scholarly journals ANTROPOLOGIA E ECONOMIA. TENTANDO FAZER UMA CONEXÃO SIGNIFICATIVA: ENTREVISTA COM KEITH HART

2019 ◽  
Vol 9 (3) ◽  
pp. 743-770
Author(s):  
Federico Neiburg ◽  
Fernando Rabossi

Resumo Keith Hart narra sua trajetória intelectual desde seus primeiros cursos em letras clássicas até sua conversão à antropologia. Acentua a mudança de perspectiva teórico-conceitual provocada por sua geração e os impactos dessas novas pesquisas realizadas na África urbana, o que, por sua vez, deu outra feição à antropologia econômica que, ao se afastar dos modelos clássicos, avança para uma antropologia dos mercados, do trabalho informal, do dinheiro e das novas relações sociais instituídas pelas migrações que formam a nova faceta do mundo urbano contemporâneo. A entrevista é, também, uma fonte importante para a história da antropologia anglo-saxã ao tratar de seus bastidores, da relação entre Keith Hart e Jack Goody e das tensões e distanciamentos com a geração de Meyer Fortes e de Evans-Pritchard. Também revela os vaivéns dos debates sobre desenvolvimento, a constituição dos novos espaços pós-coloniais e as experimentações contemporâneas na economia e na antropologia.

Mana ◽  
2017 ◽  
Vol 23 (3) ◽  
pp. 473-509 ◽  
Author(s):  
Manuel Ferreira Lima Filho

Resumo O artigo versa sobre a construção da “Coleção Karajá William Lipkind” composta por 527 (454 localizados) artefatos do acervo do Setor de Etnologia e Etnografia do Museu Nacional, realizada pelo antropólogo estadunidense William Lipkind. Filho de emigrantes judeus-russos, Lipkind chega ao Brasil num período de eminência da Segunda Guerra Mundial, quando permanece por 14 meses, de 1938 a 1939, entre os Karajá do vale do Araguaia. Sua pesquisa é mediada pela diretora do Museu Nacional, Heloísa Alberto Torres que recebe igualmente outros estudantes da Universidade de Columbia, como Buell Quain, Ruth Landes e Charles Wagley. O estudo dos itinerários da coleção de William Lipkind, entre outros atores e instituições no Brasil e nos Estados Unidos, traz conhecimento novo a respeito da qualificação da própria coleção, da história da antropologia no Brasil e nos Estados Unidos.


Author(s):  
Sandra Maria C. T. Lacerda Campos

Este artigo busca contribuir para o debate acerca da Antropologia Visual, refletindo sobre aspectos da história da antropologia brasileira relacionados à adoção da imagem como método de investigação


2020 ◽  
Author(s):  
Madalena Oliveira ◽  
Helena Machado ◽  
João Sarmento ◽  
Maria do Carmo Ribeiro

O conceito de crise é particularmente caro às Ciências Sociais. E é-o não apenas no domínio da Ciência Económica ou Política, mas também da Sociologia, da História, da Antropologia, da Educação, da Geografia e da Comunicação. Ao procurarem explicar as dinâmicas sociais como processos sujeitos à mudança e à transformação, estas ciências têm desenvolvido a ideia de que as crises são, não apenas momentos de depressão dos valores instituídos, mas também pontos de viragem histórica e civilizacional. Cada capítulo deste livro é um convite à reflexão da diversidade de experiências e problemáticas sociais da crise. Assumindo-a como noção plural, este volume encara a noção de crise(s) como central à análise crítica das sociedades.


