Khan Academy e o ensino/aprendizagem de Matemática para além da sala de aula

As Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDICs) estão cada vez mais presentes no cotidiano das crianças, adolescentes e jovens. Nesse contexto, a usabilidade das TDICs também tem encontrado espaço na Educação, num processo em que a utilização de recursos e ferramentas digitais tem promovido práticas educativas mais próximas desse cenário no qual os alunos da atualidade estão inseridos. A partir disso, este artigo discute a possibilidade de uso da plataforma Khan Academy como ferramenta de auxílio no ensino/aprendizagem de Matemática, apoiado na perspectiva do Ensino Híbrido e do conceito de Sala de Aula Ampliada. Para tal, este traz reflexões sobre o uso da TDICs na Educação e apresenta/discute a interface de funcionamento da plataforma em questão, acessibilidade e gamificação de conteúdos/atividades, a partir da literatura disponível sobre a temática. Apresenta também, os resultados de uma pesquisa de campo realizada com alunos de nível médio que, ainda que possam ser estendidos, considera a plataforma Khan Academy como ferramenta capaz de auxiliar no ensino/aprendizagem de Matemática, uma vez que pode atuar como ambiente para o complemento do estudo dos alunos, possibilitando estudar em casa, no horário que convém, com acesso a amplos conteúdos disponibilizados em vídeos, textos e exercícios que podem expandir o aprendizado tido em sala de aula.

O Pibid e o desenvolvimento do conhecimento profissional dos professores supervisores

Este trabalho investigou implicações do PIBID – Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência para o desenvolvimento do conhecimento profissional dos professores supervisores, a partir das componentes da scholarship da docência. Estas componentes são a autocompreensão profissional e a teoria educacional subjetiva. Trata-se de uma pesquisa qualitativa de cunho investigativo e interpretativo, em que foi utilizado o grupo focal, que reuniu alguns dos professores supervisores que atuaram no subprojeto do PIBID de Matemática da UNESPAR – Campus de União da Vitória entre 2012 e 2017, para discutirem sobre suas experiências no PIBID. Posteriormente, a análise de dados revelou a influência de ações desenvolvidas com o PIBID no conhecimento profissional desses professores, principalmente no que diz respeito às reflexões e discussões coletivas decorrentes da participação no Programa, agregando novas ideias e elementos para suas práticas, assim como o desenvolvimento de aspectos da scholarship da docência. A atuação dos professores supervisores no PIBID deve ser reconhecida como uma política de formação continuada de professores, porque possibilita a articulação teoria-prática e, dessa forma, apresenta potencial maior do que os documentos que regulam o programa revelam.

O que se mostra em relação à equidade: a visão de professores que ensinam matemática nos anos iniciais

A equidade é definida como um conceito subjetivo, porém, possível por meio do acesso, da realização, da identidade e do poder. Este artigo tem por objetivo identificar como o professor de Matemática resume a ideia de equidade a partir de um fragmento da Base Nacional Curricular Comum (BNCC). O interesse por esse tema surgiu da percepção de que um sistema que nivela a todos por igual não dá conta de perceber as especificidades apresentadas pelos estudantes, as quais precisam, muitas vezes, de estratégias diferenciadas para possibilitar a aprendizagem. O contexto da pesquisa se configura em um período de pandemia da Covid-19, momento em que muitas pessoas se encontram em distanciamento social. Os participantes da pesquisa foram 18 professores que atuam nos anos iniciais da rede pública e particular de ensino de três cidades – Ilhéus, Itapetinga e Teixeira de Freitas. Os dados foram coletados pelo google forms. Para análise, utilizamos a metodologia de Análise Textual Discursiva (ATD). Conforme os resultados, cinco professores percebem a equidade como possibilidade de oferecer um ensino indicando estratégias para que a aprendizagem aconteça, oito percebem a equidade como igualdade, dois consideram como distante, três escrevem apenas uma palavra, o que dificulta o processo da análise. Os resultados sugerem que o tema deve ser mais debatido e vivenciado no contexto educacional.

