Revista de História das Ideias
Latest Publications


TOTAL DOCUMENTS

948
(FIVE YEARS 39)

H-INDEX

4
(FIVE YEARS 0)

Published By Coimbra University Press

2183-8925, 0870-0958

2021 ◽  
Vol 39 ◽  
pp. 201-221
Author(s):  
Isabel Lustosa
Keyword(s):  

Apresenta-se aqui a trajetória de Joaquim José da Silva Maia, comerciante e jornalista de formação liberal que atuou no Brasil e em Portugal, envolvendo-se diretamente na guerra de independência da Baía, do lado dos portugueses (1822/1823); nas campanhas liberais que agitaram Portugal entre 1826 e 1828 a favor da constituição e contra D. Miguel e, finalmente, no último ano do reinado de D. Pedro I, do Brasil, (1830/1831) defendendo no Rio de Janeiro, em nome dos ideias do liberalismo político e econômico, o envolvimento do Imperador e de seu governo nos problemas da sucessão portuguesa. Exemplo de uma atuação decisiva dos dois lados do Atlântico, especialmente por meio dos jornais que publicou, o caso de Silva Maia é rico em possibilidades analíticas para a compreensão das apropriações possíveis dos ideais constitucionalistas em um contexto de intensas transformações.


2021 ◽  
Vol 39 ◽  
pp. 49-73
Author(s):  
Michael Antolović

This paper analyzes the development of the historiography in the former socialist Yugoslavia (1945–1991). Starting with the revolutionary changes after the Second World War and the establishment of the «dictatorship of the proletariat», the paper considers the ideological surveillance imposed on historiography entailing its reconceptualization on the Marxist grounds. Despite the existence of common Yugoslav institutions, Yugoslav historiography was constituted by six historiographies focusing their research programs on the history of their own nation, i.e. the republic. Therefore, many joint historiographical projects were either left unfinished or courted controversies between historians over a number of phenomena from the Yugoslav history. Yugoslav historiography emancipated from Marxist dogmatism, and modernized itself following various forms of social history due to a gradual weakening of ideological surveillance from the 1960s onwards. However, the modernization of Yugoslav historiography was carried out only partially because of the growing social and political crises which eventually led to the dissolution of Yugoslavia.


2021 ◽  
Vol 39 ◽  
pp. 301-324
Author(s):  
João Manuel Rocha

Em vésperas da guerra colonial, em Luanda, o ABC-Diário de Angola explorava o distanciamento possível face ao regime de Salazar e à sua política ultramarina. Com uma abordagem inspirada em análise de conteúdo e de discurso de noticiário cruzada com pesquisa em arquivo, neste artigo identificam-se opções editoriais e propõe-se uma caraterização de um diário que chegou a ser visto no Ministério do Ultramar como uma «perigosa 5ª coluna». Reflete-se também sobre a singularidade que o jornal conseguiu ter no quadro do regime autoritário do Estado Novo. Sem o seu fundador, Machado Saldanha, o jornal evoluiria no final da década de 1960 para um alinhamento com as autoridades, tornando-se um arauto do marcelismo.


2021 ◽  
Vol 39 ◽  
pp. 275-299
Author(s):  
Susana Mota ◽  
José das Candeias Sales

Entre 1925 e 1927, Julião Quintinha (1885-1968), um reconhecido jornalista e escritor português, fez um périplo pelo continente africano, visitando as antigas colónias portuguesas, o Egito, o Índico e os mares Mediterrâneo e Vermelho, em consequência do qual deixou vasta documentação e informação, em forma ficcionada ou em narrativas resultantes da sua vivência, observação e reflexão, sendo considerado o pioneiro da literatura de temática colonial. Entre os vários títulos de sua autoria, destacamos a obra de 1932 intitulada Terras do Sol e de Febre onde, em resultado da sua visita ao Egito, o Autor deixou um olhar crítico e esclarecido sobre a antiga civilização egípcia. Através do último capítulo, «O deslumbramento do Egipto», recolheremos e enquadraremos as suas impressões sobre o «legendário Egipto». Através da sua narrativa captaremos a representação e memória do «supremo encanto do Egipto (…) de Cleópatra e dos faraós», bem como a receção da sua identidade.


2021 ◽  
Vol 39 ◽  
pp. 391-395
Author(s):  
Luís Reis Torgal

Não tenho do meu curso de História, na época de 1960 a 1966, ano em que defendi a tese de licenciatura, uma imagem essencialmente positiva, conforme já o disse num livro, História… Que História?, publicado pela editora Temas e Debates em 2015. A nossa ciência era então vista de uma forma “narrativista” e “acontecimental”. As cadeiras que estimulavam a minha reflexão crítica —aprendida no liceu com Alberto Martins de Carvalho — fui buscá-las particularmente à Filosofia e à História da Cultura, em que ensinavam professores, de diversas concepções, oriundos de outras áreas: Sílvio Lima (em 1935 demitido por Salazar, mas que pudera regressar nos anos 40), o qual reflectia, nas suas lições inesquecíveis, sobre os princípios da teoria da História


2021 ◽  
Vol 39 ◽  
pp. 97-117
Author(s):  
Mariluci Cardoso de Vargas

Este artigo examina algumas publicações de Márcio Moreira Alves, desde «Torturas e torturados» (1966) até sua entrevista publicada em «Memórias do exílio» (1976). O objetivo principal do artigo consiste em identificar o papel dos testemunhos históricos em um momento de cerceamento das liberdades na história recente do país.


2021 ◽  
Vol 39 ◽  
pp. 175-197
Author(s):  
João Príncipe
Keyword(s):  

Os ensaios de António Sérgio propõem uma história escrita por um cidadão-filósofo, crítica das perspetivas nacionalistas e da história erudita que sacraliza os factos e deprecia as hipóteses teóricas. Opositor do regime, o seu projeto de uma História de Portugal em nove tomos foi abortado pela apreensão do tomo 1 em 1941. O historiador Alfredo Pimenta, com o apoio de Salazar, atacou essa publicação e Sérgio respondeu a Pimenta com aprofundadas reflexões sobre a epistemologia da História, mostrando como o papel das interpretações é fundamental, geminando a história com os outros saberes, sob um ideal científico totalizante e transdisciplinar. Expõem-se os contornos da polémica e analisam-se essas reflexões, integrando-as no todo da obra do autor e mostrando a inspiração recolhida nas obras de John Dewey (função da história), de Henri Berr (síntese científica) e de alguns historiadores e filósofos do virar do século.


2021 ◽  
Vol 39 ◽  
pp. 13-47
Author(s):  
Antoon De Baets

This essay examines the Ibero-American history producers who were killed for political reasons during the past century. It presents sixty victims from eight countries. Of these, 83% were killed by state forces, 17% by non-state forces. Dictatorships had the worst scores (58% of the victims), while flawed democracies also saw considerable casualties (32%), in contrast to emergent (7%) and stable democracies (3%). Much evidence was found for the thesis that killing these history producers did not necessarily mean the erasure of their names or achievements. Out of the sixty victims, nine (15%) were killed for political reasons that were mainly or partly related to their historical works. Six of these, however, occurred under democracies, particularly flawed or emergent democracies, and not under dictatorships. This finding leads to the hypothesis that well-entrenched dictatorships, wielding ruthless power, deter and block incriminating historical research – making the killing of history producers for history-related reasons relatively rare – whereas freer conditions in flawed and emergent democracies prompt or encourage such dangerous historical research. Those investigating past systemic violence or the crimes of previous dictatorships then risk becoming targets of the military seeking to install or restore authoritarian rule.


Sign in / Sign up

Export Citation Format

Share Document