scholarly journals Subjetividades na Constituição de Redes de Resistência entre Professoras Egressas do Curso de Especialização em Gênero e Diversidade na Escola em Santa Catarina

2020 ◽  
Vol 6 (1) ◽  
pp. 207
Author(s):  
Leonardo De Miranda Ramos ◽  
Miriam Pillar Grossi

<p><span>A especialização em Gênero e Diversidade na Escola - GDE foi uma política pública dos governos da Frente Popular (2002-2016) voltada à prevenção de violências e ao exercício de uma sociabilidade baseada no combate a hierarquias de gênero e no respeito à diversidade, com ênfase específica nos espaços escolares, na prevenção a violências contra as mulheres e nas diversidades étnico-raciais e de gênero. No presente artigo, analisamos os impactos da terceira edição do curso na UFSC (2015-2017) nas trajetórias profissionais e pessoais de egressas e egressos. A pesquisa faz parte da dissertação de mestrado intitulada “O GDE mudou a minha vida”, defendida em 2020. Realizada através de diversas metodologias de pesquisa (entrevistas, levantamento de dados de arquivos, grupos focais, levantamento de suas produções ao fim do curso) e de análise (redes sociais, redes semânticas, temas dos TCCs) e partindo de pressupostos da teoria antropológica, com ênfase nos conceitos de subjetividade e redes sociais, buscamos refletir sobre as apropriações e interpretações que foram feitas pelas cursistas a respeito dos conceitos trabalhados no curso e em suas vidas profissionais e pessoais. Identificamos que houve um impacto significativo em suas práticas profissionais e em situações de violência com as quais se deparam em sala de aula e no ambiente escolar, viabilizando ações bem-sucedidas na solução desses conflitos e no encaminhamento de situações de violência e abuso identificadas no ambiente escolar.</span></p>

2014 ◽  
Vol 48 (4) ◽  
pp. 939-960 ◽  
Author(s):  
Luiz Ricardo de Souza ◽  
Leonardo Secchi

Este artigo utiliza o modelo de coalizões de defesa (Advocacy Coalition Framework - ACF), de Sabatier e Jenkins-Smith (1993), para analisar a prevalência da comunidade científica catarinense como ator-chave na formulação da Política Científica e Tecnológica (PCT) de Santa Catarina. A coleta de dados foi realizada a partir de relatórios e documentos oficiais das instituições, bem como de entrevistas realizadas com 10 atores do processo de formulação da PCT que ocuparam funções estratégicas no período de 1989 a 2009, assim classificados: 1) comunidade científica; 2) burocratas; 3) designados politicamente; 4) empresários; 5) políticos. A análise dos dados teve como conceitos sensíveis aqueles presentes no modelo de coalizões de defesa: a) o papel dos atores; b) sistemas de convicções e recursos; c) trajetórias da política pública; d) características da política pública; e) conteúdo da política pública. Foram identificadas as conexões entre os atores, suas convicções, estratégias, recursos e constrangimentos. A pesquisa conclui que a comunidade científica exerce um papel de destaque na formulação da política científica e tecnológica catarinense, sendo prevalente na formulação da PCT em todo o período analisado. Em relação aos empresários, políticos e burocratas, não se identificou uma atuação destacada e contínua desses atores. Entretanto, os designados politicamente, que na maioria das vezes são recrutados no seio da comunidade científica, exerceram papel importante na formulação e na reafirmação do sistema de convicções da comunidade científica. Em relação às principais trajetórias que ajudam a explicar as mudanças da PCT catarinense no período analisado, a trajetória "aprendizagem orientada pela política pública" destaca-se perante as demais.


Author(s):  
Paulo Henrique Santos ◽  
Paulo Ricardo Schwingel

O Programa Produtor de Água no Brasil é uma iniciativa da Agência Nacional de Águas, criada com o objetivo de reduzir a erosão e o assoreamento de corpos d'água em áreas rurais. O projeto Produtor de Água, que adota a política pública de Pagamento por Serviços Ambientais, foi implementado na Bacia Hidrográfica do Rio Camboriú, Estado de Santa Catarina, em 2013. Uma meta do projeto PA é a criação de um Programa de Educação Ambiental. O presente trabalho apresenta de forma sistematizada uma proposta de Programa de Educação Ambiental para projetos de Produtores de Água. A proposta inclui reuniões com proprietários de rurais e residentes, ações educacionais, desenvolvimento e distribuição de materiais didáticos de divulgação, concursos de redação e programetes, blitz educacional e parcerias com instituições que não estejam envolvidas nos projetos Produtor de Água.


