Revista de Filosofia Aurora
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Published By Pontificia Universidade Catolica Do Parana - Pucpr

1980-5934, 0104-4443

2021 ◽  
Vol 33 (60) ◽  
Author(s):  
Vilmar Debona
Keyword(s):  

Há atualmente um debate interdisciplinar profícuo sobre a noção de sofrimento social (social suffering). Pensadores e pensadoras como Barrington Moore Jr., Emmanuel Renault e Rahel Jaeggi desenvolvem o assunto a partir de um pressuposto elementar: sofrimento social diferencia-se de sofrimento individual na medida em que as causas do primeiro não são naturais (desejos básicos insatisfeitos, doenças, catástrofes naturais), mas resultam do agir humano; e, mais ainda, não resultam tanto de relações interpessoais imediatas, mas de relações sociais mais amplas, como a guerra, a pobreza, a exploração etc. No artigo Schopenhauer e a sociedade, Horkheimer afirmou que “no intransigente nominalismo de Schopenhauer em relação à sociedade estriba a raiz de sua grandeza” (p. 47). Para o pai da Teoria Crítica, a acepção schopenhaueriana de que apenas os indivíduos e o curso de suas vidas são reais, enquanto os povos são meras abstrações, não implicaria contrapor a sociedade e o Estado à pessoa singular ou esta àqueles. A sociedade se origina e se transforma a partir de indivíduos socialmente vinculados; o indivíduo não é uma ilha. Com essa chave de leitura, Horkheimer, como discípulo herético, consegue destacar e valorizar em Schopenhauer o aparato social da noção metafísica de sofrimento. O objetivo deste artigo é (i) mostrar em que medida a diferenciação entre sofrimento individual e social estaria implicitamente indicada em Schopenhauer e (ii) até que ponto a leitura de Horkheimer sobre o nominalismo de Schopenhauer em relação à sociedade permitiria sugerir elementos schopenhauerianos para os debates contemporâneos sobre sofrimento social.


2021 ◽  
Vol 33 (60) ◽  
Author(s):  
Éric Weil

O texto “Violence et langage” é o resultado da participação de Éric Weil na Semaine des Intellectuels Catholiques, em fevereiro de 1967. O evento promovido pelo Centre Catholique des Intellectuels Français contou com mais de vinte conferencistas, entre os quais encontramos nomes como Gaston Fessard, Raymond Aron e Paul Ricoeur. Justamente com esse último, Weil dividiu a sessão “Violência e linguagem”, presidida por Étienne Borne


2021 ◽  
Vol 33 (60) ◽  
Author(s):  
Antonio Carlos Dos Santos
Keyword(s):  

O objetivo deste texto é analisar o conceito de cidadania em Locke no “Segundo tratado sobre o governo” (1690). Nossa abordagem se guia pela associação entre liberdade e ação política dos indivíduos na cena política, mesmo em um autor tido por ser “pai do liberalismo”. Visando a fornecer maior inteireza ao texto, ele é composto de duas partes. Na primeira, será desenvolvida a singularidade do republicanismo inglês em relação a outras tradições, e nela, como o conceito de cidadania se apresenta. Na segunda parte, pretendemos analisar o conceito de cidadania em Locke, sempre no “Segundo tratado sobre o governo”, tendo algumas questões como fio condutor: Em que medida podemos destacar os traços republicanos em seu pensamento político? Como pensar o bem comum quando a vida individual está ameaçada?


2021 ◽  
Vol 33 (60) ◽  
Author(s):  
Valeria Campos-Salvaterra

En el siguiente trabajo exploramos una trilogía de textos publicados por Derrida secuencialmente entre 1974 y 1976: Glas, Economimesis y Fors. Sostenemos que en ellos se entrecruzan problemas propios de la filosofía moderna (idealismo trascendental y especulativo) con motivos del psicoanálisis de cuño freudiano para articular una de las grandes prepuestas del Derrida de esta época: la de una dinámica introyectiva o incorporativa como lógica general del discurso filosófico, formalizada en la noción de trabajo de duelo (travail du deuil) y explorada a partir del tropo del comer al otro (manger l’autre). A partir de las figuras retórico-filosóficas de la cripta y la cena, Derrida enriquece la configuración de una apuesta deconstructiva sobre la relación con la alteridad en general, cuestión que constituye el núcleo del problema epistemológico de la historicidad del sentido. Finalmente, proyectamos este problema central de la filosofía de Derrida a su trabajo deconstructivo posterior, desde las tesis sobre la espectralidad del sentido hasta la ética del don, la hostipitalidad (hostipitalité) y la política de la autoinmunidad.


