Geologia USP Série Científica
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Published By Universidade De Sao Paulo Sistema Integrado De Bibliotecas - Sibiusp

2316-9095, 1519-874x

2021 ◽  
Vol 21 (4) ◽  
pp. 91-101
Author(s):  
Aerson Moreira Barreto Junior ◽  
Gelson Luís Fambrini ◽  
Virginio Henrique de Miranda Lopes Neumann ◽  
Wellington Ferreira da Silva Filho ◽  
Edison Vicente Oliveira
Keyword(s):  

O presente trabalho versa sobre novas ocorrências de lenhos fósseis nos municípios de Missão Velha, Abaiara e Milagres, bem como investiga suas características tafonômicas e sedimentológicas. Os fósseis observados podem ser categorizados em três estágios sequenciais de exposição: lenhos in situ, presentes em seu depósito original; lenhos exumados, resultantes da denudação da rocha hospedeira; e lenhos ex situ, deslocados por transporte sedimentar ou por ação antrópica. Os lenhos in situ podem ser primários, correspondendo a uma assembleia alóctone, ou secundários, lenhos silicificados retrabalhados que se comportam como seixos nos arenitos da unidade. Lenhos de grande porte foram pouco transportados e estão próximos aos sítios de fossilização. Fragmentos de lenhos muito degradados confundem-se com cascalho e um estudo petrográfico como este pode auxiliar na sua identificação.


2021 ◽  
Vol 21 (4) ◽  
pp. 103-124
Author(s):  
Carlos Eduardo Lourenço Pereira ◽  
Caroline Janette Souza Gomes ◽  
Mario Neto Cavalcanti de Araujo

A evolução de riftes oblíquos é analisada neste artigo pela realização de modelos físicos, em escala. O intuito foi analisar a fase rifte da Bacia de Santos, examinando a influência da estrutura preexistente do embasamento. Para refinar as informações obtidas, empregou-se a tecnologia particle image velocimetry. Desenvolveram-se três experimentos em caixas de acrílico, com dimensões internas de 37 cm x 41 cm x 07 cm (largura x comprimento x altura), empregando-se areia e silicone para crosta rúptil e dúctil, respectivamente. A estrutura foi simulada por duas folhas de acetato, na base da caixa de experimentos, constituídas de quatro domínios estruturais. A abertura do rifte ortogonal a oblíqua em relação à estrutura preexistente foi efetuada por duas paredes móveis. Os resultados revelaram que a estruturação de riftes é influenciada tanto pela configuração da estrutura preexistente quanto pela direção da extensão. Os dois modelos cujos domínios estruturais formavam ângulos de obliquidade com a direção da extensão menores que 90º produziram falhas com dimensões curtas a intermediárias, grande número de rampas de revezamento e zonas de acomodação. Já o modelo com os domínios estruturais formando ângulos de obliquidade próximos a 90º gerou falhas contínuas, longas, quase retas e nenhuma zona de acomodação. Nesse modelo, as falhas revelaram a maior magnitude de deformação. Nos dois primeiros modelos, ainda se destacaram um alto estrutural entre duas sub-bacias dispostas en echelon e a mudança de direção das falhas quando estas passavam de um domínio a outro. A configuração definiu uma geometria em S muito parecida com aquela da porção centro-norte da Bacia de Santos.


2021 ◽  
Vol 21 (4) ◽  
pp. 73-90
Author(s):  
Cristian Nunes Estevam ◽  
Liliana Sayuri Osako ◽  
José Arthur Antonio Francisco

O reconhecimento e a quantificação de tendências da variação da linha de costa são de fundamental importância para o entendimento dos processos que moldam os ambientes costeiros, dando suporte à gestão dessas áreas. Este trabalho apresenta os resultados da análise da variação da linha de costa de um período de 78 anos em nove arcos praiais do setor centro-sul da Ilha de Santa Catarina com base em fotografias aéreas de 1938 a 2016. Três modelos espaciais foram gerados no Digital Shoreline Analysis System com a identificação de feições indicadoras de linha de costa: modelo E (limite entre praia-duna), modelo K (limite entre a área seca-molhada) e modelo M (linha de água instantânea). Os resultados mostram heterogeneidade entre os modelos espaciais com a variação média da linha de costa de 0,05 ± 0,12 m/ano para a linha E, 0,12 ± 0,25 m/ano para K e -0,20 ± 0,20 m/ano para M. O modelo E apresenta dispersão de 0,27 m e melhor ajuste às mudanças da linha de costa. O modelo K destaca-se pela alta dispersão (0,35 m) e retrata razoavelmente as mudanças costeiras. O modelo M mostra dispersão de 0,28 m e baixa confiabilidade na representação da variação da linha de costa. O processo de acreção é identificado nos arcos praiais dos Açores-Pântano do Sul e Campeche-Joaquina, sendo responsável pelo aporte contínuo de sedimentos para os sistemas eólicos adjacentes. O processo erosivo é identificado nos arcos praiais da Armação-Caldeirão e do Morro das Pedras-Campeche. Os arcos praiais de Naufragados, Lagoinha do Leste, Matadeiro, Mole e Galheta exibem relativa estabilidade.


