scholarly journals Zonação de comunidade bêntica do entremarés em molhes sob diferente hidrodinamismo na costa norte do estado do Rio de Janeiro, Brasil

2008 ◽  
Vol 25 (4) ◽  
pp. 662-673 ◽  
Author(s):  
Bruno P. Masi ◽  
Ilana R. Zalmon

O presente estudo pretende comparar a distribuição vertical da comunidade bêntica na zona entremarés em dois locais compostos por matacões graníticos caracterizados por hidrodinâmica distinta, reflexo da diferença na orientação dos molhes nas praias do Farol de São Tomé (Píer) e na Barra do Furado (Barra), norte do Estado do Rio de Janeiro. Quadrados de 400 cm² foram sobrepostos ao longo de três perfis verticais de ambos os sítios e amostrados através do método de fotoquadrats, desde o nível 0,2 m da maré até o limite superior de Littorina spp. O limite superior dos organismos marinhos foi ampliado na Barra (3,8 m) em relação ao Píer (2,2 m). Quanto à composição taxonômica, nove espécies foram comuns. Chaetomorpha sp., Chondracanthus teedii (Mertens ex Roth) Fredericq e Grateloupia sp. foram exclusivas na Barra, enquanto Tetraclita stalactifera (Lamarck, 1818), Fissurella clench, Gracilaria domingensis (Kützing) Sonder ex Dickie e Hypnea musciformis (Wulfen in Jacqu.) Lamouroux ocorreram somente no Píer. Em ambos os locais, a riqueza e a diversidade de espécies foram superiores nos quadrados intermediários. Os maiores valores foram registrados na Barra. As maiores diferenças nos agrupamentos entre faixas equivalentes de locais distintos ocorreram na faixa eulitorânea superior, seguida pela faixa eulitorânea inferior e franja sublitorânea. Apenas a orla litorânea não revelou diferença significativa entre os locais, mas uma maior extensão desta franja e da faixa eulitorânea superior era bastante evidente. As demais faixas na Barra do Furado foram caracterizadas em grande parte por espécies típicas de ambientes mais expostos como Chaetomorpha sp. na faixa eulitorânea superior e Perna perna (Linnaeus, 1758) na eulitorânea inferior, além de C. teedii e Ulva fasciata Delile, 1813 na franja sublitorânea. No Píer, as diferentes faixas apresentavam distribuição eqüitativa, refletindo um ambiente menos estressante. As diferenças observadas na distribuição vertical dos organismos bênticos, principalmente na extensão das faixas superiores, evidenciam condições de exposição a ondas variáveis.

2004 ◽  
Vol 47 (2) ◽  
pp. 319-327 ◽  
Author(s):  
Alexandre Gomes Ferreira ◽  
André Luís dos Santos Machado ◽  
Ilana Rosental Zalmon

Heavy metal (Cd, Cr, Cu, Fe, Mn, Ni, Pb and Zn) concentrations were studied in Perna perna from three beaches (Barra do Furado, Buena and Ponta do Retiro) on the northern coast of Rio de Janeiro State by ICP-AES. The average concentration was 0.3 ± 0.04 (Cd); 1.9 ± 0.6 (Cr); 6.1 ± 0.7 (Cu); 1,130 ± 113 (Fe); 22 ± 3.2 (Mn); 9.3 ± 4.6 (Ni); 0.4 ± 0.2 (Pb); 44 ± 5.8 (Zn) µg.g-1 dry weight. There were no significant difference for almost all the studied metals in relation to sex. Although, significant spatial variations (p < 0.05) occurred for Cr, Pb and Ni with higher values for Barra do Furado. Temporal variations were significant (p < 0.05) at the three beaches, however, no trends of accumulation were observed. The metal concentrations were similar to areas under low pollution impact, except for Fe, which was probably due to the local substrates enriched in iron oxides.


2003 ◽  
Vol 17 (2) ◽  
pp. 279-286 ◽  
Author(s):  
Renata Perpetuo Reis ◽  
Marta Correa Ramos Leal ◽  
Yocie Yoneshigue-Valentin ◽  
Frederico Belluco

