scholarly journals Gobernanza híbrida, violencia urbana y legitimidad en tiempos de pandemia: el caso del Comando Vermelho en el Complexo do Salgueiro, de Río de Janeiro, Brasil

2021 ◽  
Vol 34 (102) ◽  
pp. 123-149
Author(s):  
Thiago Rodrigues ◽  
Marília Pimenta ◽  
Walter Mauricio Miranda ◽  
Júlia Quirino

La perspectiva teórica de la gobernanza híbrida se ha usado como medio para comprender cómo Grupos Armados Ilegales (GAI), particularmente los del crimen organizado, controlan territorios y poblaciones. En Brasil, este marco ha generado análisis sobre formas locales de interacción entre actores legales e ilegales en los campos político y económico. Sin embargo, encontramos límites explicativos en este marco teórico cuando lo aplicamos al caso empírico de la actuación del Comando Vermelho (CV) en el Complexo do Salgueiro, desde el comienzo de la pandemia de covid-19 (marzo de 2020 hasta julio de 2021). Combinando la observación participante, la sistematización estadística y de elementos visuales y cartográficos, y el análisis de encuesta enviada electrónicamente a moradores del Complexo, proponemos posibles explicaciones para la omisión o inacción del cv ante la pandemia, contradiciendo su tradicional preocupación asistencialista hacia poblaciones bajo su control.

2020 ◽  
Vol 3 (1) ◽  
pp. 1-12
Author(s):  
Luciano Luz Gonzaga ◽  
Denise Rocha Corrêa Lannes

Dados oficiais informam que os jovens residentes na periferia são desproporcionalmente afetados pela violência e que os jovens negros têm 2,5 vezes mais chances de serem mortos quando comparados aos jovens brancos. Assim, este artigo enfoca uma pesquisa que teve como objetivo identificar as representações sociais sobre a violência urbana entre estudantes não-brancos que vivem em áreas dominadas por forças paramilitares. A abordagem estrutural das representações sociais é proposta por Abric. Os dados foram coletados por meio de um Teste de Associação Livre de Palavras e processados no software EVOC. Os resultados mostraram que o estupro é a principal causa com forte associação ao roubo e feminicídio de mulheres negras.


Author(s):  
Letícia Helena Medeiros Veloso

ste  artigo  oferece  uma descrição  etnográfica  de jovens marginalizados  do  Rio de Janeiro, ora envolvidos em atos de delinquência, ora vítimas de violência, sugerindo dois níveis de interpretação: em primeiro lugar, a relação entre os dados apresentados  e a questão mais ampla da crescente criminalidade  urbana e a dupla inserção  de jovens em situação de risco nos discursos dos direitos e cidadania, por um lado,  e violência  e  crime,  por outro;  em  segundo,  uma  releitura  da  chamada “Escola de Chicago” na tentativa de avançar a compreensão  destes mesmos dados. O  artigo  se baseia  em  cerca de  cinco  anos de  pesquisas  etnográficas sobre jovens, violência e cidadania no Rio  de Janeiro.  Como em  outros contextos pós-coloniais da América  Latina  e  África,  os  habitantes  do  Rio  no  início  do  novo  século  vêm vivenciando  uma contradição perturbadora:  a criminalidade,  a violência  urbana e a exclusão  social  aumentaram  drasticamente  ao  longo  das  últimas  duas  décadas,precisamente  ao  mesmo tempo em que a democracia e a cultura dos direitos e da cidadania  se  consolidavam.  Este  trabalho  analisa as  maneiras  contraditórias  pelas quais esses jovens articulam e negociam crime, violência, cidadania e direitos, con­siderando  que  eles  são  por  ele  afetados  de  uma  forma  particularmente  extrema. Busca-se,  assim,  iluminar  alguns  dos principais  dilemas  inerentes  à  relação  entre democracia e violência em nossa sociedade.


2021 ◽  
Vol 19 (38) ◽  
pp. 266-289
Author(s):  
Miriam Krenzinger ◽  
Patricia Farias ◽  
Rosana Morgado ◽  
Cathy McIlwaine

Este artigo apresenta a análise de dados quanti-qualitativos de uma pesquisa realizada entre 2016 e 2018, sobre percepções das mulheres moradoras do conjunto de favelas da Maré, no Rio de Janeiro, quanto a violência de gênero, suas manifestações e formas de enfrentamento no território. Considerando que mulheres pretas e pardas são mais suscetíveis de serem afetadas por violências de gênero, verificou-se que os tipos de violência e os locais onde ela se manifesta são resultado das condições econômicas e relacionais, em geral no ambiente doméstico/familiar e tendo como principais agressores, pessoas conhecidas ou que convivem com a vítima. Entretanto, os processos de violência, com raízes estruturais, também se relacionam à ausência de políticas no âmbito do Estado ou à ação de grupos armados atuantes no território, como é o caso da Maré, que reforçam as desigualdades sociais, em suas múltiplas manifestações, relacionados também à violência urbana. Palavras-chave: Violências de Gênero. Desigualdade racial. Conflitos armados.


