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Published By Universidade Federal Do Parana

2236-0999, 0100-0888

2021 ◽  
Vol 102 ◽  
Author(s):  
Olliver Mariano Rosa
Keyword(s):  

 RESUMO: Neste artigo, tratamos da relação entre a performance vocal e a poesia de João Cabral de Melo Neto. A obra desse poeta é normalmente dividida em duas vertentes: uma de poesia reflexiva, destinada à leitura individual, e outra, de poesia comunicativa, afeita à leitura em voz alta. Reconsideramos essa separação com base na reflexão sobre as possibilidades de comunicação do texto poético por meio de sua execução vocal, ou vocalização. Para isso, discutimos, primeiramente, a configuração das vozes nas publicações que compõem a coletânea Morte e vida severina e outros poemas em voz alta. Depois, distinguindo o caráter exterior dessas vozes, buscamos identificar elementos para percepção e análise da voz que se manifesta na poesia cabralina como virtualidade, constituída pela materialidade sonora e pela subjetividade poética. Fazemos isso com poemas do livro Museu de tudo. Em conclusão, assinalamos que o caráter comunicativo do poema de João Cabral encontra campos de ação mais amplos quando é deslocado para o âmbito performativo da vocalização.


2021 ◽  
Vol 102 ◽  
Author(s):  
Arnaldo Saraiva ◽  
Solange Fiuza ◽  
Waltencir Oliveira
Keyword(s):  

O crítico português Arnaldo Saraiva leu A Educação pela Pedra quando de seu lançamento e publicou, em 27 de agosto de 1966, no Correio da Manhã, do Rio de Janeiro, uma resenha sobre o livro, republicada, em 1967, no Diário de Notícias, de Lisboa. Este trabalho contém uma apresentação da resenha, seguida do texto resenhado.


2018 ◽  
Vol 97 ◽  
Author(s):  
Deolinda De Jesus Freire
Keyword(s):  

A escrita da História no século XVII, na Península Ibérica, tem como base o esquema bíblico cristão, logo, a verdade dos fatos dificilmente pode ser comprovada. Essa é uma das razões de a narração histórica se apoiar na repetição dos lugares-comuns da memória cristã para que os eventos narrados sejam considerados verdadeiros porque repetidos de acordo com o propósito divino. As edições ornadas com gravuras estabelecem uma tensão entre a verdade que se narra e o que se vê pintado, instituindo uma competição entre o discurso histórico e a arte pictórica. As gravuras imitam os lugares-comuns empenhados pelo cronista, amplificando-os para superar o discurso histórico e, assim, persuadir e comover o leitor e espectador a partir dos afetos com a visão de uma imagem que apenas se formava a partir da leitura e da memória cristã. O presente trabalho propõe uma leitura da competição entre o discurso histórico e a arte pictórica na edição ornada com gravuras da Historia de la conquista de México de Dom Antonio de Solís, publicada em Bruxelas no ano de 1704, em língua castelhana. A partir de duas imagens do Livro III – o templo de Viztzilipuztli e a prática do sacrifício –, analisamos como se estabelece o procedimento retórico de imitação e emulação entre o discurso e a gravura e como as artes competem entre si.


2018 ◽  
Vol 97 ◽  
Author(s):  
Pedro Ipiranga JR. ◽  
Leonardo Gonçalves Fischer

Uma problemática relevante hoje em dia sobre Isócrates diz respeito à sua relação com a tradição literária de sua época, à utilização de recursos estilísticos na configuração de seus textos, bem como dos procedimentos mais usuais de composição. Propomos neste trabalho fazer um levantamento de passagens que relevem para uma avaliação do status, por assim dizer, literário de sua obra, fazendo um comentário sobre o contexto discursivo em que aparecem e buscando alguns parâmetros comuns sob os quais uma teorização possa ser sugerida. Para tanto, restringiremos a análise àqueles passos em que se apresenta uma comparação ou contraste explícito com a poesia ou com algum poeta em particular. Ainda que apareça na produção isocrateana um termo específico para referenciar prosa (katalogáden, em A Níclocles 7), o mais das vezes utiliza-se nessa acepção a palavra lógos em contraposição textual a discursos com metro. Além disso, através de um quadro comparativo entre as obras comentadas, retomamos as várias passagens nas obras de Isócrates em que prosa e poesia estão interrelacionadas, a fim de explicitar que havia uma forma recorrente de tratar do estatuto da prosa em correlação com o discurso poético.


2018 ◽  
Vol 97 ◽  
Author(s):  
Solange Viaro Padilha
Keyword(s):  

A literatura e as artes visuais sempre estabeleceram um diálogo. Na Grécia antiga, poetas e filósofos já discutiam a proximidade entre a poesia e a pintura; a écfrase era utilizada como procedimento retórico. Na contemporaneidade, os entrelaçamentos intermidiais configuram um fértil campo de estudos comparatistas. Esta pesquisa investiga as relações entre a palavra e a imagem no romance O livro das provas (1989), do autor irlandês John Banville, texto com o qual conquistou o Guinness Peat Aviation Award. Em tom confessional, o protagonista do romance rememora o passado utilizando uma narrativa não-linear, condizente com o tom memorialístico adotado. Suas referências à pintura acentuam o caráter pictural do texto, que discute a relação entre a vida e a arte e também a permeabilidade das fronteiras entre a realidade e a representação. Com base em estudos a respeito da écfrase, esta pesquisa pretende analisar a arquitetura textual de John Banville e destacar os marcadores picturais presentes no romance.


