Missangas: Estudos em Literatura e Linguística
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Published By Universidade Do Estado Da Bahia - Campus X

2763-5279, 2763-5279

2021 ◽  
Vol 1 (1) ◽  
pp. 105-120
Author(s):  
Bruna Fontes Ferraz ◽  
Eduarda Duarte Pena ◽  
Joana Gonçalves Coelho Silva

O presente artigo almeja analisar o contexto singular da adaptação cinematográfica Don Quijote, do diretor norte-americano Orson Welles, que deixou esse trabalho, gravado durante mais de 30 anos, inconcluso. Coube, assim, ao diretor espanhol Jesús Franco a responsabilidade de finalizar o Don Quijote de Orson Welles, montagem realizada para a exposição Sevilha em 1992. Para isso, tomaremos como operadores de leitura a metalinguagem, o anacronismo e as inversões de dicotomias calcificadas na sociedade ocidental, analisando algumas cenas do filme, com o objetivo de investigar como Welles se apropria de algumas características de Miguel de Cervantes para constituir sua adaptação cinematográfica e como Franco propõe finalizar a obra inacabada.


2021 ◽  
Vol 1 (1) ◽  
pp. 74-85
Author(s):  
Fernando Filgueira Barbosa Júnior Barbosa Júnior ◽  
Charles Albuquerque Ponte Ponte
Keyword(s):  

A ideia motriz desse trabalho consiste em fazer uma análise comparada entre as obras Uma aprendizagem ou O livro dos prazeres (1969) e Água Viva (1973), da escritora Clarice Lispector, revelando, a partir das teorias de Auerbach (2013), Elias (1994), Nunes (1969/ 1995), Teixeira (2011) e estudos filiados, a estrutura social velada que se engaja na terceira fase do modernismo brasileiro e permanece até os dias atuais como pano de fundo às produções literárias. Nosso objetivo é estabelecer um possível diálogo entre as duas obras, com base na formação das personagens, como elas se imbricam em narrativas diferentes e esteticamente opostas.


2021 ◽  
Vol 2 (2) ◽  
pp. 148-166
Author(s):  
Ivana Teixeira Figueiredo Gund

O artigo discute as relações políticas experienciadas pelos corpos apresentados como disformes ou diferentes, presentes nas obras Salón de Belleza (2005) e Los fantasmas del masajista (2006), de Mario Bellatin. São corpos enfermos, adornados, mutilados ou maquiados que fogem aos padrões estabelecidos e constituem-se em lugar de existência e de não adequação aos modelos impostos socialmente. A relação deles com a vida coletiva será território de reflexão sobre conceitos éticos e políticos. Essa condição dos corpos evidenciará a aproximação de determinadas vidas ao conceito de vida nua. A análise se fundamenta nos estudos sobre biopolítica e utiliza, como fundamentação teórica Michel Foucault (1999; 2008), Giorgio Agamben (2010), Georges Didi-Huberman (2011), Roberto Esposito (2010) e Achille Mbembe (2016).


2021 ◽  
Vol 2 (2) ◽  
pp. 167-181
Author(s):  
Júlia Lopes Penido Pena ◽  
Marcus Freitas

Sob a luz das obras A ética protestante e o “espírito” do capitalismo, de Max Weber (2007), e As ideias fora do lugar, de Roberto Schwarz (1992), este trabalho visa à análise comparativa dos contos A carteira, de Machado de Assis (2019), e O capote, de Nikolai Gogol (2001). Assim, a contraposição dos contextos das obras evidenciou grande semelhança entre as sociedades - como Schwarz deixa claro -, o que reflete na proximidade das características morais das personagens dos contos. Tais características, sobretudo referentes à economia, deixam clara a discrepância da ética presente em países protestantes – descritos por Weber. Em A carteira, Machado nos apresenta Honório como protagonista, o qual preza pela imagem de homem honrado, e, principalmente, pela manutenção de seus créditos social e financeiro, ainda que desenvolva questionamentos morais ao longo do conto. Já em O capote, Gogol faz com que Akaki seja a representação do homem que preza pelo trabalho pelo viés tradicionalista – sem visar ao acúmulo de dinheiro ou ao lucro. Os contos analisados, por serem verossímeis, apresentam, respectivamente, características sociais do Brasil Império e da Rússia czarista e, portanto, suas personagens reproduzem padrões éticos vigentes na época – o que permite analisar e comparar as obras e os contextos em que estas estão inseridas. Por meio deste trabalho, a ética utilitarista – pregada por Benjamin Franklin e descrita por Weber – se mostrou presente em ambas as sociedades, ainda que o tradicionalismo estivesse presente, o que evidenciou o fato de que tais elementos não são excludentes.


