Revista Perspectiva Filosófica - ISSN: 2357-9986
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Published By Universidade Federal De Pernambuco

2357-9986, 0104-6454

2021 ◽  
Vol 48 (2) ◽  
pp. 93
Author(s):  
Cristina Amaro Viana Meireles
Keyword(s):  

Nesse texto, exploraremos a confluência de dois importantes filósofos franceses contemporâneos a respeito do problema da liberdade individual. Trata-se de Jean Nabert (1881-1960) e Paul Ricoeur (1913-2005), que serão lidos em seus textos de juventude: L’Expérience intérieure de la liberté (1924) e Éléments pour une Éthique (1943), no caso de Nabert ; Philosophie de la volonté 1: Le volontaire et l’involontaire (1950), no caso de Ricoeur. Nessas obras, ambos os filósofos nos legam a tarefa de recusar toda conceituação da vontade humana que a entenda como sendo constituída por fases, por momentos pontuais; em vez disso, eles a concebem em seu dinamismo próprio, seu ritmo de existência, no qual a decisão é apenas o ponto de chegada. É nesse ritmo de existência que o homem livre, ao constituir motivos para agir e criar valores para pautar suas ações, termina por criar a si mesmo.


2021 ◽  
Vol 48 (2) ◽  
pp. 1
Author(s):  
Gislene Vale Dos Santos

Objetivo apontar possibilidades de pensar uma filosofia que inclui o debate acerca do papel e das capacidades da mulher na Grécia Antiga, a partir de um dos fragmentos atribuído a Fíntis de Esparta, em uma possível obra escrita por ela, a qual, segundo Estobeu, leva o título de Sobre a moderação da mulher. Para isso, mobilizo alguns possíveis temas de pesquisa a partir da apresentação do fragmento. Importa destacar que esta pesquisa está em fase inicial, por isso este texto não traz conclusões; apresenta, contudo, questões que poderão se desenvolver em trabalhos futuros.


2021 ◽  
Vol 48 (2) ◽  
pp. 239
Author(s):  
Tânia Aparecida Kuhnen

Este artigo busca incrementar as discussões sobre igualdade de direitos a partir da configuração de grupos sociais subalternizados nas sociedades, com destaque para as mulheres e os intercruzamentos entre os sistemas de opressão que as afetam. Mesmo em sociedades democráticas, indivíduos pertencentes a grupos sociais oprimidos têm suas vidas precarizadas de maneira estrutural por estarem submetidos a formas de exploração e dominação. As abordagens ecofeministas, por recorrerem à interseccionalidade para compreender o funcionamento da lógica da dominação, e o pensamento descolonial, que reflete sobre as condições existenciais de sujeitos situados no Sul Global a partir do sistema moderno colonial, auxiliam no aprofundamento da compreensão dos limites da estratégia de direitos para suplantar os sistemas de opressão.  Reivindica-se a necessidade de uma reconfiguração social a partir do reconhecimento das interdependências entre as formas de vida, ressaltando-se as subjetividades distintas agenciadas pelas mulheres do Sul Global, a fim de construir uma sociedade que priorize práticas de cuidado e de sustentação de todas as vidas concretas.


2021 ◽  
Vol 48 (2) ◽  
pp. 221
Author(s):  
Ellen Maianne Santos Melo Ramalho
Keyword(s):  

A presença da Filosofia enquanto disciplina escolar no currículo do ensino médio no Brasil, passa por um novo momento histórico. Marcado principalmente por novas legislações educacionais, como a Lei 13.415/17 e a aprovação da Base Nacional Comum Curricular - BNCC, a política educacional brasileira modificou-se substancialmente e ameaça a não permanência da Filosofia no currículo do ensino médio. Desta forma, a partir desse novo contexto político educacional, urge a necessidade de se discutir a presença da Filosofia nas escolas de ensino médio no Brasil, ressaltando mais uma vez, a sua importância. Para tanto, esse trabalho se propõe a responder a problemática:  Por que a Filosofia se torna vulnerável dentro do atual contexto político educacional brasileiro? A partir dessa problemática pretendemos corresponder aos seguintes objetivos: Discutir qual o lugar da Filosofia após as mudanças na legislação educacional brasileira; abordar os fatores responsáveis pelo caráter de vulnerabilidade da filosofia e ressaltar o importante papel formativo da Filosofia na educação.  Trabalhar a temática do novo ensino médio é bastante relevante, uma vez que o novo ensino médio irá impactar diretamente na vida de milhões de brasileiros e brasileiras. 


2021 ◽  
Vol 48 (2) ◽  
pp. 133
Author(s):  
Ana Carla de Abreu Siqueira
Keyword(s):  

Este artigo pretende elucidar dois conceitos fundamentais na filosofia tardia de Martin Heidegger: o pensamento calculador e o pensamento meditativo. Em um primeiro momento, apresentamos o pensamento calculador, o qual é bastante comum na época moderna através do domínio do sujeito e da técnica. Em seguida, apresentamos o pensamento meditativo e sua proximidade à questão do ser. A meditação se abstém do controle do mundo e precisa ser cultivada como uma habilidade do ser humano. A distinção entre pensamento calculador e pensamento meditativo diz respeito ao pensamento humano e às ações humanas, como vemos na era atual.


