ALGORITMOS NA CONCEPÇÃO DA TEORIA PIAGETIANA: TECNOLOGIAS ANALÓGICAS E DIGITAIS

Author(s):  
Luciana BACKES ◽  
Fabrícia Py Tortelli NORONHA ◽  
Cledes Antonio CASAGRANDE
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Mudanças sucederam no modo de viver em sociedade, mas, ao mesmo tempo, o ambiente educacional encontra dificuldades em acompanhar e se relacionar com essa nova realidade. Com o propósito de refletir sobre a construção do co-nhecimento no ensino superior, num cenário contemporâneo, o artigo tem co-mo objetivo analisar e discutir a construção do conhecimento de algoritmos por meio da pluralidade de representação do conhecimento, proporcionada pela associação e articulação de diferentes tecnologias, fundamentada na Epistemo-logia Genética de Jean Piaget. A pesquisa de natureza exploratória e abordagem qualitativa, do tipo Estudo de Caso, teve como sujeitos os educandos matricu-lados na disciplina de Lógica de Programação. Os dados coletados em questio-nários e diário de campo foram submetidos à Técnica de Análise de Conteúdo de Bardin. Como resultado, verificou-se o desequilíbrio das estruturas mentais (perturbação) na ação cognitiva educacional do professor e do educando, cons-tituindo relações dialéticas na aprendizagem. Além disso, verificou-se a neces-sidade de se contemplar tecnologias no processo educativo a fim de potenciali-zar a construção do conhecimento em congruência com a realidade atual.

Author(s):  
Nelson Pedro Silva
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  No presente artigo, apresentamos análise de equívocos cometidos em relação à epistemologia e à psicologia genéticas. Amparamo-nos, para fazê-la, em ensaio publicado em periódico brasileiro sobre a constituição do sujeito infantil e a teoria piagetiana. Objetivamos contribuir para resgatar a “verdade” da teoria piagetiana e oferecer subsídios aos leitores para que não reproduzam tais erros ou se deparem com sentidos diferentes dados a uma mesma teoria. Quanto à análise, os autores do artigo afirmaram que o homem é fruto das diversas etapas e fases desenvolvimentistas. Todavia, ao buscar explicar como as estruturas lógicas tornam-se necessárias, Piaget afirmou não ter inventado nada. Ele e seus colaboradores concluíram ser a constituição das estruturas operatórias fruto da interação do sujeito com o meio, desde que ele tenha condições e demande esse relacionamento. Dessa forma, se ele rotulou momentos da psicogênese cognitiva, foi por ter verificado que os sujeitos, nessa interação com o meio, acabavam por construir maneiras qualitativamente diferentes de compreender e de lidar com o real. Logo, Piaget não buscou colocar a fórceps os indivíduos em fases ou períodos. Outro erro é considerar Piaget adepto do par normalidade/anormalidade. Suas inquietações são de ordem epistemológica e, se ele chegou a formular uma psicologia, foi com o objetivo de dar fundamento científico a sua teoria do conhecimento. Outra confusão é dizer que Piaget equiparou as crianças aos povos primitivos. Ele declarou, apenas, que a necessidade de se relacionar com o meio é igual tanto para o homem primitivo quanto para as pessoas de hoje; portanto, o funcionamento é o único elemento biológico considerado por Piaget, pois todos os seres vivos buscam adaptar-se à realidade. Tomando por esse ângulo, depreende-se que, assim como o homem primitivo foi criança – como as de hoje –, ele buscou relacionar-se com o meio, visando garantir a sua sobrevivência. Acontece que as solicitações deste eram elementares, diferentemente das atuais. Logo, Piaget não defendeu a noção de que a filogênese se reproduz na ontogênese. Outro equívoco é dizer que ele suspeitou ou admitiu que os processos de pensamento reconhecem uma organização lógica. Não se trata de suspeita e tampouco de admissão. Sem essa base, todo o edifício piagetiano se desmontaria. Concluímos que subjaz na crítica dos autores, o conceito de progresso e de status da inteligência. Apesar disso e mesmo não admitindo as explicações formuladas por Piaget, é fato que os censores devem se deparar com uma verdade: independentemente da cultura e do momento histórico, as crianças agem sempre da mesma forma, isto é, buscando dar sentido ao real. Podemos, dessa forma, concordar ou não com a explicação piagetiana. Todavia, há algo que não podemos desprezar: a contribuição dada por Piaget à compreensão da lógica de funcionamento mental.