2021 ◽  
Vol 33 (60) ◽  
Author(s):  
Delmo Mattos da Silva

Este artigo discute a relação entre os parâmetros do jusnaturalismo e do positivismo jurídico no âmbito do sistema filosófico e político de Hobbes. Nestes termos, evidencia-se a possibilidade da convivência simultânea das duas correntes jusfilosóficas, ou seja, o positivismo e o jusnaturalismo em um mesmo sistema filosófico, utilizado, sobretudo, por Hobbes para justificar as clausuras da instituição de um poder comum capaz de garantir a obtenção da paz. Deste modo, defende-se o argumento da preeminência de um “condicionamento recíproco” entre as leis da natureza e as leis civis, favorecendo a diminuição da tensão entre ambos os ordenamentos jurídicos. Tal argumento confirma a reciprocidade entre as leis da natureza e as leis civis estabelecendo uma relação de complementariedade entre o positivismo e o jusnaturalismo. Com base nesta asserção, torna-se possível expor o argumento no qual o ordenamento jurídico de Hobbes pode ser identificado tanto como positivista quanto como jusnaturalista, sem, contudo, ser considerado contraditório.


2021 ◽  
Vol 33 (60) ◽  
Author(s):  
Léo Peruzzo Júnior ◽  
Jelson Roberto De Oliveira ◽  
Antonio Valverde

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2021 ◽  
Vol 33 (60) ◽  
Author(s):  
Fernando Luiz Zanetti ◽  
Karol Natasha Lourenço Castanheira

Este estudo toma a ciência como um espaço atravessado por forças que a constituem a partir de múltiplos jogos de interesses. Em seguimento a tal contexto visa-se entender como a ciência institucionalizada como princípio dominante do saber na idade moderna perde potência na contemporaneidade. Tal reflexão apoia-se nas formulações de Nietzsche/Deleuze, Feyerabend e Foucault. Considera-se, ao final, que os jogos de verdadeiro e falso e a retirada do teor valorativo — de atividade ou reatividade, nobreza ou vileza — das práticas científicas criaram um solo propício para o fortalecimento da verdade relativa, da ficção e da moral. Contudo, em momentos de crises, como as de emergência sanitária, recorre-se ao saber científico como tábua de salvação.


2021 ◽  
Vol 33 (60) ◽  
Author(s):  
Antonio Gutiérrez-Pozo

Este artículo muestra que la actividad en que consiste el espíritu es pensar. Por tanto, nunca ‘es’ sino que ‘se hace’ a través de la reflexión sobre sí mismo. El espíritu por tanto consiste en la conciencia de sí. Este regreso a sí sólo es posible alienándose en otro y reconociéndose a sí mismo en esa alteridad. Pero esto implica a su vez quitarle la extrañeza al mundo. La vida del espíritu es entonces despojar a lo otro de su extrañeza. Cuando experimenta lo otro, se experimenta a sí mismo. Sin oscuridades o residuos, el espíritu se identifica todo y está siempre como en casa. La filosofía del espíritu de Hegel acaba por convertirse en una filosofía de la trasparencia y la familiaridad.


2021 ◽  
Vol 33 (60) ◽  
Author(s):  
Caio Souto

O artigo aborda algumas das diferenças entre a “história epistemológica” de Georges Canguilhem e a “história arqueológica”, tal como praticada por Michel Foucault. Prioriza-se o estudo do conceito de a priori biológico (ou fisiológico), cuja criação Canguilhem atribui a dois autores da tradição filosófica e fisiológica francesa: Auguste Comte e Claude Bernard. Em textos não muito frequentados, Canguilhem recorre a essa tradição para elaborar uma outra interpretação do empreendimento crítico kantiano, que compreende as condições de possibilidade do conhecimento (a priori) num sentido diverso daquele proposto por Foucault.


2021 ◽  
Vol 33 (60) ◽  
Author(s):  
Marcelo Galletti Ferretti
Keyword(s):  

Frequentemente se aponta o “lamarckismo” de Freud. Nas poucas vezes em que foi empreendida com algum rigor historiográfico, a investigação desse traço se prestou ora a denunciar o caráter pseudocientífico da psicanálise, ora a defender o lugar periférico, tardio e, por conseguinte, dispensável de tal “lamarckismo” na obra freudiana. Essas posições devem ser matizadas. Este artigo pretende realizar essa tarefa procurando desfazer os anacronismos que o termo “lamarckismo” abriga e remontar às influentes visões de Ernest Jones, Frank Sulloway e Lucille Ritvo sobre a questão.


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