scholarly journals APLICAÇÕES INDUSTRIAIS E BIOTECNOLÓGICAS DO ÓLEO DE CHAULMUGRA EM CARPOTROCHE BRASILIENSIS (ACHARIACEAE)

2021 ◽  
Author(s):  
Letícia Maróstica de Vasconcelos ◽  
Jocilene Dos Santos Pereira ◽  
Taís Araújo Santos

Introdução: Carpotroche brasiliensis Raddi é uma árvore da família Achariaceae, nativa da Mata Atlântica, presente nos estados da Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro. É popularmente conhecida como fruto de paca, fruto de macaco, fruto de cotia ou sapucainha. Destaca-se por possuir sementes ricas em lipídios em seus frutos nutritivos, presentes em sistemas agroflorestais do tipo “cabruca”. Na região sul da Bahia, ocorre uma grande disponibilidade natural de indivíduos, e a espécie possui valor agregado, o que promove a compra de toda a produção das cooperativas de pequenos agricultores rurais, que atuam em situação de agricultura familiar, por grandes indústrias nacionais do setor de cosméticos. Objetivos: Sendo assim, o presente trabalho teve como objetivo realizar um levantamento bibliográfico das principais aplicações indústriais e biotecnológicas da espécie Carpotroche brasiliensis. Para a realização deste trabalho foram utilizadas as metodologias exploratória e descritiva. Material e Métodos: O estudo consistiu no levantamento de informações divulgadas em documentos técnicos e artigos científicos. Resultados: O óleo extraído das sementes da sapucainha, conhecido como óleo de chaulmugra possui função inseticida, parasiticida, e foi bastante utilizado como medicamento antileprótico. Atualmente, além do uso como fármaco, é utilizado como matéria prima na confecção de cosméticos por empresas nacionais. O óleo apresentou atividade antiproliferativa com linhagens cultivadas “in vitro” de células tumorais, necessitando estudos adicionais para validar a atividade antitumoral. Conclusão: O que reforça a importância do presente estudo, fornecendo informações básicas para aplicações biotecnológicas futuras da espécie em questão, tanto para a indústria de produtos antienvelhecimento, quanto para o tratamento de tumores.

2009 ◽  
Vol 9 (2) ◽  
pp. 77-98 ◽  
Author(s):  
Cybele de Oliveira Araujo ◽  
Thais Helena Condez ◽  
Ricardo Jannini Sawaya

Apresentamos as 24 espécies de anfíbios anuros que ocorrem no Parque Estadual das Furnas do Bom Jesus (PEFBJ), Pedregulho, São Paulo, sudeste do Brasil. Barycholos ternetzi, Rhinella rubescens, Scinax canastrensis e Phyllomedusa ayeaye correspondem a novos registros para o estado de São Paulo, sendo a última espécie incluída na lista de espécies ameaçadas de extinção do Ibama e IUCN. Para caracterizar a taxocenose de anuros do PEFBJ, comparamos sua composição de espécies com a de outras 66 localidades em diversos biomas e fitofisionomias do Brasil. As 67 taxocenoses foram ordenadas e agrupadas por meio de uma Análise de Coordenadas Principais (ACOP) e uma Análise de Agrupamento (Cluster Analysis). As análises multivariadas permitiram a identificação de quatro grupos: um de taxocenoses amazônicas; dois de taxocenoses de Mata Atlântica, sendo um composto por floresta ombrófila densa dos estados da Bahia e Espírito Santo e sua transição com a floresta estacional semidecidual (Minas Gerais), e o outro por localidades de floresta ombrófila densa dos estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná e suas transições com a floresta ombrófila mista, floresta estacional semidecidual, além de taxocenoses do Bioma Pampa; no quarto grupo foram incluídas as taxocenoses de biomas que apresentam fitofisionomias mais abertas, como Caatinga, Cerrado, Pantanal e a Mata Atlântica (floresta estacional semidecidual). Os agrupamentos faunísticos obtidos indicam que as composições de espécies das 67 localidades analisadas estão fortemente relacionadas com o tipo de vegetação onde ocorrem. A grande diversidade observada entre as fisionomias vegetais pode ser relacionada às variações topográficas e climáticas encontradas nos diferentes biomas examinados (Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pampa e Pantanal). A taxocenose de anuros do PEFBJ foi agrupada àquelas presentes em biomas com fitofisionomias abertas (quarto grupo), apresentando grande similaridade com as faunas de Cerrado e da floresta estacional semidecidual presente no Bioma Mata Atlântica do estado de São Paulo.


