Revista Lusófona de Estudos Culturais
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Published By University Of Minho

2183-0886, 2184-0458

2021 ◽  
Vol 8 (2) ◽  
pp. 41-61
Author(s):  
Meddy Escuriet ◽  
Mauricette Fournier ◽  
Sophie Vuilbert

This article proposes to address the issue of inclusion through work and in a rural environment of people with mental disabilities and/or intellectual disabilities. Through the example of a French support and work assistance establishment, the support and work assistance establishment Le Habert, located in a small rural and mountainous village in the Alps and offering people with disabilities to work on a farm, the article will first address the importance of work as a means for people to regain their dignity. Between the feeling of usefulness and pride in participating in the operation of one territory, by being fully involved in the process of producing and adding value to a product, accompanying the farm allows, apart from these therapeutic virtues, a real professional inclusion. Living in houses or apartments in the surrounding villages, the accommodation, allowing contact between people with disabilities and local inhabitants is also a vector of social inclusion. However, while the rural setting can be an asset for inclusion because of the professional and social opportunities, the isolation and geographical inaccessibility of the rural mountainous environment can be an obstacle for people who do not necessarily have the means to be mobile. By offering personalised support for mobility, the institution transforms geographical exclusion into an asset for professional, social and spatial inclusion.


2021 ◽  
Vol 8 (2) ◽  
pp. 7-17
Author(s):  
Carlos Veloso da Veiga ◽  
Luísa Martins Fernandes ◽  
Miguel Angel Verdugo

Ao publicar este número sob o título “Inclusão das Pessoas com Deficiência. Políticas, Práticas, Investigação e Narrativas” a Revista Lusófona de Estudos Culturais (RLEC) torna-se, seguramente, a primeira revista portuguesa na área das ciências sociais que dedica integralmente um dos seus números ao tema da inclusão das pessoas com deficiência (PCD). Trata-se, pois, de um acontecimento importante pelo seu contributo para a construção de uma sociedade mais justa e inclusiva para as PCD...


2021 ◽  
Vol 8 (2) ◽  
pp. 193-214
Author(s):  
Victor Lucena ◽  
Julieta Leite

À luz de uma sociologia bourdieusiana e suas noções conceituais de espaço social e estilos de vida, este artigo lança uma interpretação reflexiva sobre a trajetória de degradação simbólica de um emblemático prédio construído em 1957 no Recife (Brasil) — o Edifício Holiday. Situado em Boa Viagem, um dos bairros mais ricos da cidade, a edificação é um ícone representativo da chegada da modernidade à capital do estado de Pernambuco e marca um período de importantes modificações na paisagem e nos estilos de vida do Recife. Com 416 pequenas habitações aptas a receber mais de 3.000 moradores, o projeto experimental de apartamentos de veraneio para classes médias e altas na década de 1970 já apresentava sinais de desvalorização em um bairro de trajetória social ascendente. Nosso instrumental analítico, tal como defendido por Bourdieu, recorre à fotografia autoral e a imagens do edifício. Utiliza-se de materiais fotográficos para construir um “antes” e “depois” da desocupação do Holiday, tomando como principal fio condutor da análise ensaios realizados por dois jornalistas recifenses. Os resultados nos auxiliam a entender melhor a dimensão simbólica da habitação no espaço social urbano. Não obstante, o artigo oferece um ponto de inflexão nas discussões acerca da recepção e dos contornos próprios que a modernidade adquiriu em metrópoles do hemisfério sul, como é o caso da capital recifense.


