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(FIVE YEARS 1)

Published By Universidade De Sao Paulo, Agencia USP De Gestao Da Informacao Academica (AGUIA)

2596-3147, 2596-3147

2020 ◽  
Vol 2 (1) ◽  
pp. 3-5
Author(s):  
Viviane Soares Aguiar

2020 ◽  
Vol 2 (1) ◽  
pp. 200-221
Author(s):  
Gabriel Rodrigues Sanches Cordeiro

A Alta Idade Média foi entendida pelos historiadores, até meados do século XX, como um longo período de crise e de declínio, não apenas devido aos múltiplos períodos de fome, mas também por questões econômicas e políticas. O século IX, em especial, traz um número alarmante de relatos escritos relacionados a crises alimentares durante toda sua extensão. Essa interpretação pessimista do período como um momento de decadência acentuada tem sido contestada nas últimas décadas, em grande medida, com a contribuição da Arqueologia. Com um panorama menos negativo com relação à economia medieval, também vieram questionamentos acerca da “veracidade” das crises alimentares, ou pelo menos de seus aspectos mais sombrios, como o canibalismo de sobrevivência, sua larga extensão e a altíssima mortalidade. Este artigo tem como objetivo realizar uma análise da situação alimentar na Bacia Parisiense entre os séculos VIII e XI, tendo como ponto de partida os vestígios encontrados em um sítio localizado a 20 quilômetros de Paris, La Confiserie. E, partindo dele, realizar comparações com outras duas ocupações contemporâneas que se desenvolveram na mesma região: Les Ruelles, na atual cidade de Serris, e La Chapelle/La Croix Verte, em Mesnil-Aubry.


2020 ◽  
Vol 2 (1) ◽  
pp. 137-155
Author(s):  
Victor Ridel Juzwiak ◽  
Teressa Ridel Juzwiak ◽  
Claudia Ridel Juzwiak

A cultura do país de origem de pais migrantes traz elementos importantes na construção da identidade de filhos nascidos no país de acolhimento. Este estudo objetivou compreender quais elementos da cultura polonesa e da brasileira foram transmitidos e como influenciaram a construção da identidade de três filhos (segunda geração) de uma família polonesa estabelecida no Brasil, a partir das narrativas da trajetória migratória familiar, da vida e das práticas alimentares pessoais e familiares. A partir da análise de conteúdo, foram identificados três núcleos temáticos, que apontam dois elementos como principais marcadores da identidade polonesa: o idioma e a alimentação. No dia a dia, a comida característica do cotidiano brasileiro foi adotada, porém a comida polonesa é protagonista nas datas especiais, caracterizando tradições étnicas, religiosas e familiares. Ainda que as receitas tenham sido modificadas, os rituais que cercam sua preparação, seu consumo e sua convivialidade se mantêm, e é quando a identidade polonesa se manifesta. Cada filho demonstra graus e formas diferentes de manutenção dessas “tradições” familiares. Outras referências culturais, suas trajetórias pessoais e redes sociais de apoio agregam novas práticas alimentares, embora o sentimento de duplo pertencimento ainda se mantenha na segunda geração. Este estudo permite compreender como a cultura alimentar contribui para a construção identitária e da trajetória alimentar de indivíduos expostos a diferentes culturas.


2020 ◽  
Vol 2 (1) ◽  
pp. 118-136
Author(s):  
Myriam Melchior ◽  
Marcella Sulis

Observar os significados simbólicos da cultura do milho no Brasil indica a sua importância como alimento de resistência, associado a uma sacralidade pouco visível à historiografia oficial. Na perspectiva do colonizador, o milho tinha pouca relevância além da econômica e não rivalizava com o trigo, cujo valor simbólico esteve associado ao cristianismo. Investigando as menções feitas ao milho na coletânea História da Alimentação, organizada por Flandrin e Montanari (2015), encontramos a ideia de que na Europa o milho foi recomendado apenas em períodos de crise de abastecimento. Diferentemente, no Brasil, notamos que a difusão do milho na alimentação popular se deveu, sobretudo, aos povos afrodescendentes, que adaptaram o seu uso doméstico e ritualístico. Embora sejam raras as informações sobre a utilização de alimentos nas religiões originais dos povos nativos e cativos, foi possível, através de estudos antropológicos e artísticos, comparar algumas práticas ritualísticas atuais herdeiras das etnias indígenas e afrodescendentes do período colonial brasileiro. A comparação mostra semelhanças entre os rituais religiosos afro-indígenas que apontam para o seu traço de união, que se mostrou valioso à sobrevivência do milho na alimentação brasileira. O estudo sobre a sacralidade do milho sinaliza para modos de transmissão de uma cultura alimentar envolta em embates entre as suas representações socioeconômicas e as suas potencialidades simbólicas, tanto mágicas como poéticas.


