Perspectiva
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Published By Universidade Federal De Santa Catarina

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Perspectiva ◽  
2021 ◽  
Vol 39 (4) ◽  
pp. 1-23
Author(s):  
Camila Ferreira da Silva
Keyword(s):  

Tomar a Sociologia da Educação como objeto de análise, no contexto português, significa reconhecer o terreno histórico e social no qual seu desenvolvimento encontrou condições de possibilidade. Alguns trabalhos pioneiros ainda na década de 1960, sua inserção no ensino superior somente após o fim do regime autoritário em 1974, bem como seu processo de construção e consolidação enquanto campo relativamente autônomo levam-nos hoje a interrogar diferentes espaços de socialização e discussão da produção em Sociologia da Educação nesse país. A partir disso, o presente artigo pretende analisar um desses espaços, a Seção de Sociologia da Educação da Associação Portuguesa de Sociologia (APS), em duas frentes complementares: seus exercícios de autorreflexão e suas marcas teórico-metodológicas. Com base na Sociologia Compreensiva, na combinação entre as abordagens quanti e qualitativa (mixed methods) e no diálogo com o pensamento bourdieusiano no âmbito de seus constructos sobre o campo científico, as newsletters e as atas dos congressos organizados pela supracitada seção constituem, pois, as fontes de que este estudo se ocupa. Questionamentos em torno da seção aqui apreciada, de seus pesquisadores associados, bem como das suas principais preocupações e discussões, da agenda de pesquisa e especialmente do quadro teórico e metodológico que tem se desenhado no cenário recente ganham centralidade neste texto e, ao passo que são aprofundados por meio da apresentação e discussão dos dados e dos achados do estudo, acabam por revelar os caminhos que a Sociologia da Educação tem percorrido no contexto português na última década.


Perspectiva ◽  
2021 ◽  
Vol 39 (4) ◽  
pp. 1-18
Author(s):  
Amurabi Oliveira ◽  
Marcelo Pinheiro Cigales ◽  
Ana Martina Baron Engerroff

Tendo em vista que, no início do século XX, a Sociologia no Brasil foi suscitada como uma disciplina modernizadora dos currículos escolares e apropriada por diferentes grupos políticos e ideológicos, neste artigo, enfocamos os embates que ocorriam entre católicos e liberais no campo educacional. Para tanto, analisamos os manuais produzidos por Fernando de Azevedo (1894-1974) e Alceu Amoroso Lima (1893-1983), de modo a captar as suas distintas concepções de Sociologia e como elas refletiram as tensões e disputas em torno do próprio sentido de formação de professores. Dessa forma, podemos perceber que os esforços empreendidos por estes intelectuais produziram significados distintos de Sociologia como ferramenta de compreensão do mundo social, ao mesmo tempo em que contribuíram, em maior ou menor grau, para a maior autonomia do campo educacional e universitário brasileiro.


Perspectiva ◽  
2021 ◽  
Vol 39 (4) ◽  
pp. 1-25
Author(s):  
Cláudio Marques Nogueira

O artigo discute em que medida Durkheim continua relevante para o debate contemporâneo na área de sociologia da educação. Na primeira parte, produz-se uma análise mais geral sobre algumas das principais proposições e conceitos da sociologia durkheimiana. Na segunda parte, reflete-se mais diretamente sobre a contribuição do autor para a área de educação. Duas dimensões são destacadas. A primeira diz respeito às concepções do autor sobre justiça social e sobre o papel que o sistema escolar pode ter como instrumento de construção de uma sociedade mais justa. A segunda se refere às relações que Durkheim estabelece entre educação e moral. O artigo conclui que os posicionamentos de Durkheim em relação a esses dois temas ainda podem enriquecer muito o debate na área de sociologia da educação.


Perspectiva ◽  
2021 ◽  
Vol 39 (4) ◽  
pp. 1-11
Author(s):  
Amurabi Oliveira ◽  
Camila Ferreira Silva ◽  
Ione Ribeiro Valle
Keyword(s):  

Visando contribuir com o debate sobre Sociologia da Educação, realizamos uma entrevista com Maria Alice Nogueira, professora titular da Universidade Federal de Minas Gerais, especialista na relação família-escola e no trabalho de Pierre Bourdieu. Nesta entrevista ela nos apresenta sua biografia, além de realizar uma análise sobre alguns dos principais debates de seu campo.


Perspectiva ◽  
2021 ◽  
Vol 39 (2) ◽  
pp. 1-4
Author(s):  
David Antonio da Costa ◽  
Diana Carvalho de Carvalho ◽  
Eliane Santana Dias Debus ◽  
Juliana Cristina Faggion Bergmann ◽  
Patricia Laura Torriglia

Perspectiva ◽  
2021 ◽  
Vol 39 (4) ◽  
pp. 1-20
Author(s):  
Adriana Marrero

In the late 1960s, driven by the increasing capacity of computational data processing, statistics that linked school success with students' social backgrounds became the main argument in favor of the idea that schools -even the public ones- did little more than reproduce class inequalities and legitimize them by attributing school failure to the poor intellectual abilities of subordinate class students. Both in England and France, critical theories about education questioned the curriculum, which they saw as arbitrary and related to the interests and tastes of the privileged classes, as well as the authority of the teacher, transmitter of these contents and legitimizer of educative but especially social failure, of children from low strata. This apparent consensus is explicitly broken with the turn of the century, and authors such as Bernard Charlot in France and Michael FD Young in England, converge on pointing to knowledge as the central factor in educational work. The objective of this article is to examine the approaches of the two authors on this point, to compare both perspectives, and to propose overcoming visions of some distances that separate them. It concludes with a theoretical critique of both perspectives, an attempt of an overcoming synthesis, underlining the value of knowledge as a central factor in educational activities.


