O presente artigo almeja analisar o contexto singular da adaptação cinematográfica Don Quijote, do diretor norte-americano Orson Welles, que deixou esse trabalho, gravado durante mais de 30 anos, inconcluso. Coube, assim, ao diretor espanhol Jesús Franco a responsabilidade de finalizar o Don Quijote de Orson Welles, montagem realizada para a exposição Sevilha em 1992. Para isso, tomaremos como operadores de leitura a metalinguagem, o anacronismo e as inversões de dicotomias calcificadas na sociedade ocidental, analisando algumas cenas do filme, com o objetivo de investigar como Welles se apropria de algumas características de Miguel de Cervantes para constituir sua adaptação cinematográfica e como Franco propõe finalizar a obra inacabada.