2021 ◽  
Author(s):  
Lara Fabian Rodrigues de Jesus ◽  
Daniel Oliveira Reis ◽  
Juliano Ricardo Fabricante

Introdução: Endêmica da Mata Atlântica dos Estados do Espírito Santo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, a espécie Anemia gardneri Hook. é uma erva rupícola ou terrícola da família Anemiaceae que está categorizada atualmente como “Vulnerável” pelo CNCflora. Devido à pressão antrópica que sofrem as suas localidades de ocorrência, torna-se necessário a revisão periódica do seu status de conservação. Objetivo: Assim, o objetivo do presente estudo foi realizar a atualização da categorização do risco de extinção de A. gardneri para o Brasil. Material e Métodos: Para isso, foram coletados pontos de ocorrência georreferenciados da espécie nas bases de dados online GBIF e Specieslink. Após limpos e organizados, esses pontos foram exportados para o software Geospatial Cooonservation Assessment Tool (GeoCAT) e, seguindo o critério de Área de Ocupação (AOO) estabelecido pela IUCN, foi traçado um polígono, respeitando o princípio do mínimo polígono convexo. Este polígono ainda foi gradeado com células de 4 Km². Posteriormente cada célula com a presença da espécie foi contabilizada para obtenção de sua AOO. Resultados: Com uma AOO de 44 Km² e devido as condições de conservação das suas localidades de ocorrência (incêndios recorrentes, extração irregular de solo, supressão ilegal da vegetação e presença de espécies exóticas invasoras), a espécie Anemia gardneri teve sua categorização atualizada de “Vulnerável” para “Em Perigo” pelos critérios B2biiicii. Conclusão: Diante dos resultados obtidos, é possível concluir que Anemia gardneri apresenta risco acentuado de extinção caso as condições de conservação das suas localidades de ocorrência não sofram profundas mudanças. Adicionalmente, sugere-se a criação de projetos de conservação ex situ para a espécie.


Rodriguésia ◽  
2013 ◽  
Vol 64 (1) ◽  
pp. 91-111 ◽  
Author(s):  
Gisela Pelissari ◽  
Sergio Romaniuc Neto

A Serra da Mantiqueira, localizada na Região Sudeste do Brasil, encontra-se entre os biomas Mata Atlântica e Cerrado, se estendendo pelos estados de São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro. Sua maior porção está no estado de Minas Gerais e a menor no Espírito Santo, na Serra do Caparaó. Ficus L. é o maior gênero da família Moraceae, com aproximadamente 800 espécies distribuídas na região tropical, incluindo espécies arbustivas, arbóreas, hemiepífitas e trepadeiras. As características mais marcantes do gênero são a inflorescência do tipo sicônio e a polinização por vespas. Para este estudo foram examinados materiais depositados em coleções científicas, além de coletas e observações das populações na natureza. Foram encontradas 25 espécies de Ficus, sendo 17 nativas e oito exóticas. São apresentadas descrições, observações sobre fenologia, distribuição geográfica, conservação, comentários taxonômicos e ilustrações. São descritas e ilustradas nesse trabalho as espécies nativas, dentre as quais seis encontram-se em perigo, devido à fragmentação do habitat e interferência antrópica.


2017 ◽  
Vol 40 (4) ◽  
pp. 155-158
Author(s):  
Helmut Sick

Os ornitólogos, trabalhando sobre as aves do Brasil, estão muito preocupados com o processo de  escasseamento das aves deste país. Há alguns anos apresentamos uma lista de cinquenta aves brasileiras raras ou ameaçadas de extinção (Sick & Teixeira, 1979). Para o nosso livro Ornitologia brasileira, no prelo na Editora da Universidade de Brasília, revimos a lista e chegamos a 52 espécies. A área mais atingida no processo de diminuição de aves é a Mata Atlântica. A Mata Atlântica cobriu, antigamente, uma faixa mais ou menos larga, seguindo a costa e penetrando em parte profundamente no interior de todos os estados costeiros, de Pernambuco ao Rio Grande do Sul e Minas Gerais, chegando, por exemplo, no Paraná ao Parque Nacional de Iguaçu. A Mata Atlântica pluvial consiste, ecologicamente, de dois corpos de mata: a floresta litorânea (por exemplo, as matas ao norte do baixo Rio Doce, Espírito Santo) e a floresta de montanhas (por exemplo Serra dos Órgãos, Rio de Janeiro), com clima, flora e fauna diferentes. A Mata Atlântica foi outrora ligada à Floresta Amazônica, ocorrendo intercâmbio da fauna entre elas nessa época, entretanto, os dois corpos de mata se separaram há muito tempo. A Mata Atlântica, por sua vez, fragmentou-se em vários trechos, perdendo-se, também, o contato das suas faunas. Essa segregação das várias partes da Mata Atlântica tornou-se muito acentuada durante o tempo da colonização, quando o homem começou a cortara mata para desenvolver a agricultura.