2018 ◽  
Vol 97 ◽  
Author(s):  
Pedro Ipiranga Jr. ◽  
Anderson Zalewski ◽  
Gissele Chapanski ◽  
Sergio Kalil ◽  
Pedro Dolabela

Introdução ao número temático Retórica e Alteridade


2018 ◽  
Vol 97 ◽  
Author(s):  
Cindy Mery Gavioli-Prestes ◽  
Gissele Chapanski

Em tempos pautados pela valorização do discurso científico, que autoriza pensamentos e consolida verdades, da academia à grande mídia, os ambientes de ensino de Português Brasileiro como Língua materna ainda se valem de diversas concepções opacas a análises de acordo com a metodologia de qualquer ciência propriamente dita. Em manuais de ensino de Português como língua materna, na prática escolar e mesmo no vasto aparato metalinguístico que corre paralelo ao circuito oficial da educação (como blogs e demais instrumentos midiáticos), é possível flagrar mecanismos de observação dos fatos da língua apoiados exclusivamente na reprodução de posições calcificadas dentro do que se poderia chamar aqui de uma retórica metalinguística no Ocidente. Para algumas dessas "explicações gramaticais" o valor de verdade emana de uma permanência diacrônica capaz de remontar ao circuito gramatical da Antiguidade. Para outras tantas, trata-se apenas do surgimento de um valor de autoridade plasmado tão somente pela repetição de conteúdos dentro de um circuito mais atual chancelado socioculturalmente. O presente artigo tem por intuito propor uma análise das razões e do funcionamento de tal contraste, representado pela permanência, nos diversos ambientes de ensino de Português como língua materna, de discursos já esvaziados, ou, ao menos, questionados pelas Ciências da linguagem. Para isso, discutiremos aspectos relacionados à terminologia gramatical e linguística, bem como a noção de sujeito e de subordinação.


2018 ◽  
Vol 97 ◽  
Author(s):  
Eleonoura Enoque Silva ◽  
Martha Solange Perrusi ◽  
Antonio Henrique Coutelo de Moraes

Sófocles escreveu a tragédia Antígona – peça representada pela primeira vez em 441 a.C, em Atenas –, que tem como tema central um problema prático de conduta, envolvendo aspectos morais e políticos. Nessa obra, o tragediógrafo colocou questões fundamentais para discussão e reflexão, principalmente a do limite da autoridade do Estado sobre a consciência individual e o conflito entre a lei não escrita e a lei escrita. Nosso propósito, neste trabalho será analisar como Aristóteles, em sua obra Retórica, discute o tema e as questões fundamentais de Antígona, a partir dos conceitos de lei, justiça e equidade. Continuaremos nossa análise com um pensador contemporâneo, Cornelius Castoriadis, que considera ser a tragédia, um dos mecanismos de instituição da democracia grega, isto é, do exercício político na polis. Com base nas ideias desses autores, pretendemos primeiro discutir o conflito, entre as leis, à luz da retórica aristotélica e num segundo momento discutir o bom senso x descomedimento, a partir de considerações trazidas por Castoriadis.


2018 ◽  
Vol 97 ◽  
Author(s):  
Leno Francisco Danner ◽  
Julie Dorrico ◽  
Fernando Danner

Defendemos, nesse artigo, que a literatura indígena brasileira contemporânea possui como núcleo epistemológico-político e como estilo estético-literário o ativismo e a militância público-políticos diretos e pungentes, em sua ligação umbilical e em sua dependência profunda relativamente ao Movimento Indígena. Nesse sentido, a literatura indígena brasileira apresenta três marcas distintivas e constitutivas que lhe dinamizam nessa sua vinculação seja ao Movimento Indígena, seja em termos de esfera público-política e como práxis estética, política e normativa, a saber: (a) parte da afirmação da memória ancestral e comunitária, da autoexpressão desde a singularidade antropológica do próprio indígena; (b) com base nisso, explicita, denuncia e enfrenta pública e politicamente a condição de exclusão, de marginalização e de violência vividas e sofridas; e (c), como síntese de tudo isso, assume um sentido político-politizante, carnal e vinculado que se expressa por meio de uma voz-práxis estético-literária que funda o eu-nós lírico-político ativista, militante e engajado, comprometido diretamente com a causa indígena. Assim, argumentamos que o núcleo normativo da literatura indígena brasileira contemporânea consiste na intersecção de comunidade e indivíduo, no mútuo sustento de afirmação e atualização da memória ancestral-comunitária como singularidade antropológica, de denúncia da violência sofrida como minoria e de crítica do presente do e por parte do eu-nós lírico-político indígena. Essa é a linguagem, o estilo e a práxis da literatura indígena brasileira hodierna que marca, dinamiza e define as produções estético-literárias indígenas e a postura de seus/as intelectuais, bem como do próprio Movimento Indígena de um modo mais geral. 


2018 ◽  
Vol 97 ◽  
Author(s):  
Alexandre Jose Barboza Costa
Keyword(s):  

Resumo: O presente texto tem por finalidade mostrar que Pero de Magalhães de Gandavo, autor de “História da Província de Santa Cruz” emula – emulatio - Plínio, o velho, autor de “História Natural” para a feitura de suas écfrases – descrições – dos bestiários proporcionando, desse modo, ao seu destinatário uma visão quinhentista, eurocêntrica e contrarreformada da tópica dos “mirabilis”, ou seja, do” fantástico”, “admirável” e” maravilhoso” naquele que foi considerado o primeiro tratado histórico sobre o Brasil escrito provavelmente entre 1573 e 1576 denominado” História da província de Sancta Cruz a que vulgarmente chamamos de Brasil”.  Tomamos Plínio, o Velho como autoridades (auctoritas) para o texto de Gandavo, pois, no século XVI os tratados de descrição da fauna e da flora tinham no autor de História Natural a auctoritas mais recorrente. Defendemos a hipótese que o tratado de Gandavo, dentre todos os autores luso-brasileiros do período é o que mais se aproxima de o autor de História Natural de Plínio, o velho.


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