scholarly journals Causas básicas e associadas de morte por Aids, Estado de São Paulo, Brasil, 1998

2000 ◽  
Vol 34 (6) ◽  
pp. 581-588 ◽  
Author(s):  
Augusto Hasiak Santo ◽  
Celso Escobar Pinheiro ◽  
Margarete Silva Jordani

OBJETIVOS: Descrever o padrão da mortalidade devida a Aids segundo causas básica e associadas de morte no Estado de São Paulo, em 1998. MÉTODOS: Os dados sobre a mortalidade e a população residente no Estado de São Paulo, SP, para 1998, foram obtidos na Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade). As causas de morte foram codificadas pelas disposições da Décima Revisão da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde. Os registros de Aids como causa básica e associada de morte foram recuperados e revistos. RESULTADOS: A Aids foi a causa básica em 4.619 mortes, correspondendo à décima causa (2,0%) e ao coeficiente de mortalidade de 13,1 por 100.000 habitantes. As razões das mortes e os respectivos coeficientes entre homens e mulheres foram de 2,4 e 2,5. A Aids foi a segunda causa entre os homens de 20 a 34 anos de idade e entre as mulheres de 25 a 34. A idade média ao morrer entre as mulheres (34,1±12,2 anos) foi estatisticamente menor que a dos homens (36,4±10,7 anos) -- p<0,001. As principais causas associadas em mortes por Aids foram a insuficiência respiratória (36,1%), pneumonias (27,0%), tuberculose (19,6%), septicemias (18,6%), toxoplasmose (12,2%), pneumonia por P. carinii (8,3%) e caquexia (7,9%). A Aids apresentou-se como causa associada em outras 84 mortes. As principais causas básicas destas mortes foram neoplasias malignas (28/84), afecções devidas ao uso do álcool (23/84) e diabetes mellitus (7/84). A idade média ao morrer por Aids como causa básica (35,7±11,2 anos) foi estatisticamente menor que a idade média nas mortes em que Aids foi mencionada como causa associada (39,9±11,8 anos) -- p<0,001. CONCLUSÕES: As causas múltiplas de morte resgatam parcialmente a história natural da Aids e oferecem subsídios para medidas preventivas adequadas e específicas.

1993 ◽  
Vol 27 (1) ◽  
pp. 30-35 ◽  
Author(s):  
Afonso D. C. Passos ◽  
Uilho A. Gomes ◽  
José F. de C. Figueiredo ◽  
Margarida M. P. do Nascimento ◽  
Jaqueline M. de Oliveira ◽  
...  

Como parte de uma investigação epidemiológica de campo sobre hepatite B num município de características rurais do Estado de São Paulo, Brasil, foi estudada a distribuição de marcadores sorológicos dessa doença segundo à área de residência e o local de nascimento dos indivíduos. Para o município estudado como um todo, a prevalência encontrada para um ou mais dos marcadores sorológicos de hepatite B foi de 7,7%, com os habitantes rurais apresentando risco mais elevado que os urbanos (9,8% e 4,9%, respectivamente). A análise da positividade, de acordo com o local de nascimento, mostrou valores mais altos entre os migrantes provenientes de outros Estados do País (15,8%), seguidos dos oriundos de outros municípios de São Paulo (9,2%): entre os nascidos no município estudado e, particularmente em Ribeirão Preto, centro urbano de localização próxima ao mesmo, observaram-se as menores prevalências (5,2% e 2,5%, respectivamente). Discute-se a importância de se analisar em estudos epidemiológicos, a procedência dos indivíduos, variável capaz de influir na história natural da hepatite B numa comunidade, e, eventualmente, explicar diferenças nas distribuições de marcadores dessa infecção em populações aparentemente semelhantes.


Author(s):  
Decio Henrique Franco ◽  
Marco Antonio Vieira Silva ◽  
Giovana Renata Gouvêa ◽  
Thaís Moreira São João ◽  
Rúbia de Freitas Agondi ◽  
...  

O diabetes mellitus é um grande problema de saúde pública e a prática da caminhada regular pode ajudar a minorar seus efeitos. Entretanto, existem barreiras de cunho pessoal que muitas vezes dificultam a implementação de atividade física, e as equipes de saúde devem ter ciência das mesmas a fim de promover o melhor processo de autogestão para cada caso. Realizado estudo experimental e utilizada a estratégia de ativação da intenção, com objetivo de investigar as barreiras percebidas e as estratégias de enfrentamento para a efetivação da prática de caminhada, identificadas entre portadores do diabetes mellitus (n=83), no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) em um município do Estado de São Paulo. Os sujeitos foram instruídos a refletir sobre os obstáculos que os impediam de praticar a caminhada, bem como formular planos de enfretamento para superá-los. Os obstáculos levantados e planos desenvolvidos foram categorizados quanto à similaridade e submetidos à análise de frequência. Pesquisa qualitativa de Análise de Conteúdo com a técnica de Análise temática. O principal obstáculo relatado foi o sentimento de “desânimo” (36,1%). O plano de enfrentamento mais frequente para superar as barreiras encontradas foi o ‘apoio social de familiares’, ‘vizinhos’ e ‘amigos’. Estes conhecimentos podem auxiliar as equipes multidisciplinares do Sistema Único de Saúde na construção de atividades clinico-educativas, visando o aumento da atividade física entre os portadores do diabetes mellitus tipo II e em outras populações-alvo.