2017 ◽  
Vol 42 ◽  
Author(s):  
Dan Jacobs Pretto ◽  
Maria Paula Casagrande Marimon

Unidades de conservação (UCs) são áreas legalmente protegidas com limites definidos cuja função é a conservação da biodiversidade. Configuram-se como um instrumento de política pública na área ambiental e uma estratégia governamental de ordenamento territorial. A participação social na implementação das UCs é garantida por lei e organizada em arranjos institucionais específicos, denominados conselhos gestores. Entretanto, ainda são muitos os desafios para se alcançar a plena gestão participativa desses espaços protegidos. O objetivo do estudo que dá suporte a este artigo foi analisar a participação social desenvolvida no processo de criação e funcionamento do conselho consultivo da Reserva Biológica (REBIO) Marinha do Arvoredo, Santa Catarina. Para tanto, foram utilizadas metodologias de análise qualitativa. A coleta de dados envolveu a pesquisa bibliográfica e documental e a aplicação de entrevistas semiestruturadas com interlocutores selecionados (conselheiros e gestores). As informações documentais, sobretudo as atas das reuniões, revelaram aspectos importantes sobre o funcionamento do conselho, incluindo os assuntos tratados e a dinâmica do fórum. As entrevistas permitiram analisar o funcionamento do conselho na visão dos participantes, apontando os aspectos sobre os quais há mais ou menos convergência. A análise integrada dos dados coletados teve foco nos principais desafios ao pleno funcionamento do conselho, identificados e agrupados nos seguintes temas: falta de representatividade, baixa efetividade e falta de um entendimento claro sobre o papel do conselho. A partir desses apontamentos, são apresentadas algumas sugestões para o aperfeiçoamento desse processo participativo, entretanto, é fundamental que os integrantes do conselho assumam o papel central no debate sobre o foco dessa participação.


2014 ◽  
Vol 17 (4) ◽  
pp. 177-194 ◽  
Author(s):  
Fernando Rocha Nogueira ◽  
Vanessa Elias de Oliveira ◽  
Katia Canil

O impacto dos desastres associados a episódios pluviométricos extremos ocorridos em Santa Catarina (2008) e Rio de Janeiro (2010 e 2011) motivou importantes avanços legais e institucionais na incorporação da temática de gestão de riscos de desastres (GRD) à agenda governamental: a Lei 12608/2012 e um conjunto de ações em nível federal, que configuraram importante salto qualitativo na gestão de riscos de desastres no país. Nesse sentido, esse artigo aborda experiências no território brasileiro que exerceram papel importante na construção de um marco nacional da política pública de gestão de riscos, destacando os trabalhos na região do Grande ABC (SP), envolvendo sete municípios: Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, Diadema, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, e que são realizados por meio de uma articulação regional que foge à regra no Brasil, buscando atuar de forma cooperada na gestão de riscos.


2020 ◽  
Vol 8 (1) ◽  
pp. 09-30
Author(s):  
Valdeci Reis

Estudo etnográfico desenvolvido no âmbito do doutoramento em Educação, cujo objetivo é analisar as sociabilidades de jovens integrantes do movimento hip-hop na capital do Estado de Santa Catarina. É na juventude que as sociabilidades se ampliam para além da família e da escola. Ao vivenciarem novas interações praticando Skate na praça do bairro, duelando freestyles nas Batalhas de Rap, discutindo suas poesias com outros internautas, via aplicativos digitais, os sujeitos observados nesta pesquisa constroem processos de resistência, denunciando a ausência de uma política pública efetiva para a juventude – que vá além das prescrições legislativas –, ou seja, que de fato se materialize em ações concretas nas suas vidas. Os dados etnográficos trazem à tona cenas de jovens oriundos das ‘quebradas’ da Ilha de Santa Catarina em processos criativos de afirmação que, através do ritmo e poesia, refletem sobre a sua condição juvenil na sociedade, os preconceitos que partem da população aos territórios periféricos da cidade, bem como a violência policial protagonizada pelo Estado.


2015 ◽  
Vol 19 (53) ◽  
pp. 105 ◽  
Author(s):  
Andréia Tecchio ◽  
Catia Grisa ◽  
Luiza Zitzke Oliveira ◽  
Ademir Antonio Cazella

<p>En este artículo se analizan las configuraciones y dinámicas de los actores del <em>Território Meio Oeste Contestado</em> ubicado en el estado de Santa Catarina, Brasil. Este territorio fue constituido a partir de 2003, después de la implementación de la política de desarrollo territorial por el Gobierno de Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010). Se investiga cómo las relaciones sociales y políticas fueron establecidas y administradas en el <em>Território</em>; qué actores e intereses estaban en disputa y cómo fueron contemplados; qué ideas e interpretaciones estaban en juego; y qué reglas y normas fueron construidas territorialmente para la negociación y concertación social de los actores. De manera general, se observó que las ideas que los actores territoriales poseen en relación con la política pública de desarrollo territorial difieren de aquellas idealizadas por el Gobierno federal; el principal interés de los actores que participan del <em>Território</em> es recolectar recursos financieros para las organizaciones y municipios que representan; y las frágiles institucionalidades territoriales construidas.</p>


