scholarly journals Extração e comercialização de folhagens ornamentais da Mata Atlântica: o caso da verdes (Rumohra adiantiformis) no RS

2004 ◽  
Vol 42 (4) ◽  
pp. 575-596 ◽  
Author(s):  
Rafael Perez Ribas ◽  
Lovois de Andrade Miguel

Este trabalho restitui os resultados de uma pesquisa sobre a comercialização de samambaia-preta (Rumohra adiantiformis (G. Forst) Ching), também conhecida como verdes, que é extraída na região da Encosta Atlântica do Rio Grande do Sul. Além de ser considerada uma das maiores regiões produtoras desta folhagem no Brasil, um número significativo de agricultores familiares desta região tem na extração desta espécie sua principal fonte de renda. Os resultados deste estudo permitem perceber a existência de uma remuneração bastante diferenciada entre os diferentes agentes envolvidos, salientando o predomínio de relações de cunho comercial precárias e informais, e a inexistência de representação e organização dos atores envolvidos. Tal situação pode ser imputada, em grande parte, ao caráter ilegal e clandestino desta atividade, tendo em vista a legislação ambiental vigente no Estado do Rio Grande do Sul.

2021 ◽  
Vol 10 (4) ◽  
pp. e10910413900
Author(s):  
Danielle de Siqueira Jansen ◽  
Edilma Pereira Gonçalves ◽  
Jeandson Silva Viana ◽  
João Paulo Goes da Silva Borges ◽  
Débora Teresa da Rocha Gomes Ferreira de Almeida ◽  
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A Mata Atlântica é um dos principais biomas Brasileiros que se estende desde o Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul. Dentro desse ecossistema, destaca-se as formações de floresta estacional semidecidual montana (brejos de altitudes). Diante disso, o objetivo do trabalho foi investigar a composição florística e fitossociológico num trecho de mata ciliar de um fragmento de Mata Atlântica em Ihumas, localizada no município de Garanhuns - PE. O estudo foi desenvolvido em um trecho de Mata Ciliar na comunidade rural de Inhumas, município de Garanhuns-PE. A área foi delimitada em 07 parcelas de 10 x 10 m, contendo 0,07 ha da área total amostrada. Em cada parcela foram amostrados todos os indivíduos arbóreos vivos, com DAP ≥ 5 cm. No fragmento de Mata Ciliar na Comunidade de Inhumas apontou a ocorrência de 257 indivíduos arbóreos distribuídos em 14 famílias, 18 gêneros e 23 espécies. As Famílias com maior número de riqueza de espécies foram: Fabaceae (cinco ssp.), Sapindaceae (três ssp.) Myrtaceae e Melastomataceae (duas ssp). As espécies Byrsonima sericea DC., Myrcia bela Cambess., Cupania impressinervia e Casearia sylvestris Sw. com frequência absoluta de 100%, sendo 44% das espécies classificadas como secundária inicial e 73% possuem dispersão zoocórica. A área possui alta riqueza florística estando em fase inicial do desenvolvimento sucessional, sendo a espécie Cupania impressinervia Acev.-Rodr. a mais representada na posição sociológica do extrato vertical arbóreo, ocupando os três extratos.


2017 ◽  
Vol 24 (3) ◽  
Author(s):  
Mariela Inês Secchi ◽  
Leonardo Fluck Mariani ◽  
Marjorie Kauffmann ◽  
Isa Carla Osterkamp ◽  
Soraia Girardi Bauermann ◽  
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As análises arqueobotânicas compreendem uma vasta gama de atividades, sendo que dentre elas, o estudo de fragmentos de lenhos carbonizados é uma ferramenta importante para os estudos paleoambientais. Para entender o ambiente pretérito é importante conhecer a vegetação atual para reconstituir, fidedignamente, os paleoambientes. Dessa forma este trabalho visa contribuir para a construção de uma base de dados das características de carvões vegetais macroscópicos de espécies nativas da região do Vale do Taquari, Rio Grande do Sul. Para isso foram coletados exemplares atuais de 7 famílias, 9 gêneros e 9 espécies, cujos fragmentos foram envoltos em papel alumínio, colocados em cadinhos contendo areia e carbonizados artificialmente em forno mufla, em temperatura de 400ºC por 40 minutos. Após a carbonização, as amostras foram fotografadas e preparadas para análise em microscopia eletrônica de varredura para análise das estruturas celulares. Com as análises, foi possível perceber uma redução de, em média, 75,57% de massa das amostras após a carbonização em relação às amostras in natura. Os dados encontrados evidenciaram características anatômicas distintas entre as nove espécies estudadas. Para as duas espécies da família Moraceae, há diferença significativa para todos os parâmetros analisados, enquanto para as espécies de Myrtaceae, os parâmetros diâmetro das pontoações e altura de raios não foram significativos. Os resultados das medidas avaliadas demonstraram a necessidade de estudos detalhados de anatomia de carvão para a realização de comparações entre material atual e arqueológico para a reconstrução fiel da vegetação pretérita. Esses dados farão parte de um banco de dados antracológico regional, servindo de subsídio para estudos botânicos e arqueobotânicos. Os resultados advindos das análises comparativas futuras que utilizarem a base de dados lançada neste estudo, subsidiarão ações de gestão e planejamento ambiental que lidem com a recuperação da cobertura vegetal da região do Vale do Taquari.


