scholarly journals Dívida, dependência e neoliberalização: o receituário do Council of the Americas para a América Latina dos anos 1980

2021 ◽  
Vol 25 (2) ◽  
pp. 231-249
Author(s):  
Rejane Carolina Hoeveler

A relação intrínseca entre a explosão das dívidas externas latino-americanas nos anos 1980 e a generalização do receituário neoliberal no continente é sobejamente conhecida, embora tenha ainda alguns aspectos pouco explorados. Geralmente, atores internacionais de faceta pública como o Banco Mundial (BM) e o Fundo Monetário Internacional (FMI) têm seu papel ressaltado. Talvez menos observados, entretanto, estão aparelhos privados de hegemonia que não apenas disseminaram determinadas leituras da crise latino-americana como também propuseram e elaboraram planos de contrarreformas neoliberais junto ao governo estadunidense e ao BM/FMI, organizaram uma ação política de classe voltada para os grandes empresários, principalmente os credores privados norte-americanos e europeus das dívidas, sem excluir parte importante das elites proprietárias latino-americanas. Neste artigo, pretendemos demonstrar de que maneira o Council of the Americas, entidade privada criada por David Rockefeller e associados ainda em 1965, foi um importante lócus de elaboração e difusão ideológica do programa neoliberal para a América Latina. Pretende-se, para isso, analisar detalhadamente relatórios e documentos produzidos por esse aparelho privado de hegemonia, cotejando-os com outras fontes primárias como a imprensa brasileira e estadunidense, documentos de órgãos públicos dos Estados Unidos, como a House of Representatives e os Presidential Archives, entre outros. Nossa conclusão central é a de que a atuação do Council of the Americas, enquanto entidade privada, foi fundamental para o aprofundamento do neoliberalismo na América Latina nesse período essencialmente em seu papel de alinhavar o programa neoliberal de ajustes estruturais junto com setores significativos das classes dominantes latino-americanas.

2001 ◽  
Vol 15 (01) ◽  
pp. 53-87 ◽  
Author(s):  
Andrew Rehfeld

Every ten years, the United States “constructs” itself politically. On a decennial basis, U.S. Congressional districts are quite literally drawn, physically constructing political representation in the House of Representatives on the basis of where one lives. Why does the United States do it this way? What justifies domicile as the sole criteria of constituency construction? These are the questions raised in this article. Contrary to many contemporary understandings of representation at the founding, I argue that there were no principled reasons for using domicile as the method of organizing for political representation. Even in 1787, the Congressional district was expected to be far too large to map onto existing communities of interest. Instead, territory should be understood as forming a habit of mind for the founders, even while it was necessary to achieve other democratic aims of representative government.


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