2021 ◽  
Vol 8 (2) ◽  
pp. 139-155
Author(s):  
Neuza Cardoso Borges ◽  
Paula Campos Pinto

O Estado português reconhece à pessoa com deficiência o direito ao trabalho, de forma igualitária às demais pessoas. No entanto, muitos empregadores resistem ainda à ideia de contratar uma pessoa com deficiência. Neste sentido, a ação do Estado é determinante para a mudança de atitudes face à deficiência e para promover a contratação de pessoas com deficiência no mercado aberto de trabalho. Estas ações materializam-se através de políticas públicas. Este artigo reporta os resultados de um estudo de natureza exploratória e qualitativa sobre as medidas contrato emprego inserção e contrato emprego inserção+ (CEI/CEI+), realizado na região de Lisboa e Vale do Tejo, que analisou a perceção de três stakeholders — 16 beneficiários/as com deficiência, nove entidades promotoras das medidas e sete entidades promotoras de formação e emprego de pessoas com deficiência — com o objetivo de conhecer as suas perspetivas sobre os aspetos facilitadores e as limitações na aplicação destas medidas. Os resultados obtidos revelam que as medidas CEI/CEI+ apenas oferecem uma resposta temporária ao problema do desemprego das pessoas com deficiência, o que dificulta o acesso de forma sustentável a uma vida socioeconomicamente independente. Não obstante, os inquiridos não negam a importância destas medidas, considerando-as uma boa oportunidade para demonstrarem as suas competências profissionais e reforçar a autoestima e valorização pessoal. Os resultados obtidos com este estudo são discutidos à luz dos modelos de abordagem à deficiência e são formuladas algumas recomendações, com vista a potencializar os efeitos destas medidas.


2021 ◽  
Vol 8 (2) ◽  
pp. 177-191
Author(s):  
José Ricardo Carvalheiro
Keyword(s):  

Muito longe da consagração atual e mesmo antes da sua domesticação pelo salazarismo, o fado atravessou fases dilemáticas da sua existência. Entre elas, estão os tempos iniciais da sua mediatização, em particular, as complexas articulações com a rádio na década de 1930, com o Estado Novo e os preconceitos de classe a tentarem ostracizar o fado ou, pelo menos, travar a legitimação nacional da cultura popular urbana. As tensões que já antes rodeavam o fado renovaram-se e agudizaram-se face ao contexto simultâneo de estabilização da ditadura e de implantação da rádio em Portugal, colocando o novo meio de difusão sonora no centro das lutas simbólicas em torno da “canção nacional”. Envolvendo dilemas entre o estigma e a legitimação fadista, entre a sua origem e a propagação, entre a difusão pública e o controlo estético ou moral, constitui-se uma zona de articulação da rádio com o fado onde diversos atores sociais se posicionaram, com diferentes objetivos e estratégias, e em que se jogaram questões de programação, discursividade e status social. O objetivo deste artigo é identificar esse conjunto de articulações ao longo dos anos 30, tentando perceber de que maneira a formação do campo radiofónico, com as suas várias estações e matizes, se tornou palco e participante num processo cultural que, em alguns aspetos, já o precedia. A pesquisa baseia-se na imprensa coeva, especificamente nos jornais de fado (Guitarra de Portugal; Canção do Sul) e nos periódicos dedicados à rádio (Rádio Semanal; Rádio Revista; Boletim da Emissora Nacional; Rádio Nacional).


2021 ◽  
Vol 8 (2) ◽  
pp. 119-138
Author(s):  
Renata Junqueira de Souza ◽  
Sílvia de Fátima Pilegi Rodrigues

O presente estudo se propõe a problematizar a representação de personagens com deficiência física em obras de literatura infantil. A discussão é relevante visto que a temática vem se colocando em livros produzidos para a infância no Brasil, principalmente a partir de 2008, com a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva Inclusiva (Decreto nº 6.571, 2008). Embora a questão já aparecesse em algumas obras literárias em períodos anteriores, geralmente com uma abordagem estereotipada. As editoras de literatura infantil, diante de várias políticas e programas institucionais, acharam um filão no tema das necessidades especiais. Indubitavelmente, pressões sociais e políticas de inclusão interferem nas produções literárias e sua inserção também no contexto escolar. Neste sentido, analisar obras que não reforcem estereótipos ou remetam a deficiência como superação heroica, resignação e aceitação do destino, colocando as personagens em condições de subalternidade e/ou que inspirem piedade ou vontade divina, pode colaborar para a ampliação de olhares acerca do que é estigmatizado como deficiência e os limites e possibilidades do ser humano em diferentes condições e potencialidades. Comparar livros infantis que trazem esses dois aspectos — superação e aceitação do real versus resignação e superação heroica — pode ajudar leitores e crianças a compreender a deficiência dentro de uma normalidade e abrir boas perspectivas de discussão sobre a temática com esses leitores em formação.