2017 ◽  
Vol 3 (2) ◽  
Author(s):  
Joana Braun Bassi

Em uma paisagem na Mata Atlântica do Rio Grande do Sul, junto a habitantes que compartilham vínculos com fundos de vales, atentamos para as experiências mobilizadas na relação pessoa-mato partindo de uma questão central: considerando as relações sociais nas suas dimensões humanas e não humanas, como o mato é constitutivo desta socialidade? A localidade, denominada Confim das Águas, situa-se em contexto estratégico para as políticas preservacionistas globais, incidindo sobre ela uma série de regulamentações quanto ao manejo dos recursos biológicos. No entanto, transitando por uma série de caminhos habitados na paisagem, orientando-se pelas pessoas em suas múltiplas experiências, reconhecemos um mato que desconstitui a lógica da purificação entre espaços naturais e culturais, onde sua aparente imperatividade e uniformidade comporta uma pluralidade de vivências, criações e invenções. A trajetória empírica revelou variadas perspectivas etnoecológicas de pensar e viver o mato em sua indissociabilidade da dinâmica das atividades produtivas. O tema mato distendeu-se em narrativas[1] e agenciamentos que explicitaram suas diferentes relações e significados, pretéritos e presentes, mas fundamentalmente integrado à dinâmica da paisagem, das experiências, dos aprendizados e dos ritmos cotidianos da vida das pessoas. As experiências registradas imageticamente revelaram um conjunto de interações sociais imanentes à relação pessoa-mato, implicando em um entrelaçamento tático de ciclos humanos e não humanos. Evocaram, também, um conhecimento tácito e experimental inscrito no corpo pelo processo de engajamento direto com experiências e tarefas habituais - habilidades corporais não acessíveis discursivamente. Mobilizou-se um mato pensado e vivido a partir de uma perspectiva que problematiza os limites disciplinares entre a antropologia e a ecologia[2], visando um enfoque interdisciplinar das relações entre humanos e seus ambientes, o que incorre também na construção de uma narrativa visual[3] sensível a esta perspectiva. Tirando brejo nos mato: a samambaia-preta Acompanhar Bento na coleta da samambaia-preta, planta que emerge nas capoeiras, faz aguçar a percepção de que, através das experiências de uma trajetória de vida, se participa ativamente da produção de uma paisagem em conexão com outras pessoas, plantas, bichos e meio. Com um passo característico de quem observa e reconhece rapidamente os caminhos já trilhados, o movimento de Bento acompanha as curvas dos morros. Na perspectiva do antropólogo Tim Ingold[4], o contorno da paisagem não é tão medido quanto sentido; ele é diretamente incorporado à experiência do corpo. A agilidade e destreza de Bento em tirar, ajeitar, apertar, amarrar, levantar e, por fim, carregar quase cinquenta quilos de samambaia nas costas expressa uma experiência incorporada em seus 30 anos de convívio com a planta, a partir de habilidades constituídas neste processo de engajamento na atividade extrativista: É jeito, e não força – diz ele. Tem que ser na lua certa: manejando madeiras, balaios e fibras O manejo das madeiras, da corda da embireira, taquaras e cipós segue impreterivelmente a lua: É que antigamente tudo se trabalhava com a lua [...] – esclarece dona Margarida, após revelar que a época ideal para o corte da madeira de lei é no inverno, na minguante de junho ou julho. Sugerindo tratar-se de um conhecimento que aprendeu por conta, Bento diz reconhecer as madeiras pelo tronco, pelas folhas e pelo cheiro, o que revela no processo de ensinar-me, tirando pedaços da casca com seu facão para realçar sua cor e textura e chamando atenção para os aromas e formas das folhas. A feitura do balaio pelo Seu João demanda uma habilidade de todo o corpo: os pés firmam as primeiras urdiduras, compondo seu fundo a partir de um fio mestre, guia para os demais. Com ele vai se trançando todo o balaio, até chegar em sua boca, envolvendo um acabamento minucioso a fim de garantir que o emaranhado não se abra. [1] Remetendo a figura do narrador em BENJAMIN, W. O narrador. Considerações sobre a obra de Nikolai Leskov. In: Magia e técnica, arte e política: ensaios sobre literatura e história da cultura. São Paulo: Brasiliense, 1994. [2] A perspectiva em foco é a etnoecologia, remetendo à COELHO-DE-SOUZA, G.; BASSI, Joana Braun; KUBO, Rumi. ETNOECOLOGIA: DIMENSÕES TEÓRICA E APLICADA. Transformações no espaço rural. Porto Alegre: Editora da UFRGS, p. 25-48, 2011. [3] ROCHA, A. L. C. Tecnologias Audiovisuais na Construção de Narrativas Etnográficas, um percurso de investigação. Campos, v. 4, p. 113-134, 2003. [4] INGOLD, T. Perception of the Environment: Essays on Livelihood, Dwelling and Skill. London: Routledge, 2000.