2019 ◽  
Vol 19 (3) ◽  
pp. 659
Author(s):  
Amurabi Oliveira

Arthur Ramos (1903-1949) foi um dos mais relevantes antropólogos brasileiros do século 20, não apenas devido à sua inestimável contribuição ao debate acerca das culturas afro-brasileiras, como também pelo seu papel no processo de institucionalização da Antropologia no Brasil, com destaque para a fundação em 1941 da Sociedade Brasileira de Antropologia e Etnologia (SBAE). Apesar do crescente interesse pelo seu legado intelectual, os esforços de revisita a seu trabalho pouco têm se dedicado ao processo de rotinização do conhecimento antropológico por ele desempenhado, principalmente a partir de sua atuação na Faculdade Nacional de Filosofia. Proponho-me neste trabalho analisar a rotinização do conhecimento antropológico a partir da atuação de Arthur Ramos como docente, partindo do exame de seus planos de curso, orientações para alunos etc., disponíveis para consulta no acervo da Biblioteca Nacional (BN). Trata-se de uma abordagem sobre a história da Antropologia brasileira que visa compreendê-la a partir de seu ensino, e não simplesmente a partir dos resultados das pesquisas desenvolvidas e das publicações daí resultantes.


1986 ◽  
Vol 20 (2) ◽  
pp. 152-164 ◽  
Author(s):  
Marcos de Souza Queiroz ◽  
Ana Maria Canesqui

Foi feita revisão e análise da literatura antropológica mais importantes sobre representações de saúde e doença e práticas de cura, tendo a Inglaterra, os Estados Unidos da América e a França como referência. Tendo representantes nas principais escolas dentro do pensamento antropológico (tais como o funcionalismo, o funcional-estruturalismo, o estruturalismo, a teoria do rótulo, o interacionismo simbólico, a etnometodologia, o criticismo cultural), a história da antropologia da medicina se confunde com a própria história da antropologia. Além de analisar a contribuição que essas várias escolas fizeram para esse campo de estudo, aponta-se o impasse atual que se está nele verificando. Atribui-se como principal razão para esse impasse à ausência de uma teoria capaz de explicar como os processos sociais de pequena escala (apropriados à metodologia antropológica) subordinam-se aos processos sociais recorrentes na sociedade capitalista.


2019 ◽  
Vol 26 (49) ◽  
pp. 45-82
Author(s):  
Cleber Ranieri Ribas De Almeida

Este artigo pretende reconstituir a história da Antropologia Filosófica como disciplina acadêmica e como programa de pesquisa. Tal reconstituição será feita a partir da tese de Odo Marquard, segundo a qual há uma contraposição indissolúvel entre Antropologia Filosófica e Filosofia da História. O propósito é distinguir entre “humanismo” e Antropologia Filosófica. Ambos têm história conceitual, trajetória etimológica e programas disciplinares absolutamente dissociados. O “humanismo” e as filosofias do homem estão ancorados numa Filosofia da História. Em contraposição, a Antropologia Filosófica está ancorada numa Filosofia da Natureza. Portanto, contrariamente ao que afirma parte significativa da bibliografia especializada, “humanismo” e Antropologia Filosófica constituem programas de pesquisa absolutamente antitéticos. Por fim, para provar esta antítese, serão enumerados e caracterizados os princípios antropológicos e os imperativos metodológicos de investigação que definem o programa de pesquisa da Antropologia Filosófica.


Cadernos Pagu ◽  
2018 ◽  
Author(s):  
Guita Grin Debert

Resumo Este artigo é uma homenagem à antropóloga Mariza Corrêa. Com o objetivo principal de realçar a sua contribuição para os estudos de gênero e justiça, o artigo apresenta também seus trabalhos sobre a história antropologia e seu empenho na construção institucional dessa disciplina no Brasil.


Cadernos Pagu ◽  
2018 ◽  
Author(s):  
Luis Felipe Sobral

Resumo Dois pontos destacam-se da leitura de Antropólogas & Antropologia, de Mariza Corrêa, a quem este artigo faz homenagem: primeiro, a importância do gênero como uma categoria para se repensar a história da antropologia; segundo, a capacidade metodológica da anomalia para iluminar as contradições do sistema normativo ao qual se refere. Tais pontos esboçam uma pesquisa em andamento, dedicada ao estudo da posição anômala ocupada pelo antropólogo escocês Sir James G. Frazer na epistemologia da antropologia, a um só tempo denegado por essa disciplina e acolhido pela literatura, e também à circulação de sua obra na França, onde sua esposa, Lady Frazer, desempenhou um papel central. Assim, este artigo busca mostrar o enorme potencial de Antropólogas & Antropologia para estimular novas pesquisas.


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