scholarly journals Identidade e corporação médica no sul do Brasil na primeira metade do século XX

2010 ◽  
Vol 26 (44) ◽  
pp. 421-435
Author(s):  
Beatriz Teixeira Weber

Este texto analisa a organização da medicina no Rio Grande do Sul nas primeiras décadas do século XX, por meio da atuação dos médicos na Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, na Faculdade de Medicina de Porto Alegre e no Sindicato Médico Rio-Grandense. A proposta dos médicos conflitou com a organização política positivista que possuía assento no governo gaúcho até 1928, procurando formas de inserção diversas, visando o fim da liberdade profissional no estado. Sua organização consolidou-se com o regulamento nacional para o exercício da medicina e das profissões correlatas em 1932, embora apresentando problemas para sua execução no Rio Grande do Sul. A efetiva delimitação das atividades ocorreu com a reorganização dos serviços de higiene e saúde pública, através do Regulamento do Departamento Estadual de Saúde do Estado do Rio Grande do Sul, de 1938, que determinou minuciosamente todos os encargos da assistência médica social.

2020 ◽  
Vol 8 (10) ◽  
Author(s):  
Bruno Braga José ◽  
Marlene Cabral Coimbra da Cruz

Introdução: A eletroconvulsoterapia é um procedimento que utiliza uma corrente elétrica para induzir uma crise convulsiva sob anestesia geral, com o objetivo de produzir alterações no comportamento e melhoras nos sintomas psiquiátricos. Objetivo: revisar a literatura com relação ao procedimento, indicações, contraindicações e implicações éticas na prática psiquiátrica. Material e Método: foi realizada uma pesquisa de livros texto e de publicações obtidas nas bases de dados BVS, Medline e Scielo sobre o tema. Resultados: Apesar de todos os avanços, o mecanismo de ação da ECT ainda é desconhecido, e existem diversas teorias sobre seu funcionamento. É tratamento de primeira escolha nos casos de necessidade de melhora rápida, como depressões graves e grande risco de suicídio, e como segunda escolha, quando existe ausência de resposta terapêutica satisfatória de psicofármacos. É preciso avaliar os riscos cardiológicos decorrentes da anestesia, e testes neuropsicológicos são importantes para acompanhar alterações cognitivas que podem ocorrer. O Conselho Federal de Medicina reconhece a importância deste método terapêutico e regulamenta sua aplicação e cuidados, sendo um ato médico a ser realizado em ambiente com infraestrutura adequada de suporte à vida e a procedimentos anestésicos e de recuperação. Conclusão: a eletroconvulsoterapia é um tratamento eficaz para remissão de sintomas graves psiquiátricos, principalmente quando se precisa de resultados rápidos. Porém sua prática ainda é controversa, apesar de ser regulamentada pelo Conselho Federal de Medicina.Descritores: Eletroconvulsoterapia; Eletricidade; Psiquiatria.ReferênciasJesus GN. Anestésicos e eficácia da eletroconvulsoterapia em pacientes com depressão maior: revisão sistemática. Monografia do Curso de Medicina. Salvador: Universidade Federal da Bahia;2015.Shiozawa P, Netto GTM, Cordeiro Q, Ribeiro RB. Eletroconvulsoterapia para o tratamento de depressão psicótica refratária em paciente com desnutrição grave: estamos esquecendo a ECT? Rev Debates Psiquiatr. 2014;6-10. Silva MLB, Caldas MT. Revisitando a técnica de eletroconvulsoterapia no contexto da reforma psiquiátria brasileira. Psicol cienc. 2008;28(2):344-61. CFM, Conselho Federal de Medicina. Resolução n° 2.057. Consolida as diversas resoluções da área da Psiquiatria e reitera os princípios universais de proteção ao ser humano, à defesa do ato médico privativo de psiquiatras e aos critérios mínimos de segurança para os estabelecimentos hospitalares ou de assistência psiquiátrica de quaisquer naturezas. Brasília: Diário Oficial da República Federativa do Brasil; 2013.Ávila MD. Eletroconvulsoterapia: da origem à aplicação modificada [monografia]. Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul; 2010.Pastore DL, Bruno LM, Nardi AE, Dias AG. O uso da eletroconvulsoterapia no Instituto de Psiquiatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro no período de 2005 a 2007. Rev Psiquiatr Rio Gd Sul. 2008;30(3):175-82.Sadock BJ, Sadock VA, Ruiz P. Compêndio de psiquiatria. ciência do comportamento e psiquiatria clínica. 11. ed. Porto Alegre: Artmed; 2017. Louzã MR Neto, Elkis HE. Psiquiatria Básica. 2.ed. Porto Alegre: Artmed; 2007. Forlenza OV, Migues EC. Compêndio de clínica psiquiátrica. Barueri: Manole; 2012Madeira N, Santos T, Relvas JS, Abreu JLP, Oliveira CV. Eletroconvulsoterapia no tratamento da psicose puerperal. J bras psiquiatr. 2012;61(1):45-8. Hales RE, Yudofsky SC, Gabbard GO. Tratado de Psiquiatria Clínica 5. ed. Porto Alegre: Artmed; 2012. Barbosa IG, Rocha FL. Eletroconvulsoterapia na terapêutica da mania em paciente com hidrocefalia. J bras psiquiatr. 2008;57(4):276-79. Yudofsky CS, Hales ER. Fundamentos de neuropsiquiatria e ciências do comportamento. 2. ed. Porto Alegre: Artmed; 2013. Del Porto J. Atualidades sobre eletroconvulsoterapia. SNC em foco. 2006;2(2):16-26.Alvarenga PG, Andrade AG. Fundamentos em psiquiatria. Barueri: Manole; 2008. Antunes PB. Efeito da eletroconvulsoterapia sobre sintomatologia psiquiatria e qualidade de vida [dissertação]. Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRS; 2008. Andreasen CN, Black WD. Introdução a Psiquiatria. 2. ed. Porto Alegre: Artmed; 2011. Rosa MA, Rosa MO. Fundamentos da eletroconvulsoterapia. Porto Alegre: Artmed; 2015.Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP). Eletroconsulsoterapia. Diretrizes AMB.  97p.Rosa MA, Rosa MO, Belegarde IMT, Bueno CR, Fregni F. Recuperação pós-eletroconvulsoterapia: comparação entre propofol, etomidato e tiopental. Rev Bras Psiquiatr. 2008;30(2):149-51. Antunes PB, Rosa MA, Belmonte-de-Abreu PS, Lobato MIR, Fleck MP. Eletroconvulsoterapia na depressão maior: aspectos atuais. Rev Bras Psiquiatr. 2009;31(supl 1):S26-33. Bueno CR. Titulação do limiar convulsígeno e segurança cardiovascular[mestrado] São Paulo: Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo - USP; 2009. Salleh MA, Papakostas I, Zervas I, Christodoulou G. Eletroconvulsoterapia: critérios e recomendações da Associação Mundial de Psiquiatria. Rev Psiq Clin. 2006;33(5):262-67. Bauer M, Whybrow PC, Angst J, Versiani M, Möller HJ. Força-Tarefa da WFSBP sobre Diretrizes de Tratamento para Transtornos Depressivos Unipolares. Diretrizes da World Federation of Societies of Biological Psychiatry (WFSBP) para tratamento biológico de transtornos depressivos unipolares, 2ª parte: tratamento de manutenção do transtorno depressivo maior e tratamento dos transtornos depressivos crônicos e das depressões subliminares. Rev Psiquiatr Clín. 2009;36(supl 2):58-76.Gul IG, Eryilmaz G, Sayar GH, Ozten E, Arat MM, Tarhan N. 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2001 ◽  
Vol 25 (3) ◽  
pp. 64-67
Author(s):  
Marcelo C. Gib ◽  
Luciano P. Bellini ◽  
Marcelo Pimentel ◽  
Hilberto C. de Almeida

Resumo: Com a finalidade de aprimorar o ensino, a Faculdade de Medicina (Famed) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) criou o projeto Cirurgias Ambulatoriais. Neste, os alunos acompanham as atividades de um médico-cirurgião no Posto de Atendimento Médico no 3 do município de Porto Alegre, desenvolvendo suas aptidões em cirurgias ambulatoriais e complementando sua formação médica. Por proporcionar treinamento prático aos acadêmicos e colocá-los em contato com as patologias mais prevalentes em seu meio, acreditamos que este projeto vem atingindo seus objetivos, além de oferecer à comunidade, sob a forma de serviços gratuitos, o retorno social que a Universidade pública lhe deve. Este trabalho descreve as atividades do referido projeto e seus resultados.