2014 ◽  
Vol 38 (6) ◽  
pp. 961-972 ◽  
Author(s):  
Suzane Bevilacqua Marcuzzo ◽  
Maristela Machado Araújo ◽  
Daniele Guarienti Rorato ◽  
Jessica Machado

Este estudo teve por objetivo avaliar a evolução da restauração de duas áreas degradadas em unidade de conservação de proteção integral, no bioma Mata Atlântica, no Sul do Brasil. Foram avaliados atributos da composição florística e da estrutura da vegetação, assim como a atividade enzimática do solo (amidase, urease, fosfatase e arilsulfatase), envolvida em processos ecológicos, capazes de caracterizar diferentes áreas em restauração. A vegetação do estrato superior foi amostrada em 18 parcelas de 10 x 20 m em duas áreas recuperadas (A1 e A2) e em 12 parcelas em trecho de floresta utilizada como referência (AR). Nessas parcelas, o componente arbóreo-arbustivo foi medido quanto ao diâmetro, altura e cobertura de copa dos indivíduos, e a regeneração natural foi estudada em subparcelas, através da obtenção do diâmetro do coleto e da altura até 1,0 m. A atividade enzimática foi mensurada por meio da coleta de 10 amostras de solo, nas camadas de 0 a 5 cm e de 5 a 20 cm, em cada área. Os resultados evidenciaram que as áreas em restauração apresentaram menor diversidade (H' = 2,31), em comparação com a área de referência (H' = 3,00), bem como menores valores de área basal, altura e densidade. Conclui-se que a atividade enzimática é um bom indicador para o desenvolvimento em ambas as áreas restauradas, que comparado à área de referência, ocorrerá a longo prazo, indicando a necessidade de manejo de A1 e A2, por meio da eliminação de gramíneas e espécies arbóreas exóticas, fator determinante para o sucesso da restauração.


2018 ◽  
Vol 4 (3) ◽  
pp. 447-469
Author(s):  
Iuri BUFFON ◽  
Rodrigo Cambará PRINTES ◽  
Clódis de Oliveira ANDRADES-FILHO