2021 ◽  
Vol 8 (2) ◽  
pp. 215-236
Author(s):  
Olga Estrela Magalhães ◽  
Clara Almeida Santos ◽  
Catarina Duff Burnay ◽  
Rita Araújo ◽  
Felisbela Lopes ◽  
...  

A pandemia por covid-19 tem colocado complexos desafios às instituições governamentais e de saúde em todo o mundo. Para além da dificuldade em controlar a disseminação da infeção, as instituições têm de encetar um processo de comunicação de saúde particularmente difícil de gerir, por causa do elevado grau de incerteza associado à informação de que dispõem, do aumento da desinformação resultante de um ambiente mediático pulverizado (e, muitas vezes, sem mediador) e da resistência de alguns grupos da sociedade em aderir às medidas preventivas recomendadas. A vacinação surge, pois, como um tema que alimenta posições extremas — desde a ânsia pela sua disponibilidade (que potencia tentativas ilícitas de obtenção da vacina) até à sua recusa intransigente (baseada em teorias sem fundamentação médico-científica). Neste enquadramento, pretendemos avaliar a forma como as fontes oficiais — as principais instituições governamentais e de saúde portuguesas — comunicam com os seus públicos em ambiente digital, nomeadamente através dos websites e das redes sociais online. Para isso, foram recolhidos os conteúdos sobre vacinação publicados em cinco sites e quatro páginas nas redes utilizadas pelas fontes analisadas, no período compreendido entre o anúncio da autorização da primeira vacina e o arranque da administração da segunda dose aos profissionais de saúde. O material em estudo foi examinado através de técnicas de análise de conteúdo. Os resultados revelaram que as principais fontes oficiais portuguesas chamam a si o protagonismo em torno da vacinação contra a covid-19, que declinam em três temas fundamentais — administração, definição de grupos prioritários e abordagens genéricas, através de conteúdos com um enquadramento maioritariamente informativo. Atendendo a que a comunicação de saúde tem como objetivos envolver, capacitar e influenciar os indivíduos, concluímos que as fontes oficiais promoveram formas de comunicação conservadoras, perdendo potencialmente a oportunidade de fomentar uma comunicação em ambiente digital mais pedagógica e personalizada.


2021 ◽  
Vol 8 (2) ◽  
pp. 79-98
Author(s):  
Ricardo Casco ◽  
Patrícia Ferreira de Andrade ◽  
Cintia Copit Freller ◽  
Gabriel Katsumi Saito ◽  
Roberta Cruz Lima
Keyword(s):  

O presente artigo objetiva apresentar as discussões acerca dos dados coligidos no âmbito da pesquisa Inclusão Profissional de Trabalhadores com Deficiência Intelectual na Cidade de São Paulo desenvolvida no Laboratório de Estudos sobre o Preconceito, sediado no Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo. A pesquisa, realizada em 2017, objetivou compreender diferentes dimensões referentes à situação de inclusão de 20 jovens com síndrome de Down no mundo laboral. A partir de dados coligidos mediante a realização de observações e entrevistas semiestruturadas junto dos jovens, colegas de trabalho, chefias, familiares e amigos, a pesquisa analisou aspectos concernentes à satisfação pessoal, à produtividade e às relações sociais que se dão no ambiente de trabalho. De modo geral, mesmo diante da tendência generalizada de precarização das condições de trabalho de grande parte da população brasileira, os jovens demonstram satisfação com as atividades laborais, apresentaram produtividade compatível com relação às atividades a eles requeridas e mantiveram boas relações sociais com os seus colegas, chefias e clientes das empresas em que trabalhavam.