2020 ◽  
Vol 9 (5) ◽  
pp. 414-419
Author(s):  
Danilo Vieira Barbosa ◽  
Waleska Fernanda Souto Nóbrega ◽  
Gustavo Correia Basto da Silva ◽  
Osires de Medeiros Melo Neto ◽  
Faldryene de Souza Queiroz Feitosa

Objetivo: Avaliar a aceitação e facilidade de uso do Prontuário Eletrônico do Cidadão pelos Cirurgiões Dentistas da Atenção Básica. Metodologia: O estudo foi do tipo transversal, descritivo e analítico, tendo como população alvo os Cirurgiões Dentistas que atuam nas Unidades Básicas de Saúde de uma cidade do interior do Nordeste. Para coleta de dados foi utilizado um formulário estruturado, com questões objetivas e autoadministradas. Os dados obtidos através dos questionários respondidos foram digitados e tabulados no software SPSS 22.0 e analisados com base em estatísticas descritivas e análise inferencial através do teste qui-quadrado admitindo-se significância de 5% (p≤0,05). Resultados: A maioria dos entrevistados era do sexo feminino (63%), com idade entre 31-50 anos (44,4%), formados entre 0-5 anos (51,9), com menos de 5 anos de trabalho nas unidades (63%). A maioria (63%) julgou o prontuário eletrônico fácil de usar. Houve diferença estatisticamente relevante na questão sobre dificuldade do uso do PEC e o tempo de atuação na Unidade, entre o esforço utilizado para adaptação ao PEC e o tempo de formação e ainda entre achar o PEC de difícil uso em geral com a idade do participante. Conclusão: O PEC foi, em geral, bem aceito e amplamente utilizado pelos profissionais da saúde bucal, havendo algumas lacunas para melhoria do uso como o tempo de treinamento.Descritores: Registros Eletrônicos de Saúde; Atenção Primária à Saúde; Sistemas de Informação.ReferênciasMorais AC. Prontuário Eletrônico do Paciente. Curitiba: Universidade Federal do Paraná, 2006.Galvão MCB, Ricarte ILM. O prontuário eletrônico do paciente no século XXI: contribuições necessárias da ciência da informação. InCID Rev Ci Inf Doc. 2011;2(2):77-100. Lopes VJ, Carvalho D. KDD Na avaliação da usabilidade do prontuário eletrônico do paciente por profissionais da enfermagem.  R Bras Inov Tecnol Saúde. 2016;6(3):21-31.Muylder CF, Carneiro SD, Barros LC, Oliveira JG. Prontuário eletrônico do paciente: aceitação de tecnologia por profissionais da saúde da região metropolitana de Belo Horizonte. RAHIS. 2017;14(1):40-52.Pinto VB. Prontuário eletrônico do paciente: documento técnico de informação e comunicação do dominio da saúde . Eletr Bibliotecon Ci Inf. 2006;2(21):34-48.Saraiva AS. A importância do prontuário odontológico – com ênfase nos documentos digitais. Rev Bras Odontol. 2011;68(2):157-60.Machado MJF. Prontuário Eletrônico do cidadão. Fortaleza: Encontros Universitários da UFC, v. 1, 2016.Brasil. Ministério da Saúde. Resolução nº 7, de 24 de novembro de 2016. Brasil. Ministério da Saúde. Departamento as Atenção Básica. Prontuário eletrônico do cidadão, 2016.Fraige A. Prontuário eletrônico do centro de atendimento a pacientes especiais: desenvolvimento e implementação [tese]. São Paulo: Faculdade de Odontologia da USP; 2007.Majewski CC. Pesquisa de satisfação de usuários do sistema de prontuário eletrônico do complexo hospitalar Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre [dissertação]. Porto Alegre: Escola de Engenharia, URGS; 2003.Davis JR, Fred D. A Technology acceptance model for empirically testing new end-userinformation system: theory and results – MIT, 1986.Beiguelman B. Curso prático de bioestatística – 4. ed. Ribeirão Preto: Sociedade Brasileira de Genética; 1996.Lolli LF. Documentos digitais em Odontologia – aspectos de legalidade, conhecimento e utilização por cirurgiões-dentistas. UNI Review. 2011;8(2):112-21.Souza RS. Prontuário eletrônico: ótica do profissional de saúde da atenção primária [dissertação]. Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Faculdade de Medicina, Programa de Pós-Graduação em Ensino na Saúde; 2017.Silveira LGG. Avaliação do uso da informática pelo CD e acadêmico em Odontologia. RGO. 2006;54(2):119-22.Fontanella V, Schardosim M, Lara M. Tecnologias de informação e comunicação no ensino da odontologia. Rev ABENO. 2007;7(1):76-81.Dotta EAV, Serra MC. Conhecimento e utilização da informática pelo cirurgião-dentista como ferramenta de trabalho. RGO (Porto Alegre). 2006;54(2):99-102.Santos RPS. Análise da competência em informação mediante a transição do prontuário físico para o eletrônico. Rev Cub Inf Cienc Salud. 2017;28(4):1-13.Greiver M, Barnsley J, Glazier RH, Moineddin R, Harvey BJ. Implementation of electronic medical records: effect on the provision of preventive services in a pay-for-performance environment. Can Fam Physician. 2011;57(10):e381-89.Soranz D, Pinto LP, Camacho LAB. Análise dos atributos dos cuidados primários em saúde utilizando os prontuários eletrônicos na cidade do Rio de Janeiro. Ciênc saúde coletiva. 2017;22(3):819-830.Silva CA, Pereira MR. Estudo e Análise das Tecnologias de Informação e Comunicação (tic) na Odontologia no Rio Grande do Sul [monografia]. Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul, UFRGS; 2013.Gregor P, Newell AF, Zagicek M. Designing for dynamic diversity - interfaces for older people. International ACM SIGCAPH Conference on Assistive Technologies. 2002:151-56.


