Reflexões sobre uma oficina virtual sobre a história e silenciamento da epidemia de HIV/AIDS no Brasil.

Este relato descreve uma oficina virtual problematizando, através de uma ótica não cientificista, o atual silenciamento e opressões associadas à epidemia de HIV/AIDS no Brasil. A oficina foi mediada por licenciandas em Ciências Biológicas em um projeto de estágio supervisionado e fora estruturada em dois encontros síncronos e assíncronos. No primeiro encontro, foi construída uma nuvem de palavras e houve exibição de um videoclipe sobre a temática. Durante a semana intermediária, um conjunto de documentos históricos e trechos de documentário foram postados para discussões nos comentários. Por fim, estes materiais foram retomados para embasar a discussão final. Destaca-se como ponto positivo a troca de experiências e conhecimentos entre participantes e educadores o que consolidou a oficina como espaço de diálogo, aproximando-a das proposições da pedagogia Freireana.

O tornar-se sujeito nos currículos de ciências e biologia

O artigo investiga como as identidades dissidentes (Paul B. Preciado) tem sido subjetivadas nos (e pelos) currículos de Ciências e Biologia. No diálogo com Michel Foucault, Judith Butler e Thomas Popkewitz, analisa produções acadêmicas nos anais do ENEBIO (2016 e 2018), problematizando como os discursos acadêmicos participam dos processos de tornar-se sujeito, produzindo pesquisas e relatos que nos informam quem devemos ser em termos de gêneros e sexualidades e, simultaneamente, que conhecimentos devemos ensinar e aprender sobre essas temáticas. Em meio aos jogos de saber e poder, assume a produtividade de se pensar genealogias outras, assim como construir espaços-tempos para possibilitar discursivamente outros modos de ser e estar no mundo, que não só aquelas cisgêneras e heterossexuais.

Marcando passos, a(r)mando lutas

O presente trabalho apresenta uma cartografia do(s) feminismo(s) e das lutas a favor dos gêneros e das sexualidades. Discute-se o imperativo biológico e o binarismo sexo/gênero e enfatiza a importância das epistemologias feministas na busca de outras “bio-logias” possíveis nas escolas e pedagogias culturais.

Avaliação de simulações interativas em ciências da Plataforma on-line “Phet” por meio de parâmetros de avaliação e de oficinas com futuros docentes

Para superar as dificuldades vivenciadas pelos professores ao explicar assuntos abstratos de ciências e de biologia, despertando o interesse do estudante, é possível recorrer às Tecnologias da Informação e Comunicação e aos Objetos de Aprendizagem. Objetivando avaliar o desempenho de três simulações interativas em ciências, da plataforma on-line PhET, este trabalho utilizou-se de protocolos de avaliação e desenvolveu oficinas com futuros docentes. Nos resultados são apresentados os desafios e as potencialidades dessas simulações, constatadas nas avaliações e nas oficinas. Avaliou-se que a ferramenta se apresenta como uma boa estratégia didática de ensino e contribui positivamente no processo de ensino-aprendizagem. Ainda que as simulações demonstrem alguns parâmetros deficientes, verificou-se que o professor pode contorná-los atuando como mediador.

Articulação teoria e prática no estágio supervisionado remoto em biologia

O Estágio Supervisionado em Biologia é essencial para a formação inicial dos futuros professores, pois visa articular a prática e a teoria, trocas de experiências, compartilhamentos de conhecimentos, observações e construir conhecimentos profissionais docentes. Neste sentido, o objetivo deste trabalho é relatar as experiências vivenciadas no estágio de maneira remota durante uma pandemia. O relato foi dividido em três momentos: observação, planejamento, docência. Esses momentos foram relatados de acordo com as experiências pessoais da primeira autora, evidenciando suas percepções, vivências, sentimentos, aprendizados e dificuldades no processo. Discute-se que, mesmo que o estágio tenha sido de maneira remota, construiu-se conhecimentos significativos em uma vivência da realidade escolar possível em uma crise sanitária, articulando conhecimentos biológicos, pedagógicos e tecnológicos à formação docente.