2021 ◽  
Vol 8 (2) ◽  
pp. 99-118
Author(s):  
Sérgio Sampaio Bezerra
Keyword(s):  

omo a gestão social é uma discussão atual nos estudos organizacionais, este artigo busca contribuir para compreender e explicar a eficácia e a eficiência nas Associações de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) de Minas Gerais, Brasil, tomadas do ponto de vista da sua missão estatutária como orientadora de suas práticas. A análise é feita com base na visão dos gestores das APAE sob as três dimensões da sua missão: oferta de serviços, melhoria da qualidade dos serviços e defesa de direitos das pessoas com deficiência intelectual, entendendo-as como sistemas em interação com o meio ambiente externo. Com base num inquérito por questionário aplicado a uma amostra representativa de 199 APAE selecionadas aleatoriamente, foram segmentadas por três clusters pré-definidos segundo a dimensão (porte). Esse questionário foi auto administrado pelos gestores e diretores das APAE, da amostra, sendo composto por uma série de perguntas em função de 54 indicadores presentes nas três dimensões observadas na missão estatutária das APAE. Por forma a analisar a eficácia e a eficiência com base naqueles indicadores, construíram-se índices de eficácia e eficiência. Tendo como referencial a teoria sistêmica e os conceitos de eficácia e eficiência, submeteram-se esses índices a várias técnicas de análise estatística. Os resultados obtidos apontam para existência de homogeneidade estrutural das APAE, independentemente dos seus oito clusters formados com base na distribuição por quartis dos seus diferentes níveis de eficácia e eficiência (baixo, médio, alto e elevado), não tendo sido possível chegar a um modelo quantitativo explicativo dos níveis de eficácia e eficiência das APAE, considerando a influência das variáveis internas e externas com que foram relacionados.


2021 ◽  
Vol 8 (2) ◽  
pp. 157-173
Author(s):  
Alex Sandro Corrêa ◽  
José Leon Crochick ◽  
Rodrigo Nuno Peiró Correia ◽  
Fabiana Duarte de Sousa Ventura
Keyword(s):  

Este artigo apresenta o relato de uma pesquisa que foi uma reaplicação na cidade de São Paulo (Brasil) da desenvolvida em Portugal por Veiga e Fernandes (2014). Reflete sobre alguns dados obtidos, os quais demonstram o papel, a importância e o impacto do ingresso no mundo do trabalho na vida de trabalhadores com síndrome de Down, incluindo o sentimento de bem-estar, de autonomia e as relações de amizade adquiridas. Foram entrevistados não apenas esses trabalhadores, mas também seus chefes imediatos, amigos e colegas de trabalho, e foram realizadas também observações nos locais de trabalho. Sabendo que a inclusão social não se concretiza de modo alheio ao mundo do trabalho, destacamos a importância das políticas públicas, quer na promoção de direitos, quer na defesa dos direitos já conquistados, inclusive o da participação de pessoas com síndrome de Down na sociedade. O resultado deste estudo evidenciou que a conquista do emprego possibilitou o aumento da autoestima, o desenvolvimento da autonomia e do bem-estar dos trabalhadores, proporcionando-lhes conquistas no campo afetivo-social (namoros e amizades), nos âmbitos familiar, econômico e profissional, ainda que com restrições. Além disso, o emprego propiciou a percepção de se sentirem mais úteis e aceitos pelos pares (“sensação de pertencimento”), bem como a possibilidade de poderem contribuir para a família e de traçarem planos para o futuro, com projetos semelhantes aos de qualquer jovem adulto, como viajar, casar e ter filhos.


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