Renata Kelly Alves Fonseca
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Lilian Bambirra de Assis
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Lívia Maria De Pádua Ribeiro
Este artigo objetiva discutir, a partir da análise fílmica de cenas da primeira temporada da série New Amsterdam, os debates de normas e as dramáticas dos usos de si no serviço público, à luz dos conceitos ergológicos. Os movimentos de reforma da administração pública e a introdução dos modelos gerenciais da iniciativa privada no serviço público implicaram na transformação do Estado de Bem-Estar Social e na mudança da estratégia de atuação governamental no que diz respeito à alocação de recursos e à condução das políticas públicas (PAES DE PAULA, 2005, 2010). As mudanças provocadas estão intimamente relacionadas com os valores que norteiam as sociedades ditas capitalistas, mas não ocorrem de forma tranquila – embora sejam parte do processo histórico, tendo em vista a tensão entre valores dimensionáveis e sem dimensão (SCHWARTZ et. al., 2010b). Para o servidor público, que atua tanto como gestor quanto como prestador de serviços, resta o papel de agente na construção da história, assumindo a gestão, o lugar de decisor em relação a quais valores devem predominar na sua atividade de trabalho. As cenas analisadas, à luz da discussão teórica, apontam para a aplicabilidade do espaço tripolar, proposto por Schwartz et. al. (2010b), ao estudo dos conflitos vivenciados por servidores públicos no contexto de valores globais e orientados mais para ajustes fiscais e austeridade do que para o bem comum.