2001 ◽  
Vol 7 (7) ◽  
Author(s):  
Maria Suzana De Stefano Menin
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Neste artigo são apresentadas, segundo indicay6es de Castorina (1988), e desenvolvidas três etapas em que a teoria Psicogenetica de Jean Piaget debruçou-se sobre as relações entre aprendizagem e desenvolvimento buscando esclarece-las. Na primeira etapa, a teoria buscou diferenciar-se das posi96es empiristas e aprioristas afirmando todo o desenvolvimento cognitivo como construção gradual de estruturas. Na segunda, negou-se a possibilidade de apressar a construção de operações 16gicas atraves de treinos baseados em aprendizagens estritas, por associação e reforço, de respostas corretas. Na terceira etapa a teoria Psicogenetica buscou responder às indagações sobre as possibilidades de se promover o desenvolvimento através da apresentação de situações de desequilíbriocognitivo.


RENOTE ◽  
2012 ◽  
Vol 10 (1) ◽  
Author(s):  
Aline Silva De Bona ◽  
Anuar Daian De Morais ◽  
Marcus Vinicius De Azevedo Basso ◽  
Léa Da Cruz Fagundes
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O trabalho é uma pesquisa bibliográfica de conceitos importantes para a área da Informática na Educação como: redes, ciberespaço, cibercultura, interação e aprendizagem cooperativa na cultura digital. A base teórica para aprendizagem está alicerçada nos conceitos de colaboração e cooperação dos Estudos Sociológicos de Jean Piaget de 1973, e tais conceitos são conectados e elucidados com duas pesquisas na área da Educação Matemática: os Portfólios de Matemática e o Espaço de Aprendizagem Digital da Matemática, realizada por um dos autores. O objetivo deste é proporcionar um momento de reflexão, a partir de resultados obtidos nas duas pesquisas supracitadas que articulam prática e teoria, aos professores e pesquisadores da área, sobre tais conceitos, valendo-se da necessidade de se escutar os estudantes para assim contribuir para a melhoria da educação no Brasil. Nesta pesquisas verifica-se a construção dos conceitos de matemática pelos estudantes da escola básica, sendo um resultado positivo da articulação destes conceitos discutidos no artigo.


2010 ◽  
Vol 12 (2) ◽  
Author(s):  
Edson Luiz Lindner
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A necessidade urgente de mudanças no Ensino Médio do Brasil motivou o pesquisador desta tese a propor mudanças na forma tradicional de se trabalhar a Química com os estudantes. Com a evolução das tecnologias de informação e comunicação, é necessário que o cidadão seja incluí- do na cultura digital para que possa fazer parte da sociedade globalizada dos dias atuais. Assim, também é tarefa da escola a busca da inclusão dos sujeitos nessa cultura digital. A utilização das novas tecnologias é importante e deve ser considerada quando se planejam atividades de apren- dizagem com os alunos da Escola Básica. O principal objeto de pesquisa dessa tese foi o estudo dos processos cognitivos que envolvem aspectos da aprendizagem da Química com o uso dessas tecnologias. Procurou-se verificar como uma Arquitetura Pedagógica orientada para os alunos, contendo atividades experimentais, produção de vídeos e elaboração de modelos digitais no am- biente Squeak-Etoys, pode contribuir para a construção do conhecimento químico. Entende-se a Arquitetura Pedagógica como um conjunto de estratégias, dinâmicas de grupo, softwares educa- cionais e ferramentas de apoio à cooperação que possam favorecer a aprendizagem. A análise dos processos vivenciados pelos sujeitos da pesquisa foi fundamentada pela Epistemologia Genética de Jean Piaget. A partir das análises dos dados da pesquisa pretende-se propor orientações para as ações pedagógicas com o uso de ambientes digitais, onde ocorram processos nos quais os sujeitos possam representar, ampliar e consolidar o seu conhecimento científico.