1999 ◽  
Vol 5 (3) ◽  
pp. 583-601 ◽  
Author(s):  
Beatriz Teixeira Weber

O texto procura analisar conflitos e interesses em um dos principais focos de ciência médica no Rio Grande do Sul, a Faculdade de Medicina de Porto Alegre, e os princípios positivistas de liberdade profissional adotados pelos governos gaúchos. Trata do significado e do impacto do surgimento de um campo próprio e exclusivo do saber, a partir do qual os médicos de formação acadêmica gaúchos puderam iniciar uma guerra de trincheiras pela afirmação da ciência em face da fé e da política, enfrentando o positivismo do partido que empolgou o poder no Estado em todo o período inicial da República. Essa perspectiva cresceu em meio a conflitos e com dilemas entre médicos, positivistas e médicos-positivistas, numa conjuntura política diversa da que prevalecia no restante do Brasil.


2012 ◽  
Vol 7 (25) ◽  
pp. 274-275
Author(s):  
José Mauro Ceratti Lopes

Luiz Felipe Cunha Mattos (21/02/1956 – 04/12/2012)“Se antes ajudava a construir a história da Medicina de Família,hoje é parte fundamental desta história.” Luiz Felipe formou-se em Medicina pela Universidade de Passo Fundo (UPF-RS), desde este período apresentava interesse pela saúde pública. Nas apresentações e atividades, quando perguntado sobre qual o professor que marcara sua formação, sempre se referia ao seu professor de saúde coletiva da UPF. Formado em 1981, e contrariando a “moda” da época, realizou sua Residência em Medicina Geral e Comunitária na Unidade Sanitária São José do Murialdo (Porto Alegre, 1982-1983), sendo colega de Airton Stein, Elizabeth Wartchow, Magda Costa, Maria Teresa Pinho e Cristina Lemos, os quais - juntamente com ele e Wanda Loguércio, José Mauro C. Lopes e Hermes Cattani - em 1984 iriam compor o grupo dos primeiros médicos contratados da Unidade de Medicina de Família do Hospital Nossa Senhora da Conceição (HNSC). Este fato teve dois aspectos inovadores: foi, talvez, a primeira contratação de médicos de família como tais, e realizada através de concurso que envolveu um processo seletivo rigoroso (prova da Associação Médica do Rio Grande do Sul (AMRIGS), entrevista e prova oral).Desde 26 de abril de 1984, Luiz Felipe atuou como médico da Unidade Conceição, “na ponta”, sem interrupções na atividade clínica, sendo um dos médicos de maior longitudinalidade no Brasil. Desde o início envolveu-se ativamente na construção do Serviço de Saúde Comunitária, participando de sua expansão. Ocupou cargos como Chefe de Unidade, Preceptor e Supervisor da Residência em MFC e Coordenador da COREME do HNSC. Alguns destes cargos foram ocupados por vários mandatos. Uma de suas preocupações constantes era com a qualificação clínica do MFC, participando ativamente das discussões e debates dos anos 80 e 90 sobre qual o perfil do MFC necessário para o Sistema de Saúde do Brasil.Um aspecto talvez desconhecido seja sua atuação - durante a fase da Reforma Sanitária – no Conselho Municipal de Saúde de Porto Alegre, como representante do HNSC, tendo feito parte de sua Câmara Técnica. Fez especialização