formação inicial do licenciado em ciências biológicas e o tema sexualidade

Práticas formativas devem relacionar-se com desafios vividos pelos profissionais cotidianamente, envolvendo domínio e construção de saberes exigidos na atividade docente. Portanto, este artigo objetivou discutir a formação do licenciando em Ciências Biológicas no tema sexualidade. Para tanto, foram submetidas à análise documental ementas de disciplinas obrigatórias e entrevistas semiestruturadas aplicadas aos discentes em 2016. Observou-se justificativa para abordagem do tema em 17 disciplinas, contudo, o curso pouco contribui à formação de professores aptos a trabalhá-lo na educação básica apesar de conter momentos propícios ao seu aprofundamento. Sugere-se que as licenciaturas passem a olhar favoravelmente à abordagem da sexualidade na formação docente, podendo considerar debates promovidos pelo movimento estudantil, salvo adequação metodológica, para desenvolver saberes necessários ao exercício da profissão docente.

sul enquanto horizonte epistemológico

Este trabalho integra uma pesquisa de doutorado e propõe reflexões sobre formas de produção e validação de conhecimentos da Ciência Moderna, considerando que ela está ancorada em uma dinâmica colonial pautada no racismo estrutural, no patriarcado e no capitalismo. Questionamos quais efeitos essas epistemologias produzem na educação em ciências e apontamos as implicações nesse campo de ensino e pesquisa. Indicamos as Epistemologias do Sul enquanto horizonte epistemológico e a Interculturalidade Crítica como possibilidade para anunciar um ensino de ciências decolonial, pautando a horizontalidade de conhecimentos a partir de posturas contrárias as injustiças sociais. Por fim, destacamos a urgência do diálogo entre a Ciência e as periferias, em virtude de discursos anticientíficos fortalecidos a partir de grupos de grande poder político.

Ensino de zoologia no Brasil

Eventos científicos concentram significativas discussões no Ensino de Ciências e Biologia. Assim, objetivamos analisar a abordagem do Ensino de Zoologia, enfocando o Filo Cnidaria em eventos científicos. Foram verificados os anais de cinco grandes eventos (ENPEC, CONAPESC, ENEBIO, EREBIO NE e CONGREBIO), quantificados na Área da Zoologia e seu Ensino, e identificados os que envolviam Cnidários. Captamos 16.747 trabalhos, sendo 866 da Área da Zoologia e seu Ensino, e 14 contemplando os Cnidários. O ENEBIO deteve maior número relacionado ao Ensino de Zoologia, apresentando também maior quantidade de trabalhos envolvendo Cnidários. Acreditamos que mais pesquisas possam surgir futuramente a respeito desses animais, com trabalhos que possam dar maior ênfase à importância desses organismos.

Narrativas docentes de educação sexual em perspectivas geracionais

Neste artigo, examinamos mudanças de enfoque de educação sexual que foram sendo engendradas em práticas docentes. Examinamos essas mudanças em narrativas orais de oito professores de Ciências e Biologia de quatro gerações, definidas pelo início das suas atividades profissionais (1980-2010). A análise das narrativas foi realizada em diálogo com contribuições dos estudos do currículo, dos saberes docentes e das finalidades educacionais. As práticas de educação sexual relatadas integram os saberes experienciais dos docentes em contextos sociais e pedagógicos atravessados pela mescla de finalidades educacionais e condicionantes temporais. As narrativas sugerem possibilidades de trabalhar a educação sexual, sensíveis aos riscos que a população estudantil corre em função da violência sexual, dos preconceitos de gênero e definições culturais que a exclui socialmente.

Residência pedagógica

O objetivo do trabalho é investigar as concepções das preceptoras vinculadas ao Subprojeto de Residência Pedagógica em Ciências Biológicas da Universidade Federal de Goiás (UFG) sobre Educação em Sexualidade e Gênero, a fim de compreender como a abordagem dessas temáticas pode contribuir para a formação inicial e continuada de professores de Ciências e Biologia. A partir da análise dos dados obtidos por meio de questionário eletrônico, concluiu-se que as professoras não tiveram contato com a temática durante sua graduação, evidenciando uma perspectiva biologicista em suas propostas pedagógicas. Com isso, as preceptoras visualizam na RP a possibilidade de formação continuada, permitindo inserir e qualificar o debate acerca da educação em sexualidade e gênero em suas aulas e no cotidiano escolar.