Revista 2i: Estudos de Identidade e Intermedialidade
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Published By University Of Minho

2184-7010

2021 ◽  
Vol 3 (4) ◽  
pp. 91-101
Author(s):  
Juliana Estanislau de Ataíde Mantovani ◽  
Amanda Karen De Oliveira Araujo

Neste artigo nos propomos a analisar a história da fotografia recontada literariamente no romance O pintor de retratos, de Luiz Antonio de Assis Brasil. Por meio da trajetória de Sandro Lanari, um jovem pintor retratista que tenta se equilibrar diante da modernidade e do advento da fotografia, o autor traça um retrato histórico e social do século XIX, resgatando conflitos e questões artísticas que sucederam a invenção fotográfica, como o declínio dos pintores retratistas e o embate entre pintores e fotógrafos. Nesse estudo, portanto, partindo do enredo da obra, demonstraremos o modo como a história da fotografia e a literatura se relacionam, concluindo que é impossível tratar desse romance sem nos deparar com o tema e os mecanismos que envolvem o processo fotográfico. Buscaremos demonstrar que, apesar da ausência material de imagens, trata-se de uma obra fotoliterária, considerando que a fotografia desempenha papel estruturante na narrativa.


2021 ◽  
Vol 3 (4) ◽  
pp. 121-131
Author(s):  
Nathalia Freire de Oliveira Barbosa

Pensando no papel da fotografia na construção e reforço de múltiplos discursos, este artigo busca expandir a análise de Walter Benjamin em Pequena história da fotografia sobre a foto de atelier do escritor Franz Kafka. A consideração sobre o olhar triste e desolado de Kafka contrastando com o cenário planejado, para proporcionar uma imagem de aura luxuosa e enfeitada, trouxe um questionamento ampliado que este artigo busca responder: analisando pessoas que escreveram sobre si mesmas, quais são os pontos de contato e de divergência entre autorrepresentação por meio da escrita e pelo olhar dos outros por meio da câmera e das fotografias? Por ser de caráter ainda obscuro, o foco da investigação são autoras de diferentes épocas com estilos distintos entre si: Anne Frank e suas fotografias familiares, Sylvia Plath e o estabelecimento de um ideal feminino por meio das aparências e, por fim, a artista punk Patti Smith e os Estados Unidos como cenário mutável e de “refugo”. Para discorrer sobre os relatos dessas mulheres sobre si mesmas e suas imagens estabelecidas na história, este artigo recorre aos ensaios de Susan Sontag, relacionando fotografia, contexto histórico e literatura.


2021 ◽  
Vol 3 (4) ◽  
pp. 103-120
Author(s):  
Luís Cunha

            Tanto o colonialismo como as diferentes expressões de resistência que o foram erodindo se fizeram de ações, não dispensando o apoio de palavras e imagens. É para a forma como estas categorias se combinaram que orientaremos o olhar, procurando perceber de que modo as narrativas – de legitimação colonial e de apelo à independência – fizeram uso de um instrumento tão poderoso como a fotografia. Recorreremos a materiais diversos com um ponto comum: o reporte ao registo propagandístico, a uma intencionalidade que visa convencer mais do que informar. Sem deixar de considerar o colonialismo globalmente, faremos da guerra colonial o centro deste texto, tomando-a como o momento mais expressivo do confronto entre diferentes representações do mesmo território, apresentado por Portugal como parte de um todo indivisível; visto pelos movimentos de libertação como espaço ocupado por forças alheias aos interesses legítimos das populações africanas. Longa e sangrenta, a guerra colonial teve na propaganda uma outra frente de batalha. Os panfletos e cartazes, as fotografias que testemunhavam o convívio pacífico ou que mostravam atrocidades, revelam muito acerca da tessitura de relações que estruturaram o domínio colonial, mas também das dinâmicas que conduziram à constituição de novos estados em África.