2021 ◽  
Vol 21 (4) ◽  
pp. 31-47
Author(s):  
Mirna Aparecida Neves ◽  
Matheus Serri Moulin de Oliveira ◽  
Salomão Silva Calegari ◽  
Reginaldo Antonio Bertolo ◽  
Ricardo César Aoki Hirata ◽  
...  

A demanda por água subterrânea no estado do Espírito Santo vem crescendo consideravelmente frente aos eventos de escassez que marcaram os últimos anos. No entanto, a carência de conhecimentos hidrogeológicos compromete a locação de poços e a previsão da qualidade das águas, especialmente nos terrenos de rochas cristalinas. Este trabalho teve como objetivo uma avaliação hidrogeoquímica e da qualidade da água subterrânea do Sistema Aquífero Cristalino na Bacia Hidrográfica do Rio Itapemirim (BHRI), situada no sul do estado do Espírito Santo, descrevendo as variações composicionais e os condicionantes que influenciam a qualidade da água subterrânea. A compartimentação litológica e geomorfológica da bacia e as condições climáticas são os fatores que influenciam na hidrogeoquímica em escala regional, enquanto o uso e a ocupação do solo exercem influência pontual. Na porção da Alta BHRI, com relevo acidentado e predomínio de atividades agropecuárias, ocorrem principalmente águas bicarbonatadas cálcicas e bicarbonatadas cálcicas-magnesianas, pouco mineralizadas comparativamente à porção central da bacia, com composição química governada essencialmente pelo intemperismo das rochas silicáticas. Embora sejam águas de boa qualidade, alterações locais podem ocorrer em razão do nitrato proveniente de atividades antrópicas. Na porção da Média BHRI, com menores altitudes e relevo mais suave, as águas são predominantemente bicarbonatadas sódicas e cloretadas sódicas, com maior mineralização em relação à porção alta da bacia em razão da contribuição de rochas silicáticas em associação com litotipos carbonáticos, como mármores e calciossilicáticas. Nessa porção da bacia, as condições climáticas, com temperaturas mais altas e menor umidade do ar na área central da bacia, topograficamente mais rebaixada, também podem contribuir com o enriquecimento mineral em decorrência da evaporação da água que infiltra


2021 ◽  
Vol 21 (4) ◽  
pp. 49-71
Author(s):  
Marcella Samyla de Miranda Silva ◽  
Zorano Sérgio de Souza ◽  
Flávio Lemos de Santana ◽  
José Alexandre Paixão da Cunha

O Maciço São José do Campestre, com cerca de 6.000 km2, corresponde a um dos fragmentos de crosta continental mais antigos da América do Sul, sendo constituído de ortognaisses, complexos máfico-ultramáficos e metassupracrustais com idades entre 3,41 e 2,70 Ga. O Complexo Senador Elói de Souza corresponde a uma dessas unidades, sendo composto de clinopiroxênio gnaisses, granada paragnaisses, com corpos ultramáficos e carbonatitos associados. Dados geocronológicos U-Pb em zircão sugerem uma idade de cristalização de 600 Ma para esses carbonatitos e piroxenitos. Feições de contato mostram brechas magmáticas, em que fragmentos decimétricos de piroxenito estão imersos em carbonatito de textura holocristalina. As ultramáficas apresentam textura ígnea bem preservada, predomínio de piroxênio cálcico, padrão pouco fracionado de elementos terras raras, com razões LaN/YbN de 1,5 – 8,6 e anomalia negativa de Eu (Eu/Eu* = 0,39 – 0,88). Os carbonatitos são ricos em calcita, tendo flogopita, olivina e diopsídio como fases máficas dominantes, baixas concentrações de elementos terras raras e razões LaN/YbN de 8,9 – 49,8. Modelagem gravimétrica 2D e controle de campo permitem interpretar corpos piroxeníticos elipsoidais de baixa profundidade e carbonatitos de menor expressividade no centro e bordas dos corpos ultramáficos. A integração de novos dados geológicos, geoquímicos e gravimétricos aportados nesta pesquisa mostra-se relevante para a compreensão de eventos ediacaranos no domínio arqueano do Maciço São José do Campestre.