Author(s):  
Fernando Becker
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Aproximar, comparar ou rejeitar, rechaçar? Acreditamos que os estudos de Epistemologia Genética poderão beneficiar-se dos achados das neurociências – neuroci-entistas fazem o mesmo com a Epistemologia Genética. Se a Psicologia Genética nos diz o que os sujeitos humanos, por mérito dos cérebros de seus organismos, são capazes de fazer, as neurociências nos dizem como o cérebro produz emoções, mente e consciência e expressa comportamentos. O que acontece no sistema nervoso, no cérebro, quando o organismo age sobre o meio, resultando essas ações ou esses comportamentos em adap-tação biológica, afetiva e cognitiva, em homeostase? Os benefícios de se conhecer esses processos não são pequenos, especial-mente para o processo educacional, especificamente o de aprendizagem – tão necessário para compreender as possibilidades e dificuldades da aprendizagem escolar, em todos os níveis de ensino. Nossa intenção é fazer algumas aproximações entre o epistemólogo genético Jean Piaget e o neurocientista António Damásio, centrando-nos principalmente nas obras A tomada de consciência, do primeiro (1974) e O mistério da consciência (1999/2000) e E o cérebro criou o homem (2009/2011), do segundo. Esta busca situa-se no âmbito da pre-ocupação nossa, de educadores, visando compreender melhor o destinatário do ensino escolar em particular e da educação em geral.


Author(s):  
Fernando Aparecido de Moraes ◽  
Márlon Herbert Flora Barbosa Soares
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Considerando a importância de Piaget para a pedagogia brasileira e a inserção cada vez maior dos jogos pedagógicos nos processos de ensino e aprendizagem como uma metodologia ativa, este artigo busca apresentar a ideia de se pensar o jogo pedagógico sob o aporte da Teoria de Jean Piaget. Para isso, inicialmente o artigo apresenta os principais aspectos da teoria de Piaget, culminando a discussão na relação que Piaget estabelece entre o jogo e o desenvolvimento do sujeito. Após a discussão desse assunto os autores seguem apresentando o conceito de jogo pedagógico, considerado por eles como o apropriado para o trabalho em questão, e partem para estabelecer a interface entre o jogo pedagógico e a teoria piagetiana, defendida pelos autores como aquela que deve respaldar o pensamento no momento de se pensar os aspectos pedagógicos do jogo. Por fim, os autores concluem o artigo ressaltando a necessidade de que os jogos pedagógicos, enquanto metodologias ativas, sejam pensados a partir de um referencial teórico consistente que discuta os processos de ensino e aprendizagem e, neste caso específico, que seja Jean Piaget este referencial.


2010 ◽  
pp. 143-167
Author(s):  
Denise Maria de Carvalho Lopes ◽  
Maria da Piedade Pessoa Vaz-Rebelo ◽  
Maria Teresa Ribeiro Pessoa
Keyword(s):  

Este trabalho tem por objectivos analisar diferentes contributos teóricos relativos a processos de aprendizagem e estabelecer as articulações entre tais concepções e a prática docente no ensino superior. Tal discussão ganha relevância no contexto das actuais reorganizações das universidades e de suas práticas, cujas contradições põem em relevo a dimensão epistemológica desse nível de ensino. Questiona-se, não apenas o que se aprende, mas para que e, de modo especial, como se aprende, numa perspectiva em que aprender e ensinar são relações indissociáveis. Neste sentido, o texto discute contributos de abordagens interacionistas como a psicogenética de Jean Piaget, a histórico-cultural de L. S. Vygotsky e a flexibilidade cognitiva de Spiro. A partir destas teorizações são analisadas algumas estratégias pedagógicas, nomeadamente o método de casos e as narrativas autobiográficas, como possibilidades de construção compartilhada de significações em contextos de interacção, mediação e complexidade, em que alunos e professores têm condição de se constituirem como sujeitos numa perspectiva de emancipação.


