Distribuição temporal de demanda e de positividade de sorologia para sífilis em laboratório de referência em Niterói, 13 anos de análise, 2006‒2018

Author(s):  
Stephanie Izidoro Barçante

Introdução: Apesar do avanço da medicina e de que nenhum caso de resistência à penicilina tenha sido publicado, a sífilis continua sendo um sério problema de saúde pública no Brasil, especialmente a sífilis congênita. Objetivo: Analisar a distribuição temporal de demanda e positividade de testes não treponêmicos VDRL (Venereal Disease Research Laboratory) realizados no Laboratório Central de Saúde Pública Miguelote Viana. Material e Métodos: Trata-se de um estudo retrospectivo de série temporal. Os objetos de análise foram: demanda de exames, positividade e dias trabalhados. Este levantamento corresponde ao período de 2006 a 2018 (12 anos), e foi realizado no Laboratório Central de Saúde Pública Miguelote Viana, em Niterói, Rio de Janeiro. Ressalta-se que os pacientes envolvidos nos exames não foram identificados. A análise de dados foi feita em parceria com o Setor de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) da Universidade Federal Fluminense. Resultado e Conclusões: De janeiro de 2006 a dezembro de 2012, foram registrados 30.700 testes VDRL: em 2006, 5.235 (17,05%); em 2007, 4.622 (15,06%); em 2008, 4.620 (15,05%); em 2009, 4.415 (14,38%); em 2010, 4.024 (13,11%); em 2011, 4.079 (13,29%); e em 2012, 3.705 (12,07%). Os dias trabalhados por mês, em médias anuais, foram: 19,67 em 2006; 19,92 em 2007; 19,08 em 2008; 20,67 em 2009; 19,75 em 2010; 19,92 em 2011; e 19,75 em 2012. A média mensal de dias trabalhados foi: 20,86 em janeiro; 17,00 em fevereiro; 21,29 em março; 17,71 em abril; 20,86 em maio; 19,00 em junho; 21,86 em julho; 23,00 em agosto; 20,71 em setembro; 20,43 em outubro; 17,29 em novembro; e 17,86 em dezembro. A positividade anual foi: 4,55% em 2006; 5,26% em 2007; 5,61% em 2008; 4,94% em 2009; 5,22% em 2010; 4,98% em 2011; e 5,18% em 2012. A positividade mensal foi: 4,90% em janeiro; 5,60% em fevereiro; 5,63% em março; 4,51% em abril; 5,44% em maio; 5,08% em junho; 4,20% em julho; 4,97% em agosto; 4,34% em setembro; 5,25% em outubro; 5,58% em novembro; e 6,00% em dezembro. De julho a dezembro de 2013, foram realizados 1.786 testes VDRL: 249 em julho; 379 em agosto; 344 em setembro; 363 em outubro; 255 em novembro; e 196 em dezembro. Nesse período, 150 testes tiveram resultado positivo e a positividade foi de 8,39%. No total, foram 122 dias trabalhados, distribuídos da seguinte forma: 22 dias em julho, 22 em agosto, 21 em setembro, 22 em outubro, 17 em novembro e 18 em dezembro. O feriado de Carnaval ocorreu em: 28 de fevereiro (2006); 20 de fevereiro (2007); 05 de fevereiro (2008); 24 de fevereiro (2009); 16 de fevereiro (2010); 08 de março (2011); e 21 de fevereiro (2012). Dados dos demais anos não foram levantados, pois a instituição entrou em processo de obra. Não houve relação de sazonalidade com a demanda e com a positividade dos testes VDRL realizados no Laboratório Central de Saúde Pública Miguelote Viana. Não houve aumento na demanda de testes VDRL e/ou de positividade para o teste VDRL após o Carnaval no Laboratório Central de Saúde Pública Miguelote Viana, em Niterói.

