Abordagem diagnóstica para acompanhamento de caso de miocardite aguda: um relato de experiência
Miocardite é uma doença inflamatória cardíaca que pode ocorrer como consequência de infecções (predominantemente por vírus, mas também por outros agentes infecciosos, incluindo bactérias, protozoários e fungos), exposição a substâncias tóxicas (álcool e drogas) e ativação do sistema imunológico, e está incluída entre as cardiomiopatias secundárias na classificação de 1996 da Organização Mundial da Saúde. O presente estudo tem como objetivo relatar a experiência de profissionais da saúde no acompanhamento de um paciente com miocardite aguda, desde do seu primeiro dia de internação até sua alta. Trata-se de um relato de experiência de abordagem crítico-reflexivo de cunho descritivo-compreensivo sobre um caso vivenciado no município de Niteroí – RJ, em um hospital particular, a cerca de um paciente com suspeita inicial de Doença Arterial Coronariana (DAC), sendo posteriormente confirmado o diagnóstico de Miocardite Aguda (MA), em agosto de 2019. A apresentação da miocardite aguda é extremamente variável e frequentemente subclínica, o que pode levar a complicações agudas ou progredir de forma relativamente assintomática para insuficiência cardíaca crônica. O padrão ouro para o diagnóstico de miocardite ainda é a biópsia endomiocárdica positiva, um procedimento invasivo que requer alta probabilidade clínica pré-teste e baixa relação risco / benefício para ser realizado. No entanto, a combinação da medição dos níveis de troponina e ressonância magnética cardíaca tornou o diagnóstico de MA possível com precisão suficiente para formas não complicadas. Ainda existem lacunas na compreensão da patogênese e das opções diagnósticas e terapêuticas para miocardite.