2021 ◽  
Vol 3 (4) ◽  
pp. 231-234
Author(s):  
Diogo André Barbosa Martins

2021 ◽  
Vol 3 (4) ◽  
pp. 187-197
Author(s):  
Susanne Grimaldi

Apesar de viver uma crise socioeconómica a partir de 2008, Portugal também sofreu uma crise estrutural e multidimensional. Artistas responderam com obras que retratavam a crise, entre elas por meio da arte urbana, do teatro, da fotografia e mais tarde também da literatura. Os resultados servem como indicadores do autodiagnóstico social. Este artigo tem como principal objetivo analisar as técnicas e ferramentas que usaram a fotografia e a literatura para lidar com este desafio social, político e cultural. Para alcançar este alvo, uma pequena parte dos documentos visuais e textuais será analisada.  


2021 ◽  
Vol 3 (4) ◽  
pp. 133-144
Author(s):  
Nuno Resende

Oporto and the Douro: views and monuments, cujo texto e arranjo gráfico ficaram a cargo de Frederic P. Marjay, foi uma obra editada em 1955 pela livraria Bertrand, em Lisboa, Portugal. Ocupa um lugar despercebido entre as várias publicações de propaganda turística portuguesa que veiculavam a ideia de um país pitoresco e progressista, que começou a ser gizado pela Política do Espírito por volta de 1932, mas com raízes nos últimos anos da Monarquia. O livro, com uma parte composta ao modo de álbum, chama a atenção pelas suas fotografias a preto e branco de página inteira: vistas de locais, monumentos, reprodução de pinturas históricas e retratos de tipos sociais, marcadas por um ritmo contrastante de brancos e negros, com características pictorialistas. Analisar o arranjo gráfico da obra, a cargo de Marjay, e compreender, através dos fotógrafos e das suas fotografias, os significados deste trabalho (propagandístico, político e artístico), refletindo sobre as temáticas veiculadas, é o nosso objetivo principal.  


2021 ◽  
Vol 3 (4) ◽  
pp. 19-29
Author(s):  
Ana Isabel Santos

O presente artigo propõe uma reflexão teórica em torno da narrativa intermedial tal como perspetivada e praticada pelos surrealistas, partindo da análise de duas obras do poeta e artista de Ofício Múltiplo Mário-Henrique Leiria – designadamente Pas Pour les Parents (1951) e Conto de Natal para Crianças (1972). Partindo da observação dos principais tópicos que caracterizam este objeto de estudo, no enquadramento das práticas artísticas experimentais do período em análise que cruzam a poesia com a fotografia e a colagem, este artigo apresenta-se essencialmente como um comentário metacrítico em torno de um conjunto de instrumentos e conceitos essenciais para ponderar sobre modos de tratar as porosidades entre as artes, de forma a pôr em evidência o lado importante da abordagem intermedial: a tentativa de dar resposta a experiências e ideias de poesia, literatura e arte que diluem fronteiras, e de onde acolhemos novas maneiras de trabalhar não só o literário, como diferentes artes.


2021 ◽  
Vol 3 (4) ◽  
pp. 61-75
Author(s):  
Gabriel De Miranda

Este ensaio se debruça sobre a série de fotografias Ausencias do argentino radicado na Catalunha Gustavo Germano. Através de uma preocupação em relação ao suporte da fotografia e o processo de montagem, o texto busca estabelecer algumas relações da série fotográfica com a problemática da percepção estética, baseado em alguns apontamentos de David Lapoujade quanto às possibilidades da recepção das fotografias se configurar como uma participação ou uma transferência de ponto de vista. Do mesmo modo, o ensaio busca analisar as fotografias como modos de desautomatização do olhar e de saída de um efeito “anestético” da arte e da percepção como notado por Susan Buck-Morss. O ensaio ainda busca demonstrar o uso da “face” como meio de identificação na série fotográfica, entendendo-a como uma espécie de comunicação pré-linguística que busca ultrapassar a diferença com o outro sem apaga-la por completo. Deste modo, o gesto fotográfico de Germano dá esteio para imaginar uma expansão do ponto de vista do desaparecimento para além do cerco familiar ou da esfera pública das políticas de memória, colocando em cena uma arte do Comum, saindo da dicotomia público-privada para adentrar uma partilha sul-americana do passado.


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