Author(s):  
Leandro Nunes Cristovam Silva ◽  
Thiago Felipe Santana Freitas ◽  
Bruna Obeica ◽  
Jacqueline Assumção Silveira Montuori

Introdução: A sífilis é uma doença infectocontagiosa que vem apresentando crescimento significativo no país na última década. Pode ser dividida em primária, secundária, terciária e congênita, em que cada apresentação possui sintomatologia específica. A avaliação neonatal de sífilis é realizada após o nascimento, aplicando-se critérios pré-estabelecidos que auxiliam na realização de diagnóstico e seguimento do tratamento. Esses, definidos como critérios de cura, possuem diferenças quando comparados com os definidos pelo Ministério da Saúde — MS (2020) e pela Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro — SMS-RJ (2016), podendo levar a desfechos diferentes. Objetivos: Comparar as diretrizes atuais de rastreio de sífilis congênita por meio do protocolo adotado pelo MS e pela SMS-RJ e seus possíveis desfechos na incidência e na prevalência. Material e Métodos: Foi realizada revisão por meio de artigos em PubMed, MEDLINE e periódicos. Resultados e Conclusão: Os protocolos de rastreio da sífilis congênita do MS e da SMS-RJ possuem pontos de divergência no que consta a avaliação de valores de Venereal Disease Research Laboratory (VDRL) e do risco de reinfecção por parceiros. O município não estipula redução dos valores de VDRL no neonato, aceitando aumento de sua titulação em até uma vez. A medida vai de encontro ao critério usado pela Federação, que prevê redução deles, abrindo possibilidade para o subtratamento do paciente. Em recente atualização, o MS se aproxima do protocolo da SMS e retira obrigação ao rastreio do parceiro, incentivando avaliação do risco de reinfecção para cada caso. Tal medida flexibiliza o rastreio e possibilita aumento das chances de reinfecção, prejudicando o controle da disseminação. Tal fato é corroborado por dados recentes que indicam prevalência de sífilis no município com proporção de 1,5 homem para 1 mulher (Sistema de Informação de Agravos de Notificação — SINAN). No período entre 2015 e 2018 houve um aumento nos casos de sífilis gestacional, de 2.500 para 4.353, com discreta redução nos casos de sífilis congênita, de 1.410 para 1.136 (Secretaria de Vigilância em Saúde do Rio de Janeiro). A discordância protocolar, no que diz respeito ao controle de cura e rastreio, aumenta o risco de reinfecção, além de complicações gestacionais atuais e futuras. A omissão do rastreio do parceiro acaba por favorecer a permanência elevada em sua incidência e prevalência na comunidade. Inferindo-se a presença de uma falha nas estratégias secundárias e a necessidade de uma ação da SMS-RJ para conter a epidemia em curso, tem-se como medida a revisão e a atualização do protocolo oficial utilizado ou a troca para o mesmo em uso nos hospitais federais, associado ao controle mais rígido dos contactantes sexuais na tentativa de reduzir a disseminação e a reinfecção.


Author(s):  
Bruna Obeica ◽  
Caroline Graça Mota Damasceno ◽  
Ana Sanches Prazeres ◽  
Jacqueline Assumção Silveira Montuori ◽  
Marcos Paulo Cardoso Marques ◽  
...  