em Saúde Pública pela Escola de Saúde Pública do RS, no final dos anos 80, tendo como tema de seu trabalho de conclusão “O paciente frequente”. Desde o início desempenhou importante papel nas atividades associativas, fazendo parte do grupo de MFCs que assumiu pela primeira vez o Departamento de Saúde Coletiva da Associação Médica do Rio Grande do Sul (anos 80). Outra atividade pouco conhecida do Luiz Felipe foi participar nos anos 90, juntamente com Carlos Grossman e José Mauro C. Lopes, de projeto do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR-RS) para divulgação da Saúde da Família e da Medicina de Família junto a municípios do Rio Grande do Sul (RS). Este projeto - de 1998 a 1999 - percorreu dezenas de municípios do RS utilizando uma carreta equipada com consultórios e salas de aula/grupo, realizando educação em saúde e rastreamento de doenças, além de auxiliar Secretários de Saúde na elaboração de projetos de municipalização.Na busca pela ampliação da formação de Médicos de Família, Luiz Felipe participou da implantação dos Programas de Residência em MFC do Hospital da Cidade em Passo Fundo (RS) no final dos anos 80 e da Universidade de Caxias do Sul (UCS-RS) no início dos anos 2000. Atuou constantemente na Comissão Estadual de Residência Médica do RS, defendendo a residência como o padrão ouro de especialização médica. Foi professor da UCS e da Universidade Luterana do Brasil (ULBRA-RS).Dentro de uma perspectiva de qualificar-se como formador, realizou Mestrado em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2005). Participou da Diretoria da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC), sendo Diretor de Residência (2008-2010) e Vice?Presidente (2010-2012). Participou do grupo designado pela SBMFC que em 2007 desenvolveu a “Oficina de Capacitação de Preceptores em MFC”, que até 2012 teve 52 edições em todo país, atingindo mais de mil e cem médicos. Na Associação Gaúcha de Medicina de Família e Comunidade participou das três últimas diretorias. Fazia parte da Câmara Técnica de MFC do CREMERS.Atualmente também integrava a Comissão Organizadora do Congresso WONCA Rural e IV Sulbrasileiro de MFC a realizar-se em Gramado em 2014. Fazia parte também da Associação dos Médicos e Odontólogos do HNSC, da qual era o atual Presidente. Em todos estes espaços, Luiz Felipe sempre defendeu uma Saúde Pública de qualidade, de gestão competente e voltada as pessoas que utilizam o Sistema Único de Saúde; da necessidade de políticas efetivas para reconhecimento do trabalho dos profissionais da Atenção Primária, bem como uma ampliação da formação de Médicos de Família e Comunidade, através de Programas de Residência qualificados. Seu falecimento em 04 de dezembro de 2012 encerra prematuramente uma trajetória de dedicação profissional direcionada à Medicina de Família, e seu sepultamento dia 05 de dezembro – Dia do Médico de Família – de certa forma homenageia esta dedicação. 


Author(s):  
Karen Leandra ávila da Silva ◽  
Marcelo Félix Alonso ◽  
Sabrina Feltes de Moura ◽  
Túlio Felipe Verdi Filho

