O presente artigo se trata de um artigo de comentário de autores de função mais didática do que científica, pois, apesar de não ser meramente descritivo das teorias apresentadas, tampouco mergulha mais a fundo numa questão teórica ou apresenta leitura inovadora dos autores que apresenta – que, por sua vez, são também autores bastante canônicos. O artigo parte da análise que Frédéric Vandenberghe faz da trajetória do problema da reificação na sociologia alemã para refletir como tal problema configura a leitura dos clássicos da sociologia alemã sobre a modernidade e como essa leitura da modernidade encontra alternativas nos principais teóricos da sociologia alemã no final do séc. XX. Nessas alternativas, que encontro nas obras de Norbert Elias, Jürgen Habermas e Niklas Luhmann, o problema da reificação ainda ocupa lugar central na descrição da modernidade feita por Habermas, mas não na descrição da modernidade feita pelos demais. Com base nisso, reflito ao final do artigo sobre as eternas questões sociológicas sobre a tensão entre descrição e crítica social e como a dimensão da crítica, no exemplo alemão, permanece dependente de uma perspectiva que permita diferenciar processos históricos emancipatórios de processos históricos de desumanização, para os quais o debate sobre a reificação permanece útil.