Introdução: A sífilis é uma infecção sexualmente transmissível que teve aumento de incidência nos últimos anos. É uma doença que apresenta pluralidade dos sintomas, especialmente na fase secundária, e as manifestações orais nesse estágio mais comuns são úlceras ou lesões pseudomembranosas nos lábios inferiores e na língua. A ocorrência dessas lesões está relacionada com prática desprotegida de sexo oral e é um diagnóstico que deve ser considerado naqueles pacientes com úlceras orais atípicas, mesmo na ausência de outros sintomas sistêmicos. Objetivo: Ressaltar a importância de adequado exame físico e rastreio de sífilis durante pré-natal e puerpério. Materiais e Métodos: Relato de caso de paciente atendida na Clínica da Família Souza Marques, localizada na Praça do Patriarca, s/n, Campinho, Rio de Janeiro, no ano de 2019. Relato de Caso: Puérpera, D20 pós-parto vaginal, sem intercorrências, sem realização de pré-natal. Procurou serviço por lesão em vulva. Ao exame físico, apresentava lesão verrucosa em terço médio à direita da vulva. Além disso, apresentava lesão em orofaringe com placa mucosa elevada, com superfície fibrinoide e esbranquiçada, de contornos irregulares na mucosa do lábio inferior. O Venereal Disease Research Laboratory (VDRL) da internação na maternidade estava 1/64 e a paciente não soube informar se foi tratada. Foi prescrita penicilina G benzatina 1.200.000 UI em cada nádega, totalizando 3 doses, com involução das lesões e queda da titulação do VDRL. Resultado: A sífilis é uma doença de notificação compulsória, que deve ser rastreada de rotina em todo pré-natal, seja com VDRL ou teste rápido realizado em cada trimestre. A má adesão ao pré-natal reforça a importância da checagem das sorologias no puerpério imediato, possibilitando o tratamento precoce, inclusive do recém-nato. As lesões orais podem se manifestar de diversas formas e atingir toda a orofaringe, podendo causar sintomas respiratórios altos, como rouquidão e odinofagia, dificultando o diagnóstico. As lesões em mucosa podem ser brancas, ulceradas, elevadas, únicas ou múltiplas, e os principais diagnósticos diferenciais são infecções herpéticas ou fúngicas, tuberculose, histoplasmose, carcinoma de células escamosas e trauma. O tratamento deve ser realizado de acordo com o estágio da doença, e por muitas vezes não ter história cronológica apurada, o tratamento é instituído para sífilis tardia com uso de penicilina G benzatina 2.400.000 UI, intramuscular, em 3 doses. Conclusão: O diagnóstico precoce, assim como seu tratamento, devem ser sempre a prioridade em toda a população. A investigação no pré-natal e no puerpério deve ser imprescindível na Unidade Básica de Saúde, levando assim ao decréscimo dos casos no município do Rio de Janeiro.


1976 ◽  
Vol 4 (2) ◽  
pp. 145-150
Author(s):  
J D Dyckman ◽  
R D Wende ◽  
D Gantenbein ◽  
R P Williams

A total of 1,020 serum and plasma specimens were tested using the Venereal Disease Research Laboratory (VDRL), Rapid Plasma Reagin (RPR) card, Reagin Screen (RST) and Fluorescent Treponemal Antibody-Absorption (FTA-ABS) tests. In 257 normal patients, all screening tests were nonreactive; the FTA-ABS test was reactive for one patient. In 588 patients with treated and untreated syphilis, the RST results were 91.7% in agreement with the VDRL and RPR results. In 175 patients with diseases that cause biological false reactions, the RST was 94% in agreement with the other screening tests. The titer of the RST was within one dilution of the corresponding VDRL titer in 91.7% of the 360 speciments tested and within one dilution of the RPR titer in 96.9% of 358 specimens quantitated by both tests.


2005 ◽  
Vol 16 (11) ◽  
pp. 722-726 ◽  
Author(s):  
Alexandra Geusau ◽  
Harald Kittler ◽  
Ulrike Hein ◽  
Edda Dangl-Erlach ◽  
Georg Stingl ◽  
...  

This retrospective study on syphilis screening at the sexually transmitted infection (STI) unit of a University Department emphasizes the necessity of a treponemal-specific test as the appropriate screening test. The Venereal Disease Research Laboratory (VDRL) test for syphilis screening may, under certain circumstances, yield positive results in patients not infected with Treponema pallidum, a phenomenon referred to as biological false-positive (BFP) VDRL test. The aim of this study was to determine the frequency of BFP tests in a large sample of sera. In this retrospective study, we analysed the results of parallel VDRL and T. pallidum haemagglutination (TPHA) testing of a total of 514,940 blood samples obtained from patients at the Vienna General Hospital between January 1988 and November 1999. Patients' sera with incomplete data on stage and sex and duplicate sera were excluded, leaving 300,000 sera for analysis. The seroprevalence for syphilis was 1.77% ( n = 5320), as determined by a positive TPHA test. It was significantly higher in male than in female patients (2.03% versus 1.58%, P<0.001). Of the patients reactive in the TPHA test, 3257 (61.2%) were negative in the VDRL. With regard to reactivity in VDRL testing, 2799 patients (0.92%) of the study population were positive, of whom 736 (26%) were biological false positive. BFP reactivity was found in 0.24% of all patients and was significantly higher in women than in men (0.27% versus 0.20%, P<0.001) and in patients over 60 years of age (0.34%) as compared with those under 60 (0.25%, P<0.001). This proportion might be even higher, as reactivity in the VDRL at 1:0 and 1:2 dilutions without a positive treponemal test was not reported. The subgroup of HIV-positive patients ( n = 1415) revealed a 10-fold higher rate of BFP tests (2.1% versus 0.24), an effect being statistically significant. In a low syphilis prevalence population, BFP reactions comprise a high proportion of all VDRL reactors. Therefore, the use of the VDRL as a screening procedure is challenged.


