto na FAP. Desta forma, concluiu-se que o bambu não afetou a diversidade florística, tão pouco a estrutura espacial das espécies, isto porque a ocorrência do bambu pode estar relacionada a existência das espécies.