Este artigo estabelece um mapeamento etnográfico, sob o ponto de vista histórico e da História Oral, na cidade de Clevelândia (PR), com forte influência de cultura ordinária e católica. Para o texto,trouxemos cinco entrevistas de benzedeiras de um acervo de treze. Entre a análise de observações sobre o cotidiano delas e as construções sistêmicas das nossas entrevistadas existem eixos da memória, cultura e natureza formam um mapeamento social. A observação e as narrativas envolvem o uso de plantas e ervas medicinais em suas práticas de benzimento e/ou rezas, bem como os serviços que prestam aos seus atendentes, tais como indicações de chás, produções de remédios caseiros, como a xaropada, alguns deles com autorização e serviços associados ao Sistema Único de Saúde (SUS). Assim, o objetivo é pensar quais lugares elas ocupam como mulheres benzedeiras no mundo social, junto às orações, às práticas de cura e aos discursos, os quais as tornam conhecidas como “médicas populares”.