2008 ◽  
Vol 25 (1) ◽  
pp. 154-158 ◽  
Author(s):  
Lucas A. Carrara ◽  
Luciene C. P. Faria ◽  
José R. Matos ◽  
Paulo de Tarso Z. Antas

Amazona vinacea (Kuhl, 1820) é uma espécie endêmica da Mata Atlântica e ameaçada de extinção no Brasil e no mundo. Não existem relatos recentes de sua presença na porção setentrional de sua distribuição ao norte do estado do Rio de Janeiro. O último é datado provavelmente de 1991, tendo sido considerado extinto ao norte do Espírito Santo. O presente trabalho noticia a redescoberta da espécie em Alto Rio Novo, noroeste do Espírito Santo, divisa com Minas Gerais. Foram registrados bandos em duas localidades em dezembro de 2005, sendo o maior deles composto por 28 indivíduos. Durante os registros foi observado A. vinacea se alimentando de Anadenanthera sp. (Fabaceae: Mimosoideae), uma nova fonte alimentar para a espécie. Os registros históricos mais recentes para a região citam localidades com distância inferior a 35 km dos atuais registros, reforçando a importância local. No entanto, a degradação ambiental e a captura ilegal representam obstáculos à conservação da espécie nesta região. Em dezembro de 2002 foi criado o Parque Nacional dos Pontões Capixabas, primeira Unidade de Conservação na porção serrana do norte do Espírito Santo. Uma das áreas históricas da espécie está incluída em seus limites e um dos locais onde foi agora redescoberto fica a cerca de 10 km de distância da borda do parque. Essa Unidade de Conservação é essencial à proteção de trechos nativos da Mata Atlântica e conseqüentemente do papagaio-de-peito-roxo. Além de medidas conservacionistas, a aquisição de informações sobre as populações de A. vinacea no noroeste do Espírito Santo e leste de Minas Gerais torna-se indispensável para a proposição de medidas de manejo capazes de reverter o grave quadro atual, objetivando viabilizar a permanência de populações na região mais setentrional da distribuição conhecida atualmente para a espécie.


Heringeriana ◽  
2019 ◽  
Vol 13 (1) ◽  
pp. 01-09
Author(s):  
Andressa Bezerra ◽  
Mariana De Carvalho ◽  
Nathalie Citeli ◽  
Sergio Carvalho-e-Silva ◽  
Fábio Hepp

Previsões para um futuro próximo indicam aumento no número de espécies ameaçadas e alto risco de extinção, principalmente para espécies endêmicas de regiões impactadas, como os anfíbios do gênero Euparkerella. Recentemente, populações de Euparkerella encontradas em fragmentos florestais pouco amostrados têm apresentado evidências de que podem representar novas espécies. Nesse cenário, o objetivo desse estudo foi identificar remanescentes florestais climaticamente apropriados para a ocorrência do grupo através de modelos de distribuição potencial, apontando regiões não exploradas visando localizar populações que podem representar espécies desconhecidas. Os modelos foram gerados com o algoritmo Maxent e apontaram adequabilidade para a região sul, centro e norte do estado Rio de Janeiro, e centro e sul do estado do Espírito Santo, regiões amplamente atingidas por ações antrópicas. Os resultados indicam que o gênero Euparkerella tem sua distribuição real subestimada, e que espécies ainda não descritas podem já estar sob ameaça.


2021 ◽  
Vol 4 (4) ◽  
pp. 5387-5396
Author(s):  
Julia Maria Luvisaro Della Torre ◽  
Clarissa Angélica Azevedo Pardão ◽  
Tatiane Gonçalves De Lima ◽  
Edris Queiroz Lopes

O tucano-de-bico-verde, (Ramphastos dicolorus) é uma espécie endêmica na Mata Atlântica e por isso se faz presente em diversas regiões brasileiras como: Espírito Santo, Minas Gerais e Goiás, mas sua presença se estende até o Rio Grande do Sul, Paraguai e nordeste da Argentina. É bom lembrar que nas regiões Sudeste e Sul do Brasil são encontrados em altitudes de 100 a 2.000 metros. O tamanho dos fragmentos florestais, afeta o tucano-de-bico-verde, tendo em vista que são raramente encontrados em locais menores do que 90 hectares. Este estudo de caso objetiva a compreensão e estudo mais precisos das estruturas ósseas de um tucano de bico verde (Ramphastos dicolorus), através da realização de um guia auxiliar de estudos anatômicos para médicos veterinários e biólogos, obtido através da Técnica de Osteologia, Osteotécnica e Osteomontagem.