1991 ◽  
Vol 10 (9) ◽  
pp. 768-770 ◽  
Author(s):  
K. -D. Müller ◽  
G. Recklinghausen ◽  
E. Heintschel von Heinegg ◽  
R. Ansorg

1970 ◽  
Vol 72 (2) ◽  
pp. 259-262
Author(s):  
Priscila Tortelli Bitencourt ◽  
Priscila Coelho Mariano ◽  
Carlos Gustavo Carneiro De Castro ◽  
Karoline Silva Paolini ◽  
Carolina Degen Meotti ◽  
...  

O fenómeno prozona resulta de altos títulos de anticorpos em pacientes com sífilis, provocando uma resposta falso negativa do “Venereal Disease Research Laboratory“ (VDRL). Relatamos um caso de uma paciente feminina, 50 anos, com lesões eritematosas, assintomáticas disseminadas e hiperemia em conjuntiva ocular esquerda. Ao exame, múltiplas placas eritemato infiltradas, entremeadas por pele sã, em tronco, dorso, abdome e face. Linfonodo epitrocleano palpável à direita. Trazia exames gerais normais e VDRL negativo. Solicitado FTA-ABS IgG reagente e VDRL em soro diluído: 1:512. Confirmando, portanto, a ocorrência do fenómeno prozona.


2020 ◽  
Vol 53 (4) ◽  
pp. 398-404
Author(s):  
Manoel Pereira Guimarães ◽  
Mateus de Sousa Rodrigues ◽  
Leonardo Fernandes e Santana ◽  
Orlando Vieira Gomes ◽  
Karla Layse dos Santos Silva ◽  
...  

Modelo do estudo: Estudo de prevalência. Objetivo do estudo: Descrever o perfil clínico e epidemiológico dos portadores de Sífilis Congênita entre Janeiro de 2010 a Junho de 2016 em uma capital do Norte brasileiro. Metodologia: Foi realizado um levantamento das fichas de notificação para infecção por sífilis congênita da Vigilância Epidemiológica em Rio Branco-Acre no período de Janeiro 2010 a Junho de 2016. Os dados foram analisados por meio do Statistical Package for Social Sciences (SPSS). Resultados: Foram notificados 189 casos de sífilis congênita precoce. Apenas 36,51% (n=69) receberam diagnóstico de sífilis gestacional antes do parto. Os casos evoluíram com 74,6% de nascidos vivos, 15,3% de natimortos, 6,3% de abortos e 2,1% de óbitos por sífilis congênita. A relação entre o Venereal Disease Research Laboratory (VDRL) materno e o desfecho dos casos sugere que filhos provenientes de mães com títulos ≥1:16 representam 82,2% das evoluções deletérias associadas (p=0,045). Conclusão: A sífilis na gestação é uma patologia ainda subdiagnosticada durante a gravidez e, nesse estudo, foi mais frequente em filhos de mães no auge da menacme, de baixa escolaridade e moradoras da zona urbana. Apesar das medidas preventivas já implantadas, a sífilis congênita continua sendo um problema de saúde pública nesta capital do Norte brasileiro e deve continuar como alvo de estudos que gerem novas estratégias de prevenção.


Sign in / Sign up

Export Citation Format

Share Document