A proibição do uso do fogo pelo Código Florestal Estadual do Rio Grande do Sul, Lei Estadual n° 9519/92, levou a pecuária tradicional a ser considerada antiecológica e antieconômica. Entretanto, os usos da terra que a substituíram nos anos seguintes tiveram um impacto ambiental ainda pior, sobretudo em relação a mudança da paisagem, o que acarretou uma  redução expressiva dos Campos de Cima da Serra, ecossistema associado ao Bioma Mata Atlântica. A pesquisa e documentação do conhecimento ecológico local (CEL) sobre a pecuária tradicional é de grande relevância para a negociação deste conflito socioambiental. O objetivo do presente estudo foi testar o CEL dos pecuaristas dos Campos de Cima da Serra quanto ao período de pousio, e com base nisso, propor uma rotina de monitoramento para as licenças ambientais emitidas para o manejo dos campos através do uso do fogo. Foi proposto um sistema de monitoramento de uso do fogo utilizando sensoriamento remoto, baseado na classificação supervisionada orientada e identificação de queimadas através de sítios de treinamento, oriundos de amostras fortuitas de classes de uso conhecidas. Para isso, foi utilizado o processamento das bandas espectrais do sensor imageador OLI do satélite Landsat 8, pelo complemento “classificação semiautomática” do software Quantum GIS 2.4. Através das etapas metodológicas apresentadas, o Poder Público poderá monitorar simultaneamente diversas licenças, em curto período de tempo, o que, juntamente com medidas preventivas e mitigatórias, pode viabilizar o licenciamento ambiental do uso do fogo na região.


2021 ◽  
Vol 4 (4) ◽  
pp. 5387-5396
Author(s):  
Julia Maria Luvisaro Della Torre ◽  
Clarissa Angélica Azevedo Pardão ◽  
Tatiane Gonçalves De Lima ◽  
Edris Queiroz Lopes

O tucano-de-bico-verde, (Ramphastos dicolorus) é uma espécie endêmica na Mata Atlântica e por isso se faz presente em diversas regiões brasileiras como: Espírito Santo, Minas Gerais e Goiás, mas sua presença se estende até o Rio Grande do Sul, Paraguai e nordeste da Argentina. É bom lembrar que nas regiões Sudeste e Sul do Brasil são encontrados em altitudes de 100 a 2.000 metros. O tamanho dos fragmentos florestais, afeta o tucano-de-bico-verde, tendo em vista que são raramente encontrados em locais menores do que 90 hectares. Este estudo de caso objetiva a compreensão e estudo mais precisos das estruturas ósseas de um tucano de bico verde (Ramphastos dicolorus), através da realização de um guia auxiliar de estudos anatômicos para médicos veterinários e biólogos, obtido através da Técnica de Osteologia, Osteotécnica e Osteomontagem.


2020 ◽  
Vol 6 (3) ◽  
pp. 259-277
Author(s):  
Sarah Petrykowski Peixe ◽  
Ricardo Silva Pereira Mello

O Bioma Mata Atlântica é reconhecido por seus inestimáveis valores culturais, ecológicos e econômicos, mas, ao mesmo tempo, se apresenta altamente reduzido e fragmentado. O desenvolvimento de estratégias para a gestão deste patrimônio é uma necessidade iminente, e o engajamento em âmbito municipal tem papel essencial na sua conservação. Esse artigo propõe sistematizar os principais aspectos legais, desafios e possibilidades de Planos Municipais de Mata Atlântica (PMMA), apresentando um panorama acerca do estado da arte referente à legislação, com aproximações e discussões relacionadas a planos elaborados e em fase de implementação em âmbito nacional e estadual. O procedimento metodológico adotado foi através de levantamento das bibliografias pertinentes a Planos Municipais de Mata Atlântica, obtidas em plataformas da Web, sites governamentais e não governamentais, periódicos e material impresso, focando na ação e estratégias abordadas pelos documentos aferidos. Por meio de um recorte de algumas propostas dos PMMA, foi observado que os municípios que se organizam em consórcios e convênios de caráter regional, tendem a vislumbrar melhores perspectivas de planejamento ambiental que vão além dos limites sociopolíticos. Embora a maior parte dos PMMA atenda ao mínimo de exigências da legislação para sua composição, poucos incluem medidas como a conservação pelo uso, ou alternativas de pagamento pelos serviços ambientais. Entre as ações de conservação integrativas propostas, é possível destacar a inovação da conservação pelo uso com base em Sistemas Agroflorestais e Extrativismo Sustentável da Flora Nativa. Tais aspectos têm sido viabilizados no Estado do Rio Grande do Sul. Todavia, em muitos estados brasileiros esta realidade ainda se encontra no âmbito dos debates conceituais relacionados à conservação e preservação ambiental.


