Rapsódia
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Published By Universidade De Sao Paulo, Agencia USP De Gestao Da Informacao Academica (AGUIA)

2447-9772, 1519-6453

Rapsódia ◽  
2021 ◽  
pp. 14-31
Author(s):  
Rafael Zacca Fernandes

O presente artigo pretende fornecer uma leitura de dois conceitos que estão em textos da juventude e da maturidade de Walter Benjamin e que permitem estabelecer uma relação produtiva de análise de poemas e de períodos históricos, a saber: o de “poetificado” [das Gedichtete], tal como aparece no texto sobre Friedrich Hölderlin, na primeira metade da década de 1910; e o de “mônada”, segundo a sua reformulação na fase materialista, contemporâneo à escrita do ensaio sobre Charles Baudelaire, no final da década de 1930. A hipótese sustentada aqui é que a legibilidade de uma continuidade entre os dois conceitos é possível a partir de um terceiro conceito, não descrito pelo próprio Benjamin, mas dedutível de seu trabalho, que poderíamos nomear como “inconsciente poético”.


Rapsódia ◽  
2021 ◽  
pp. 164-179
Author(s):  
Jordano W. Hernández

Hoje já não se pode afirmar que um objeto de arte seja estático e permanente. O fugidio, o movimento e o tempo são assimilados pela arte e objeto passa ser efêmero também. A artista plástica Laura Vinci, em alguns de seus trabalhos, tem esses elementos como marcas características. Por outro lado, essa nova concepção artística da temporalidade encontra nítida ressonância na filosofia de Vladimir Jankélévitch. Destarte, esse artigo propõe-se a fazer um diálogo entre a poética de Vinci e o pensamento de Jankélévitch, que por meio de seu conceito de quase-nada (presque-rien) possui estreito vínculo com tema da efemeridade.


Rapsódia ◽  
2021 ◽  
pp. 150-163
Author(s):  
Patricia Morales Bertucci
Keyword(s):  

O grupo do Teatro Oficina foi bastante afetado pela construção do complexo viário da Ligação Leste-Oeste, localizado na Rua Jaceguai, no bairro do Bixiga, em São Paulo. O grupo resistiu a essa violenta transformação urbana que rasgou o bairro e se opôs às demolições e desapropriações promovidas pelo Estado com a encenação da peça Na selva das cidades (1969), em uma época em que os poucos que se colocavam contra a ditadura sofreram sérias consequências. Tendo em vista tal contexto de intensificação dos conflitos sociais e políticos na cidade, discorro neste artigo sobre a experiência cênica do espetáculo teatral que se apropriou dos escombros do bairro do Bixiga e desviou a produção simbólica do espaço da cidade, a contrapelo da ditadura militar que implantava seu o plano de transformação urbana e ideológica autoritária.


Rapsódia ◽  
2021 ◽  
pp. 120-149
Author(s):  
Patrício Batsîkama

A discussão estética em torno da dinâmica da produção artística entre a arte clássica (tida como arte tradicional pelos etnólogos coloniais) e a arte contemporânea produzida por africanos (patentes nas galerias da arte) tem sido tímida. Três razões são levantadas. A primeira é a falta de estudos para sua sistematização e classificação. A segunda tem a ver com a polémica a volta da filosofia africana. A terceira versa-se na ausência de pesquisadores nas arenas internacionais para discutir a questão. Depois de ter discutido essa possibilidade no Congresso Mundial de Filosofia (Universidade Nacional de Seul, 2008) e no Congresso Internacional da Estética (Université de Beijing, 2013), expomos o presente artigo, escolhemos a discussão sobre filosofia e beleza na arte clássica em África, optando num discurso estético que poderá servir também para arte contemporânea.


