Neste artigo, dedicamo-nos a refletir sobre a inflexão pedagógica decolonial do discurso zapatista, trazendo à discussão o papel simultaneamente político e educacional que a apropriação de um texto narrativo literário indicia nesse contexto de militância. Para tanto, analisamos o comunicado do Exército Zapatista de Libertação Nacional (EZLN) – movimento de resistência indígena mexicano – intitulado La historia de los colores, escrito pelo Subcomandante Marcos. Para a elaboração do dispositivo teórico-analítico deste trabalho, articulamos, de maneira transdisciplinar, a perspectiva dos estudos discursivos (ORLANDI, 2001; FOUCAULT, 1988), as indagações advindas das ciências sociais a respeito das epistemologias do Sul (SANTOS, 2018) e o debate relacionado à pedagogia decolonial (WALSH, 2013; CANDAU, 2010).