Perspectiva ◽  
2021 ◽  
Vol 39 (1) ◽  
pp. 1-5
Author(s):  
David Antonio da Costa ◽  
Diana Carvalho de Carvalho ◽  
Eliane Santana Dias Debus ◽  
Juliana Cristina Faggion Bergmann ◽  
Patricia Laura Torriglia

Perspectiva ◽  
2021 ◽  
Vol 39 (4) ◽  
pp. 1-15
Author(s):  
Ione Ribeiro Valle ◽  
Tiago Ribeiro Santos ◽  
Silvana Rodrigues de Souza Sato
Keyword(s):  

Ao lembrar os trinta anos da obra La noblesse d’État: grandes écoles et esprit de corps de Pierre Bourdieu (1930-2002), publicada em 1989, quando a França comemora o bicentenário da sua Revolução ou, mais especificamente, os duzentos anos da Tomada da Bastilha (14 de julho de 1789) e da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (26 de julho de 1789), trouxemos para a discussão um volumoso estudo (ainda não traduzido para o português) que se constitui em mais uma das contribuições do sociólogo francês aos estudos sociológicos. Esta obra dá continuidade às análises precedentes, mobiliza grande parte do léxico bourdieusiano e introduz novas categorias de investigação e metodologias de análise que nos parecem pertinentes à pesquisa sobre o campo educacional brasileiro. De inspiração ao mesmo tempo construtivista e estruturalista, a obra desvela a complexa teia de relações entre o sistema de formação e o campo do poder. Nossa reflexão começa situando La noblesse d’État no carrefour de distintas sociologias: da educação, do conhecimento, do poder. Na sequência, analisamos a continuidade histórica que levou ao estreitamento do vínculo entre “nobreza escolar” e “nobreza de Estado”, a homologia estrutural entre formação universitária e reprodução das elites e a importância atribuída à desmistificação do “mito da democratização escolar”. Por último, destacamos dimensões críticas da obra que iluminam a reflexão sobre a pesquisa nas ciências humanas e sociais, num momento em que, no Brasil, se tenta pôr em xeque a pertinência dos estudos dessas áreas do conhecimento.


Perspectiva ◽  
2021 ◽  
Vol 39 (4) ◽  
pp. 1-18
Author(s):  
Rodrigo Rosistolato
Keyword(s):  

O objetivo do artigo é analisar e problematizar as fronteiras entre as abordagens micro e macro em sociologia da educação. A literatura – nacional e internacional – sobre métodos mistos de pesquisa indica a pertinência e a eficácia desse tipo de abordagem para o enfrentamento de problemas sociológicos de toda ordem. A discussão específica sobre educação segue em linha convergente, apontando as vantagens dos métodos mistos para a discussão sobre a consolidação dos sistemas educacionais e, principalmente, sobre a relação unidade escolar/sistema-rede de ensino. No primeiro momento, sintetizam-se os argumentos teóricos que sublinham os métodos mistos como um caminho eficaz para a pesquisa sociológica. Na sequência, analisa-se um conjunto de dados sobre a relação escola/sistema-rede de ensino na cidade do Rio de Janeiro, todos produzidos em uma pesquisa colaborativa, construída com base em métodos mistos, realizada no âmbito de um laboratório que agrega sociólogos, antropólogos e educadores. Daí a proposição de que pesquisas colaborativas permitem que as expertises de profissionais de diferentes áreas trabalhem com foco em questões comuns, desenvolvendo, com o máximo de refinamento, abordagens metodológicas inerentes a cada especialidade e, simultaneamente, mesclando-as para a ampliação do conhecimento sobre o objeto analisado


Perspectiva ◽  
2021 ◽  
Vol 39 (4) ◽  
pp. 1-20
Author(s):  
Mariana Gaio Alves ◽  
Ana Matias Diogo

As origens da sociologia daducação enquanto área de saber nos planos curriculares do ensino superior é, em vários países, indissociável do surgimento, da organização e da evolução de cursos de formação de professores do ensino não superior. Não obstante, progressivamente a sociologia da educação passou a integrar também os planos de estudos de cursos na área da própria sociologia, bem como na área de educação (a qual engloba formações que não se vocacionam especificamente para habilitar os respectivos estudantes para a docência). Reconhecendo este contexto genérico, neste artigo, examina-se a presença da sociologia da educação em licenciaturas e mestrados do ensino superior português com base na análise de dados sobre cursos, planos de estudos e unidades curriculares que estavam em funcionamento no ano letivo de 2018-2019. Os resultados evidenciam que a sociologia da educação está mais presente nas universidades do que nos institutos politécnicos e mais em cursos de formação inicial do que em pós-graduações. Conclui-se que o ensino de sociologia da educação parece encontrar-se, na atualidade, na encruzilhada de três espaços institucionais distintos (formação de professores, sociologia, educação), com repercussões nas finalidades e práticas educativas com que a disciplina é ensinada em cada um destes espaços.


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