Este artigo aborda um período bastante peculiar na história de Angola. Destacamos que com a eclosão da guerra de libertação, em 1961, o governo português adotou uma série de medidas que objetivavam dirimir as inúmeras críticas internacionais que havia sofrendo e, ao mesmo tempo, enfraquecer a propagação dos movimentos de libertação em suas respectivas colônias. Assinalamos que, naquele período, pressupostos conceituais e ideológicos do lusotropicalismo forneceram a base teórica para várias ações coordenadas pelas autoridades coloniais. Nessa ótica, e objetivando controlar o tempo livre da população negra e mestiça de Angola, ganha projeção a chamada ação psicossocial, empreendimento que pretendia colocar em prática várias ações, entre elas, promover uma agenda cultural e de entretenimento para os que habitavam, principalmente, a capital, Luanda.