2010 ◽  
Vol 5 (17) ◽  
pp. 33-37
Author(s):  
Fábio Brasil ◽  
Andreia Mara Brolezzi Brasil

Este é um estudo transversal em que foram avaliados os dados laboratoriais de perfil lipídico e hemoglobina glicada (HbA1c) dos 105 pacientes portadores de diabetes mellitus tipo 2 em uso de insulina na área adstrita da Unidade de Saúde São Paulo do Programa de Saúde da Família. Teve como objetivo identificar possíveis variações nesses parâmetros quando associada metformina ao tratamento. Desses pacientes, 33 foram excluídos por apresentarem vieses. Dos restantes, 44 estavam em tratamento combinado de metformina e insulina – estes apresentaram níveis de HbA1c e triglicerídeos significativamente inferiores ao grupo controle em tratamento isolado com insulina (n=28); não se observaram diferenças de significado estatístico com relação ao colesterol total e HDL. O estudo sugeriu que, pela disponibilidade gratuita da metformina para a população, tal associação deveria ser considerada como primeira escolha em saúde pública.


2013 ◽  
Vol 29 (6) ◽  
pp. 1217-1229 ◽  
Author(s):  
Alessandro Gonçalves Campolina ◽  
Fernando Adami ◽  
Jair Licio Ferreira Santos ◽  
Maria Lúcia Lebrão

O objetivo foi avaliar o impacto da eliminação das doenças crônicas sobre a expectativa de vida livre de incapacidade da população idosa. Estudo transversal, de base populacional, utilizando dados oficiais secundários para o Município de São Paulo, Brasil, em 2000, e dados obtidos do Estudo SABE. Tábuas de vida de eliminação de causas foram utilizadas para calcular as probabilidades de morte com a eliminação de doenças. As enfermidades eliminadas que geraram o maior aumento de expectativa de vida livre de incapacidade, para o sexo feminino, foram a doença cardíaca (em primeiro lugar), o diabetes mellitus (em segundo lugar) e a hipertensão arterial (em terceiro lugar). Já para o sexo masculino, as doenças eliminadas que geraram maior aumento de expectativa de vida livre de incapacidade foram a doença cardíaca (em primeiro lugar), a hipertensão arterial (em segundo lugar), a queda (em terceiro lugar aos 60 anos) e a doença pulmonar crônica (em terceiro lugar aos 75 anos). A classificação das doenças crônicas, segundo o impacto na expectativa de vida livre de incapacidade, poderá auxiliar no planejamento de programas de prevenção e promoção da saúde.


2017 ◽  
Vol 19 (2) ◽  
pp. 61-66
Author(s):  
Caroline Rosa Pellicciari ◽  
Letícia de Arruda Camargo ◽  
Alcinda Aranha Nigri ◽  
Neil Ferreira Novo

Objetivos: Avaliar o perfil clínico e laboratorial de crianças e adolescentes com diabetes mellitus tipo 1 (DM1) e relacionar a adesão ao tratamento com os valores da hemoglobina glicada (HbA1c). Métodos: Foi realizada análise do prontuário de 56 pacientes (2 a 17 anos) atendidos no ambulatório de endocrinologia pediátrica do Conjunto Hospitalar de Sorocaba, durante o período de agosto de 2013 a julho de 2014. Dados como idade, duração da doença, etiologia do diabetes (autoimune ou idiopático), tipo e número de aplicações diárias de insulina, rodízio no local de aplicação, valor de HbA1c, monitorização da glicemia capilar, ingestão de doces e refrigerantes e prática de atividade física foram avaliados. Para a análise estatística, admitiram-se dois grupos: mau controle = HbA1c>9%; e bom controle = HbA1c≤9%, de acordo com a International Society of Pediatric and Adolescent Diabetes (ISPAD). Resultados: A idade média do grupo foi igual a 10,5 anos: com 53,6% (n=30) dos pacientes em estado de cetoacidose diabética ao diagnóstico e 57,1% (n=32) deles com valor de HbA1c>9% no momento do estudo. O grupo de mau controle mostrou maiores idades, sendo composto principalmente por adolescentes (p=0,0230). A ingestão semanal de refrigerante foi associada ao grupo de mau controle (p=0,0500). Os demais fatores estudados não mostraram diferença estatística em relação aos grupos. Conclusões: Um grande percentual de pacientes com DM1 apresentou controle inadequado da doença, principalmente na faixa etária adolescente. O diagnóstico do DM1 na infância e na adolescência ainda é tardio, com elevada presença de cetoacidose diabética ao diagnóstico.


1982 ◽  
Vol 16 (2) ◽  
pp. 77-91 ◽  
Author(s):  
Ruy Laurenti ◽  
Luiz Augusto Marcondes Fonseca ◽  
Moacir Lobo da Costa Jr.

A evolução da mortalidade por diabetes mellitus no município de São Paulo, Brasil, é apresentada através de uma série histórica de 79 anos (1900-1978). Dentro desse período, verificou-se uma ascensão progressiva dos coeficientes até por volta de 1960, quando tenderam a estabilizar-se em valores próximos a 20 por 100 mil habitantes. Também é analisada a mortalidade proporcional pela doença, verificando-se que ela aumentou mais que o próprio risco de morrer, medido pelo coeficiente de mortalidade. Para um ponto do período estudado (1974/75), a mortalidade por diabetes mellitus foi analisada segundo a metodologia das causas múltiplas de morte, o que permitiu verificar quais as causas básicas de morte mais freqüentes nos diabéticos e quais as associações de causas mais freqüentes. Nos dois casos, destacaram-se as doenças do aparelho circulatório, notadamente a doença isquêmica do coração, as doenças cerebrovasculares, enquanto a hipertensão arterial se destaca como causa associada bastante freqüente.


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