2021 ◽  
Vol 21 (4) ◽  
pp. 13-30
Author(s):  
Laécio Cunha de Souza ◽  
Regina Celia de Oliveira Brasil Delgado ◽  
Heitor Neves Maia

Micaschists that host the Acari batholith (Ediacaran age, 572 to 577 My) are characterized by a large number of quartz veins. The veins are more abundant in higher-temperature metamorphic zones and, together with lower metamorphic zones, form an aureole centered in the batholith. Most of the fluid inclusions are two-phase (H2O-CO2 and liquid/vapor), but three-phase varieties (liquid/vapor/salt cubes; liquid/liquid/vapor) occur locally. The analyzed veins come from the biotite + chlorite + muscovite, biotite + garnet, cordierite + andalusite, and cordierite + sillimanite metamorphic zones. CO2 melting temperatures (TmCO2) vary from -62.6 to -56.7°C, suggesting CH4 and/or N2. Eutectic temperatures (Te) in quartz veins show average values of -30.8°C in the biotite + chlorite + muscovite and biotite + garnet zones, and -38.6°C in the cordierite + andalusite and cordierite + sillimanite zones. Ice-melting temperatures (Tmice) are lower in the higher-temperature metamorphic zones. The mode values are -3.8, -5.5, -5.6, and -7.3°C, corresponding respectively to the biotite + chlorite + muscovite, biotite + garnet, cordierite + andalusite, and cordierite + sillimanite zones. A fluid characterized by the H2O-Na-Cl (KCl)-MgCl2-FeCl2-CaCl2 system is defined by: Tmice from near -1.9 to -32°C, the presence of salt cubes mainly in the cordierite + andalusite and cordierite + sillimanite zones, and recorded eutectic temperatures (Te) from -16.5 to -59.1°C. In addition, total homogenization temperatures (Tht) ranging from 117 to 388°C were obtained for primary aqueous fluid inclusions. This indicates a long period of fluid circulation under conditions of falling temperatures. Our results are consistent with an increase in the salinity of the aqueous fluid across the thermal aureole toward the granitic batholith.


2021 ◽  
Vol 21 (4) ◽  
pp. 3-12
Author(s):  
Carla Corrêa Felix ◽  
Kátia Leite Mansur ◽  
Roberto Carlos da Conceição Ribeiro
Keyword(s):  

O Mosteiro de São Bento do Rio de Janeiro apresenta exposto, em seu jardim, uma escultura do busto de Jesus Cristo sobre um suporte do século XIX. Ambas as peças são afetadas pelo intemperismo e se alteraram. Foram realizados caracterização tecnológica das peças e ensaios que forneceram dados que auxiliaram no entendimento das causas dessas alterações. Foram executadas análises por fluorescência de raios X (FRX), difração de raios X (DRX), ensaio colorimétrico, determinação da absorção de água (tubo de Karsten), velocidade ultrassônica e avaliação da dureza. As peças foram higienizadas para avaliação de poluentes e do pH. Os resultados de DRX indicaram que a escultura é composta de mármore (predominância de calcita) e do suporte de alabastro. Os resultados de FRX corroboraram com os de DRX, apontando que a escultura é composta de 49,90% de óxido de cálcio e 44,30% de perda ao fogo, associada à presença de carbonatos, enquanto o suporte apresenta 30,90% de óxido de cálcio, 21,90% de óxido de enxofre e 22,00% de perda ao fogo. No ensaio colorimétrico, a escultura apresentou cor cinza-escura, enquanto mármores semelhantes sãos, utilizados para comparação, tendem a cinza-claro e branco. No ensaio de absorção de água, ambas as peças apresentaram baixa permeabilidade. O ensaio de dureza indicou médias de valores maiores na estátua (489,07; 411,20 e 452,19 HLD) do que no suporte (188,14; 172,28; 164,57 e 201,71 HLD), indicando que o mármore é mais resistente do que o alabastro. Os resultados permitiram identificar que as alterações se devem, principalmente, ao local onde a escultura está exposta, e foi possível propor medidas para auxiliar na conservação desses objetos históricos. 


2021 ◽  
Vol 21 (3) ◽  
Author(s):  
Fábio Bezerra Damasceno ◽  
Bruno Luiz Leite Martins ◽  
Carlos Dinges Marques de Sá