10.18571/102 ◽  
2016 ◽  
Vol 7 (1) ◽  
pp. 100
Author(s):  
Karla PEDRO ◽  
Renan DOCILE ◽  
Edvaldo SILVA ◽  
Tatiana DOCILE

<p>Dengue, zika e chikungunya são doenças transmitidas por vetores, cujo detectar os criadouros dos mosquitos torna-se vital para medidas de controle. O objetivo desse estudo foi avaliar os casos notificados de dengue no município de Duque de Caxias (Rio de Janeiro, Brasil) em seus quatro Distritos Sanitários, durante oito anos, compreendendo o período de 2007 a 2014. Essa região apresenta inúmeros problemas relacionados a processo de ocupação desordenada, densidade demográfica e altos índices de violência urbana e o município é organizado em quatro distritos. Os casos de dengue notificados à Secretaria Municipal de Saúde de Duque de Caxias e registrados na base municipal do SINAN (Sistema Nacional de Agravos de Notificação), referentes ao período de 2007 a 2014 foram utilizados neste estudo. Em 2008, 2011 e 2013, observou-se uma epidemia no município, que em 2008 tomou magnitude ainda maior e alcançou incidência de mais de mil casos a cada 100 mil habitantes. No período de 2009 e 2014, houve uma queda das incidências observadas, caracterizando-o como interepidêmico. Em relação aos casos de dengue em cada distrito, o primeiro e segundo distritos foram os que tiveram maior número de casos da doença, enquanto o quarto distrito foi o que teve menor número de casos em todos os anos estudados. Possivelmente, pelo fato do 1º distrito (Centro) ter a maior parte das habitações e o 2º distrito (Campos Elíseos), abrigar as indústrias. Enquanto o 3º distrito (Imbariê) e 4º distrito (Xerém) são considerados muito mais arborizados e com poucos núcleos habitacionais.</p>


Author(s):  
Maria Claudia Coelho

Este texto examina emoções relatadas em depoimentos de vítimas de assaltos a residências pertencentes às camadas médias do Rio de Janeiro. Insere-se na área de antropologia das emoções, adotando como perspectiva teórica, o "contextualismo" de Catherine Lutz e Lila Abu-Lughod. O ponto central desta perspectiva é a atenção voltada à capacidade micropolítica das emoções, tributárias de uma "gramática" social, sendo capazes, por isso, de dramatizar/alterar/reforçar aspectos "macro" da organização social que modelam as relações interpessoais. Os dados são um conjunto de entrevistas com casais que vivenciaram assaltos às suas residências. O objetivo é examinar as atitudes "prescritas" em seus relatos como "ideais" ou "eficazes" para lidar com a condição de vítima e sua relação com identidades de gênero. O foco da análise são as formas de "controle emocional" presentes em seus relatos, com ênfase na oposição entre o controle da raiva e o controle do medo.


Author(s):  
David Maciel de Mello Neto

Este trabalho tem por objeto as categorias de “Esquadrão da Morte” e “grupos de extermínio” enquanto pertencentes à representação coletiva de violência urbana no Rio de Janeiro. Questiona-se sobre como uma se transformou na outra e qual foi o papel dos movimentos sociais nesse processo. Na primeira parte, apresenta-se a categoria de “Esquadrão da Morte”. Na segunda, com referência na Teoria da Política Contenciosa, de Charles Tilly e Siney Tarrow, bem como no conceito de grupos estratégicos, de Olivier de Sardan, apresenta-se a agência em rede dos movimentos sociais na redefinição da categoria. Na terceira parte, através da análise de correlação e regressão, testamos se essa política contenciosa foi eficaz em disseminar a mundança. Conclui-se com uma breve síntese, na qual se recorre ao conceito de linhas de clivagem, de Gluckman. A tese é a de que a política contenciosa de movimentos sociais modificou a representação coletiva de “Esquadrão da Morte” em “grupos de extermínio”, denunciando-a frente à sociedade e contribuindo para redefinição da Lei de Crimes Hediondos (1994).