1991 ◽  
Vol 1 (1) ◽  
Author(s):  
Alberto Olavo Advíncula Reis
Keyword(s):  

A confrontação das teorias do desenvolvimento psicológico, propostas por Jean Piaget e Henri Wallon respectivamente, enseja a possibilidade de se discutir o limite e o alcance dessas teorias na apreensão mais global, holística, da criança. Não se trata, neste artigo, de superar, como o faria um ensaio orientado fenomenologicarnente, os limites próprios a toda e qualquer redução teórica, mas, antes, de compreender a articulação teórica passível de garantir uma compreensãomais global da criança e do adolescente em desenvolvimento.O cotejarnento das teorias desses dois autores marcados por semelhanças, amizade, trocas, mas, igualmente, por diferenças instigantes, propicia ocasião para que se pense sobre o modo fundamental como são concebidos e o lugar que ocupam os diferentes registros do desenvolvimentopsicológico humano: o biológico, o mental e o social Apesar dos interesses divergentes que ambos pesquisadores manifestaun no tocante aos próprios sujeitos - Piaget interessando-se, exclusivamente, pelo sujeito epistêmico, estudando as leis subjacentes ao desenrolar do desenvolvimento cognitivo, enquanto Wallon interessava-se pelo sujeito psicológico, interrogando-se sobre o grande embate entre o social e o biológico nos processos de transformação da totalidade da criança -, ambos farão referências às mesmas dimensões do desenvolvimentoEntretanto, se a afetividade, enquanto se revela como uma dessas dimensões, é entendida por Piaget apenas como uma energética da ação sem poder ocupar nem um lugar preponderante no curso do desenvolvimento e nem desempenhar um papel estruturante do mesmo, bem diferenteserá a concepção de Wallon.A emoção, forma larvária da afetividade, ocupará na concepção walloniana do desenvolvimento uma posição central, posto que será dela a função elementar de conectar o bebe, mergulhadoem sua impotência orgânica, ao seu meio humano. A unidade criança-meio humano será uma unidade de partilha emotiva. E a partir dessa relação, anterior com o social, que a criançadirigir-se-á, em seguida, para o mundo dos objetos, instalando-se, só então, no interior de uma lógica sensório-motora. Para Piaget, a indistinção das dimensões sociais e físicas na sua compreensão do mundo objetal, isto é, do meio em relação ao qual a criança tentará se adaptar, Ihepermitirá descrever uma trajetória distinta. Com efeito, o biológico é considerado, por este pesquisados, como o ponto inicial de todo desenvolvimento e o social como o ponto final, sendo o mental o processo mediano entre esses dois estados. Tanto desta posição quanto do inegável privilegiamento dado por Piaget à observação dos reflexos exteroceptivos (que, para ele, são os exercícios reflexos da primeira sub-etapa do nível sensório-motor), decorre o falo dele ter a concepção de uma criança que liga-se, primeira e diretamente, ao mundo dos objetos físicos e que a partir da ampliação deste universo físico descobre o mundo social.Não há grande sentido em repetir as indagações sobre o maior ou menor espaço concedido ao registro do social, do afetivo, do lógico ou do cognitivo em outra teoria. A questão que se pode colocar é a de saber em que dimensão tais registros se articulam, visto que a ordem desta articulação, e não o cômputo dos elementos em jogo, permitiria uma aproximação mais completa e global da criança em desenvolvimento.


1967 ◽  
Vol 12 (10) ◽  
pp. 524-524
Author(s):  
FRANK WESLEY
Keyword(s):  

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