scholarly journals A forma é o real: Flaubert lido por Baudelaire e Maupassant

Author(s):  
Júnior Vilarino Pereira

O romance Madame Bovary, de Gustave Flaubert, quanto à sua influência, extrapola os limites de gêneros, épocas e movimentos literários e chega à contemporaneidade na posição de obra paradigmática tanto da inconversibilidade do real pela literatura quanto da irredutibilidade do literário a realidades pré-existentes. O objetivo deste artigo é mostrar que os escritores Charles Baudelaire e Guy de Maupassant ressaltam, em textos críticos sobre Madame Bovary, o formalismo e a impessoalidade da narrativa como recursos que instauram a imanência da obra e problematizam a pertença do autor à escola realista. O retorno a essas críticas pode lançar luz sobre experimentações estéticas posteriores em que a representação interroga o estatuto do documento e da referencialidade externa.

2014 ◽  
Vol 2 (1) ◽  
pp. 123-144
Author(s):  
Sabina Pstrocki-Sehovic ◽  
Sabina Pstrocki-Sehovic

This article will present the extent to which literature could be viewed as means of social communication – i.e. informing and influencing society – in 19thcentury France, by analysing the appearance of three authors at different points:  the beginning, the middle and the end of the century. The first is the case of Balzac at the beginning of the 19th Century who becomes the most successful novelist of the century in France and who, in his prolific expression and rich vocabulary, portrays society from various angles in a huge opus of almost 100 works, 93 of them making his Comédie humaine. The second is the case of Gustave Flaubert whose famous novel Madame Bovary, which depicts a female character in a realist but also in a psychologically conscious manner, around the mid-19th century reaches French courts together with Les Fleurs du Mal by Charles Baudelaire and is exposed as being socially judged for its alleged immorality. The last is the political affair of Dreyfus and its defender Emile Zola, the father of naturalism. This case confirms the establishment of more intense relations between writer and politics and builds a solid way for a more conscious and everyday political engagement in the literary world from the end of the 19th century onwards. These three are the most important cases which illustrate how fiction functioned in relation to society, state and readership in 19th century France.


2019 ◽  
Vol 26 (49) ◽  
pp. 83-108
Author(s):  
Daniela Cunha Blanco

O intuito desse texto é pensar como a análise empreendida por Jacques Rancière em torno do livro Madame Bovary, de Gustave Flaubert, daria a ver um entrelaçamento entre estética e política latente tanto na história de Emma Bovary quanto nas críticas a ela dedicadas. Passando especialmente pelas interpretações de Charles Baudelaire e de Jean-Paul Sartre pretende-se apresentar a ideia de que o modo como ambos pensam os gestos e atitudes da personagem é, antes de tudo, político. Se Sartre aproxima o tema de Emma a uma discussão política pela via da práxis e do imaginário, Rancière apresenta uma leitura do romance que não apenas coloca-o em outra chave de visibilidade como também, a partir desse novo olhar, reinterpreta o próprio campo estético em suas relações com a política. Trata-se de pensar o poder de afetar e transformar vidas que a materialidade do sensível do texto daria a ver; de pensar aquilo que compreende como uma revolução sensível. Desse modo, a aproximação da personagem Emma ao pensamento político da emancipação se dará pela via da partilha do sensível que tanto a personagem quanto os proletários das revoluções francesas do século XIX teriam empreendido ao exceder a ligação entre um modo de aparecer e um modo de ser.


2008 ◽  
pp. 59
Author(s):  
Milagros Rojo Guiñazú

<p>Homais era el predilecto lector que disfruta y cree poderosamente en la escritura de Voltaire y Rousseau, quizás por su cientificismo o tal vez porque él también es uno de los grandes rivales de la iglesia en la novela de Flaubert. Es, sin lugar a dudas, la representación parodiada, ironiz.ada, ridiculizada- del cientificismo volteriano.</p><p> </p>


Author(s):  
Renate von Bardeleben

This chapter concentrates on European realist innovators—Björnstjerne Björnson, Ivan Turgenev, Leo Tolstoy, Fyodor Dostoevsky, Honoré de Balzac, Gustave Flaubert, Guy de Maupassant—and their effect on the formative period of American realism. It studies in detail the transatlantic development of new techniques and discusses the ways in which these new methods were reflected in the works of American authors and critics. Inspired by the theories and practice of their precursors, American writers felt liberated to introduce new narrative strategies to represent America’s rising urbanism, the struggles of the social classes, and the increase of social mobility in the industrial age. They also dealt with the emancipated “New Woman” and the changing relationship between the sexes. The guiding principles on which writers on both sides of the Atlantic agreed were truth, sincerity, and frankness.


2018 ◽  
Vol 12 (42) ◽  
pp. 13-21
Author(s):  
Pedro Walisson Gomes Feitosa ◽  
Fábio Gomes de Oliveira

Este artigo parte da análise literária e psicossocial sobre o suicídio, utilizan­do como objeto de estudo a personagem Emma Bovary, da obra-prima de Gustave Flaubert, publicado em 1856, na França. Designado como precursor da escola literária do realismo, Flaubert desenhou uma personagem com uma série de nuances que representam dignamente os costumes burgueses europeus da segunda metade do século XIX, bem como transparecem o lugar reservado à mu­lher neste contexto cultural. O realismo apre­sentado em Madame Bovary tornou o romance bastante discutido no decorrer dos séculos. Quan­do publicado em pleno século XIX, a obra erou impactos por toda sociedade, sendo proibida sua publicação na época. Entretanto, a história desenhada minuciosamente por Flaubert sustenta-se atual, pois refere-se tanto ao matar a si como refúgio de uma vida massacrante, como ao enigma da feminilidade ao longo da história, ambas percepções atemporais.  


2020 ◽  
Vol 2 (1) ◽  
pp. 260-288
Author(s):  
Hêmille Raquel Santos Perdigão

Na leitura dos textos de Nabokov e Auerbach acerca de Madame Bovary, obra escrita por Gustave Flaubert, surgem as classificações do romance como pseudossubjetivo e objetivo, respectivamente. Partindo dessas leituras, o presente trabalho questiona sobre o romance ser, de fato, objetivo, com a hipótese de que o que se tem, na verdade, é uma subjetividade, visto que o ponto de vista da protagonista é predominante. Em seguida, são apresentadas pinturas que mais se aproximam do estilo do romance, pelas características de riqueza de detalhes, desierarquização dos acontecimentos e posicionamento do leitor com uma visão parcial das cenas.Palavras-chave: Flaubert. Objetividade. Subjetividade. Quadros.


Author(s):  
Philip Keel Geheber

This chapter offers a reading of Mansfield’s ‘Urewera Notebook’, which features notes on Gustave Flaubert as well as diary entries and vignettes of travelling lone women, to first situate Mansfield’s early aesthetic interests in objectively representing characters in transit. It then argues that Mansfield’s 1915 story ‘An Indiscreet Journey’ is a feminist transposition of the infamous cab ride of Madame Bovary into a French WWI setting. Mansfield’s translation of Flaubertian objectivity and tropes from Madame Bovary to suit her own perspective and context exemplifies how this mode of thematic and aesthetic translation functions as a generative mode of literary production.


Sign in / Sign up

Export Citation Format

Share Document