Mulheres escritoras em diferentes esferas discursivas

Pensando no papel da fotografia na construção e reforço de múltiplos discursos, este artigo busca expandir a análise de Walter Benjamin em Pequena história da fotografia sobre a foto de atelier do escritor Franz Kafka. A consideração sobre o olhar triste e desolado de Kafka contrastando com o cenário planejado, para proporcionar uma imagem de aura luxuosa e enfeitada, trouxe um questionamento ampliado que este artigo busca responder: analisando pessoas que escreveram sobre si mesmas, quais são os pontos de contato e de divergência entre autorrepresentação por meio da escrita e pelo olhar dos outros por meio da câmera e das fotografias? Por ser de caráter ainda obscuro, o foco da investigação são autoras de diferentes épocas com estilos distintos entre si: Anne Frank e suas fotografias familiares, Sylvia Plath e o estabelecimento de um ideal feminino por meio das aparências e, por fim, a artista punk Patti Smith e os Estados Unidos como cenário mutável e de “refugo”. Para discorrer sobre os relatos dessas mulheres sobre si mesmas e suas imagens estabelecidas na história, este artigo recorre aos ensaios de Susan Sontag, relacionando fotografia, contexto histórico e literatura.

Introduction

The introduction orients readers to the aesthetic dimensions of biblical poems and argues that poems as verbal arts are not reducible to rhetoric or a single “message” but rather operate with an excess of meaning that both involves and transcends semantic content. It suggests that biblical poems can be fruitfully examined by considering what kinds of aesthetic experiences they offer. It draws on the work of Alva Noë and Susan Sontag to offer an embodied description of the intellectual work that poems can accomplish as art. The introduction also provides a succinct overview of its chapters.

O pewnych podobieństwach i zasadniczej różnicy w interpretowaniu tekstów prawnych oraz literackich

Celem artykułu jest ukazanie, że na pewnym poziomie interpretacyjnym zarówno teksty prawne, jak i teksty literackie mają charakter niesamoistny – dla potrzeb tego rodzaju zbliżenia perspektywy analizy tekstów prawnych i literackich wykorzystuję odpowiednio elementy teorii derywacyjnej dla tekstów prawnych oraz elementy teorii Susan Sontag oraz Erica Donalda Hirscha dla tekstów literackich. Przypisanie cechy niesamoistności znaczenia tekstom prawnym oraz literackim wymusza przyjrzenie się możliwym „pozatekstowym źródłom”, pozwalającym na zrekonstruowanie znaczenia tych dwóch rodzajów tekstów. Nie może umknąć jednak uwadze zasadnicza rozbieżność warunkująca możliwości w interpretowaniu tekstów prawnych oraz literackich – interpretacja tekstów prawnych ma na celu ujednolicanie ich znaczeń, a interpretacja tekstów literackich (zwłaszcza w duchu „anarchizmu interpretacyjnego”) może mieć na celu mnożenie wyinterpretowanych znaczeń.

«It’s good because it’s awful». Joachim Lottmann o cómo el camp formula su denuncia

La idea de lo camp, desarrollada por la filósofa norteamericana Susan Sontag en la segunda mitad del siglo XX, ha sido tradicionalmente asociada al ámbito de lo queer, la estética kitsch o lo extravagante. Sin embargo, el autor alemán Joachim Lottmann hace servir este gusto por la afectación y la exageración para construir una cruda denuncia ligada a la actualidad gracias a la aplicación de las diferentes premisas que recogió la autora estadounidense en su ensayo Notes on Camp: glorificación del personaje, ironía, ingenuidad, la capacidad de provocar atracción y repulsión al mismo tiempo, así como desarrollar un discurso capaz de ser serio frente a lo frívolo o atacar la seriedad desde la frivolidad. La combinación de estos rasgos consigue hacer de la narrativa de Lottmann una completa y compleja denuncia de la sociedad actual, convirtiendo a las novelas Der Geldkomplex (2009) y Endlich Kokain (2014) en sus dos máximos exponentes: la creciente aporofobia en la Alemania del siglo XXI, la capitalización del mundo del arte y el dictado de las apariencias suponen los temas transversales de dos novelas en las que el camp despliega sus medios para conseguir enarbolar una denuncia plausible y comprometida con su contexto.

Sobre "Notas sobre lo Camp" de Susan Sontag

Este archivo presenta el capítulo Notes on Camp propuesto por la escritora norteamericana Susan Sontag.