Idéias ◽  
2016 ◽  
Vol 6 (2) ◽  
pp. 195
Author(s):  
Wellington da Silva Conceição

Este texto traz uma análise sobre representações contrastivas presentes na violência urbana carioca em torno dos grupos conhecidos como “tráfico” e “milícia”, tendo como corpus as memórias e reflexões de moradores da Cidade Alta (Rio de Janeiro) ativadas em torno de um episódio singular: a “tomada” deste espaço popular por um grupo armado conhecido como “milícia” e a “retomada” em menos de dois dias pelos traficantes que já atuavam no local. 


RUA ◽  
2019 ◽  
Vol 25 (2) ◽  
pp. 535-549
Author(s):  
Graziele Rodrigues de Oliveira

O artigo reflete sobre o legado colonialista no Brasil e o apagamento das questões sociais nas narrativas de telejornais sobre violência urbana. No Brasil a criminalidade é tratada pelo Estado de forma emergencial e se revela como artifício para o controle social e punição aos mais pobres (FOUCAULT, [1987] 2009). Para tanto, foram selecionados dois materiais de telejornais da Rede Globo sobre arrastões em áreas nobres da cidade do Rio de Janeiro. A metodologia de análise consiste na intersecção entre a perspectiva bourdiana e foucaultiana, com base na ideia de que a reprodução do discurso dominante no tempo-espaço naturaliza o problema da marginalização social. As considerações finais desta análise apontam para a atuação dos telejornais na promoção do ódio e na construção do Outro como inimigo.


2021 ◽  
Vol 16 (43) ◽  
pp. 2651
Author(s):  
Elisiene Perozini Goulart ◽  
Anna Tereza Miranda Soares de Moura ◽  
Ricardo De Mattos Russo Rafael ◽  
Katia Maria Braga Edmundo ◽  
Lucia Helena Garcia Penna

A Estratégia Saúde da Família (ESF) se organiza sobre uma base territorial, considerando as características locais e possibilitando às equipes conhecer o perfil da clientela e as situações vivenciadas no seu cotidiano. Nos últimos anos, o município do Rio de Janeiro expandiu a ESF para territórios altamente vulneráveis e as equipes aproximaram-se de áreas onde a violência urbana está fortemente presente. O objetivo foi compreender se a Visita Domiciliar (VD) permanece como uma ferramenta possível para a ESF, em contextos de violência urbana. Foi realizado um estudo de natureza qualitativa, com aplicação de entrevistas com roteiro semiestruturado e análise de conteúdo. Os resultados apontam que a VD é, prioritariamente, destinada à busca de usuários com alguma limitação de acesso à unidade, restrição ao leito ou domicílio. Segundo o relato dos profissionais, situações frequentes como incursão policial, confronto armado entre a polícia e traficantes, a presença de caveirões e o som de tiros e bombas, são limitadores para a realização da VD. A qualidade da atenção prestada fica prejudicada e as atividades no território sofrem grandes prejuízos, trazendo medo e insegurança, inclusive aos profissionais. A ESF se consolida como um serviço próximo a territórios marcados pela violência urbana, enfrentando desafios diários para aplicação de suas ferramentas, em especial a VD.


2021 ◽  
Vol 7 (13) ◽  
pp. 11-30
Author(s):  
Ana Luiza Guigues

O presente artigo visa abordar o aumento da violência urbana no município de Angra dos Reis/RJ, além de sua dispersão geográfica pelos bairros da cidade e os impactos da mesma na educação do município. Nesse sentido, a violência aqui abordada será aquela referente ao tráfico de drogas e às formas de crime que dele decorrem, uma vez que tal fenômeno, nos últimos dez anos, apresentou um forte crescimento na região e se mostra como a maior expressão de violência na cidade em detrimento de outras. O fenômeno, no entanto, não se expressa de maneira uniforme na geografia da cidade, bem como seus impactos nas escolas do município e no cotidiano dos moradores.  Nesse contexto, através de consultas à, principalmente, dados estatísticos disponíveis no Instituto de Segurança Pública do Rio de Janeiro e à pesquisa do Projeto de Extensão do IEAR/UFF DIAGNÓSTICO DE SEGURANÇA PÚBLICA E SOCIAL DO MUNICÍPIO DE ANGRA DOS REIS, pôde-se comprovar essa desigual distribuição geográfica dos crimes, concentrados majoritariamente em áreas mais pobres da cidade e assim, atingido com maior intensidade as escolas e cidadãos localizados no entorno destas.


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