2020 ◽  
Vol 2 (1) ◽  
pp. 176-199
Author(s):  
Divair Doneda ◽  
Camilla Horn Soares ◽  
Maria Catarina Chitolina Zanini ◽  
Vanuska Lima da Silva

O objetivo deste estudo foi identificar elementos éticos, de saúde, de cultura e estilos de vida envolvidos na escolha pelo vegetarianismo, bem como as maiores dificuldades encontradas pelos vegetarianos em sua prática alimentar cotidiana. Os dados foram coletados por meio de questionário eletrônico e de grupo focal. Além da identificação, abordaram-se temas relacionados à cultura, à sociabilidade, à alimentação, à opção pelo vegetarianismo, à saúde e ao bem-estar. Responderam ao questionário 202 pessoas com um bom nível de escolaridade e oriundas da classe média. As respostas da maioria dos participantes indicaram que eles têm boa alimentação, peso adequado, estilo de vida considerado saudável e que sua saúde e bem-estar melhoraram após a adoção do vegetarianismo.  A adesão ao vegetarianismo ocorreu principalmente por motivos éticos relacionados aos direitos dos animais. As maiores dificuldades decorrentes da escolha pelo vegetarianismo, em termos de sociabilidade, situavam-se no convívio familiar e na falta de opções em espaços públicos de alimentação. O grupo focal contribuiu para o aprofundamento dos temas. As respostas sugerem que a opção pelo vegetarianismo extrapola a alimentação e impacta nas relações sociais, no consumo e nos estilos de vida, assumindo uma dimensão política que pode ser denominada ativismo alimentar, pois desafia estruturas de poder e dialoga com novas formas de interação entre indivíduos, sociedade, outros seres vivos e meio ambiente.


2020 ◽  
Vol 2 (1) ◽  
pp. 76-95
Author(s):  
Iamara de Almeida Nepomuceno ◽  
Juliana Cesário Aragi

O Vale do Ribeira está entre as áreas de maior preservação da Mata Atlântica e, neste bioma, habitam cerca de 80 comunidades quilombolas que praticam a agricultura de coivara itinerante. O Sistema Agrícola Tradicional Quilombola (SAT) define-se por conhecimentos aplicados na agricultura de subsistência, na medicina, na cultura material e nas organizações de trabalho. Com iniciativas como o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), existem melhores condições de manutenção dos meios e modos de vida das comunidades quilombolas, garantindo maior autonomia e a permanência na terra. Nesta pesquisa, buscamos compreender em que medida os esforços realizados pelo campus Registro do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo (IFSP) em relação a esses programas podem ajudar na ampliação do conhecimento dessas tradições no âmbito institucional. Analisamos fontes orais, com base no método da História Oral, abordando-as a partir de conceitos de “identidade” e “memória”, além de documentos produzidos para o reconhecimento do SAT como Patrimônio Imaterial Brasileiro (Dossiê SAT e Inventário Cultural Quilombola). Realizamos ainda projeto junto aos estudantes do quilombo de Sapatu, presentes no campus, o que resultou na aproximação dos demais alunos com a realidade quilombola, na valorização do consumo de alimentos in natura, sem agrotóxicos, e no estímulo a parcerias nos processos de compras institucionais de alimentos – um exemplo foi a banana fornecida em 2019 pelo PNAE, que adveio do referido quilombo.


2020 ◽  
Vol 2 (1) ◽  
pp. 31-52
Author(s):  
Sergio Willian de Castro Oliveira Filho ◽  
Luana Costa Pierre de Messias

