scholarly journals HANS JONAS E O FIM DA TEODICEIA: CONSIDERAÇÕES SOBRE O CONCEITO DE DEUS DEPOIS DE AUSCHWITZ

2021 ◽  
Vol 48 (152) ◽  
pp. 695
Author(s):  
Wendell Evangelista Soares Lopes
Keyword(s):  

O presente ensaio mostra como, a partir de dois eixos de argumentação, um, lógico-ontológico, e o outro, teológico, Hans Jonas, filósofo judeu-alemão, constrói um conceito de Deus que em seu cerne representa conseqüentemente uma base para a expurgação – isto é, o fim – de toda teodiceia. Como se sabe, a teodiceia sempre lançou mão de duas respostas fundamentais: a lógica da culpabilidade e a do sacrifício. Estas foram sempre respostas ao problema do mal. Mas o evento de Auschwitz romperia em definitivo com tais soluções. Não há motivos para tamanho mal, pois aí não há culpabilidade, nem mártires; trata-se de um acontecimento de magnitude única e incompreensível. Face ao horror de Auschwitz , Jonas reflete sobre um mito que ele próprio elaborara inicialmente como resposta à questão da imortalidade, mas que mais tarde ele utilizará para pensar a questão abissal da teodiceia. O que Jonas extrai de seu mito, nesta nova direção, é a ideia de um Deus em vir-a-ser, sofredor, e preocupado. Do “Fundamento do ser, ou o Divino” assim pensado já não se pode dizer que seja onipotente, e uma tal imagem oferece a resposta à questão da teodiceia: de um Deus impotente não se pode mais dizer que é responsável. O resultado não pode ser outro senão o non-sense de qualquer intento de condenação do Divino pela realidade do mal.

Author(s):  
Sigurd Hverven ◽  
Thomas Netland

AbstractThis article discusses Hans Jonas’ argument for teleology in living organisms, in light of recently raised concerns over enactivism’s “Jonasian turn.” Drawing on textual resources rarely discussed in contemporary enactivist literature on Jonas’ philosophy, we reconstruct five core ideas of his thinking: 1) That natural science’s rejection of teleology is methodological rather than ontological, and thus not a proof of its non-existence; 2) that denial of the reality of teleology amounts to a performative self-contradiction; 3) that the fact of evolution makes it implausible that only humans actualize purpose; 4) that the concept of metabolism delimits and gestures towards beings performing purposive activity; and 5) that concrete encounters with living organisms are indispensable for the judgment that they are purposive. Lastly, we draw attention to how Jonas’ understanding of teleology and inwardness in nonhuman life in terms of degrees of identity with human life poses a problem for his view. In this way, we hope to clarify what Jonas, as an important source of inspiration for the enactivist project, is proposing.


Author(s):  
Raphael Döhn
Keyword(s):  

Zusammenfassung Dieser Beitrag fokussiert den von Hans Jonas in Der Gottesbegriff nach Auschwitz. Eine jüdische Stimme als Antwort auf die Theodizeefrage skizzierten Mythos und setzt ihn in Beziehung zu Fiktionalitätsdiskursen. An die Darstellung und Erläuterung des Mythos schließen sich Ausführungen zu den ihm zugrundeliegenden Quellen (u. a. Gnosis, Kabbala, Hegel) sowie zu Jonas’ eigenen Reflexionen zur Textgattung und zu den Kernaussagen des Mythos an. Nach einer christlich-theologischen Würdigung der jonasschen Religionsphilosophie wird der Mythos unter Bezugnahme auf Fiktionalitätsdiskurse betrachtet und auf Berührungspunkte mit jüdischen, christlichen und gnostischen Weltentstehungs- und Welterklärungserzählungen aufmerksam gemacht.


Author(s):  
Robert Theis
Keyword(s):  

Sign in / Sign up

Export Citation Format

Share Document