O melhor conhecimento da ação de fatores biológicos sobre o crescimento de Hypnea musciformis (Wulfen in Jacqu.) J. V. Lamour. torna-se um aspecto premente visando a otimização do manejo e a conservação dessa espécie de interesse comercial. Uma vez que as espécies de Sargassum C. Agardh são consideradas importantes substratos para a fixação de H. musciformis, durante 18 meses, foram realizadas amostragens do tipo destrutiva, em uma população natural de H. musciformis epífita sobre Sargassum spp., em três profundidades de um costão rochoso no Rio de Janeiro. Obteve-se relação positiva entre as biomassas de ambos os gêneros, além da preferência destes pelo ambiente sublitorâneo. Visto a usual presença de mesoherbívoros (Amphipoda) nos talos dessas algas, a ação da herbivoria em H. musciformis e S. cymosum var. nanum foi testada em experimento in vitro. A herbivoria foi confirmada para ambos os táxons e a maior taxa de crescimento de H. musciformis favoreceu o crescimento de S. cymosum var.nanum, diminuindo o ataque de mesoherbívoros por ser alimento disponível. Observou-se também que não houve inibição do crescimento de H. musciformis por S. cymosum var.nanum. Sendo assim, recomenda-se que a colheita de H. musciformis para fins comerciais em bancos naturais de Sargassum spp. seja manejada para não causar danos às comunidades marinhas bentônicas.


1998 ◽  
Vol 12 (3 suppl 1) ◽  
pp. 465-483 ◽  
Author(s):  
Renata Perpetuo Reis ◽  
Yocie Yoneshigue-Valentin

Três populações de Hypnea musciformis foram analisadas ao longo do Estado do Rio de Janeiro; duas epifíticas, sublitorâneas, localizadas na baía de Sepetiba (município de Mangaratiba) e uma epilítica, litorânea, localizada em praia exposta a mar aberto (praia Rasa, município de Armação de Búzios). Essas populações foram analisadas quanto à produção de biomassa, flora acompanhante e as possíveis interações com alguns fatores ambientais. As biomassas de H. musciformis variaram nos três locais, não havendo padrão sazonal comum. Observou-se que a movimentação de água, insolação, flora acompanhante e a relação entre a epífita e o hospedeiro, Sargassum spp., causaram efeitos diferenciados sobre a produção das biomassas nas diferentes populações.


1999 ◽  
Vol 6 (1) ◽  
pp. 47-48
Author(s):  
Rhanieri Siqueira ◽  
Eliana de Fátima Marques de Mesquita ◽  
Francisco Carlos de Lima ◽  
Robert Barber ◽  
Ana Paula Martins de Souza

2018 ◽  
Vol 20 (3) ◽  
pp. 304-316
Author(s):  
Rosa Maria Antunes ◽  
Eliana de Fatima Marques de Mesquita

Esta revisão objetivou reunir informações sobre questões socioculturais, educacionais, governamentais, ambientais e de saúde coletiva sobre os manipuladores do mexilhão Perna perna no estado do Rio de Janeiro e a necessidade de capacitação em Boas Práticas e Educação Continuada. Identificaram-se artigos publicados de 2006 até 2016. A busca foi realizada em diversas bases de dados eletrônicas. O checklist “Critical Appraisal Skills Programme” (CASP) avaliou a qualidade metodológica. Quinze artigos satisfizeram os critérios de inclusão. A interpretação foi feita pela análise de conteúdo, inferindo-se que o mexilhão Perna perna comercializado no Estado não atende integralmente aos padrões de alimento seguro nem ao conjunto de normas comerciais e sanitárias, o que transforma a atividade em risco potencial para os consumidores.


2009 ◽  
Vol 16 (2) ◽  
pp. 95-99
Author(s):  
Milena Marcela Domingues Pereira ◽  
Vanessa de Magalhães Ferreira ◽  
Rômulo Cardoso Valadão ◽  
Gesilene Mendonça de Oliveira ◽  
Tatiani Abreu de Alencar ◽  
...  
Keyword(s):  

2017 ◽  
Vol 49 (2) ◽  
pp. 33
Author(s):  
Marcia Esteves Capello ◽  
Daniel Shimada Brotto
Keyword(s):  

Esse estudo analisou a capacidade de suporte dos bancos naturais utilizados pelos mitilicultores de Jurujuba, município de Niterói, em consonância com a Instrução Normativa n° 105, de 20 jul. de 2006 do IBAMA, que estabelece, entre outras instruções, a retirada de somente 50% do total de sementes dos costões. Para isso, foi calculado a área total dos costões e o peso médio de sementes em 1m². O resultado indica 1.148.560 Kg como o peso total de sementes nos bancos naturais da região. Entretanto, os mitilicultores podem utilizar no máximo 50% desse total, ficando a disposição deles 574.280 Kg de sementes. Calculou-se o total de 20.853 cordas existentes nos Long lines de Jurujuba. Sabendo-se que na criação comercial são colocadas, aproximadamente, 3 Kg sementes para cada corda de 1,5m, um total de 60.949,56 Kg de sementes seria necessário para semear todas as cordas existentes. Porém, ressalta-se a importância de novos estudos, uma vez que este tema ainda não foi avaliado de forma exaustiva, pois existem muitas variáveis envolvidas na avaliação da capacidade de suporte de uma mitilicultura.


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