Introdução: Insegurança alimentar (IA), é o termo utilizado para caracterizar a falta de acesso, disponibilidade de forma temporária ou permanente a alimentos em quantidade e qualidade suficiente para satisfazer as necessidades energéticas dos indivíduos. No Brasil, a avaliação da insegurança alimentar nutricional é realizada a partir da Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA), composta por itens que avaliam graus de insegurança alimentar e fome e esses são categorizados em insegurança leve (quando há preocupação de passar fome em um futuro próximo), insegurança moderada (quando há restrição na quantidade de alimentos para a família) e insegurança grave (quando há a experiência concreta de passar fome durante um dia inteiro por não ter o que comer). Objetivo: Conhecer os fatores socioeconômicos associados à insegurança alimentar em famílias crianças menores de cinco anos. Métodos: Trata-se de uma revisão de literatura, fundamentada pelas bibliotecas virtuais SciELO, Lilacs e Pubmed, os descritores utilizados na busca foram “crianças”, “insegurança alimentar”, “Bolsa família” e “fatores socioeconômicos” e foi realizada entre julho e setembro de 2020. Resultados: A insegurança alimentar em famílias que possuem crianças menores de cinco apresentou associação com variáveis socioeconômicas como renda familiar, sendo essa variável mais recorrente em domicílios em situação de insegurança alimentar (renda familiar menor, IA maior), sexo do chefe da família, famílias chefiadas por mulheres apresentaram maior insegurança alimentar, a região demográfica também apresentou associação com a IA, sendo as regiões Norte e Nordeste as mais afetadas segundo os estudos. Pertencer a classes econômicas D, E, e participar do Programa Bolsa Família também está relacionada a algum grau de IA. Outras variáveis associadas à insegurança alimentar são a escolaridade materna e trabalho informal ou desemprego do chefe da família. Localização de residência (zona urbana ou rural), número de moradores no domicílio e saneamento básico, apresentaram associação com algum grau de insegurança alimentar. Conclusão: A insegurança alimentar é um problema de saúde pública. Portanto, conhecer os fatores socioeconômicos associados a esse cenário colaboram para o desenvolvimento de políticas e ações promotoras de saúde e de combate à fome, prevenindo o desenvolvimento e/ou agravo de doenças relacionadas à insegurança alimentar dos infantes.