scholarly journals Um diálogo inaudito entre Canguilhem e Foucault

2021 ◽  
Vol 33 (60) ◽  
Author(s):  
Caio Souto

O artigo aborda algumas das diferenças entre a “história epistemológica” de Georges Canguilhem e a “história arqueológica”, tal como praticada por Michel Foucault. Prioriza-se o estudo do conceito de a priori biológico (ou fisiológico), cuja criação Canguilhem atribui a dois autores da tradição filosófica e fisiológica francesa: Auguste Comte e Claude Bernard. Em textos não muito frequentados, Canguilhem recorre a essa tradição para elaborar uma outra interpretação do empreendimento crítico kantiano, que compreende as condições de possibilidade do conhecimento (a priori) num sentido diverso daquele proposto por Foucault.

2015 ◽  
Vol 25 (4) ◽  
pp. 1251-1269 ◽  
Author(s):  
Sérgio R. Carvalho ◽  
Camila de O. Rodrigues ◽  
Fabrício D. da Costa ◽  
Henrique S. Andrade
Keyword(s):  

No artigo, interrogamos o conceito de medicalização, explorando as possibilidades abertas pelos escritos de Michel Foucault. A partir desse referencial, buscamos analisar a Medicina enquanto uma estratégia de saber e poder que responde a múltiplos e variados interesses em disputa no campo social. Realizamos breve levantamento sobre algumas concepções centrais concernentes à tradição crítica do fenômeno da medicalização e procuramos, sob a influência dos estudos arqueogenealógicos foucaultianos, repensar algumas dessas afirmações. Dialogamos, complementarmente, com autores que vêm realizando, no Brasil e no exterior, um esforço de reflexão crítica sobre a medicalização, discutindo, entre outros, o uso genérico do conceito, seu caráter produtivo, a inexistência de um sentido a priori e a atualização do fenômeno nos dias atuais através da proposição do conceito de biomedicalização. Concluímos destacando a existência de uma multiplicidade de leituras e formulações sobre o conceito de medicalização, reconhecendo no interior dessas vertentes de conhecimento fortalezas e fragilidades que devem ser amplamente discutidas e analisadas, buscando maior precisão teórica, necessária para se evitar equívocos e potencializar o uso do conceito.


2019 ◽  
pp. 457
Author(s):  
Ronaldo Soares Farias
Keyword(s):  

O presente artigo pretende discutir, de forma comparatística, as charges Fresca Theoria (Requerimento) e Escabroso, publicadas na revista O Malho em 1903 e 1904, respectivamente, e o conto O menino do Gouveia, de Capadócio Maluco, publicado em 1914, em fascículos, na revista Rio Nu. As charges e textos, de cunho homoerótico, sugerem um público leitor homossexual, embora as revistas fossem destinadas, a priori, ao público heterossexual. O objetivo deste estudo é analisar como as configurações homoeróticas surgem nas revistas e como elas abordam a sexualidade masculina em um período em que a sociedade burguesa reprimia as publicações pornográficas relacionadas à homossexualidade. Como referencial teórico, serão utilizadas as seguintes obras: Além do carnaval: homossexualidade masculina no Brasil do século XX, de James Green (2000); Devassos no paraíso: a homossexualidade no Brasil da colônia à atualidade, de João Silvério Trevisan (2018); História da Sexualidade I: vontade saber, de Michel Foucault (1988), entre outras.Palavras-chave: Revistas; O Malho; Rio Nu; sexualidade; homoerotismo.


Anos 90 ◽  
2013 ◽  
Vol 20 (38) ◽  
Author(s):  
Thiago Fernando Sant'Anna

Resenha do Livro: CANGUILHEM, Georges. Michel Foucault: morte do homem ou esgotamento do Cogito? (Tradução de Fábio Ferreira de Almeida). Goiânia: Edições Ricochete, 2012. (Coleção Inominável)


2016 ◽  

Busca profundizar sobre el oficio de la enseñanza como eje fundamental de la reflexión pedagógica, a partir de lineamientos teóricos derivados de la epistemología francesa y la revalorización de la historia de las ciencias, especialmente, de los trabajos de Gaston Bachelard, Georges Canguilhem y Michel Foucault, en particular, desde la arqueología del saber y el orden del discurso.


2010 ◽  
Vol 6 ◽  
pp. 169
Author(s):  
Pedro De Souza

<p>RÉSUMÉ: La question de cet article est de proposer des élémentspour répondre quelle est la nature des relations impliquant lephénomène du pouvoir chez Michel Foucault. Mon idée est dedévelopper un compte rendu analytique du pouvoir, ce qui signifienon pas d’une définition a-priori, mais de prendre le pouvoir en tantque la réalité des évenements et l’effet d’une manière de penser. Lescript pour mon exposition prend comme principe directeur l’idéeque le pouvoir, en fait, n’est rien que des relations, y compris lesforces de domination et les forces de liberté, des forces imposanteset des forces d’affrontement.</p><p>MOTS-CLÉS: rélations de force; pouvoir; résistance; discours;subjectivité.</p>


Author(s):  
José Ternes

This paper develops a brief analysis of the book Du développement à l’évolution au XIXe siècle, by Georges Canguilhem and his research workgroup during the years 1958-1960. What is at stake is the history of two core concepts of biology in the 19th century whose unfolding continues to persist at the beginning of the 21st century. Concerning the positive history of modern science, influential works and authors in this history, particularly Spencer and Darwin, are addressed here, in addition to Auguste Comte and Lamarck, when taking into consideration their legendary aspect. Each of these concepts has a birthplace of its own. It is also possible to identify a remarkable historical démarche but also moments of rapprochement and even of inversion of their meanings; a history of errors, as well as a fundamental history of their histories and of their many retrospective illusions.


