Griot Revista de Filosofia
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Published By Griot Revista De Filosofia

2178-1036, 2178-1036

2021 ◽  
Vol 21 (3) ◽  
pp. 218-235
Author(s):  
Nathan Menezes Amarante Teixeira

Este trabalho busca apresentar em detalhes as considerações de Silvia Federici sobre o neoliberalismo, tendo como centro de discussão a forma em que as noções de corpo, reprodução e cotidiano são mobilizados pela autora. Nesta perspectiva, será apresentada uma condição materialista do modo de vir a ser possível dos indivíduos na medida em que somos fundamentalmente corpos cuja ligação à totalidade social se dá mediada pelo enraizamento na particularidade situada do cotidiano.  Assim, dialogando ainda com outros autores tais como Simone de Beauvoir, Rosa Luxemburgo e Henri Lefebvre, trata-se de apresentarmos o desenvolvimento de uma perspectiva que coloca a reprodução cotidiana da vida como uma força produtiva central para o ser social e, sedimentada como hábitos no corpo, produz e reproduz modos de ser, base a partir da qual as considerações sobre a lógica neoliberal serão compreendidas, assim como ficará marcada a importância da abordagem crítica feminista de Federici em relação ao modo de produção capitalista.


2021 ◽  
Vol 21 (3) ◽  
pp. 121-133
Author(s):  
Carlos Fernando Silva Brito
Keyword(s):  

Neste texto, pretende-se desenvolver os elementos que compõem a crítica que Hannah Arendt apresenta ao fim da entrevista concedida ao escritor alemão Adelbert Reif no verão de 1970 ao conceito de Estado e governo moderno, e que não são desenvolvidos por Arendt nesse momento. Para tanto, inicialmente será expostas as criticas de Arendt ao esvaziamento do espaço público e a tentativa de resumir à participação política ao processo eleitoral. Para contrapor-se a esses problemas inerentes ao conceito moderno de Estado e governo, Hannah Arendt menciona, mesmo que ligeiramente a possibilidade de um estado-conselho. Entretanto, nesse texto Arendt não explora esses conceitos e experiências, mas apenas os relaciona com a necessidade de transformação do conceito moderno de Estado e governo, ou seja, possibilita a percepção da atualidade de sua reflexão anterior. Diante disso a hipótese explorada neste texto é a de que essa entrevista de 1970 serve de chave de leitura para compreender a pertinência e atualidade do paralelo partidos x conselho desenvolvidos pela autora em Sobre a Revolução em 1963 e acrescenta um elemento novo, a saber, o tema da necessidade de institucionalizar uma experiência esquecida: os conselhos.


2021 ◽  
Vol 21 (3) ◽  
pp. 351-374
Author(s):  
Fernando Danner ◽  
Leno Francisco Danner

No artigo, estudaremos o pensamento filosófico de Olavo de Carvalho, especialmente no que concerne à sua posição frente ao movimento negro brasileiro e norte-americano em sua luta por reparação pelo colonialismo-escravismo-racismo. Argumentaremos que sua recusa de qualquer práxis reparatória para com as minorias político-culturais e sua posição de um não-lugar das tradições negro-africanas no contexto da cultura/civilização ocidental, incluindo-se sua defesa da inferioridade da cultura/civilização negro-africana quando comparada com a tradição judaico-cristã, greco-latina e medieval-renascentista, são fundadas por uma metafísica dualista com caráter altamente antimoderno e antimodernizante, em que a dinâmica específica que perpassa o “drama humano frente ao universo e à eternidade” se caracteriza (a) pela luta entre necessidade natural (Behemot) e consciência individual (Leviatã), a qual só pode ser vencida pela correlação de graça divina por Jesus Cristo e interiorização e intuição pessoais, diretas, imediatas e imediadas por parte de cada indivíduo para com Deus; (b) pela recusa da política, da história e da ação intersubjetiva, afirmadas como materialismo e, nesse sentido, como lugar das ideologias políticas totalitárias (do qual a modernidade iluminista é o maior exemplo); e, finalmente, (c) pela centralidade do espiritualismo, da relação íntima e direta entre Deus e homem, mediada pela Revelação, o que aponta para a inexistência, no pensamento de Olavo de Carvalho, de parâmetros objetivos de discussão, de interação e de justificação racionais – daí, inclusive, sua deslegitimação da ciência, da política, da história e da ação institucional macroestrutural, e seu apelo ao individualismo metodológico intuicionista-espiritualista.


