Matraga - Revista do Programa de Pós-Graduação em Letras da UERJ
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Published By Universidade Do Estado Do Rio De Janeiro Uerj

2446-6905, 1414-7165

Author(s):  
Leonardo Mendes ◽  
Pedro Paulo Garcia Ferreira Catharina

Apresntação da edição


Author(s):  
Alan Victor Flor da Silva

Marques de Carvalho foi um dos poucos escritores a conseguir na Amazônia paraense publicar uma vasta produção literária tanto em periódicos quanto em volumes, a exemplo de poemas, contos e romances. Em prefácios de livros e publicações periódicas de naturezas diversas, o escritor paraense levantou com entusiasmo e veemência a bandeira do Naturalismo, escola literária que adotou, defendeu e cultivou ao longo da carreira. Dessa maneira, Marques de Carvalho colocou-se na contracorrente da produção literária cultivada na província do Pará, pois a maioria dos colegas de ofício radicados na Belém oitocentista nessa mesma época se demonstrava muito mais afeita ao Romantismo, que se mantinha ainda bastante expressivo no Brasil, mesmo com o surgimento de novas tendências literárias durante as duas últimas décadas do século XIX. Diante disso, objetivamos, com este trabalho, demonstrar como Marques de Carvalho se posicionou em relação ao Naturalismo.


Author(s):  
Natália Ubirajara Silva

O presente artigo analisa o romance Maria dos Canos Serrados, de Ricardo Adolfo, buscando compreender de que forma o realismo se apresenta na ficção portuguesa do século XXI. Percebe-se um deslocamento do termo realismo no escopo da literatura portuguesa, entendido como fotografia da realidade (no século XIX), questionamento engajado da realidade (com o neorrealismo, no século XX) e recurso em favor da narratividade do romance (século XXI). Caracterizada pelo ritmo dinâmico próprio da narrativa cinematográfica e valendo-se do espaço, da denominação (cf. Ernst Cassirer) e de inverossimilhanças narrativas (cf. Santo Agostinho e Tzvetan Todorov), a obra de Ricardo Adolfo apresenta as atuais mazelas da sociedade, num realismo social e numa estética pulp que se afastam das principais vertentes do romance português contemporâneo.


Author(s):  
João Cézar De Castro Rocha ◽  
Leonardo Mendes ◽  
Pedro Paulo Catharina

Entrevista


Author(s):  
Maurício Chamarelli Gutierrez ◽  
Lucas Bento Pugliesi

O artigo visa propor alguns pontos de referência para compreender a singularidade do Realismo como parte integrante da literatura moderna e desatrelado do suposto imperativo de representação do real – tão criticado por vanguardas e teorias do século XX. Para tanto, partimos de uma contraposição entre, de um lado, a leitura auerbachiana de Stendhal e, de outro, a lógica antiga do decoro e o que esta previa como os possíveis da representação literária – a observância de sedes argumentativas que, mesmo onde os gêneros se misturam, mantém intacta uma ordem do discurso que guarda forte analogia com uma partilha de lugares sociais. Contra esse fundo, o novo que emerge no discurso realista aparece como o que Rancière denomina “revolução estética”: uma implosão da lógica hierárquica da representação em nome de um regime em que o real adentra o relato literário sem o apoio de sedes previstas. A desierarquização posta em jogo pelo regime estético é uma glória do qualquer, segundo a qual não só o os homens mais infames (como propõe Foucault) podem sentir e falar como os reis da tragédia, como também o detalhe mais anódino pode guardar em si a significação da obra. A partir disso, propomos uma análise do conto A obra prima ignorada, de Balzac, enquanto figuração privilegiada tanto dos riscos e excessos possíveis das vanguardas por vir, como da vida infame que visa representar o relato realista.


Author(s):  
Paulo Alberto da Silva Sales
Keyword(s):  

Este artigo propõe a leitura do romance De mim já nem se lembra, de Luiz Ruffato (2007), a partir da perspectiva do realismo refratado, por meio da qual há a possibilidade decriação e atribuição de valor aos modos de vida de sujeitos esquecidos pela história. Ao entrecruzar instâncias narrativas distintas, tanto pela narração autodiegética quanto pela editoração de supostas cartas de autoria de José Célio, irmão do narrador, Ruffato revitaliza formas distintas de representar e de problematizar o real. Nessas articulações entre diferentes estratégias de apropriação realistas, destacam-se as epístolas, cujas grafias registram a vida cotidiana de um sujeito comum, que presencia e vivencia experiências da ditadura civil-militar. Por fim, com base nos estudos da nova história, constatam-se outras dimensões dos anos de chumbo por meio de “pormenores concretos” nas epístolas, bem como a narração, que impossibilitados de representar o real per se, configuram-se refratários.


Author(s):  
Haroldo Ceravolo Sereza

A publicação no início dos anos 1940, na revista Diretrizes, de Brandão – entre o mar e o amor, assinado em conjunto por Jorge Amado, José Lins do Rego, Graciliano Ramos, Aníbal Machado e Rachel de Queiroz, teve de obedecer aos limites impostos pela censura do Estado Novo, que procurava subordinar as publicações às conveniências das alianças externas do país num tempo de guerra. Misto de projeto de ficção e de engajamento jornalístico e publicitário dos leitores da revista de caráter liberal e democrático, a obra expõe também projetos literários concorrentes dentro da Geração de Trinta. As inconsistências da trama e contrastes formais permitem observar como escritores que são aproximados pela tradição e pelo cânone expressam culturas, posições políticas e interesses nem sempre conciliáveis. Por outro lado, a falta de unidade na obra expõe também características da literatura pensada para ser lida, primeiramente, em periódicos, e não em livros.


Author(s):  
Júnior Vilarino Pereira

O romance Madame Bovary, de Gustave Flaubert, quanto à sua influência, extrapola os limites de gêneros, épocas e movimentos literários e chega à contemporaneidade na posição de obra paradigmática tanto da inconversibilidade do real pela literatura quanto da irredutibilidade do literário a realidades pré-existentes. O objetivo deste artigo é mostrar que os escritores Charles Baudelaire e Guy de Maupassant ressaltam, em textos críticos sobre Madame Bovary, o formalismo e a impessoalidade da narrativa como recursos que instauram a imanência da obra e problematizam a pertença do autor à escola realista. O retorno a essas críticas pode lançar luz sobre experimentações estéticas posteriores em que a representação interroga o estatuto do documento e da referencialidade externa.


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