Resumo O monitoramento contínuo da qualidade do ar local é extremamente importante para a gestão ambiental de uma cidade, mas nem sempre viável pelo alto custo dos equipamentos. Por conta disso, investe-se muito na utilização da modelagem numérica no estudo da qualidade do ar, que é altamente dependente de inventários de emissões dos poluentes e seus precursores. Nesse contexto o objetivo deste trabalho foi realizar um estudo da dispersão do monóxido de carbono (CO) na Região Metropolitana de Porto Alegre, no estado do Rio Grande do Sul, utilizando o sistema de modelagem numérica CCATT-BRAMS, com ênfase nas fontes veiculares. Foram analisados dois períodos - janeiro de 2009 e janeiro de 2016 - utilizando-se as informações dos inventários de gases precursores elaborados pela FEPAM para os anos base de 2009 e 2013, respectivamente, distribuídos espacialmente com o auxílio do pré-processador de emissões PREP-CHEM-SRC utilizado pelo CCATT-BRAMS. No geral, as simulações representaram coerentemente os dados observados pela rede de monitoramento, com RMSE abaixo de 0,3 na maioria das estações avaliadas. Análises de sensibilidade também revelaram que, para o período avaliado, aproximadamente 40% da concentração de CO sobre a cidade de Porto Alegre foi devido ao transporte de larga escala, proveniente das cidades localizadas ao norte, dentro da Região Metropolitana.


Temática ◽  
2018 ◽  
Vol 14 (10) ◽  
Author(s):  
Henrique Esper ◽  
Cristóvão Domingos de Almeida

O objetivo deste trabalho é compreender a repercussão da exposição de arte Queermuseu – cartografias da diferença na arte brasileira, com foco nas estratégias de visibilidade e resistência após o encerramento antes do prazo estipulado no Santander Cultural, em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Fundamentamos nos conceitos de redes sociais digitais, estratégias de comunicação e organização como espaço de fortalecimento das atividades de resistência. A partir de registros das publicações nas páginas do Facebook e entrevistas, selecionamos as estratégias e as formas de aproximação com os públicos. Evidenciamos que as redes sociais podem servir como potencialidade de desenvolvimento, aproximação dos indivíduos e de resistência, num momento em que avança a narrativa do silenciamento e de negação das lutas das minorias.Palavras-chave: Comunicação. Resistência. Visibilidade. Redes Sociais. Queermuseu.


2012 ◽  
Vol 17 (50) ◽  
pp. 399-417 ◽  
Author(s):  
Ana Carolina Christofari ◽  
Kátia Silva Santos

O texto tem como ponto de partida duas pesquisas de mestrado realizadas entre os anos de 2005 e 2008 na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Tais estudos abordaram políticas locais de reestruturação curricular por ciclos em diferentes Redes Municipais de Ensino (RME): a de Porto Alegre-RS e a de Vitória da Conquista-BA. As descrições enfatizam os possíveis efeitos das políticas atuais de inclusão escolar no processo de escolarização. Ambas as redes, organizadas por ciclos, têm como objetivo uma compreensão de escolarização como processo contínuo, ininterrupto. Em suas diretrizes, esses contextos adotam indicações de que o processo educacional seja orientado pelo princípio de uma educação democrática e acessível a todos.


2008 ◽  
Vol 24 (1) ◽  
pp. 179-187 ◽  
Author(s):  
Rita Jobim ◽  
Denise Aerts

Foi realizado um estudo de casos e controles para investigar a associação entre as categorias óbitos evitáveis e não-evitáveis e as variáveis sócio-demográficas, reprodutivas maternas e relacionadas às condições de nascimento da criança. Foram analisados 1.139 casos de óbitos infantis, ocorridos entre 2000 e 2003, com o auxílio da regressão logística multivariada, segundo modelo hierarquizado. As variáveis sexo, idade materna, número de filhos nascidos vivos, tipo de gravidez, local de nascimento e Apgar no 5º minuto não se associaram aos óbitos evitáveis. No entanto, a escolaridade materna < 3 anos (RC = 1,56; IC95%: 1,01-2,45); mãe sem companheiro (RC = 0,65; IC95%: 0,49-0,86) ou com filhos nascidos mortos (RC = 1,59; IC95%: 1,01-2,48); ter malformação congênita (RC = 0,26; IC95%: 0,18-0,37); cesariana (RC = 1,52; IC95%: 1,10-2,11); idade gestacional entre 22 e 36 semanas (RC = 0,47; IC95%: 0,34-0,65); peso inferior a 2.500g (RC = 0,51; IC95%: 0,32-0,79) e ter menos de seis dias de vida (RC = 0,62; IC95%: 0,42-0,89) apresentaram associação significativa com os óbitos evitáveis. Esses achados podem contribuir na identificação de crianças em situação de maior vulnerabilidade.


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