A CIDADE COMO MERCADORIA – PRECIFICAÇÃO E VALORIZAÇÃO IMOBILIÁRIA NAS CIDADES MÉDIAS AS MARGENS DA BR 163 NO ESTADO DE MATO GROSSO: OS CASOS DE GUARANTÃ DO NORTE E NOVA MUTUM
As cidades da Amazônia Mato-grossense fundadas a partir da década de 1970, graças aos esforços governamentais em integrar a região ao restante do país, surgem como um espaço vazio a ser ocupado, representando um eldorado, lugar de oportunidades. Dessa forma, atrai trabalhadores com o sonho de uma vida melhor e, investidores capitalizados, ávidos por acumular mais capital. Guarantã do Norte e Nova Mutum fazem parte dessa conjuntura e, apesar de apresentarem processos e estágios distintos de consolidação do agronegócio, essas duas cidades assumem, cada vez mais, papéis de cidades médias, no contexto do estado de Mato Grosso, com economia muito bem consolidada como é o caso de Nova Mutum ou em fase de estruturação como em Guarantã do Norte. Nas duas cidades é possível identificar um mercado imobiliário cada vez mais forte e concentrado, resultando em uma política de preços elevados e encarecendo o morar urbano para a maioria da população, sobretudo, a de menor poder aquisitivo. Esse artigo objetiva analisar a atuação dos agentes produtores do espaço na valoração do solo urbano e a precificação imobiliária nas duas cidades, sob a ótica da moradia como um direito, destacando o seu valor de uso em detrimento do valor de troca. Investigou-se os valores de lotes, casas e aluguéis, realizando entrevistas com agentes imobiliários e buscas em sites especializados.