Na segunda metade do século XIX alguns médicos do Corpo de Saúde da Armada brasileira redigiram relatórios a respeito das viagens que haviam participado em navios da Marinha do Brasil. Além de apresentar a descrição dos aspectos nosológicos das tripulações durante as viagens, os cirurgiões da Armada expunham suas convicções médicas a respeito do modo ideal de manutenção da saúde dos militares diante das variadas adversidades impostas aos homens do mar quando em viagem. Tal atuação punha em destaque a importância do saber médico e o legitimava na instituição, tornando os médicos mais que sujeitos que se devotavam à cura, pois também possuiriam em seu repertório o controle dos corpos do pessoal da Marinha com vistas à maximização de seu desempenho a bordo. Dentre os diversos aspectos tratados em tais relatórios a respeito de práticas e comportamentos que possibilitariam saúde física e moral aos tripulantes, estava o consumo de bebidas alcoólicas, em especial a aguardente. Advogava-se que o moderado consumo da cachaça pelos homens do mar ante o trabalho exaustivo a que estavam expostos seria salutar, na medida em que sua composição era estimulante e reanimadora, além de necessária para o organismo em climas mais frios. Não obstante, tal elogio à cachaça não se tratava de uma ode ao prazer ou à sociabilidade, mas sim um discurso que dava ao médico o controle a respeito de tal consumo, prescrevendo a quantidade e o momento em que a “bebida espirituosa” deveria ser usada. Tendo por mote teórico as abordagens da normatização dos corpos dos indivíduos e da ascensão do saber médico, este artigo discutirá o enfoque dado por cirurgiões da Armada brasileira ao consumo da aguardente pelos militares da Marinha no século XIX.


2020 ◽  
Vol 2 (1) ◽  
pp. 156-175
Author(s):  
Marina Araújo ◽  
Fábio Tozi
Keyword(s):  

A proposta do artigo é refletir sobre a implantação da rede estadunidense de fast-food Kentucky Fried Chicken (KFC), especializada na venda de cortes de frango frito em baldes, no Brasil e, particularmente, em Belo Horizonte (MG). Propõe-se uma periodização das três tentativas da empresa em instalar-se no país, com destaque para a difusão e as resistências ao consumo de “frango frito no balde”. A proposta incorpora o desenvolvimento de redes concorrentes nacionais ou estabelecimentos locais que mimetizam o conceito da KFC, muitas vezes antecedendo-se à chegada dela – isto é, o hábito de comer frango frito no balde instalou-se antes da própria rede que o criou e difundiu. Além disso, observa-se na capital mineira relevante número de pequenos restaurantes locais especializados na venda de frango frito no balde, adaptando o conceito original a partir das suas limitações financeiras, técnicas e organizacionais. Finalmente, acredita-se que esses restaurantes criaram uma expressiva heterogeneidade de formas e fluxos no território belo-horizontino, revelando, empiricamente, tanto a difusão de um hábito alimentar que se globaliza quanto formas de adaptação que nomeamos de “flexibilidade tropical” (SANTOS, 1996).


2020 ◽  
Vol 2 (1) ◽  
pp. 53-75
Author(s):  
Esteban Zabala Gómez

La propuesta de este artículo es analizar algunos aspectos de la alimentación de los esclavizados y libertos en la región del Valle del Cauca, al sur-occidente de la Nueva Granada, durante la segunda mitad del siglo XVIII y primera del siglo XIX. Este trabajo es una tentativa de entender el complejo contexto de contacto cultural producto de la colonización española en las Américas y el comercio transatlántico de personas originarias de diferentes partes del África Occidental, a través de sus prácticas alimentares: utensilios, alimentos consumidos y formas de prepararlos, información obtenida a través de novelas y relatos de viajes, además de fuentes primarias como testamentos.


2020 ◽  
Vol 2 (1) ◽  
pp. 223-250
Author(s):  
Rodrigo Otávio Silva

Este artigo se propõe a rastrear alguns aspectos da alimentação institucional do Hospital de Caridade Juvino Barreto (HCJB), na cidade de Natal, entre 1909, data da criação do nosocômio, e 1927, quando sua administração passou às mãos da Sociedade de Assistência Hospitalar (SAH). Explorando fontes documentais diversas (arquivo hospitalar, artigos de imprensa, memórias médicas, mensagens de autoridades governamentais), buscamos acompanhar o processo de constituição de uma “dietética hospitalar” no HCJB nas primeiras três décadas do século XX, analisando, para isso, as relações entre médicos e doentes a partir dos regimes alimentares praticados no hospital, o que nos levou ao exame das “espacialidades do comer” no interior da instituição (cozinha, refeitório, enfermarias), do corpo de agentes responsáveis pela produção, circulação e consumo dos alimentos, das prescrições médico-alimentares e do comportamento dos doentes diante desses regimes dietéticos. O estudo apontou-nos que o disciplinamento do regime dietético hospitalar do HCJB teve de ser construído na difícil relação entre determinação da teoria médica, aspectos da economia local e hábitos alimentares, produzindo-se, muitas vezes, conflitos nos arranjos alimentares institucionais e, por consequência, na própria terapêutica médica.


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