2021 ◽  
Vol 2 (2) ◽  
pp. 11-28
Author(s):  
Celso Kallarrari

Pretendemos, neste artigo, apresentar o romance Bichos de Conchas (2008), de Gláucia Lemos, como uma narrativa em prosa cuja linguagem dá margens para perceber nela a poesia. A partir do trabalho cuidadoso feito com as palavras, a autora traz à luz uma linguagem poética; ao mesmo tempo, acessível, simples, mas profunda e, sobretudo, lírica, realista e ficcional, porque o texto literário não pode perder sua aura mágica. Ora é Celeste, a narradora-personagem, quem toma as rédeas da narração, ora é o narrador-onipresente quem busca preencher as lacunas que o texto, quando narrado na primeira pessoa, não consegue, por si só, fazê-lo, de modo que percebemos, na leitura, que há harmonia e desarmonia nas trocas de narração quando se faz alternâncias de narradores entre os 20 capítulos. Ao nosso ver, é na trama da narrativa, conforme nos orienta Benjamin (2012), ou seja, no enredo bem construído, no domínio da palavra, da prosa poética (MOISÉS, 2012), que a autora busca descrever as agruras e os sabores da vida humana. Para tanto, dependerá do leitor, da sua formação, do seu prazer e fruição (BARHTES, 2002), mas também de como esta escrita se apresenta porque, no momento presente, “não é fácil a leitura de livros, não é fácil conseguir leitor de livros” (SANTIAGO, 2014, p. 118), porque “a obra somente é obra quando se converte na intimidade aberta de alguém que a escreveu e de alguém que a leu” (BLANCHOT, 2011). Em Bichos de Conchas, é possível sentir esse alumbramento de palavras, de palavras que querem dizer, que querem expressar-se em emoções como num conjunto inseparável da poetisa, da contista e, nesse momento, da romancista.  


2021 ◽  
Vol 2 (2) ◽  
pp. 77-100
Author(s):  
Adilson Vagner De Oliveira

Este artigo analisa um conjunto de obras representativas das literaturas africanas pós-coloniais, a partir de recortes temáticos que transitam entre a história e a política das sociedades africanas. O trabalho apresenta uma série de leituras críticas sobre as obras O melhor tempo é o presente (2014) de Nadine Gordimer, Um Grão de Trigo (2015) de Ngugi Wa Thiong’o, O Planalto e a Estepe (2009) de Pepetela e Elizabeth Costello (2004) de J. M. Coetzee, a fim de apontar os grandes temas dessas literaturas, com destaque à questão colonial e seus desdobramentos no presente, a história política das nações africanas e a discriminação racial, como elementos fundamentais para se compreender o universo literário africano.   


2021 ◽  
Vol 2 (2) ◽  
pp. 118-129
Author(s):  
Sabriny Dos Santos
Keyword(s):  

O presente artigo visa analisar o romance La hija extranjera (2015), de Najat  El Hachmi, com o objetivo de verificar como se dá a construção identitária de mulheres migrantes através da narrativa de migração. O estudo ainda procura dar destaque ao discurso de resistência projetado por El Hachmi em sua obra e a reivindicação por uma construção identitária que deixe em evidência a sua própria voz e sua existência enquanto sujeito autônomo. Para tanto, a fundamentação teórica  das  discussões propostas será baseada na perspectiva Análise do Discurso – Patrick Charaudeau (2009) – sobre os conceitos de identidade social e discursiva. Com a análise, foi possível compreender a obra de El Hachmi como uma importante manifestação de resistência. Ao contestar imaginários sobre a mulher migrante a autora coloca em evidência a urgência de se tratar da construção de identidades na migração por uma perspectiva mais plural que leve em consideração a voz migrante.