Roteiro ◽  
2019 ◽  
Vol 44 (1) ◽  
pp. 1-12
Author(s):  
Elison Antonio Paim ◽  
Pedro Mülbersted Pereira

A Licenciatura Intercultural Indígena do Sul da Mata Atlântica da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) tem a proposta de atender os povos indígenas que vivem na parte meridional da Mata Atlântica: Guarani (ES, RJ, SP, PR, SC, RS), Kaingang (SP, PR, SC, RS) e Xokleng (SC), com Ensino Médio completo ou em conclusão, desde 2010. O curso está estruturado em regime presencial especial, com etapas concentradas divididas entre Tempo-Universidade e Tempo-Comunidade, de acordo com a perspectiva da Pedagogia da Alternância. Joziléia Daniza Jagso Inácio Schild é, atualmente, a Coordenadora Pedagógica desse curso. Joziléia Daniza Jagso Inácio Schild nasceu na Terra Indígena do Guarita, território indígena Kaingang localizado no Município de Tenente Portela, RS. É graduada em Geografia pela Universidade Comunitária da Região de Chapecó (Unochapecó) (2010), especialista em Educação de Jovens e Adultos Profissionalizantes pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) (2012), mestre em Antropologia Social pela Universidade Federal de Santa Catarina (2016) e está, atualmente, cursando Doutorado em Antropologia Social pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Entrevistamos a professora Joziléia Kaingang em março de 2018. Na ocasião, a entrevistada compartilhou suas experiências com a Licenciatura Intercultural Indígena como estudante, como educadora e com as atuais lutas e pautas dos povos indígenas no Brasil.


2012 ◽  
Vol 12 (2) ◽  
pp. 175-183 ◽  
Author(s):  
Ana Beatriz Barros de Morais ◽  
Renata Lemes ◽  
Camila Duarte Ritter

A fauna de borboletas do Bioma Mata Atlântica encontra-se razoavelmente conhecida até o início do limite sul da distribuição do mesmo. No Rio Grande do Sul, entretanto, ainda existem lacunas próximas à região central do estado, cujas áreas florestais são consideradas prioritárias para conservação biológica. Esse trabalho inventariou a assembléia de borboletas de um fragmento de mata ciliar numa região de ecótono entre Floresta Ombrófila Mista e Floresta Estacional Decidual, no município de Itaara. Durante o período de setembro de 2005 a setembro de 2006, num total de 105 horas-rede com uso do método de procura ativa, foram registradas 877 borboletas representando 104 espécies. Com o acréscimo posterior de mais três espécies, a riqueza total elevou-se para 107. As cinco espécies mais abundantes foram os Nymphalidae Hermeuptychia hermes (Fabricius, 1775), Yphthimoides celmis (Godart, [1824]), Agraulis vanillae maculosa (Stichel, [1908]), Tegosa claudina (Eschscholtz, 1821) e Vanessa braziliensis (Moore, 1883). Foram registradas uma nova espécie para o estado e quatro para a região central, além do Papilionidae sulino endêmico Euryades corethrus (Boisduval, 1836) e o Lycaenidae Arcas ducalis (Westwood, 1852), considerado indicador de áreas preservadas de Mata Atlântica. Devido à representatividade da fauna registrada, recomenda-se a necessidade de incrementar os esforços para a conservação da área e estimular novos estudos ecológicos com a biodiversidade local.


2012 ◽  
Vol 12 (4) ◽  
pp. 181-190 ◽  
Author(s):  
Juliane Bellaver ◽  
Cristiano Agra Iserhard ◽  
Jessie Pereira dos Santos ◽  
Ana Kristina Silva ◽  
Márcio Torres ◽  
...  

Este trabalho teve como objetivo elaborar uma lista de espécies de borboletas de Matas Paludosas e de Restingas da Planície Costeira do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina contribuindo para o conhecimento da fauna de borboletas da Mata Atlântica. Foram compilados dados obtidos com amostragens realizadas através de duas técnicas de coleta (armadilha com isca atrativa e rede entomológica) nos anos de 2005 e 2011. Com um esforço amostral de 10.920 horas com armadilhas e de 360 horas-rede foram encontradas 225 espécies de borboletas nos dois ambientes, distribuídas em seis famílias e 19 subfamílias. Vinte e cinco espécies são registros novos ainda não publicados para o Rio Grande do Sul e 35 espécies são novos registros para a Mata Atlântica do Rio Grande do Sul, sendo seis Nymphalidae, dez Hesperiidae, doze Lycaenidae e sete Riodinidae. Os resultados gerados no presente estudo são fundamentais para o conhecimento e conservação dos táxons estudados bem como dos ambientes aos quais estão associados.


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