‘Quarenta em quarentena’: (sobre)vivências em tempos pandêmicos

A coletânea 40 em quarentena: 40 visões de mundo em pandemia (2020), disponibilizada no formato de e-book, gratuitamente, é aberta e fechada por poemas. Inicia-se pelo fim, sinalizando ao leitor um horizonte de meses sombrios, provocados pela expansão do novo Corona Vírus. O fim é, portanto, o começo, isto é, a direção de tempos melhores. O leitor transita pelos contos e crônicas reunidos e divididos por temas. Independetemente das rubricas – Medo, Solidão, Amor –, os escritos compõem uma grande trança narrativa, cujos fios exibem assuntos recorrentes, tais como críticas políticas e sociais, a rotina e ressignificação do espaço doméstico, a impossibilidade de luto etc. Tanto na oferta gratuita, quanto na sua composição, os textos se abrem numa significativa oferta de diálogo. Nesse painel, muitos assuntos são e foram arduamente explorados pela mídia, contudo, ao serem tratados literariamente, provam que a criatividade e a vontade de tocar os outros “enjaulados”, quarentener, podem resultar em renovadas facetas. Na vocação dos temas, estamos próximos às viagens imaginárias, ou aquelas que investigam cômodos e objetos, como nos clássicos de Maistre, Garret e Sterne, assim como na obra-prima machadiana, que presta reverência a todos. Reitera-se o poder terapêutico da palavra, da literatura, e da própria contagem de histórias, como defende Aílton Krenak (2019). Tratando-se de um mal invisível, reverbera o ensaio de Susan Sontag (1989), em que a teórica opoe a turbeculose ao câncer. Pensamos nos conceitos de saúde e a doenca, ambos suportados por um corpo, que é histórico, discursivo (FOUCAULT, 1978) e sígnico (FERREIRA, 1994), remetendo a um arcabouço cultural específico. Nesse sentido, o Brasil dos dias atuais, em sua acentuada crise política, ideológica, econômica e social, é um celeiro tristemente justificado de conturbadas práticas e (des)crenças diante do poder desse vírus que se afigura como o mal do século XXI.

A presença da “religião” na literatura: uma questão de participação estética?

Perguntando pelo estatuto da “religião” quando sua transparência se torna inequívoca na tessitura dos textos literários, este ensaio pretende ser uma contribuição ao campo de estudos que toma as relações entre religião e literatura como sua principal tarefa. Seguindo algumas provocações de Susan Sontag (2020) e após evocar, principalmente, o pensamento de Gérard Genette (2010), propomos, mesmo que de modo provisório e operacional, a noção de participação estética da religião como material artístico-literário. Com a finalidade de oferecer ilustrações acerca dessa possível função realizada pela “religião” quando presente nas criações literárias, empregamos três escritos de Woody Allen reunidos sob o título The Scrolls, que estão coligidos em Without Feathers (1975). Tais ilustrações são apresentadas com aportes teóricos provenientes de Gérard Genette (1982) e Dominique Maingueneau (2009).

Narrativas da infância e a arte fotográfica de Vivian Maier como ferramenta para a educação do olhar

Partindo do pressuposto de que a fotografia é uma forma de linguagem, um texto que narra e que comunica ideias, o presente artigo busca refletir sobre sua potencialidade dialógica e, nesse sentido, identificar os elementos estéticos, culturais e educativos considerando a educação para os sentidos na perspectiva da arte. Para tanto, serão analisadas fotografias autorais de Vivian Maier, com foco nos seus registros urbanos sobre a infância na cidade de Nova Iorque na segunda metade do século XX. A presente reflexão, apoia-se nos conceitos de imagem e letramento visual a partir dos estudos de Vilém Flusser, Walter Benjamin, Alberto Manguel, Susan Sontag e Lucia Santaella, entre outros autores que contemplam as temáticas abordadas neste texto. Espera-se, desse modo, contribuir para um diálogo mais estreito com a imagem fotográfica, visto sua potencialidade informativa capaz de educar para a sensibilidade do sujeito leitor bem como sua educação do olhar.

Voyeursky subjekt a fenomén camp v slovenskej poézii (Michal Habaj ako novodobý trubadúr)

The contribution focuses on a specific form of masculinity in the poetry of Michal Habaj, a contemporary Slovak poet. The article describes the phenomenon camp in connection with experimental verses of this poet. Camp is represented by a way of looking at the world as an aesthetic phenomenon that is not based on beauty, but on stylization, as Susan Sontag presented it in her essay. The contribution focuses on a main feature of the stylization (artisticity and theatricality) and presents the consequences of stylizing a subject into a voyeur-oriented modern troubadour. It describes a phenomenon of game and irony in a work of Michal Habaj: a subversive game with the function of basic literary categories, a game with gender and a game with discourse, in connection with the transformation of the category of masculinity into poetry.