2021 ◽  
Vol 2 (2) ◽  
pp. 68-76
Author(s):  
Alberto Bejarano

São múltiplas as epidemias na obra de Gabriel García Márquez, de esquecimento, de insónia, de doenças reais e imaginárias. Uma delas, talvez a principal, é a guerra civil, como uma grande epidemia que arrasta personagens para delírios e famílias e povos para herdar o ódio eterno. Desde seus primeiros contos, no final da década de 1940, a morte é sem dúvida um dos eixos de sua grande obra narrativa que continuará em seus grandes romances e é, junto com o amor, um dos grandes temas de sua obra e de sua vida como pode ser visto em suas memórias, Vivir para contarla. Em nosso artigo abordaremos o tema da doença e da pandemia em Cem Anos de Solidão e em Amor em Tempos de Cólera. Para isso, dialogaremos com as teorias do filósofo e médico francês Georges Canguilhem e seu já clássico livro, O normal e o patológico.


2021 ◽  
Vol 2 (2) ◽  
pp. 29-44
Author(s):  
Susanah Yoshimi Watanabe Romero ◽  
Mariana Spagnolo Martins

O objetivo deste artigo é analisar fenômenos encontrados em textos dos gêneros poema e música que retratam a linguagem popular, aproximando-se da fala dos alunos e, a partir desses dados, identificar o que, segundo a norma-padrão, apresentaria desvios gramaticais. A partir das observações dos textos, buscamos identificar como o ensino de português na escola deve abranger as diferentes possibilidades de uso da língua, que contemplam a modalidade culta, a norma-padrão e a variação linguística. Para isso, utilizamos os estudos de Carlos Alberto Faraco (2002; 2008) e Stella Maris Bortoni-Ricardo (2004) como fundamentação do conceito de norma e da metodologia dos Contínuos de Letramento, Monitoração e Estilística. Para contrapor as teorias da Pedagogia da Variação (FARACO, 2008; BORTONI-RICARDO, 2004), apresentamos os conceitos gramaticais dos fenômenos analisados, com base nas gramáticas de Mauro Ferreira (2007) e Evanildo Bechara (2015). Respaldados nas teorias, partimos para a análise dos materiais, que consistem em duas músicas populares e quatro poemas modernistas brasileiros. Observamos como os autores empregam as colocações pronominais, a seleção lexical e as pessoas do discurso, a princípio fora da norma-padrão, mas coerente para os alunos. Dessa forma, criamos o contraste entre norma-padrão e norma culta, apresentando para os estudantes as várias formas de adequação.


2021 ◽  
Vol 2 (2) ◽  
pp. 45-67
Author(s):  
Raphael Dantas de Oliveira ◽  
Renilson Nóbrega Gomes ◽  
Celso Ferrarrezi Junior

RESUMO: A fala, enquanto fenômeno linguístico relevante, recebeu atenção para tratamento teórico e didático-pedagógico em sala de aula, na educação básica, mais tardiamente do que a escrita. O desprezo à fala como conteúdo curricular relevante ocorreu, provavelmente, por se acreditar que o sujeito a adquire natural e suficientemente em seu círculo social próximo. Isso denotava que os alunos recorriam à escola exclusivamente para aprender a escrever. Todavia, perspectivas curriculares inauguradas, no Brasil, em 1998, com a publicação dos Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Portuguesa (PCN-LP), bem como a mais recente Base Nacional Comum Curricular (BNCC), têm proposto que a oralidade seja abordada em ambiente escolar com foco em situações que exigem um tratamento sistemático. Assim, propomos que o alinhamento dos dizeres curriculares supracitados com os conceitos postulados por estudiosos do campo da linguagem pode favorecer um trabalho mais produtivo com a oralidade nas aulas de Língua Portuguesa. Em função disso, relatamos um trabalho de sala de aula realizado no interior da Paraíba, em que fizemos usos de dois gêneros modernos (o podcast e o vídeo) associados à poesia, tomando como base as considerações teóricas de Antunes (2009), Carvalho e Ferrarrezi Jr. (2018), entre outros. Objetivamos demonstrar que a fala, em contexto escolar, exige a escolha de gêneros discursivos adequados e variados, além de orientações metodológicas sistemáticas para um ensino produtivo, isso tudo devidamente correlacionado a objetivos educacionais claros, aproximando o tratamento escolar da fala ao que se efetiva com os gêneros escritos.


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