2016 ◽  
Vol 29 (2) ◽  
pp. 1
Author(s):  
Sheila Kocourek

Na segunda edição de 2016, a Revista Sociais e Humanas [RSH] do Centro de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Federal de Santa Maria conta com 10 artigos, contribuições oriundas de Rondônia, São Paulo, Goiás, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. As temáticas versam sobre as seguintes áreas da RSH: Psicologia, Políticas Públicas, História, Cultura Regional, Administração, Educação, Arquivologia, Gestão de Turismo, Política Pública em Saúde.


2015 ◽  
Vol 28 (3) ◽  
pp. 305-317 ◽  
Author(s):  
Patrícia Maria de Oliveira Machado ◽  
Bethsáida de Abreu Soares Schmitz ◽  
Arlete Catarina Tittoni Corso ◽  
Gilberto Veras Caldeira ◽  
Francisco de Assis Guedes de Vasconcelos

OBJETIVO: Identificar no discurso dos conselheiros de alimentação escolar a compreensão sobre as funções, os limites e os avanços da atuação dos Conselhos de Alimentação Escolar. MÉTODOS: Trata-se de um estudo qualitativo que utilizou entrevistas com roteiro semiestruturado baseadas na técnica de Grupos Focais em nove Conselhos de Alimentação Escolar do estado de Santa Catarina, sendo oito conselhos municipais e um estadual. As falas dos conselheiros foram gravadas, posteriormente transcritas e analisadas a partir do método do Discurso do Sujeito Coletivo. RESULTADOS: Foram construídos cinco discursos, agrupados segundo as ideias centrais emergentes. Destacam-se os avanços conquistados pela atuação dos Conselhos de Alimentação Escolar e a capacidade limitada de intervenção na gestão da alimentação escolar. Os achados corroboram a literatura no que se refere ao excesso de burocracia para atuação dos conselhos, à compreensão dos conselheiros sobre os espaços democráticos institucionalizados como de controle social e à falta de comprometimento e representatividade dos membros envolvidos. CONCLUSÃO: Entre os temas analisados, ressaltam-se a compreensão do papel de fiscalização do Conselho de Alimentação Escolar, o conceito de controle social que envolve a participação no Programa Nacional de Alimentação Escolar, e a compreensão desse programa como uma política de Segurança Alimentar e Nutricional. Verifica-se a necessidade de continuidade da formação e qualificação de conselheiros e de estímulo à participação democrática que vise a uma maior representação social. Dessa forma, contribui-se para o resgate da capacidade dos conselhos de intervirem na execução da política pública.


2021 ◽  
Vol 39 (1) ◽  
pp. 63-73
Author(s):  
Jéssica Ferreira ◽  
Daniela Savi Geremia ◽  
Fabiano Geremia ◽  
Ianka Cristina Celuppi ◽  
Larrisa Hermes Thomas Tombini ◽  
...  

Objetivo: avaliar a qualidade dos serviços da Estratégia Saúde da Família (ESF) por meio das dimensões de estrutura, processo e resultado e suasrelações com atributos essenciais da Atenção Primária à Saúde (APS). Materiais e método: pesquisa quantitativa com desenho transversal. A amostra foi intencional, estratificada e proporcional. Foram entrevistados 95 profissionais, 48 enfermeiros e 47 médicos da equipe saúde da família, além de 203 usuários de todas as 26 unidades do município de Chapecó, Santa Catarina, Brasil. O instrumento de coleta de dados foi fundamentado no modelo teórico de Avedis Donabe-dian. Utilizou-se análise estatística inferencial e regressão linear múltipla na análise de dados primários. Resultados: a qualidade da ESF no município de Chapecó é determinada pela dimensão estrutural por meio do número de equipes de saúde por habi-tante, pelo acesso, pela localização da unidade de saúde no território e pela disponibilidade de medicamentos. Na dimensão do processo de trabalho, são analisados o vínculo e a integralidade, a efetividade das visitas domiciliares e as iniciativas de apoio institucional para os processos de avaliação.Na dimensão de resultado, as formas de agendamento das consultas, a agilidade do atendimento e o vínculo terapêutico foram aspectos responsáveis pela satisfação dos usuários. Conclusões: a qualidade da ESF, medida pela matriz analítica das dimensões de estrutura, processo e resultado, está relacionada significativamente com os atributos essenciais da APS. Esses atributos podem fortalecer a ESF como política pública de saúde.


Sign in / Sign up

Export Citation Format

Share Document