Rodriguésia ◽  
2020 ◽  
Vol 71 ◽  
Author(s):  
Mel de Castro Camelo ◽  
Marcus Alberto Nadruz Coelho ◽  
Lúcio S. Leoni ◽  
Lívia Godinho Temponi

Resumo Araceae está entre as famílias com maior riqueza de espécies para o bioma Mata Atlântica e é caracterizada pela presença de inflorescência em espádice, associada a uma bráctea, a espata. Este trabalho tem como objetivo inventariar as espécies de Araceae do Parque Nacional do Caparaó, com chave de identificação, descrições e ilustrações diagnósticas das espécies. Para isso, foram realizadas expedições de coleta nos meses de janeiro, abril e novembro de 2017, em diferentes trilhas, altitudes e formações vegetacionais do ParNa. O material coletado foi depositado no herbário RB e as duplicatas enviadas para o herbário GFJP, UNOP. Estas foram analisadas, além das amostras disponíveis em sites do speciesLink, Jabot e Herbário Virtual Reflora. Foram encontradas 21 espécies nativas da Mata Atlântica, distribuídas em quatro gêneros, sendo os mais representativos: Anthurium e Philodendron com nove espécies cada. Além disso, foram evidenciados dois novos registros para estados brasileiros (Xanthosoma maximilianii para o Espírito Santo e Philodendron acutatum para Minas Gerais), uma espécie endêmica desta Unidade de Conservação (A. mourae) e três espécies novas para a ciência. Esses resultados reforçam a importância de estudos florísticos e a conservação do ParNa Caparaó.


2019 ◽  
Vol 20 (2) ◽  
pp. 1-23
Author(s):  
Adriano Lima Silveira ◽  
Lucas Soares Vilas Boas Ribeiro ◽  
Tiago Teixeira Dornas ◽  
Taís Nogueira Fernandes

O anuro Scinax tripui permanecia pouco conhecido. A partir de amostragens em campo no Quadrilátero Ferrífero e análises de coleções científicas são apresentados um expressivo número de novos registros geográficos da espécie na Mata Atlântica do estado de Minas Gerais, observações de uso de habitat e variações morfológicas. Exemplares de S. tripui foram coletados em 40 localidades e em coleções foram levantadas mais 19 localidades. Observou-se que a espécie distribui-se pelas serras do Quadrilátero Ferrífero e porção norte da Serra da Mantiqueira, no centro-sudeste de Minas Gerais e sul do Espírito Santo, com ocorrência frequente nas matas do Quadrilátero. Constatou-se que S. tripui é restrito a córregos e riachos perenes em ambiente florestal, sendo associado a microhabitats mais íntegros, e exibe atividade reprodutiva ao longo do inverno e início da primavera (julho a setembro). A coloração em vida de S. tripui variou principalmente na região inguinal e partes anterior e posterior da coxa, que podem ser verde-claras, azul-claras, amarelo-claras ou brancas; e no padrão de coloração dorsal, que pode ser cinza, oliva, palha ou marrom-claro. Foram aferidas sete medidas morfométricas de adultos, sendo obtida expressiva variação do tamanho (comprimento rostro-cloacal). As variações de coloração, medidas e porte foram recorrentes ao longo do Quadrilátero Ferrífero, sendo constatado que S. tripui exibe expressiva variação intrapopulacional.


2014 ◽  
Vol 12 (2) ◽  
pp. 377-388 ◽  
Author(s):  
Fernando R. Carvalho ◽  
Luisa M. Sarmento-Soares ◽  
Ronaldo F. Martins-Pinheiro

Moenkhausia doceana is redescribed from the Northeastern Mata Atlântica ecoregion drainages in Espírito Santo, Minas Gerais, and Bahia states. The species is distinguished from its congeners by a long anal fin, with 29-34 (mode 32) branched rays; 4-7 (mode 5) maxillary teeth; and 7-8 (mode 7) scale rows above lateral line at dorsal-fin origin. Phylogenetic hypothesis about its relationships among the Characidae is also presented and commented.


Sign in / Sign up

Export Citation Format

Share Document