história da antropologia
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Mosaico ◽  
2021 ◽  
Vol 13 (21) ◽  
Author(s):  
Pollianna Aparecida Alessio

A nota de pesquisa busca apresentar brevemente os resultados alcançados na iniciação científica conduzida no projeto “Outros olhares sobre a História da Antropologia”, entre os anos de 2020/2021. O estudo faz parte da linha História da Antropologia, desenvolvida há mais de duas décadas em projetos do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico e com estudantes vinculadas/os ao Núcleo de Identidade de Gênero e Subjetividades da Universidade Federal de Santa Catarina, sobre mulheres antropólogas, campo da Antropologia no Brasil e antropologias do sul global. Neste trabalho, trazemos reflexões a partir das entrevistas realizadas com as professoras da área de Antropologia. As conversas foram desenvolvidas na pandemia e, por conta disso, também procuramos discutir e mostrar a metodologia utilizada por uma futura antropóloga.


2021 ◽  
Vol 30 (1) ◽  
pp. e183139
Author(s):  
Telma Bemerguy

Aproximando-me de iniciativas que têm buscado tensionar os processos excludentes que permeiam a fixidez irrepreensível dos cânones antropológicos, nesse ensaio, proponho um caminho alternativo ao quadro de leituras branco e masculino que usualmente caracteriza os primeiros anos de contato com a teoria antropológica na universidade. Apresento uma leitura sobre a obra Mules and Men de Zora Hurston - intelectual negra estadunidense e aluna pouco lembrada de Franz Boas, “pai” da antropologia cultural norte-americana. Partindo da disputa em torno da classificação do livro ao longo do tempo, busco indicar a forma como a obra dialogou com as teorias em voga no período, recuperando eventos e debates que nos permitirão visualizar como o trabalho de Zora Hurston acabou sendo pouco reconhecido pelos antropólogos da época, resultando em um longo período de apagamento de suas contribuições à disciplina.


2020 ◽  
Vol 22 (2) ◽  
pp. 09-20
Author(s):  
Pere Comellas Casanova

As identidades coletivas sempre foram altamente complexas, apesar da tendência geral à simplificação que nossas categorias lhes tentam impor. O contato intercultural e interlinguístico se constitui num fator ao mesmo tempo clarificador - desde que oferece uma alteridade evidente com a qual se confrontar - e complexificador - no sentido de que possibilita a hibridação e as identificações múltiplas. Talvez não exista uma situação mais prototípica de contato e confronto brusco, violento, cortante, que a colonização moderna. Diversos povos europeus iniciam no século xvi umas invasões legitimadas não só pela força militar como também por um discurso de suposta superioridade cultural e religiosa. Um movimento que impulsa uma nova representação do mundo e de seus habitantes produto das novas experiências tanto quanto das expetativas prévias e das projeções interessadas. Um exemplo paradigmático disso é o próprio conceito (e a própria palavra) de «índio» ou «indígena».A denominação de índio ou indígena responde claramente à criação de uma categoria unificadora de uma alteridade percebida pelos intérpretes europeus como radical e uma respeito da própria autorrepresentação. A imensa diversidade dos povos habitantes da América antes da colonização é assim drasticamente reduzida e condensada em um só conceito que ainda por cima carrega significativamente a expectativa da viagem europeia: afinal a etimologia de «indígena» é nascido na Índia.Essa enorme diversidade unificada sob o conceito de «índio» tem uma retroação lógica, a da necessidade de um conceito complementário, o de «branco», isto é, uma projeção igualmente redutora nas culturas e nos povos europeus. E mais importante ainda, tem também um efeito de estrangeirização dos povos originários americanos. A apropriação dos territórios colonizados exige a despossessão dos seus antigos usufrutuários, acompanhada de um discurso que visa serem percebidos como estranhos, alheios, paradoxalmente estrangeiros à identidade hegemônica comum, que é a «nacional». Os esforços de uma parte da sociologia, da história, da antropologia e até de alguma literatura por enquadrar as identidades pré-coloniais no tronco principal da identidade cultural brasileira têm sido incapazes de alterar substancialmente o pensamento hegemônico da população americana (e nomeadamente brasileira) geral. Deste jeito, as culturas indígenas são quase sempre representadas com estereótipos monolíticos, primitivistas, estáticos e folclorizados.Por esta razão continua a ser imprescindível o estudo tanto das culturas —e no âmbito desta revista, nomeadamente das línguas e das artes da linguagem— ameríndias como das suas representações atuais e pretéritas no imaginário hegemônico.


