O presente artigo situa a Universidade e a Ciência em seus vínculos para com a sociedade face os desafios que a ela se colocam num contexto de rápidas e profundas transformações, impactadas e agudizadas, agora, pela pandemia do coronavírus. Sob o horizonte do projeto filosófico da Teoria do Agir Comunicativo de Jürgen Habermas, e de uma indicação pontual de uma Ideia de Universidade, o artigo sustenta uma concepção de Universidade e, em seu âmbito, do fazer da Ciência, como orientados, fundamentalmente, à comunicação intersubjetiva. Sob essa premissa, essa instituição assume suas funções educativas voltadas à reprodução e renovação das tradições, ao estabelecimento das solidariedades sociais e à socialização das novas gerações mediante o desenvolvimento, também, das identidades pessoais. A perspectiva habermasiana permite, por sua vez, pensar a Universidade e a Ciência em seu compromisso social, conduzindo, também, a uma discussão fecunda quanto aos seus processos e pressupostos administrativos, pedagógicos, epistemológicos e vínculos para com o mundo comum. Intencionados em fomentar um diálogo crítico-reflexivo, o escrito, (i) contextualiza a Universidade e o seu fazer científico em seus vínculos com a sociedade, (ii) configura o tema da racionalidade e, em seu âmbito, o espectro do projeto habermasiano, (iii) apresenta as linhas gerais da Teoria do Agir Comunicativo de Habermas e (iv) com base em sua Ideia de Universidade (e Ciência), (v) sustenta o caráter comunicativo-social do fazer da Ciência e do agir da Universidade.