2021 ◽  
Vol 21 (3) ◽  
pp. 236-247
Author(s):  
Tamiris Moreira Simão
Keyword(s):  

Ellen Wood, em Democracia contra o capitalismo, defende duas importantes teses: o capitalismo inaugura um novo tipo de exploração e de extorsão da classe trabalhadora que não depende diretamente da extorsão do Estado; com isso, torna-se possível que alguns direitos políticos sejam estendidos a um número maior de pessoas, com a instituição da “democracia representativa”. Por outro lado, a participação política dos trabalhadores é limitada: ao identificar a democracia com a representação política, as classes dominantes criaram uma ilusão de participação política popular que é, na verdade, extremamente limitada, ou quase nula. Neste artigo, pretendemos mostrar alguns dos principais limites da democracia representativa, e como essa democracia atomiza os cidadãos e os mantém afastados de uma participação política efetiva. Para isso, recorreremos a outros teóricos influentes como Jean-Jacques Rousseau, Bernard Manin, Hanna Pitkin, Noam Chomsky.


2021 ◽  
Vol 21 (3) ◽  
pp. 77-87
Author(s):  
Douglas William Langer

O objetivo deste artigo é apresentar o surgimento e os problemas aos quais o conceito de Thatsache ou fato da consciência busca solucionar no desenvolvimento da filosofia reinholdiana em seus anos iniciais. Para isso se utilizarão quatro textos chaves no desenvolvimento da Filosofia Elementar de Reinhold tratando-os em três passos. Num primeiro momento o texto se debruçará sobre o problema da diferenciação das condições internas e externas da representação com relação à mera representação e os problemas surgidos a partir dessa empresa no Ensaio para uma nova teoria da faculdade de representação humana (1789). Num segundo momento se analisará como Reinhold procura, por meio do conceito de fato, apresentar uma solução para o problema da diferenciação imediata supracitada nos textos Sobre a possibilidade da filosofia como ciência rigorosa e Nova apresentação dos momentos mais altos da Filosofia Elementar ambos presentes nas suas Contribuições para a retificação dos mal-entendidos dos filósofos até agora (1790) e num terceiro momento, como esse conceito funciona para além disso, como um princípio de toda a consciência e por conseguinte, da Filosofia Elementar, especialmente em seu Sobre o fundamento do saber filosófico, conhecido popularmente apenas por Fundamentschrift de 1791.


2021 ◽  
Vol 21 (3) ◽  
pp. 189-196
Author(s):  
Junot Matos

O artigo discute a presença da Filosofia como componente curricular na Escola. Seu objetivo é formular elementos que ensejem a discussão sobre a possibilidade de organização do trabalho pedagógico mediadores de ensino e aprendizagem. Para tanto, faz-se uma breve reflexão sobre a escola, o trabalho docente – notadamente naquilo que se refere à relação professor/aluno.


2021 ◽  
Vol 21 (3) ◽  
pp. 248-257
Author(s):  
César de Alencar ◽  
Vinícius Brito Barros

Lógos é termo grego central para a construção do movimento sofístico. Górgias de Leontinos, um dos principais representantes da primeira geração desse movimento, propôs-se a refletir, em Elogio de Helena, sobre o discurso como um grande e soberano senhor, capaz de ao mesmo tempo produzir persuasão em Helena e denunciar esse poder persuasivo. Na primeira parte deste estudo, pretendemos situar o lógos como fabricador de vivências em seu ouvinte, o que sugere a compreensão do poder persuasivo. Na segunda parte, a fabricação de vivências, diferente da persuasão, se identificará com uma realidade fictícia produzida devido ao engano voluntário. Por ser voluntária essa experiência do engano, o motivo da soberania do lógos está para Górgias, em que o discurso, além de persuadir, pode servir como instrumento possível para a fabricação de aprendizados, cuja experiência artística o seu próprio texto exemplifica.


2021 ◽  
Vol 21 (3) ◽  
pp. 319-335
Author(s):  
Maikon C. S. Scaldaferro
Keyword(s):  

A pandemia de coronavírus que alterou a vida de pessoas em todo mundo desvelou surpreendentes “afinidades eletivas” entre o crítico do Estado de exceção e o fã do Estado de exceção. Nesse trabalho discute-se por que o filósofo italiano Giorgio Agamben apresentou teses sobre a pandemia que mais lembram as falas negacionistas do presidente do Brasil. Mais do que uma mera análise política equivocada da pandemia, entendemos que as teses defendidas por Agamben decorrem da própria teoria da biopolítica que o filósofo elaborou em seus textos mais celebrados. Neste artigo procuramos primeiramente apontar os fundamentos da teoria da biopolítica elaborada por Agamben. Num segundo momento mostramos como as ideias do filósofo italiano estão alinhadas com o que tem sido defendido pelo presidente Bolsonaro. Ao final, indicamos porque os textos de Agamben sobre a pandemia são uma consequência lógica daquilo que ele havia formulado em sua teoria da biopolítica.


2021 ◽  
Vol 21 (3) ◽  
pp. 438-447
Author(s):  
Luciano Gomes Brazil
Keyword(s):  

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