Em mercados caracterizados por assimetria informacional e conflitos de agência em diferentes níveis, boas práticas de governança corporativa tornam-se essenciais na tentativa de minimizar os impactos das restrições financeiras e propiciar às empresas maior acesso a recursos externos com custos menores. O objetivo deste estudo foi verificar se alguns indicadores financeiros convencionais das empresas listadas nos principais segmentos da B3 (Novo Mercado, Nível 2, Nível 1 e Tradicional) suportam o status de governança atribuído a elas pelo respectivo segmento, de modo a efetivamente classificá-las como mais ou menos restritas financeiramente. Para isso, um painel de dados de uma amostra de 266 companhias abertas brasileiras, durante o período de 2009 a 2014, foi analisado por meio de testes de hipóteses. Os resultados demonstraram que empresas pertencentes a algum nível diferenciado de governança corporativa (Novo Mercado, Nível 2 e Nível 1) apresentaram, para todos os indicadores, valores significativamente maiores do que aquelas listadas no segmento Tradicional. Dentre os níveis diferenciados de governança corporativa, o Novo Mercado foi o que mais se diferenciou do segmento Tradicional, apresentando valores significativamente maiores para todos os indicadores financeiros. A situação econômico-financeira mais sólida e favorável das empresas com práticas diferenciadas de governança corporativa, analisadas no presente estudo, parece respaldar seu status de governança, identificando-as como mais seguras a novos investimentos externos e, portanto, menos restritas financeiramente.