2020 ◽  
Vol 15 (3) ◽  
Author(s):  
João Martinho Mendonça

Esse artigo procura formular alguns apontamentos sobre a história da antropologia visual no Brasil com base em perspectivas de ensino e pesquisa vivenciadas nas últimas décadas. A efervescência experimentada em fins do último milênio, quando diversos laboratórios e núcleos foram criados nas universidades brasileiras, é refletida a partir do momento atual, quando o desenvolvimento rápido de novas tecnologias tornou ainda maiores os desafios iniciais dessa área. Traz também notas históricas e questões de uma pesquisa fotográfica em andamento junto à Universidade da Califórnia, de maneira a recuperar elementos para uma reflexão mais ampla. Como pensar, pois, sobre o lugar das imagens nas instituições e museus antropológicos, bem como, atualmente, nos mais diversos sítios eletrônicos, amplamente acessíveis a partir da rede mundial de computadores? O conjunto das reflexões apresentadas convida a reafirmar a necessidade de novas pesquisas em diversas frentes, com consequentes reconfigurações nos debates relativos ao desenvolvimento dos usos das imagens nas ciências sociais, especialmente na antropologia.


2020 ◽  
Vol 21 (1) ◽  
pp. 189
Author(s):  
Eric Morier-Genoud ◽  
Victor Miguel Castillo de Macedo ◽  
Francieli Lisboa de Almeida

Eric Morier-Genoud é Senior Lecturer na Queen’s Belfast University, Reino Unido. Fundador e ex-editor-chefe da revista Social Sciences & Missions ele publicou no ano passado a  monografia Catholicism and the Making of Politics in Central Mozambique, 1940-1986 . Nesta entrevista, o professor Morier-Genoud, nos conta a respeito da sua trajetória acadêmica e dos itinerários que o levaram a se interessar por atividades missionárias no continente africano. Os objetos e contatos de pesquisa, permitiram a ele transitar entre a História e as Ciências Sociais ao longo de sua carreira. Suas indagações inovadoras oferecem pontos instigantes a respeito das relações entre colonialismo, ciência e religião. Assim, convidamos as leitoras e leitores a seguir as histórias de imagens de missionários africanos ou os dilemas deixados pela guerra civil em Moçambique, como modos de pensar histórias da antropologia.Palavras-chave: Antropologia da África; Antropologia das Missões; História da Antropologia; Moçambique.Eric Morier-Genoud is Senior Lecturer on Queen’s Belfast University, United Kingdom. Founder and former Editor-in-Chief of the Social Sciences & Missions Journal, he published last year the monograph Catholicism and the Making of Politics in Central Mozambique, 1940-1986. On this interview, professor Morier-Genoud, tells about his academic trajectory and the itineraries that led his interests for missionary activities on the African continent. The research objects and contacts allowed him to transit between History and Social Sciences throughout his career. His innovating questions  offer instigating points concerning the relations amongst colonialism, science and religion. Thus we invite the readers to follow the stories of African missionary images or the dilemmas left by the civil war in Mozambique, as ways of thinking about the histories of anthropology. Key words: African Anthropology; Missions Anthropology; History of Anthropology; Mozambique.


2020 ◽  
Author(s):  
Madalena Oliveira ◽  
Helena Machado ◽  
João Sarmento ◽  
Maria do Carmo Ribeiro

O conceito de crise é particularmente caro às Ciências Sociais. E é-o não apenas no domínio da Ciência Económica ou Política, mas também da Sociologia, da História, da Antropologia, da Educação, da Geografia e da Comunicação. Ao procurarem explicar as dinâmicas sociais como processos sujeitos à mudança e à transformação, estas ciências têm desenvolvido a ideia de que as crises são, não apenas momentos de depressão dos valores instituídos, mas também pontos de viragem histórica e civilizacional. Cada capítulo deste livro é um convite à reflexão da diversidade de experiências e problemáticas sociais da crise. Assumindo-a como noção plural, este volume encara a noção de crise(s) como central à análise crítica das sociedades.


