PROPAGANDA, TRANSPARÊNCIA E ACCOUNTABILITY: A CONSTRUÇÃO DE INDICADORES PARA UMA GOVERNANÇA DEMOCRÁTICA

Este artigo tem por objetivo analisar as questões que envolvem a transparência, as fakes news e a accountability. Entende-se que a accountability pode não apenas melhorar a qualidade da democracia e da cidadania, como também possibilitar construir uma fórmula de governança democrática que ajude a melhorar a vida do cidadão e a medir o grau de corrupção, possibilitando criar uma forma concreta de combatê-la. Mas uma democracia com cidadania forte deve não apenas incorporar, em seu arcabouço legal, as noções e obrigações da transparência e do acesso à informação de interesse público, como também buscar construir mecanismos jurídicos para assegurar a accountability em todas as suas formas e direções.

FM AMÉRICA DE AQUIDAUANA (MS): UMA HISTÓRIA INTRÍNSECA À TRAJETÓRIA DO FUNDADOR

O artigo tem como objetivo resgatar a trajetória histórica da radiodifusão sonora em Frequência Modulada (FM) no município de Aquidauana, em Mato Grosso do Sul, a partir do pioneirismo da Rádio América. Com abrangência territorial significativa, propiciada pelas características técnicas, a emissora tornou-se protagonista no cenário da radiodifusão em FM na região pantaneira ao longo dos últimos anos. Esta pesquisa de natureza qualitativa está alicerçada no método da história oral, a partir de relatos de vivências e memórias históricas de locutores que atuaram por mais de vinte anos na estação de rádio; e em fontes documentais a partir de publicações em jornais impressos e em sites de notícia do município. Como conclusões, o artigo reconhece a importância da trajetória da emissora para o contexto local, e entende que a história do veículo se confunde e possui relação intrínseca com a do sócio-proprietário, comunicador, político e empresário Raul Martinez Freixes. Observou-se também, a partir do resgate histórico, as relações estabelecidas entre a política e a emissora de rádio que perpassa pela outorga até a eleição para mandatos eletivos do fundador e sócio-proprietário da América FM.

O DISCURSO INDIGENISTA RURALISTA ESTATAL: ANÁLISE DE CONTEÚDOS COMUNICATIVOS NO CONTEXTO DA ATUAL POLÍTICA PÚBLICA DA FUNAI

Este artigo tem por objetivo analisar o percurso discursivo do que será definido como Indigenismo Ruralista Estatal, assim como seus meios massivos de expressão na comunicação pública e privada, desde sua aplicação na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI Funai/INCRA), em 2015, até o cenário político atual, representado pela gestão da política pública indigenista por aliados e representantes do agronegócio brasileiro. As formas como os mecanismos discursivos criam regimes de verdade que retroalimentam as políticas públicas anti-indígenas é o que pretendemos demonstrar. Serão analisadas, a partir de noções foucaultianas de análise de discurso, para as finalidades a que o artigo se propõe, notas, normativas, imagens e notícias produzidas pela assessoria de comunicação da Fundação Nacional do Índio, além de notas elaboradas por associações indígenas e indigenistas, e transcrições de debates e relatórios da Frente Parlamentar da Agropecuária do Congresso Nacional.

A RELAÇÃO ENTRE JORNALISTAS E DISPOSITIVOS MÓVEIS: UMA ANÁLISE INDICIÁRIA DOS CONTEÚDOS PRODUZIDOS POR GUGA CHACRA, MARIA BELTRÃO E ANDRÉIA SADI NOS STORIES DO INSTAGRAM

O presente artigo busca compreender a relação entre jornalistas e dispositivos móveis e o que emerge desse elo no contexto da midiatização. Para isso, o estudo conta com análises dos Stories produzidos por três jornalistas: Guga Chacra, Maria Beltrão e Andréia Sadi. A escolha dos Stories se dá pela relação direta da narrativa com os dispositivos, como os smartphones, por exemplo. Os conteúdos foram observados por um período de sete dias consecutivos por meio da rede social Instagram. A análise se deu com base teórica do paradigma indiciário (Carlo Ginzburg e José Luiz Braga).

A RESSIGNIFICAÇÃO DA VELHICE FEMININA: DAS MEDIAÇÕES À INDÚSTRIA CULTURAL

A ressignificação da velhice feminina não estaria imune à ideologia da indústria cultural: manter-se sempre desejável e atraente com a beleza e o viço da juventude. É o que se nota em revistas femininas, na publicidade e em movimentos como ageless e going gray. De caráter bibliográfico, o estudo é focado nas mediações de Martín-Barbero: sociabilidade, ritualidade, institucionalidade e tecnicidade.

UMA COMPREENSÃO DO REGIONAL NO SISTEMA MIDIÁTICO BRASILEIRO: NEM AO CENTRO, NEM À MARGEM

Resenha do livro: Brasil e as suas mídias regionais: estudo dos mercados das regiões Norte e Sul. Rio de Janeiro: Editora Multifoco, 2017.

PESCANDO RESULTADOS: A REDE DE ATORES NO MARKETING SOCIAL

Partindo da noção de marketing social – um âmbito da comunicação empresarial que trata de temas socialmente relevantes - aplicamos a teoria ator-rede, de Latour (2000), para compreender as redes de atores em campanhas deste tipo e como elas aparecem nos anúncios finais. Para isso, discutimos a campanha “Tudo Começa Pelo Respeito”, da Rede Globo em parceria às Nações Unidas.

ALEXIS DE TOCQUEVILLE E A DEFESA DE UMA IMPRENSA LIVRE E NÃO MONOPOLISTA

No seu clássico A democracia na América, em que reflete sobre a democracia moderna, Alexis de Tocqueville confere um grande papel à imprensa para a manutenção das instituições democráticas e para o combate ao que ele denomina de “despotismo democrático”, que pode emergir do próprio seio das sociedades democráticas. Por outro lado, o pensador francês também aponta o perigo de a imprensa se tornar um instrumento antidemocrático e fator de corrupção da esfera pública quando concentrada nas mãos de grupos econômicos ou políticos. Para tanto, ele faz a defesa, além da ampla liberdade de imprensa, que esta também seja plural e o mais pulverizada possível em pequenos veículos de comunicação. O artigo também discorre sobre a experiência de Tocqueville à frente do jornal Le Commerce, que se destacou por sua linha editorial progressista.

GOVERNAMENTALIDADE, BIOPOLÍTICA E NECROPOLÍTICA: A PANDEMIA DA COVID-19 NO BRASIL

O presente artigo analisa a pandemia do Coronavírus (Covid–19) no Brasil, tendo como referência o conceito de governamentalidade e biopolítica de Michel Foucault e necropolítica de Achille Mbembe. Procura-se entender com a emergência da Covid-19 no Brasil, como o desenho de uma política (ou a sua ausência) para o enfrentamento da doença pode ditar quem merece viver e quem deve morrer, ou seja, a falta de ações efetivas de combate, somada ao negacionismo científico durante a pandemia, e que resultaram no extermínio das pessoas mais frágeis e vulneráveis. Institui-se uma política que favorece a morte. Mbembe nomeia esse tipo de política de necropolítica, Pretende-se no presente trabalho entender entrevistas e pronunciamentos do presidente Jair Bolsonaro criaram as condições para o estabelecimento da necropolítica em um contexto de pandemia da COVID-19 no Brasil. Trata-se de uma reflexão teórica. Que os esforços feitos, auxiliem o esclarecimento dos desafios e dos limites democráticos para reverter este modo de pensar a realidade brasileira frente à eugenia da Covid-19.