Rapsódia ◽  
2021 ◽  
pp. 84-119
Author(s):  
Leno Francisco Danner ◽  
Julie Dorrico ◽  
Fernando Danner

Tematizamos a imagem, o lugar e o protagonismo do/a indígena na formação da cultura e da identidade nacionais a partir de uma contraposição entre a literatura indianista, em que o colonizador, o modelo antropológico do europeu branco e cristão, fala sobre o/a indígena, e a literatura indígena contemporânea, em que o/a próprio/a indígena fala de si mesmo/a e por si mesmo/a, a partir de suas experiências e histórias como minoria político-cultural produzida pela colonização e sustentada em termos de modernização conservadora. O que impressiona nessa discussão é exatamente o fato de que o/a indígena como antítese da civilização e como massa amorfa a ser moldada para a consecução do novo mundo justifica tanto a colonização quanto o processo contemporâneo de modernização conservadora, servindo de objeto para a legitimação de processos institucionais, de sujeitos sociopolíticos e de projetos de desenvolvimento que implicam na aniquilação do/a indígena como indígena. Em tudo isso, o mito da fusão racial, apresentado pela literatura indianista, é a grande base normativa de nossa modernização conservadora, pois, ao gerar o híbrido brasileiro como mistura e amálgama indiferenciados de todas as raças em um novo ser, que é e tem tudo de todos, apaga as fronteiras entre dominadores e dominados e, com isso, resolve de modo apolítico a história de violência da colonização, formando a grande família Brasil que, daqui para diante, não precisará mais da política, mas apenas da ordem autoritária e da obediência cega, para resolver seus problemas de família.


Rapsódia ◽  
2021 ◽  
pp. 05-13
Author(s):  
Michel Delon

Para Diderot, foi mais difícil entrar no cânone literário e filosófico do que para Voltaire e Rousseau, pois ele sempre se expressou em reação à fala de um outro, respondendo, replicando, prolongando, transformando, sem pretensão à originalidade absoluta. Ele foi um tradutor, um plagiário inventivo, um enciclopedista que fez a cartografia de um saber sem limites, à imagem de um universo sem começo, nem fim; um pensador da relação e da transposição. Companheiro de nossas dúvidas e de nosso trabalho, ele nos oferece uma obra aberta que pede nossas próprias intervenções e transposições. O cinema, por exemplo, apoderou-se de suas ficções e se interroga sobre a passagem das palavras às imagens, do quadro ao movimento.


Rapsódia ◽  
2021 ◽  
pp. 52-83
Author(s):  
Rafael Barros de Oliveira
Keyword(s):  

A relação entre verdade e método, central na filosofia hermenêutica de Hans-Georg Gadamer, tem na consciência estética seu lugar privilegiado de emergência. Sua análise do caráter ontológico da obra de arte pretende reabilitar o conteúdo cognitivo da experiência artística sobre outras bases que a do método científico, paradigma da epistemologia moderna. Hans Robert Jauss se colocou em debate com Gadamer, apresentando sua estética da recepção como formulação alternativa de fundamentação propriamente epistemológica da experiência estética. Neste artigo, trata-se de contrapor os dois autores para, a partir deles, pensar a relação entre verdade, ontologia e epistemologia no âmbito da arte.


Rapsódia ◽  
2021 ◽  
pp. 32-51
Author(s):  
Arthur Grupillo

Trata-se de discutir as dificuldades de compatibilizar alguns pressupostos da filosofia de Jürgen Habermas. Ela pretende escapar a uma crítica autodestrutiva da razão, ao mesmo tempo em que concede premissas de uma ontologização da arte ou, pelo menos, de uma função poética da linguagem com forte tom antificcional. Por outro lado, ela não pode, ao seguir esta via, simplesmente inverter a parte proscrita da imagem dialética, isto é, apontar de modo “superfundamentalista” o outro esquecido da razão. Isso permite perceber como sua filosofia segue exposta ao desafio colocado pelo pensamento pós-moderno.


Rapsódia ◽  
2021 ◽  
pp. 180-198
Author(s):  
Nina Auras
Keyword(s):  

Traçando um paralelo entre uma certa concepção de arte presente na obra de Rainer Maria Rilke e aquela apresentada por Hegel em seus Cursos de estética (1820-29), o artigo pretende analisar o modo como o problema da ironia parece se colocar para Rilke e os desdobramentos dessa forma na produção poética do século XX.


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