O Complexo Gabroico Canindé é um corpo máfico-ultramáfico com cerca de 240 km2 intrusivo em rochas do Domínio Geológico Canindé, do Sistema Orogênico Sergipano. A sua intrusão é de idade 690 ± 16 Ma e ocorreu durante evento de distensão continental no Brasiliano. O Complexo Gabroico Canindé é constituído por uma diversidade litológica que varia de anortositos e troctolitos a hornblenda e olivina gabros. As análises de litogeoquímica por fluorescência de raios X (FRX) indicaram que as rochas são básicas a ultrabásicas, variando de gabro a gabro-peridotítico, com tendências negativas de MnO e FeO, e positivas de K2O e Na2O relativamente ao conteúdo em SiO2, relacionadas com processos de cristalização fracionada. A mineralização de Cu-Ni ocorre disseminada, sob a forma de calcopirita e pentlandita. Análises por microscopia eletrônica de varredura (MEV) determinaram que os sulfetos primários apresentam suas bordas alteradas para spionkopita (Cu39S28) e violarita (FeNi2S), resultado de processo de oxidação por exposição desses sulfetos a ambiente com alta fO2, durante evento hidrotermal pós-magmático. A composição isotópica do enxofre, analisada pela primeira vez para os sulfetos primários do Complexo Gabroico Canindé, situa-se entre + 1,3‰ < δ34S < + 2,7‰, o que indica que a fonte do S é não magmática, apontando para uma origem dos sulfetos associada a processos de contaminação crustal. Os resultados aqui apresentados indicam fontes magmáticas para os cátions metálicos e contaminação crustal para o enriquecimento em S, permitindo classificar as mineralizações de Cu-Ni como de origem magmática com contaminação crustal. Esse tipo de depósito magmático, derivado de contaminação crustal e tardiamente afetado por processos hidrotermais, é representado por depósitos mundialmente conhecidos como Duluth (EUA) e


2021 ◽  
Vol 21 (3) ◽  
Author(s):  
Marcus Vinicius Costa Almeida Junior ◽  
Angela Beatriz de Menezes Leal ◽  
Johildo Salomão Figueirêdo Barbosa ◽  
Moacyr Moura Marinho

O Cinturão Salvador-Esplanada-Boquim se localiza na porção nordeste do Cráton do São Francisco, nos estados da Bahia e do Sergipe, apresentando duas faixas litológicas de rochas metamórficas, denominadas Complexo Gnáissico-Migmatítico e Complexo Granulítico Esplanada-Boquim. O presente trabalho abrange os estudos de campo, petrográficos e litoquímicos do Complexo Gnáissico-Migmatítico, porção norte do Cinturão Salvador-Esplanada-Boquim. Ocorrem rochas metamórficas de médio grau, de composição granítica a granodiorítica e, subordinadamente, tonalítica, sendo comuns as evidências de processos de migmatização, principalmente na sua porção ocidental. Com base nos estudos de litoquímica, as rochas foram subdivididas em rochas sódicas, potássicas e intermediárias e caráter peraluminoso a metaluminoso. Análises dos elementos-traço, terras raras e as razões Eu/Eu* sugerem a atuação de processos metamórficos e de contaminação crustal a partir de fonte de natureza calcioalcalina. Ainda a partir da análise litoquímica, as rochas desse complexo foram classificadas como sendo de arco vulcânico a sincolisional.


2021 ◽  
Vol 21 (3) ◽  
pp. 125-145
Author(s):  
Hugo Rafael Silva e Souza ◽  
Pedro Maciel de Paula Garcia ◽  
Elzio da Silva Barboza ◽  
Francisco Egídio Cavalcante Pinho
Keyword(s):  

Localizado cerca de 50 km a sudeste da cidade de Cuiabá, o depósito de Pb-(Zn) Ranchão é hospedado por metadiamictitos neoproterozoicos do Grupo Cuiabá (Formação Coxipó, Membro Mata-Mata), zona interna da Faixa Paraguai. As rochas hospedeiras encontram-se intensamente deformadas e foram submetidas a metamorfismo regional na fácies xisto verde e de contato (fácies hornblenda hornfels), resultante da intrusão do Granito São Vicente, de idade cambriana. Este trabalho apresenta a caracterização geológica, petrográfica e de química mineral das mineralizações plumbo-zincíferas do depósito Ranchão, visando compreender os processos metalogenéticos responsáveis pelas concentrações de sulfetos. As zonas mineralizadas, compostas majoritariamente de galena, pirita e esfalerita, ocorrem como brechas, veios e disseminações. Os sulfetos estão associados a alterações hidrotermais das rochas hospedeiras, uma precoce, pré-mineralização (com quartzo-sericita e calcita), e outra tardia, pós-mineralização (com calcita e clorita). As maiores concentrações de minério seguem estruturas com orientação N60-70W e N80-85W, correspondentes às zonas de falhas que contêm o minério brechado. Cálculos geotermométricos indicam temperaturas entre 120 e 190°C para os fluidos hidrotermais tardi a epigenéticos, responsáveis pela formação da clorita. Os dados obtidos do depósito apontam para uma mineralização associada a um sistema meso a epitermal, que afetou diamictitos, previamente convertidos em hornfels pelo contato com o Granito São Vicente. Esses resultados representam uma perspectiva para prospecção de mineralizações similares na Baixada Cuiabana e em outras faixas metassedimentares dobradas com características similares.


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