2019 ◽  
Vol 19 (3) ◽  
pp. 659
Author(s):  
Amurabi Oliveira

Arthur Ramos (1903-1949) foi um dos mais relevantes antropólogos brasileiros do século 20, não apenas devido à sua inestimável contribuição ao debate acerca das culturas afro-brasileiras, como também pelo seu papel no processo de institucionalização da Antropologia no Brasil, com destaque para a fundação em 1941 da Sociedade Brasileira de Antropologia e Etnologia (SBAE). Apesar do crescente interesse pelo seu legado intelectual, os esforços de revisita a seu trabalho pouco têm se dedicado ao processo de rotinização do conhecimento antropológico por ele desempenhado, principalmente a partir de sua atuação na Faculdade Nacional de Filosofia. Proponho-me neste trabalho analisar a rotinização do conhecimento antropológico a partir da atuação de Arthur Ramos como docente, partindo do exame de seus planos de curso, orientações para alunos etc., disponíveis para consulta no acervo da Biblioteca Nacional (BN). Trata-se de uma abordagem sobre a história da Antropologia brasileira que visa compreendê-la a partir de seu ensino, e não simplesmente a partir dos resultados das pesquisas desenvolvidas e das publicações daí resultantes.


2019 ◽  
Vol 9 (3) ◽  
pp. 743-770
Author(s):  
Federico Neiburg ◽  
Fernando Rabossi

Resumo Keith Hart narra sua trajetória intelectual desde seus primeiros cursos em letras clássicas até sua conversão à antropologia. Acentua a mudança de perspectiva teórico-conceitual provocada por sua geração e os impactos dessas novas pesquisas realizadas na África urbana, o que, por sua vez, deu outra feição à antropologia econômica que, ao se afastar dos modelos clássicos, avança para uma antropologia dos mercados, do trabalho informal, do dinheiro e das novas relações sociais instituídas pelas migrações que formam a nova faceta do mundo urbano contemporâneo. A entrevista é, também, uma fonte importante para a história da antropologia anglo-saxã ao tratar de seus bastidores, da relação entre Keith Hart e Jack Goody e das tensões e distanciamentos com a geração de Meyer Fortes e de Evans-Pritchard. Também revela os vaivéns dos debates sobre desenvolvimento, a constituição dos novos espaços pós-coloniais e as experimentações contemporâneas na economia e na antropologia.


2019 ◽  
Vol 11 (2) ◽  
pp. 381-395
Author(s):  
Odair Giraldin ◽  
Andre Demarchi

As duas entrevistas que se seguem compõem a homenagem que fazemos, nesse dossiê, às quatro décadas da publicação do livro Dialetical Societies: the Gê e Bororo of Central Brazil. Aqui apresentamos duas conversas realizadas por email com os dois antropólogos brasileiros presentes na obra publicada em 1979: Roberto DaMatta e Júlio Cézar Melatti. Em ambas as entrevistas, ressaltam-se a modéstia e o tom bem-humorado das respostas, baseadas em memórias dos idos dos anos 1960, e que compõem a história da antropologia brasileira e de um de seus principais projetos de pesquisa. Ao exercitar o olhar distanciado para o passado, os dois entrevistados trazem respostas com novos dados etnográficos, sobretudo sobre os contatos entre diferentes povos e entre os próprios membros do projeto Harward Brasil Central (Harvard Central Brazil Research Project). Como não estavam no escopo do trabalho, estes resíduos etnográficos acabaram ficando de fora de suas etnografias e dos respectivos capítulos de Dialetical Societies. Sua menção pelos autores novamente reforça a ideia de que vastas redes de relações atravessam e atravessaram os diferentes povos Jê no Brasil Central.


2019 ◽  
Vol 18 (41) ◽  
pp. 27-59
Author(s):  
Adelia Miglievich Miglievich Ribeiro

O artigo destaca o protagonismo de Heloísa Alberto Torres (1895-1977) no campo da ciência e da cultura no Brasil, como antropóloga e diretora do Museu Nacional, na cidade do Rio de Janeiro, instituição guardiã dos maiores acervos em História Natural e Antropologia. A análise de sua traje- tória permite a reconstrução dos “círculos sociais” (SIMMEL, 1939), em seus entrecruzamentos e tensões, que possibilitaram, na era Vargas, a formação de importantes instituições brasileiras com- prometidas com a construção da identidade nacional. Em uma especial “estrutura de sentimentos” (WILLIAMS, 2011), marcada pelo positivismo e pela indissociabilidade entre progresso científico e soberania nacional, Heloísa Alberto Torres compõe uma geração a valorizar as riquezas naturais e as culturas primordiais como um projeto do campo antropológico em seus inícios. A visibilidade à excepcional trajetória da cientista pretende ainda fazer justiça àquelas mulheres que atuaram na ciência e na vida pública, em cargos de mando, em um tempo em que tais arenas ainda eram exclusivamente masculinas. Por fim, conclui-se pela prevalência da dinâmica da vida social e das transformações históricas sobre a aparência de imobilismo das instituições de modo que, mesmo em cenários os mais hostis, é possível identificar as emergências que mantêm viva a esperança. 


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