A visão de futuros professores acerca do desenvolvimento de uma atividade de ensino de geometria utilizando caleidoscópios

Este artigo apresenta uma análise dos relatos de futuros professores que cursaram a disciplina Instrumentalização para o Ensino de Matemática V – Geometria sobre uma experiência de ensino utilizando caleidoscópios de dois e três espelhos. O objetivo foi analisar a visão de futuros professores acerca da experiência de ensino com caleidoscópios. Esta experiência foi realizada durante duas aulas de 50 minutos em uma turma de 9º ano de uma escola pública da cidade de Feira de Santana/BA. Participaram todos os professorandos da disciplina que, em duplas, trabalharam com os alunos organizados em grupos utilizando caleidoscópios de 2 e 3 espelhos. Relatos dos futuros professores destacaram que ficaram encantados com a participação de todos os alunos na atividade; consideraram uma atividade muito interessante, a qual cativou tanto os futuros professores quanto aos alunos; e que, na experiência de ensino, desajustes foram percebidos e relatados, mas que estes geraram reflexões sobre as tarefas e algumas dificuldades manifestadas pelos alunos. Considerando esses relatos e compreendendo o professor como um profissional que tem por tarefa ensinar, e a formação como forma/ação, pode-se concluir que a experiência de ensino foi prazerosa para alunos e professorandos, mostrando que os caleidoscópios são recursos promissores no ensino dos conceitos de geometria, com fácil aderência e implementação em aulas futuras.

Resolução de problemas na sala de aula on-line: percepções de alunos do Ensino Médio sobre a função quadrática

Este artigo é o relato de uma pesquisa qualitativa, que foi desenvolvida com o objetivo principal de elaborar, desenvolver e analisar uma sequência didática, envolvendo o conteúdo de função quadrática. Para isso, foi adaptada e utilizada uma atividade descrita no capítulo referente a esse conteúdo no Livro Aberto de Matemática sobre a altura do Arco da Apoteose. A sequência foi aplicada aos alunos do 1º ano do Ensino Médio de uma escola particular da região central do Rio Grande do Sul, de maneira remota, devido à pandemia do Covid-19, e a metodologia de Resolução de Problemas foi adaptada para tal momento. Analisando as respostas dos alunos, podemos inferir que os conceitos sobre a função quadrática ainda não foram bem compreendidos. Os alunos apresentam dificuldades para transitar entre os registros algébricos e gráficos da função quadrática bem como compreender o significado dos parâmetros da função. Com isso, percebe-se a necessidade de se trabalhar esses conceitos em diferentes problemas e a transição desses registros, para que os alunos consigam aperfeiçoar o entendimento desses conceitos.

A resolução de problemas no Ensino de Matemática: visões de três professoras do Ensino Médio

Considerando as potencialidades do uso de resolução de problemas no processo de ensino-aprendizagem de Matemática e o papel do professor no desenvolvimento deste processo, buscamos compreender qual é a visão dos professores que lecionam Matemática no Ensino Médio, sobre o uso da resolução de problemas no ensino de Matemática. Para isso, foram realizadas entrevistas com professoras que lecionam Matemática no Ensino Médio em uma escola estadual do interior do Estado de São Paulo/Brasil e que utilizam o material Caderno do Aluno, fornecido pela Secretaria de Educação do Estado de São Paulo, como principal material didático curricular. Para a análise das entrevistas, foi utilizada a metodologia de Análise do Discurso. Foi possível constatar que duas das professoras entrevistadas interpretam a resolução de problemas como o uso de problemas contextualizados e essa visão está relacionada a ênfase dada a contextualização no Currículo e no Caderno do Aluno.