2021 ◽  
Vol 48 (2) ◽  
pp. 202
Author(s):  
Caroline Izidoro Marim

O corpo e sua ação é o lugar primordial da filosofia, é nele que a força política resiste hoje por meio das assembleias, reuniões e performances realizadas por mulheres e corpos dissidentes. Diferentes narrativas são capazes de construir alianças políticas afetivas poderosas com o propósito de reverter aos diferentes tipos de silenciamentos que somos sumetidas. Butler propõe compreender não apenas o discurso como performatividade, mas incluir a ação que emerge entre os corpos. Ações que se apresentam como gestos, movimentos, persistência e também contempla possíveis violências que são capazes de reconfigurar o espaço da política e o que podemos considerar público nele. Sendo assim, o objetivo é trazer as anotações de Butler para pensar a potência deste corpo que pensa e fala, quais são as narrativas que ele constrói e estratégias de luta se criam pelo seu uso. Sendo assim, o objetivo é trazer as anotações de Butler para pensar a potência deste corpo que pensa e fala, quais são as narrativas que ele constrói e estratégias de luta se criam pelo seu uso. O artigo está dividido em três partes. Primeiro, atualização do conceito de ação política de Arendt como performance, por Butler. Segundo, performatividade não é apenas discurso, seja escrito ou falado, mas também se atualiza em ações corporais, em assembleias e nas ruas. Terceiro, as estratégias de luta pela palavra, o reconhecimento de outras vozes e escritas do corpo.


2021 ◽  
Vol 48 (2) ◽  
pp. 13
Author(s):  
Taynam Santos Luz Bueno

Pretende-se expor, neste artigo, o papel de Augusto como exemplo para Nero, sob a óptica do De Clementia de Sêneca. Enfatizar-se-á, como veremos, o modo peculiar com que o filósofo romano retoma Otaviano. Trata-se, para Sêneca, de trazer à tona a imagem do primeiro imperador enquanto homem em detrimento daquela divinizada, exaltando suas habilidades políticas e seu modo de solucionar problemas práticos em detrimento do exercício de sua clemência que, na concepção do autor romano, não constitui verdadeira virtude, pois está distante dos preceitos morais fundamentados pelo estoicismo. Isto é, Otaviano terá uma ambígua invocação enquanto exemplo pois, se por um lado deverá ser levado em consideração, graças à sua genial capacidade de articulação e resolução de conflitos, enquanto exemplo moral deverá ser tomado com precaução, uma vez que Augusto cedeu às paixões, afastou-se da ratio e, portanto, não se mostrou um governante ideal do ponto de vista da doutrina estoica. Em suma, procura-se evidenciar, neste texto, que Augusto, apesar de sua exemplaridade no negotium romano, não deve ser considerado paradigma da moralidade para Nero, tal qual o sapiens estoico.


2021 ◽  
Vol 48 (2) ◽  
pp. 112
Author(s):  
Geovana Da Paz Monteiro
Keyword(s):  

Partindo de uma compreensão específica do processo evolutivo, poderíamos constatar que o desenvolvimento da vida humana pela via da racionalidade nos direcionou a uma lógica exploratória e egoísta face à qual nos encontramos hoje. Tal argumento encontra eco no pensamento do filósofo francês Henri Bergson (1859-1941) que, no final da vida, dedicou-se a pensar os fundamentos morais e religiosos da sociedade, cujo caráter fechado serviria de base a todas as formas de opressão e negação da diversidade humana. No entanto, a leitura do primeiro capítulo da obra As duas fontes da moral e da religião (1932), de Bergson, nos deixa antever um aparente paradoxo, qual seja: a fim de recriarmos nossos valores, a fim de transpormos o comportamento social fundado na lógica da inteligência, no individualismo, no confronto com o diferente, na exploração desenfreada das fontes naturais de vida e subsistência, na exploração animal, seria necessário não um retorno à natureza, mas sua superação. Afinal, segundo a ótica bergsoniana, a moral social se constituiu biologicamente pela via do fechamento e não da abertura, de modo que, a fim de repensarmos nossos hábitos ditos civilizados, uma mudança seria imprescindível, uma transposição daquela moral naturalmente fechada para outra em vias de alargar-se, tal como vislumbrada pelo filósofo na obra de 1932.


2021 ◽  
Vol 48 (2) ◽  
pp. 287
Author(s):  
Gabriela Guimarães Gazzinelli
Keyword(s):  

Neste artigo, procurarei traçar a influência do orfismo em Fernando Pessoa, ortônimo, e seus heterônimos e semi-heterônimos. Na obra pessoana, elementos órficos se revelam de diferentes maneiras: (i) na tensão triangular entre poesia-morte-amor, (ii) nas aporias temporais ensejadas pela morte e pela transmigração das almas, com desdobramentos para as concepções da memória e do passado, e (iii) numa formulação iniciática da poesia, em que o mistério é motivo recorrente. Além de levantar passagens que tematizam o mito de Orfeu e motivos da religião de mistério órfica, pretendo mostra como essas referências são ressignificadas, ganhando nuanças originais no imaginário pessoano, em que as glosas da poética órfica dão lugar a reflexões estéticas sobre tempo, memória, criação e mistério.


2021 ◽  
Vol 48 (2) ◽  
pp. 43
Author(s):  
Flávia Benevenuto
Keyword(s):  

Trata-se de, seguindo a exposição de Christine de Pizan na Cidade das Damas, apontar os principais argumentos para desconstruir a imagem das mulheres tal como consta nos escritos de filósofos, moralistas e escritores de modo mais geral. Pretende-se, portanto, evidenciar a estratégia e os elementos argumentativos da autora para desconstruir a concepção de feminino como moralmente fraco e intelectualmente desfavorecido. Tal feito tem consequências relevantes e pretende-se indicar sua relação com os pressupostos da educação das mulheres. Por fim, objetiva-se destacar a contribuição de Christine de Pizan à filosofia, aos escritos femininos e, sobretudo, às mulheres.


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