2008 ◽  
Vol 12 (1) ◽  
Author(s):  
Magali Milene Silva

Através da revisão das discussões levantadas por Georges Canguilhem e Michel Foucault, pretende-se caracterizar a construção conceitual de “doença mental” como intrinsecamente relacionada às normas sociais. O conceito de “doença” refere-se a um julgamento socialmente embasado a respeito de certas manifestações, estabelecendo-as como inadequadas. Na medicina, a biologia (o dado químico ou fisiológico) serve de parâmetro para julgar uma diferença como doença. No campo da saúde mental, por outro lado, os parâmetros para a definição do patológico encontram dificuldades em apoiar-se na biologia, situando-se claramente no campo dos valores. A doença mental, correlato de anormalidade, é concebida em relação às normas sociais, sendo, por isso, aplicável aos sujeitos que não se submetem adequadamente a elas. Nesse sentido, a função dos tratamentos mentais seria a normalização dos indivíduos, fixando-os às normas de que se distanciaram. Através da reflexão ética, entretanto, é possível que a saúde mental encontre um outro patamar que ultrapasse a adaptação social, permitindo a expressão da diferença e da criatividade. Palavras-chave: saúde mental; normalização; tratamento mental; diferença.


2021 ◽  
Vol 6 (6) ◽  
pp. 641-655

Gaston Bachelard (1884-1962) là một trong những nhà triết học nổi tiếng của nước Pháp nửa đầu thế kỷ XX. Nhận thức luận là một phương diện quan trọng trong di sản triết học đầy màu sắc của Bachelard và đã ảnh hưởng sâu sắc đến các nhà tư tưởng lớn như Georges Canguilhem, Michel Foucault, Pierre Bourdieu, v.v.. Trong các tác phẩm nhận thức luận của mình, Bachelard đã đưa ra những ý tưởng mới lạ về sự phát triển khoa học mới. Ông đã đề cập đến những chủ đề siêu hình quan trọng như triết học về thời gian và các khái niệm mới như: Hiện tượng học kỹ thuật (phéno-ménetechique), Phân tích nhịp điệu (rhythmanalyse), Sự phá vỡ nhận thức luận (rupture épistémologique) hay Chướng ngại nhận thức luận (obstacle épistémologique). Trong bài viết này, tác giả tập trung nghiên cứu quan niệm của Bachelard về chướng ngại kinh nghiệm trực quan với những nội dung sau: i. Tiền đề khoa học tự nhiên của nhận thức luận Gaston Bachelard; ii. Kinh nghiệm trực quan - một chướng ngại của sự hình thành tinh thần khoa học; iii. Những hậu quả sư phạm của chướng ngại kinh nghiệm trực quan; iv Một vài đánh giá. Ngày nhận 3/9/2019; ngày chỉnh sửa 6/2/2020; ngày chấp nhận đăng 15/11/2020


2021 ◽  
Vol 153 (2) ◽  
pp. 181-198
Author(s):  
Frédéric Moinat
Keyword(s):  
A Priori ◽  

Cet article a pour but de montrer la proximité importante de deux auteurs, a priori très différents, au sujet de la question de la santé et de la maladie : Georges Canguilhem et Oliver Sacks. Ils se sont tous deux efforcés de critiquer une conception naturaliste et objectiviste de la santé et de la maladie, le premier en forgeant et en travaillant le concept de norme vitale, le deuxième en décrivant des patients atteints de troubles neurologiques. Ils se rejoignent pour soutenir que la maladie n’est pas une réalité antinaturelle ou aberrante, mais une façon de vivre, une forme d’équilibre physiologique. Toutefois, leurs façons de concevoir la santé vont s’avérer très différentes, pour ne pas dire antinomiques. Canguilhem se reconnaît très influencé par Nieztsche : la santé, c’est la grande santé, la capacité à surmonter les maladies et les épreuves. Il s’ensuit un dualisme entre les héros de la grande santé et la vie plus faible et plus fragile de tous les autres, un dualisme que Sacks remet radicalement en cause lorsqu’il montre que la maladie est aussi une expérience qui nous ouvre à des possibilités nouvelles. Le dialogue qui peut s’ouvrir entre ces deux penseurs permet de problématiser des enjeux essentiels de la question de la santé et de la maladie.


Sign in / Sign up

Export Citation Format

Share Document