Os Teoremas da Incompletude de Gödel e possibilidades que abrem ao ensino e à aprendizagem de Matemática e Física

Este artigo visa compreender: quais possibilidades se abrem ao ensino e à aprendizagem de Matemática e Física, quando compreendida a incompletude das mesmas frente aos teoremas de Gödel? Essa pergunta implica pensar os teoremas para além de suas estruturas amplamente formais e complexas, visando a produção de conhecimentos em sala de aula, que aparentemente são desconexos de tais estruturas. A busca por compreender a interrogação dá-se mediante estudo qualitativo, de cunho bibliográfico, atentando-se ao que dizem pesquisadores das áreas de Matemática, Física, Educação Matemática e Ensino de Física sobre os Teoremas da Incompletude de Gödel. O olhar que permite uma aproximação destes teoremas à sala de aula de Matemática e de Física é um olhar filosófico que permite pensar as implicações dos mesmos à constituição do conhecimento nestas áreas. Associa-se o revés produzido pelos teoremas às pretensões de fundar, sem contradições, toda a Matemática, ao movimento de aprender, que está sempre em constituição, bem como à percepção da correspondência entre sujeitos e ciências, quando pensados como seres cuja completude não se realiza, constituindo, assim, um modo de ser que é comum, contrariando, portanto, o pensamento que separa ou afasta a Matemática ou a Física daqueles que não são profissionais ou pesquisadores destas áreas.

A função exponencial na pesquisa em Educação Matemática: como dialoga com a BNCC?

De acordo com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), a função exponencial é um objeto que faz parte do currículo de Matemática do Ensino Médio que elenca competências que os estudantes devem desenvolver em Matemática, bem como habilidades específicas no estudo da função exponencial. O objetivo desta pesquisa é realizar uma revisão sistemática de teses e dissertações nos programas de Pós-Graduação em Ensino de Ciências e Matemática ou Educação Matemática, envolvendo a função exponencial na Educação Básica, tendo como parâmetros as competências e habilidades propostas pela BNCC. A busca foi realizada no Banco de Teses e Dissertações da Capes, sendo o universo de análise composto por 50 trabalhos que foram submetidos à Análise de Conteúdo para verificar como essas produções dialogam com as categorias criadas a partir da BNCC. Verifica-se que, embora a maioria das pesquisas não faça menção à BNCC, essas conseguem estabelecer diálogos em diversos quesitos, como Resolução de Problemas e Modelagem Matemática, utilização de diversos registros de representação, uso de tecnologias e relação com a Matemática Financeira e a Biologia. Apesar de alguns trabalhos abordarem a contextualização e a interdisciplinaridade, percebe-se a necessidade de contextos significativos, do papel mais ativo do estudante e do desenvolvimento de habilidades de comunicação no processo de aprendizagem.

O estado da arte de pesquisas envolvendo a Teoria dos Registros de Representações Semióticas e o ensino de Cálculo Diferencial e Integral

O estudo objetivou sintetizar o conjunto de pesquisas realizadas no Brasil, compreendidas entre os anos 2000 e 2019, que correlacionam o ensino e a aprendizagem de Cálculo Diferencial e Integral à Teoria dos Registros de Representação Semiótica, de Raymond Duval. Para tanto, um mapeamento de pesquisas foi realizado em um repositório brasileiro de dissertações e teses e, em seguida, as pesquisas encontradas foram classificadas em focos e subfocos temáticos, conforme proposto por Dario Fiorentini, com o objetivo de identificar as principais tendências para quais os trabalhos apontam. A pesquisa é qualitativa e de caráter bibliográfico. Através do mapeamento, tornou-se possível identificar 20 trabalhos pertencentes à temática estabelecida na qual foram categorizados a partir de 02 focos e 07 subfocos temáticos. A atividade de mapeamento nos permitiu identificar o cenário das tendências da pesquisa brasileira no que concerne à Teoria dos Registros de Representação Semiótica aplicada às práticas pedagógicas da disciplina de Cálculo Diferencial e Integral, ampliando, portanto, os horizontes acerca de suas contribuições para o contexto educacional, bem como as possibilidades e necessidades de aprimoramento do mesmo. Os resultados evidenciam que a pesquisa neste ramo ainda caminha a passos lentos, tendo seu enfoque principalmente no que se refere ao processo de ensino e aprendizagem da disciplina de Cálculo Diferencial e Integral. Ressalta-se que a presente pesquisa foi financiada pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Tocantins – Campus Paraíso do Tocantins.