scholarly journals Aí vem o Febrônio

Teresa ◽  
2014 ◽  
pp. 101
Author(s):  
Carlos Augusto Calil

Em 1927, dois crimes hediondos abalavam o Rio: os corpos de dois menores foram encontrados em Jacarepaguá. O pai de um deles reconheceu Febrônio Índio do Brasil como responsável. Mulato e homossexual, o suspeito publicara no ano anterior As Revelações do Príncipe do Fogo, escrito no presídio de Ilha Grande. Seus supostos crimes estavam envoltos em aura de misticismo combinada com sexualidade infrene. Pelo menos quatro escritores se interessaram pelo caso: Blaise Cendrars, Prudente de Morais Neto, Sérgio Buarque de Holanda, e Mário de Andrade.

2021 ◽  
Vol 15 (2) ◽  
pp. 34-51
Author(s):  
Natalia Aparecida Bisio de Araujo

Este trabalho tem como objetivo analisar as relações estéticas entre a obra de Mário de Andrade e do vanguardista Blaise Cendrars. Sabe-se que a primeira fase do Modernismo brasileiro foi marcada pela articulação com as correntes das Vanguardas Europeias. Em tal contexto, avaliaremos a hipótese de que Blaise Cendrars tenha sido um dos elos de ligação entre as tendências estrangeiras e o projeto artístico nacional modernista. Para a análise comparada das relações estéticas entre o poeta brasileiro e o vanguardista, foram escolhidos o “Noturno de Belo Horizonte” (1924), poema de Clã do Jabuti, as “Crônicas de Malazarte VIII” (1924) e La Prose du Transsibérien et de la Petite Jehanne de France (1913), longo livro verbo-visual de Cendrars, pois é possível perceber um profundo diálogo entre os textos, pautados em experiências de viagem de trem. Como embasamento teórico, serão consideradas as teorias e críticas da poesia em geral, assim como estudos sobre a estética vanguardista e modernista.


Author(s):  
Andrew Thacker

This innovative book examines the development of modernism in four European cities: London, Paris, Berlin, and Vienna. Focusing upon how literary and cultural outsiders represented various spaces in these cities, it draws upon contemporary theories of affect, mood, and literary geography to offer an original account of the geographical emotions of modernism. It considers three broad features of urban modernism: the built environment of the particular cities, such as cafés or transport systems; the cultural institutions of publishing that underpinned the development of modernism in these locations; and the complex perceptions of writers and artists who were outsiders to the four cities. Particular attention is thus given to the transnational qualities of modernism by examining figures whose view of the cities considered is that of migrants, exiles, or strangers. The writers and artists discussed include Mulk Raj Anand, Gwendolyn Bennett, Bryher, Blaise Cendrars, Joseph Conrad, T. S. Eliot, Christopher Isherwood, Hope Mirlees, Noami Mitchison, Jean Rhys, Sam Selon, and Stephen Spender.


2021 ◽  
Author(s):  
Maria do Rosário Alves Pereira

Este livro investiga o papel exercido por Mário de Andrade como crítico literário em sua epistolografia para escritores(as) mineiros(as), de diferentes grupos e gerações, tais como Carlos Drummond de Andrade e Martins de Almeida; Henriqueta Lisboa e Oneyda Alvarenga; Fernando Sabino e Alphonsus de Guimaraens Filho, entre outros. Percebe-se que os escritores, ainda que acatassem as sugestões mariodeandradianas e, em grande medida, as colocassem em prática na confecção do texto literário, mantinham, ao mesmo tempo, uma postura crítica e autônoma em relação aos apontamentos que recebiam. Desenvolve-se o conceito de carta-crítica, fundamental para as leituras aqui empreendidas, a fim de delinear como Mário, por meio de sua “sinceridade”, procurava orientar seus correspondentes. Procura-se demonstrar que o meio epistolar funcionou como uma espécie de laboratório tanto para o escritor paulista quanto para os jovens que dele se aproximavam, pois nas cartas se encontram a gênese de obras e, sobretudo, discussões profícuas sobre o fazer literário, a arte, o papel do intelectual e o do próprio crítico. Ao final, fica demonstrado o valor literário e histórico-cultural imbuído nessa vasta correspondência, que, seguramente, agrega novos sentidos à memória literária brasileira.


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